Agora não sabia mesmo o que fazer, parecia um sonho, será que era? Não... Eu nunca tinha visto Itachi tão super protetor, meu pai estava me encarando, os outros do meu clã me olhavam com reprovação.

            -Só me diga... Por que ele Miya?

            -Porque eu o amo, pai... Pelo fato de eu sempre tê-lo amado.

            Itachi apertou o abraço de forma carinhosa, mas eu me desfiz do abraço e andei ate meu pai.

            -Pai... Só pe...

            Ele não me deixou terminar a frase. Me pegou pelo braço com fúria.

            -Você vem comigo mocinha, quero conversar com você.

            -Você ta me machucando, Ai... – Eu me queixava, mas ele não afrouxou, pelo contrário, apertou ainda mais meu braço.

            Olhei para trás, Itachi estava sem reação. Sorri para ele, tentando passar que não tinha problema, logo tudo estaria bem. Depois os arbustos ficaram entre nós.

            Meu pai me jogou para frente, comecei a seguir ate em casa, aquilo não ia terminar bem, eu podia sentir, percebi que não estava com minha bandana, deixei ela lá...

            Já estava na vila, andei ate em casa, meu pai estava logo atrás de mim. Quando entrei minha mãe estava na porta, ela chorava, Hinata não estava ali. Eu a abracei, chorei com ela.

            -Suspeitas concluídas, ela saí mesmo para uma cachoeira, só houve uma surpresa, adivinha quem é o namorado dela... Uchiha Itachi. – Meu pai falava cada palavra como se estivesse falando um palavrão.

            Minha mãe me afastou para olhar meu rosto.

            -Diga que é mentira Miya!

            -Não é mentira,mãe... Eu o amo! – Alguém tinha que me entender! Qualquer pessoa!

            Minha mãe deixou os braços caírem, ela não era esse alguém. Meu pai me puxou ate o salão, vi que minha mãe o seguia. Depois ele me atirou para dentro, eu não perdi o equilíbrio, consegui não cair

            -Quer dizer que você o ama...

            -Sim.

            -Estaria disposta a tudo por ele?

            -Sim. – eu morreria por ele.

            Minha mãe começou a soluçar, meu pai me olhava com frieza.

            -Você terá direito a uma escolha muito simples. Apenas duas opções muito simples.

            Esperei.

            - Você pode voltar com ele, para o seu “amor”. Mas, essa opção a leva ate uma questão, você não será mais uma Hyuuga, não precisa dizer nem que pertence a esse clã, pois não irá pertencer. Ou então, você nunca mais o encontrará, ficará em seu clã, eu irei acolhe-la novamente nos treinos e será como se nada tivesse ocorrido.

            Ótimo, duas opções simples era a ova... Eu tinha que escolher entre minha felicidade amorosa e o amor do meu clã. Eu já sabia o que escolher.

            -Então só tenho uma coisa a dizer, Hyuuga Hiashi... Prazer me chamo Miya.

            Levantei-me e saí, olhei mais uma vez para trás. Meu pai segurava minha mãe aos prantos. Era a ultima imagem de uma família que agora eu deixava para trás.

            Corri pelo entardecer, depois que saí da minha rua olhei em volta, ele não estava por ali. Começou a chover, ótimo. A rua se esvaziou, eu não tinha para onde ir, sentei-me no chão e me recostei no poste, deixei a chuva me encharcar.

            Itachi estava de pé na minha frente, o cabelo encharcado, olhei para cima e o vi, ele tinha uma marca vermelha no rosto, parecia uma mão.

            -Alguém te bateu? – Perguntei meio assustada.

            Ele riu.

            -Não é justo que só você tome uma bronca da família, contei a meu pai, ele me bateu no rosto quando eu disse o que eu sentia por você.

            -O que disse?

            -A verdade, que eu te amo.

            Eu ri em meio as lágrimas que saíam. Me joguei em seus braços. Ele me abraçou.

            -Eu te amo Miya! – ele repetiu animado.

            -Eu te amo Itachi! – Eu dizia, era tão bom dizer em fim aquilo, eu te amo...

            -Me responda uma coisa, você foi banida do seu clã? – ele agora tinha um tom triste.

            -Sim, mas eu vou ganhar dinheiro e comprar uma casa para mim.

            -Amanhã você então vai até o Sandaime, pergunte se tem uma missão do seu nível e a faça, dê tudo de si...

            -Eu darei.

            -Eu estarei te esperando depois de tudo, no nosso cantinho.

            Eu o abracei mais forte, o calor dele era tão bom... Ele tirou uma mão da minha cintura e ergueu meu rosto, depois seus lábios se encaixaram aos meus, era um beijo romântico, agora nós dois sabíamos o que sentíamos um pelo outro, esse era um beijo de rendição, de quebrar todas as barreiras, agora não tinha nada para nos impedir.

            Um pássaro gritou em meio a chuva, Itachi parou de imediato.

            -O que é isso? – perguntei.

            -Estão me chamando, vou ter que ir para a ANBU, mas Miya, vá para a cachoeira, mais ou menos do lado dela, tem uma fenda, fique ali, se seque, eu vou levar roupas para você e uma toalha, você terá de ir ao Sandaime o quanto antes.

            Ele me beijou de novo.

            -Apropósito, não pode pedir uma missão sem isso. – Ele me entregou a bandana. – Te amo.

            -Também.

            Agora eu tinha uma resposta para o meu pensamento. Valia a pena se sacrificar por ele? Sim, ele merecia cada sacrifício que eu desse, ele merecia tudo, pois ele também me amava e ainda por cima, não deixou que apenas eu me ferrasse com minha família, ele fez questão de levar um tapa no rosto do próprio pai, isso significava que ele não só me amava, mas que também faria sacrifícios por mim.

            Eu segui ate a cachoeira, ali realmente tinha uma mini caverna, me abracei, estava meio frio, eu tinha que me aquecer, ou ficaria doente. Fechei os olhos e fiquei quieta.

            Acho que adormeci, pois quando reabri os olhos, tinha uma fogueira e Itachi já tinha deixado as coisas que ele falou que deixaria do meu lado. Ele não estava ali. Vesti as roupas, estavam um pouco grandes mas ficaram confortáveis, era um suéter vermelho e uma calça preta, agora eu estava aquecida, sequei o cabelo com a toalha e depois voltei a dormir sobre ela.

            Os raios de sol entraram pela mini caverna, vesti minhas roupas de antes, elas já estavam mais secas prendi meu cabelo, coloquei a bandana no pescoço e saí, ele não estava lá, mas tinha uma maça em uma cesta do lado de fora. Estranho. Comi tudo e depois me coloquei no caminho para ir falar com o Hokage.

            Chegando lá bati na porta, e entrei.

            -Hyuuga Miya, vejo que quer começar logo sua carreira de Gennin não?

            Sandaime era perfeitamente educado, mas um pouco velho para agüentar o estresse de ser Hokage.

            -Sim, se o senhor tiver uma missão para mim...

            -tenho uma nível C para você, você terá que dar reforços a cidade de Suna. Há uma série de roubos e assaltos ocorrendo lá, você terá de ajudar a guarda, com planos... Tudo que eles pedirem.

            Fiz que sim com a cabeça. Eu daria tudo de mim, assim como eu tinha prometido a Itachi. Peguei o kit ninja e saí para minha missão, na volta dela eu o veria, isso me dava impulso para continuar.