Commentarius Angeli - Um Testemunho escrita por Francisco Lima


Capítulo 21
Capítulo 21 - Déjà vi?




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Capítulo XXI - Déjà vi?

Às vezes algumas experiências pelas quais já passamos parecem se repetir, e mesmo tendo aprendido com a ultima vez, ou com as ultimas vezes, a situação ainda pode ser algo com o qual não gostaríamos nunca mais de nos depararmos novamente. As vezes parece que em algumas situações não importa que já tenhamos passado por experiências parecidas, é como se não a tivéssemos, ou como se estas experiências não ajudassem em muita coisa... Pra não dizer que é como se elas não ajudassem em nada.

            Diferente da ultima vez, não pedimos licença para entrar, Thais nos teleportou direto para dentro da sala da casa de Vinicius.

            - Raphaeeel! Raphaeeel!– Thais gritou pelo corredor indo em direção ao quarto do casal.

            - Thais o que foi? – Perguntou Helena abrindo a porta do quarto, ela estava passando roupa e as pendurando em cabides no guarda roupas. Ela reconheceu a vós de Thais antes de abrir a porta, acho que por isso não se assustou com o aparecimento de todos nós dentro de sua casa. Talvez estas visitas de Thais fossem mais comuns do que eu poderia saber, então quem sabe Helena já estivesse um pouco acostumada com isso.

            - Droga ele não está aqui! Onde Raphael está? – Thais Perguntou.

            - Ele foi deixar as meninas na casa dos meus pais, eles queriam ficar um pouco com elas, mas ele logo vai chegar! – Helena respondeu.

            - Acho que não podemos esperar pelo logo, nós precisamos dele agora! – Thais falou e desapareceu. Ouvimos então o som do motor do carro de Vinicius na garagem, ele havia entrado sem passar pelo portão.  Logo o som do motor parou e Thais e Vinicius entraram pela porta.

            - Meu Deus o que aconteceu? – Perguntou Raphael. – Venham, traga ela para o quarto de hospedes! – Ele ordenou para Pascal sem esperar pela resposta da pergunta que tinha feito.

            Fomos até o quarto onde Vinicius cuidou de Allan e Thomas da primeira vez em que vim aqui. Pascal deitou Dorothy em uma cama e Vinicius o mandou sair do quarto, ficando lá dentro junto com Thais. Pascal saiu e fechou a porta a suas costas.

            - O que aconteceu? O que ela tem? – Perguntou Allan.

            - Não temos certeza, mas ela não esta bem! – Respondeu Pascal.

            - Quem fez isso com ela? Foram vocês? – Eu perguntei.

            - Claro que não fomos nós! – Pascal respondeu.

            - Então quem foi? – Eu insisti.

            - Um grupo de demônios! – Respondeu Marília. – Aquelas pessoas caídas no chão. Pelo menos é o que nós achamos.

            Aiga andou até a porta e se sentou diante dela, parecia saber que estavam cuidando de sua dona. Eu não tinha me dado conta de que Thais a tinha trazido com a gente.

            - Um grupo de demônios? – Allan perguntou.

            - Sim, eles eram aquelas pessoas mortas naquele quarto subterrâneo em que estávamos! – Pascal respondeu.

            - E foram vocês que os mataram? – Eu perguntei.

            - Não, nós chegamos pouco antes de vocês! – Pascal respondeu.

            - Quando entramos naquele quarto, todos já estavam mortos! – Disse Marília. – A garota estava algemada e sentada no chão. Assim que nos viu ela desmaiou.

            Thais abriu a aporta e chamou por Helena que falou com Vinicius sem sequer entrar no quarto pela porta entreaberta, ela então foi a outro cômodo da casa e voltou com alguns remédios e uma bolsa de soro. Passado alguns minutos Thais saiu do quarto deixando o casal cuidando de sua inesperada visitante.

            - Como ela esta? – Allan perguntou preocupado.

            - Ela ainda esta desacordada, mas Raphael e Helena estão cuidando dela, vamos esperar para que ela fique bem. – Thais respondeu.

            - Thais o que aconteceu? Como você chegou lá antes do Allan e eu? – Eu quis saber.

            - Do mesmo modo que chegamos aqui! – Ela me respondeu parecendo estranhar a minha pergunta.

            - Mas por que se separou de nós? Por que disse que não poderia continuar com a gente quando estávamos correndo atrás da Aiga? – Eu insisti.

            - Por que ela não pode! – Respondeu Marília.

            - Eeei Lúcia! – Thais falou voltando-se para Marília.

            - Thais não pode correr ou fazer grandes esforços. – Explicou Pascal.

            - Nossa, vocês dois são péssimos pra guardar segredo! – Thais falou.

            - Thais o que você tem? – Allan também quis saber.

            - Não é nada! – Ela tentou ser evasiva.

            - É claro que é alguma cosia, por que não quer contar? – Eu perguntei.

            - Eu tenho um problema no coração! – Thais respondeu e suspirou. – Ainda não há muitos estudos sobre casos como o meu, era por isso que eu estava na zona Oeste, eu estava vindo do InCor, faço tratamento lá.

            - É eu nunca ia imaginar! – Eu comentei.

            - Eu também não fazia ideia. – Allan falou sentado no sofá da sala, enquanto acariciava a cabeça de Lex que descansava sobre seu joelho.

            - Mas como sabia para onde ir? – Eu perguntei.

            - Eu não sabia! Foi a Lúcia que me chamou! – Thais explicou.

            - Eu os estava rastreando já há alguns dias! – Marília começou a explicar. – A garota já tinha matado três membros daquele grupo que tinham tentado captura-la, mas há alguns dias eu perdi o rastro deles, e pelo visto eles devem ter desaparecido depois de terem capturado ela.

            - E como os encontrou de novo? – Allan perguntou antes que eu.

            - Enquanto procurava por pistas do paradeiro deste grupo, senti a manifestação de uma energia sobrenatural e percebi que vidas estavam acabando. Quando isso aconteceu, senti que uma delas pertencia a um dos demônios daquele grupo que eu perseguia, assim que os encontrei entrei em contato com Thais e com Pascal, Não esperávamos chegar lá e encontrar tudo como encontramos.

            Allan rangeu os dentes de preocupação. Marília notou e puxou de sua bolsa que ficava pendurada por uma alça comprida em um dos ombros um diário com cadeado, com capa e folhas pretas.

            - Isso estava caído perto de um dos corpos, dentro a duas rosas secas, então imagino que seja dela! – Marília explicou. – Perto dela também tinha um prato quebrado sujo com fuligem.

            - Imaginamos que ele estivesse sendo usado em algum tipo de ritual, mas temos como saber ao certo o que aconteceu! – Disse Pascal. – Pelo menos até ela acordar.

            Conversamos por mais uns quinze minutos e Vinicius saiu do quarto. Nos então o cercamos e começamos a despejar varia perguntas ao mesmo tempo sobre o estão de Dorothy. Ele pediu que nos acalmássemos e então Thais começou a perguntar.

            - Como ela esta?

            - Nada bem, nós demos os medicamentos, mas ela esta muito desidratada, estava cheia de hematomas, eu já curei os machucados mais graves, ela parece ter apanhado bastante, e ela ainda não acordou, se continuar assim, acho que não vamos poder mantê-la aqui, vamos ter que leva-la para um hospital.

            - Não Raphael, sabe que em um hospital não vão ser capazes de cuidar dela como você! – Thais falou reforçada por frases de todos nós com o mesmo sentido.

            - Desculpe Thais, mas você sabe que eu não posso intervir totalmente! – Vinicius falou.

            - Raphael, acho que ela esta assim também por causa do ceifeiro em seu olho, não em como a medicina dos homens ajudá-la com isso se ela precisar! Por favor, Raphael ela tem que ficar aqui! – Pediu Thais.

            - Esta bem, vou fazer o que puder, mas por enquanto só podemos esperar, ela não vai acordar agora! – Vinicius respondeu.

            Conversamos por mais algum tempo, Vinicius chamou Thais de canto e eles tiveram um breve dialogo em particular, depois disso nos despedimos e Thais nos deixou nas proximidades de nossas casas.

            Eu estava preocupado com a Dorothy assim como todos, e o lugar em que nós a achamos, foi tudo muito chocante, mesmo Allan percebeu o ambiente carregado daquele lugar. Foi uma experiência péssima, nem posso imaginar o que ocorreu a ela naquele lugar.

            Enquanto caminhava senti um forte pancada nas costas que me empurrou e me fez cair e rolar duas vezes para frente. Virei-me para trás para ver quem tinha me atacado e enquanto usava minha mão esquerda para me apoiar e começar a me levantar reconheci o símbolo no escudo que havia sido usado para me jogar no chão.

            Eu na verdade preferia que aquele fosse só um escudo igual na mão de outra pessoa, mas eu sabia que não era, e antes dele abaixar a guarda e deixar seu rosto amostra eu já sabia que era ele, meu parceiro de sessões de treino com Pascal, Thomas, o templário.

            - Porque esta me atacando Thomas? – Eu perguntei sem saber ainda quais os gestos que deveria usar, mas eu esperava que ele lesse meus lábios, embora não achasse que ele fosse parar de me atacar.

            Porem não percebi nenhuma reação por parte de Thomas, ele sequer piscou os olhos, sua expressão não esboçou nenhuma alteração, ele parecia em transe, como se estivesse submerso na região mais profunda de sua mente e não fosse capaz de enxergar a luz que tange a superfície. Thomas simplesmente assumiu sua postura de luta e me atacou, desta vez com sua espada. Isso me lembrou de quando um demônio tomou o controle da mente de Allan. Bem, fosse o que fosse, uma coisa era certa, eu teria que lutar com Thomas, e desta vez eu temia pela falta que Aiga faria, pois ela não estaria lá para me salvar do golpe fatal, eu queria poder contar com ajuda, mas por enquanto eu estava sozinho. Eu não sei se isso era bom ou ruim, mas antes que começássemos a lutar de verdade, eu já sabia o quão poderoso era o meu oponente. Acho que a maior parte das pessoas diria que essa informação é uma cosia boa, mas acredito que para qualquer um que conhecesse a força de Thomas como eu conhecia, aquilo só serviria para despertar algum tipo de temor.


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