Uma Noite de Lua escrita por Giihrsouza


Capítulo 6
Renegada...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/22177/chapter/6

Ele ainda me olhava... “O que dizer...” pense... Pense...

            -Responda-me menina, você sabe que por aqui é perigoso. Morre gente por aqui! – Sua face agora tinha ódio gravado, com certeza ele tava com muita, não era pouca, raiva de mim.

            -Eu estava curiosa, sobre o que estava havendo por aqui... E lá no esconderijo é muito fechado...

            Sua face ganhou cor, agora meu pai estava vermelho, com mais ódio ainda. Ele fez algo que eu não esperava, me pegou pelos braços e me choaqualhou.

            -Curiosidade?! – Rosnou. – Você está se arriscando por curiosidade, Miya?

            Engoli a seco. Suas mãos começaram a torcer a pele do meu braço, estava doendo antes, agora, ardia.

            -AI! Ai... Pai desculpe, mas pega leve está me machucando... – Minha voz era suplicante, ele estava me machucando ora bolas.

            Ele olhou para as mãos com a minha pele retorcida por dentro de seu punho, depois soltou, estava vermelho, bem vermelho.

            -Agora você vai me ajudar a achar corpos, esse será seu castigo.

            Meu pai agora tinha a expressão de sempre, o que para mim era um pouco de alívio.

            -Mas e a mamãe? Ela deve estar me esperando e...

            -Não se preocupe, com ela eu me entendo, agora venha!

            Sua voz era exigente, como se ele estivesse se arrependido de ter me machucado com seu ódio, seu arrependimento era diferente, era demonstrado em ordens... Vai entender...

            Ainda esfregando meus braços comecei a andar olhando por onde eu ia, algumas casas estavam de pé, notei que estávamos próximo da rua dos Uchiha, eu nunca tinha passado ali, pelo menos não a pé.

            -Creio que os mortos do seu clã devem estar para lá. – Um homem disse nas nossas costas, era o pai do Itachi... Qual é mesmo o nome do meu sogrinho?

            -Fugako... É bom não me provocar, não quero matá-lo na frente da minha filha.

            -Pai, eu não... – Itachi vinha falando quando ao me olhar parou imediatamente, olhei para ele também, eu queria sorrir, mas tive que evitar esse impulso.

            -Então esse é o seu filho, Fugaku? – Meu pai tinha um tom zombateiro.

            -Sim, sou filho de Uchiha Fugaku, me chamo Uchiha Itachi.

            Fugaku riu.

            Eu tive que olhá-lo, depois olhei para Itachi que cerrava os pulsos, deve ter visto o vermelho no meu braço. Cutuquei meu pai.

            -Pai, vamos sair antes de uma confusão.

            Não queria ver uma luta, ainda mais de Itachi contra meu pai.

            -É melhor seguir o conselho da sua filha. – Fugaku disse apontando para mim. – Acho que ela não iria querer sujar a blusa dela com seu sangue.

            Itachi deu uma cotovelada no pai, e sussurrou algo para ele.

            -Não seja idiota, Itachi! Só se a situação chegasse a esse ponto, eu nunca o atacaria assim... No seco...

            Isso fez meu pai se irritar ainda mais.

            -Vamos pai! – Supliquei. – Ou então me deixe ir para casa, por favor, vamos sair daqui.

            Meu pai não deu mais ouvido a Fugaku, ele apenas se virou e começou a andar ate o final do que seria a rua, em volta as casas destruídas marcava a presença do demônio que Itachi me contara. Tinha corpos para todos os lados, alguns Jounnis estavam recolhendo.

            -Acho que o enterro do Yondaime será amanha você soube que ele morreu não é mesmo, Miya? – Disse meu pai distraído, deve ter notado que eu olhava a destruição.

            -Sim eu soube, o homem que você mandou para o esconderijo contou, por lá também esta feia a coisa, muitas árvores derrubadas, muitas quebradas, cheio de pó de serra.

            -Como está a do esconderijo?

            -A copa está totalmente destruída.

            -Então você sentiu o chakara?

            -Sim, eu, mamãe e o Neji.

            Quando disse Neji seu rosto ficou mais indecifrável ainda, meu pai realmente era um pontinho de interrogação.

            -Não sei por que salvar um subordinado.

            -Ele é apenas um bebê pai...

            Ele revirou os olhos.

            Chegamos na nossa rua, tudo estava realmente devastado, por incrível que pareça, nossa casa era a menos pior ate agora, ela estava com algumas estruturas destruídas, mas nada que chegue ao alarmante.

            Dentro estava cheio de poeira, quando me virei para o corredor vi minha mãe.

            -Mãe?

            Ela olhou para mim e sorriu.

            -Oi Miya! Por onde andou? Te esperamos no esconderijo para voltar, mas você não apareceu, tivemos de vir sem você pois Neji ia acabar pegando um resfriado se ficasse ao relento.

            Eu sorri de volta.

            -Eu estava olhando a vila, papai não gostou nada de me flagrar andando por ai...

            -Claro, onde está com a cabeça, você é uma princesinha, a nossa filhinha, tudo podia acontecer com você vagando pela noite... Um dos nossos inimigos podia colocá-la em perigo. – Seu rosto ficou sério, ela realmente se preocupava comigo, mas eu não corria perigo onde eu estava não ao lado do meu amor.

            -Eu entendo a gravidade da situação mãe, e compreendo sua preocupação, sua e do papai. – disse cabisbaixa para poder mentir melhor.

            -Que bom filha...Ai... – Ela começou a gritar. – Ai... Ai...

            -Mãe! O que ta havendo? Mãe? – eu estava desesperada, o que estava havendo?

            -Acho que sua irmã, ta querendo te conhecer um pouco mais cedo... Ai... – Sua voz era de dor, logo mais gente apareceu, eram mulheres do clã e a levaram para o quarto.

            Fui atrás, fiquei esperando, minha mãe gritava e uma mulher lhe dizia repetidamente: “Força... Está quase... Força”. Depois de um tempo um choro ecoou no vento. Hinata agora estava oficialmente, viva.

            Respirei fundo e entrei, minha mãe estava com o rosto suado, e amamentava um pequeno ser.

            -Não é linda, Miya? É uma menininha mesmo. Assim como eu achei que seria.

            -Ela é linda mesmo, mãe. – Me proximei da cama e sentei ao seu lado, pude ver o rosto da minha irmãzinha, era rosadinho e branco como mármore, seus olhos estavam fechados, mas eu já sabia a cor deles, brancos. O lábio rosado dela era meio cheio e seus cabelos azuis grudados na cabeça.

            Uma das mulheres a pegou e a levou. Olhei para minha mãe.

            -Para onde elas vão levá-la?

            -Ela tem que tomar banho e vestir alguma coisa, se não fica doente.

            O rosto da minha mãe era de orgulho, eu sorri para mim mesma ao vê-lo, meu pai não apareceu para vê-la, eu não entendi, como um pai não vem ver a própria filha? Fui dormir pensando nisso, isso devia ser doloroso para minha mãe... Me virei ao pensar nisso, mas  uma imagem me colocou em um profundo sono, a do sorriso do meu amor, Itachi.

 

            Acordei e prendi meu cabelo em uma Maria-chiquinha. Ficou lindo, acho que Itachi gostaria dele assim. Depois de comer uma coisa rápido eu fui em direção ao portão.

            -Miya.

            Me virei, o que era agora, era meu pai.

            -Sim?

            -Onde pensa que vai?

            -Passear, posso? E também ia comprar alguma coisa para a Hinata.

            -Claro, mas leve alguém com você, vou chamar...

            -Não, pai eu sei me cuidar! – Ele não podia estar fazendo isso comigo.

            -É isso ou não sair.

            Cai de joelhos, não, meu pai NUNCA se importou comigo, apenas me treinava e eu já acha muito, agora uma escolta? A não pode ser! Voltei e me sentei no jardim. Eu estava impaciente, pior, passada, a ferro de carvão, como ele pode fazer isso, ele nunca fez, eu podia ter quebrado 98% dos ossos do meu corpo antes que ele só falava assim: “Isso vai atrasar o treino, amanhã de manhã, até!”. Esperei um tempo e depois fui ate lá, olhei, e ele estava de tocaia.

            Voltei para o jardim, olhei o muro. “Por que não?”. Corri e pulei rapidamente. Caí em uma casa que estavam reconstruindo, todos olharam para mim, mas corri dali no momento em que houve um grito. Itachi, eu tinha que encontrá-lo. Mas algo me pegou por trás, no pescoço.

            -Onde pensa que vai? – Meu pai gruinha em meu ouvido.

            -Eu só quero pegar um pouco de ar, pai, deixa eu comprar algo para a Hinata!

            -Você me desobedeceu, e você não me notou, o que conta que você poderia ter sido morta agora. – ele apertou ainda mais o golpe no meu pescoço, eu comecei a ter dificuldades para respirar.

            -Pai... Eu... Não... Respiro... – eu disse já sem ar.

            Ele me olhou e me soltou. Pegou meu pulso e saiu me arrastando para casa.

            -Me solta! – gritei.

            -Calada! – grunhiu.

            Quando chegamos em casa, ele me jogou para dentro, caí no chão, todos do clã olhavam. Eu estava com raiva, muita raiva dele.

            - Não podia ter feito isso! – Meu olhos eram frios, eu gritava.

            - Sou seu pai! – Gritou de volta. – Respeite-me!

            -Sei me cuidar muito bem senhor Hiachi! Não preciso de babá!

            -Respeite-me Miya! – Agora ele estava vermelho, com certeza morrendo de ódio.

            Eu me calei, ele se virou e depois que passou de mim eu o atingi por trás no ponto de chakara mais letal, ele caiu.

            -Você também não sabe se defender.

            Todos me olharam, assustados, ele se levantou e me ergueu com um só braço pelo pescoço. Ele apertava meu pescoço, na intenção de me... Matar.

            Lutei para sair dali, uma voz ao fundo o fez me soltar.

            -Hiachi, pare, ela é sua filha!

            Minha mãe carregava Hinata, ela chorava ao ver a cena. Coloquei a mão no pescoço, eu estava sem ar, literalmente sem ar, meus pulmões ardiam a casa lufada de oxigênio desesperada.

            Ele olhou para mim.

            -Agora, irá se virar sendo uma ninja, eu não quero mais se quer treiná-la, por mim eu a bania agora, mas acho que você um dia me dará verdadeiros motivos para isso.

            Ninja? Jura? Obrigada, era meu aniversário? Eu sempre quis ser uma kunoichi, agora eu iria para a academia, com certeza passaria no exame especial e me tornaria uma Gennin logo.

            -Mais uma coisa, ande por onde você quiser não me preocupo mais com você.

            Me levantei, minha mãe me olhava com um olhar horrorisado, pelo visto, uma Hyuuga de elite não chegava nem perto da academia. Não tive coragem de ir falar com ela, então saí de novo, fui para a rua, procurei uma loja com artigos para criança, achei uma bela bonequinha, comprei e quando estava voltando, deixaram cair um papel nos meus pés, olhei para ver quem era, era Itachi, tentando ser discreto.

            Peguei e li: Miya,

Encontre-me hoje à noite, quero muito te ver... Beijos...

            Tive que rasgar, ninguém podia saber daquele romance proibido, ninguém podia nem sonhar que havia um romance. Claro que eu iria, eu tinha que contar a ele que agora sou renegada dentro do meu próprio clã. Eu ri com aquilo, só era considerado renegado aquele que foge da vila, na forma de ninja. Depois que eu me tornasse uma, eu podia me renegar junto com ele...

            Não eu não sairia da vila... Itachi pode até gostar de mim, mas ele ama a vila, ele a protege com a vida dele, eu nunca poderia deixá-lo sofrer por deixar uma parte dele aqui, quero o meu Itachi completo, mesmo que para isso eu tenha que usar lentes de contato e mudar meu nome.

            O dia passou rápido, já era noite quando vesti meu short preto e minha blusa branca, arrumei o cabelo, ates de ir, fui ao quarto de minha mãe, ela brincava com os dedinhos da Hinata. Quando entrei ela parou na hora, ficou tensa.

            -Mãe...

            -Miya, você tem noção que acaba de perder a confiança de seu pai? Ele praticamente te tirou da Elite, só não te mandou para uma casa de alguma família da ramificação por que eu não deixei, ele quase quis que você usasse o pássaro.

            Engoli a seco.

            -Ele não foi justo comigo, mãe.

            -Ele estava te protegento, Miya.

            Eu não queria ouvir aquilo. Entreguei o embrulho para ela.

            -O que é isso?

            -Não é para você mãe, é para a Hinatinha, abra e mostre a ela.

            Mamãe riu sem humor.

            -Segure ela aqui um instante então.

            Ela me entregou a frágil neném, era tão molengona, dava ate medo de me mexer, pois cada gesto, parecia que eu ia quebrá-la.

            -Que linda, olha Hinata, sua irmã comprou uma boneca para você! – Seu humor tinha melhorado.

            -Toma ela de volta, estou com medo de machucá-la.

            -Machucá-la?

            -Sim, ela é muito molenga mãe.

            Agora ela ria verdadeiramente.

            -Vou deixar você em paz com ela, tchau. – Dei um beijo em sua testa e na da Hinata. – Amo vocês.

            Depois que sai de lá, fui direto ao portão, quando ia sair, notei que ninguém mais me olhava ali, então sai para a noite, para o meu Itachi. Por via das dúvidas ativei o Byakugan, assim que eu notasse que estava sendo seguida, eu iria por outro caminho.

            Cheguei sem ninguém estar me seguindo, olhei ao redor, alguém vinha em minha direção, me coloquei na posição de ataque.

            -Calma, sou eu.

            Desfiz o Byakugan, meu rosto formigou, ri para ele.

            -Desculpe. – corri para seus braços e o beijei.

            Ele retribuiu, depois ele me olhou.

            -Por que do Byakugan ativo? Com medo de algo?

            -Aconteceram umas coisas...

            -Pode me contar? – Itachi conseguia me convencer de tudo com seus olhos negros.

            -Claro, é o seguinte, eu ataquei meu pai hoje e ele agora me renegou da elite e vai me colocar na academia, vou ser uma kunoichi! – disse animada.

            Ele me olhou incrédulo.

            -Você... Atacou Hiachi Hyuuga? Seu pai? Por que? E...

            Antes de começar o repertório, contei-lhe tudo, sobre o meu cárcere privado, e as minha fuga, depois do ataque, o que o meu pai disse e da situação no clã, ele ouviu tudo e depois ficou boquiaberto.

            -Você é inacreditável, pelo que eu saiba, você realmente acaba de ser banida da “realeza”, tem sorte de agora não ter um pássaro engaiolado na sua testa, sabia? Ia estragar o seu rosto. – Ele passou a mão e levantou minha franja para ter certeza que ainda estava intacta.

            Eu ri.

            -Veja pelo lado positivo, se eu for tão boa como você, posso arrumar um bico na ANBU...

            -Não é tão fácil, nem sei como eu consegui. – ele me encarava visivelmente gostando da idéia de eu ser tão boa quanto ele.

            -Como você fez para passar? – perguntei colocando meu braços em seu pescoço.

            -Eu... Sou muito mais forte do que aparento, consigo usar meu Sharingan muito melhor que muitos do meu clã, pode acreditar, eu já consigo dominar  o Deus do Sol, o  Amaterasu .

            Fiz uma cara de quem não entendeu.

            -Eu posso te colocar em genjutsos tão difíceis de serem quebrados, e matá-la lá mesmo, ou fazê-la sofrer por um tempo que na sua mente será grande, mas que no mundo real, não passará de segundos.

            -Nossa, que cruel, Itachi! – Eu disse com um pouco de humor. – Isso seria horrível.

            -Claro que eu não faria isso com você...

            Ele me beijou, me perdi em seu beijo, ele me deixava tão segura, era tão difícil acreditar que ele dominava aquelas técnicas malignas. Sim eu tinha certeza, com ele, não havia o que temer.

            -Ah... Minha mãe já teve o bebê.

            -Sério? – ele me deu mais um selinho. – Mas achei que ainda faltavam três dias. – Ele olhou para o nada, com certeza analisando seus cálculos.

            -Nasceu antes, é uma menininha, Hinata. Ela é linda.

            -Será que ela e Sasuke serão amigos?

            -Quem sabe...

            -É... Quem sabe...

            Itachi me olhou, retribui o olhar.

            -Quando vai começar na academia?

            -Não sei ao certo, eu vou fazer um teste especial, quem sabe eu não pule essa parte de jutsus idiotas e vá logo ser Gennin?

            Ele riu... Eu queria e ia me tornar alguém nessa vila, eu agora tinha perdido, porem ganhado mais, perdi todo um título, mas ganhei a oportunidade de defender a minha vila com a minha vida, a oportunidade de ajudar Itachi com sua amada vila. Eu o amava, sim, mas ainda não podia dizer, ele podia correr ou... Não... Eu o esperaria, eu sempre vou esperar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pelo carinho, continuem lendo
Desculpe nao ter postado ontem, eu tive que fazer trebalho de escola... realmente, escola as vezes atrapalha neh... Bjus...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Noite de Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.