Once Upon A Time...one Direction And Me escrita por Skye Ledger


Capítulo 4
Capítulo 4- What makes you beautiful


Notas iniciais do capítulo

* Fortuna: Deusa romana da esperança e sorte. Antigamente as pessoas acreditavam fervorosamente na ideia de que os deuses eram aqueles que escolhiam o destino das pessoas, Fortuna no caso, era responsável por impor a sorte para cada individuo.
*Lei de Murphy: estabelecida pelo capitão da força aérea americana Edward Murphy, emprega que se uma coisa pode piorar ela vai. Muito pessimista na minha opinião...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/220860/chapter/4

No dia seguinte fui acordada por Tatiane exultante de felicidade e uma curiosidade além do limite. Ela percorreu o corredor em passos pesados quase derrubando a porta, atropelou a cômoda e consequentemente deu louvor ao chão.
- Tem pecado muito para estar beijando o chão a essa hora da manhã? – brinquei ainda sonolenta. Levantei meus braços e os estendi fazendo força para acordar meu corpo ainda inepto de qualquer movimento. Sentei-me e fiquei olhando atentamente á minha amiga.

- Há há há – o tom de sarcasmo em sua voz era obvio – você é hilária – colocou seus pés firmemente no chão e começou a me fitar com seus grandes olhos azuis, aprofundados por cílios compridos. No começo me pareceu normal, mas depois iniciou a ficar um tanto estranho.

- Não vai me contar o porquê de estar decepcionada?- pensei por um momento no sentimento que formava minha emoção naquele instante.    

- Não estou decepcionada – balbuciei – só triste porque nunca mais vou vê-los de novo. Mais uma vez senti o olhar cortante de Tatiane sobre mim.

- E... – ela se aproximou em passos leves, parecia temer pisar em falso e as tabuas de carvalho se quebrarem.

- O Niall – respirei fundo – ele nem apareceu. Quero dizer, sei que estava se recuperando de um trauma e tudo mais, só que esperava ao menos um agradecimento sincero. – desviei meu olhar de seu rosto até o chão.

- Bom – Tati agachou se a minha frente – ao menos você deu um tapa na bunda do Louis? – peguei o travesseiro ao meu lado e bati com força nela.

- Você é muito safada – Tatiane caiu, mas logo se recompôs e começou a rir.

Contei a ela todas as experiências emocionantes que tivera na noite passada. O jeito engraçado com que os garotos me trataram a desenvoltura deles e claro o banho de tinta que dei em Louis. Quando estávamos prestes a saborear um café da manhã delicioso preparado por Rosi – empregada de Tati – a campainha tocou e nós de súbito pulamos quase caindo nos braços uma da outra. Rosi foi atender e assim que o fez gritou para a casa inteira:

-Dona Tatiane – os ecos e espaços vazios no ar eram preenchidos pela voz fina dela – tem um jovem falando uma língua esquisita aqui na porta. Acho que é aquele tal de Ingreis – assim que essas palavras foram pronunciadas nossos olhares se cruzaram.

Tati sem perder tempo correu para a porta ainda de roupão e chinelos. Fiquei lá sentada por alguns segundos, que me pareceram mais uma eternidade até que ela surgisse com Niall Horan atrás dela.

- Safire – começou ela sem fôlego – olha quem está aqui para falar com você.

Certamente deveria haver algum complô do universo contra mim. Sempre que me encontro cara a cara com Niall Horan estou desarrumada ou no caso usando pantufas em formato de gatinhos.

- Er... Oi – cumprimentei encabulada. Ele me fitou e de repente o mundo começou a girar e minhas pernas a se amolecer. Segurei-me na bancada de mármore, para não me esparramas no tapete como gelatina.

- Oi – respondeu com seu sotaque irlandês realmente irresistível – eu queria, agradecer por ter salvado a minha vida – Niall esfregava a mão constantemente em seu pescoço, parecia tão pouco a vontade quanto eu.

- Hey – chamou Tati – Quer tomar café da manhã com a gente?

- Bom – ele pareceu hesitar. Também por qual motivo essa criatura dos os olhos mais belos de toda a humanidade iria querer tomar café da manhã comigo? Uma garota que usava pantufas de gatinhos e comia tanto creme de avelã com chocolate cremoso que poderia acabar com o estoque de uma fabrica em um dia. Ele voltou a me olhar, só que dessa vez para os meus pés, abriu um leve sorriso e disse – vai ser um prazer, obrigada.

Tati foi à frente conduzindo-nos até a sala onde estava disposta a mesa. Durante o trajeto, Niall se aproximou sorrateiramente e sussurrou:

- Pantufas legais – eu tentei me conter, mas todo o sangue subiu para o meu rosto, logo corei, na realidade tive mais a impressão de ter minha face queimada em chamas.

Acomodamos-nos lugares. Tati me colocou ao lado de Niall, o que fez surgir em mim uma pontada de raiva.

- Eu tenho torta e bolo, o que vocês preferem? – perguntou Tatiane apontando com um dedo para uma linda torta recoberta de chantilly decorada com cerejas e um bolo de cenoura simples com chocolate.

- Eu prefiro o bolo – disse rapidamente, no mesmo instante que ele falou “bolo”. Nossos olhares se cruzaram.

- Você prefere bolo?- Niall levantou a sobrancelha enquanto falava, achei essa pergunta meio desnecessária mesmo assim concordei com a cabeça.

- Por mais que eu seja apaixonada por tortas minha preferência sempre será dos bolos – eu ri de brincadeira e percebi que Niall me olhava fixamente. Estranho. Pensei, evitando demonstrar meu desconforto diante da situação em que me encontrava.

No resto do tempo discutimos coisas como nosso fascínio por Michael Bublé e principalmente comida. Surpreendi-me ao ver como ele era voraz e educado na mesa. Tati não participou muito, ficava apenas observando de longe. Vez ou outra acrescentava algo, mas nada muito significante. Também não a culpava, Niall e eu ficamos tão animados conversando, parecia que ele me compreendia como ninguém. 

- Obrigada pelo café da manhã – agradeceu cordialmente – e mais uma vez Safire obrigado por me salvar.

- Imagina – me levantei da cadeira.  

- Da próxima vez que me engasgar com algo já sei a quem recorrer - enrubesci de novo. Ele deve ter reparado, pois esboçou um sorriso torto de poder avassalador.

- Niall – sibilou Tati – sabe a Safire adora passear pelo centro da cidade e devo dizer que lá é realmente adorável. Tenho certeza que ela ficaria feliz em lhe mostrar – ela me olhou de relance sem perceber meu olhar fulminante – se é claro, você estiver interessado – acrescentou rapidamente.

- Eu adoraria – respondeu tão animado que até me assustei.

-Ah – gaguejei – er...er... – minha garganta estava seca. Não conseguia proclamar uma única palavra, elas estavam presas.

- Ela só vai se trocar e já volta – Tati me segurou e começou a me arrastar- espere aqui e fique a vontade.

Niall pareceu aceitar meu ataque paralitico bem, sorriu e sentou se novamente só que dessa vez pegou o celular do bolso e começou a tocar nas teclas. Assim que chegamos ao quarto minha amiga me beliscou, torcendo a pele do me antebraço.

- Qual é o seu problema? – esbravejou ela – não sabe quanta sorte tem? – me inclinei na expectativa de ouvir melhor.

Eu nunca imaginei que um dia *Fortuna estaria ao meu lado. Sempre tive a vida conectada às *leis de Murphy, quero dizer tudo sempre parecia dar errado comigo. Mas agora, minha sorte estava mudando, inclusive meu modo de ver o mundo. Agarraria-me aquela aventura e seria intrépida. Me arrumei, mas tomei cuidado com a quantia de maquiagem aplicada em mim, não queria parecer falsa. Quando voltamos Niall já havia guardado o celular em seu bolso novamente.

- Só estava avisando para os garotos que vamos sair – nossa ele contou para o Harry, Zayn, Louis e Liam que ia sair comigo. Parecia que a pressão se tornava cada vez mais pesada e maior.

- Ah – exclamei praguejando baixo– legal.

Nos despedimos de Tati e fomos rumo a porta. Assim que saímos ele olhou em volta e falou:

- Vou chamar o motorista – ele fez sinal, mas logo o impedi.

- Não – ele me observou surpreso – vamos andando, não é muito longe – sorri timidamente abaixando meu rosto.

Seguimos a rua tranquila, por ser um domingo todos estavam em suas casas com os filhos e amigos assistindo ao futebol ou preparando um churrasco. O sol judiava as minhas costas, protegidas apenas por uma camiseta de tecido leve. As árvores em torno de nós cobriam-nos de alguns raios do sol, seus ramos alongavam se tocando uns nos outros, formando uma cúpula natural.

Tatiane morava em um bairro tranquilo e histórico. Não havia muitos moradores por ser distante dos escritórios e bares. Sempre adorei a sensação do lugar. Na primavera as azaleias desabrochavam, quando elas caiam nas lajes de pedra formam um manto colorido espetacular. 

Niall andava apressado, virando o rosto esporadicamente. Imaginei que temia ser visto por alguém.

- Relaxa – o segurei pelo braço, seus músculos estavam contraídos, rijos. Será que malhava? – essa parte da cidade é calma, não tem com que se preocupar - Ele parou por um instante, os olhos azuis límpidos como nunca. A testa antes franzida se desdobrou e o mar latente de seus olhos se acalmou.

- Desculpe – ele balançou a cabeça, parecia querer tirar algo da mente – faz tempo que não ando em um lugar calmo, sem imprensa, fans e coisas do tipo – soltei-o, pois sentia minha mão queimar e palpitar. Como um simples toque podia causar tanto efeito sobre mim? Continuamos pelo caminho das árvores, pisando agora por lajotas de pedra amarelo ocre.  

- Deve ser difícil – acrescentei – quero dizer, lidar com toda essa fama.

- E é – Niall afirmou – mas eu sonhei com isso minha vida inteira. Cantar para as pessoas, mostrar meu talento e faze las sorrir. Não vou enlouquecer, pois a musica me faz feliz e às vezes acho que é isso que torna toda a pressão tolerável.

 Um lago estava a nossa frente, em seu leito patos se limpavam e, mas a frente algumas tartarugas exploravam a extensão.

- Venha – o chamei andando em direção dá grande goiabeira que repousava no alto de uma colina – eu costumava a subir nela quando criança. Você deveria ver a vista lá de cima, é estonteante.

Então Niall arregaçou os punhos da camiseta azul mar que vestia e começou a escalar a árvore.

- Mas o que você está fazendo? – gritei – Pode acabar caindo! – ele nem me ouviu, continuou até chegar ao topo. Assim que o fez, olhou diretamente nos meus olhos e sorriu. Alguns segundos depois saltou do galho e falou tranquilamente:

- Você tem razão, a vista é linda lá de cima – fiquei em duvida, será que falava de mim ou da paisagem? Achei melhor esquecer e continuar o passeio.

- Venha, tem outro lugar que quero te mostrar – acenei com a mão para que me acompanhasse. Descemos pelo outro lado da pequena colina verdejante até chegar a uma área de lazer, mas lá só se encontravam dois balanços antigos, eles não aparentavam boa forma, mas continuavam sólidos.

- Essa é a minha parte favorita do parque, – expliquei sentando no balanço – as pessoas não gostam de descer a colina por isso ela fica escondida e sempre calma. – acrescentei o fitando, temendo sua impressão de mim - Eu gosto de vir aqui quando estou confusa- Niall caminhou lentamente e se estabeleceu ao meu lado.

- É um bom lugar para pensar – pela primeira vez desde que saímos lacunas silenciosas surgiram entre nós. Então ele me olhou com um sorriso maroto e me desafiou – Aposto que posso ir mais longe que você.

- Há – bufei – só nos seus sonhos irlandês - Começamos a tomar impulso indo cada vez mais alto.

- Vamos contar até três – sugeriu Niall. Eu empurrava meu peso para frente com a maior força possível. Olhei para ele e iniciamos a contagem.

- Um – dissemos juntos – dois, três! – gritamos em uníssono.

O único problema é que fomos tão alto que acabamos escapando do acento e por alguns segundos pendemos no ar, como se flutuássemos, parecia que o tempo havia congelado. Mas logo a gravidade tratou de nos acordar. Niall caiu de costas na grama quente e eu, depois de alguns segundos, sobre ele.

Não conseguíamos parar de rir, tanto que ficamos minutos lá simplesmente vivendo o momento. Sai de cima dele e virei meu olhar em direção ao céu, na mesma posição de Niall. O tempo que passamos lá observando as nuvens e conversando não pode ser medido, estávamos tão imersos nas coisas ditas um pelo outro que nem percebemos o entardecer passar.

Fiquei surpresa ao ouvir o meu celular tocar. Assim que o atendi vi que haviam se passado quatro horas desde que havíamos saído da casa de Tatiane.  

- Alô – atendi.

- Safire, seus tutores estão muito irritados. Eles não param de perguntar seu paradeiro. O que eu falo? – tinha me esquecido completamente deles, mas pensado bem era compreensível à preocupação de Patrick e Elizabeth. Não os dava noticias há três dias.

- Diga a eles que eu sai – fiquei aliviada por a língua nativa do Brasil ser português – e não te contei aonde fui. Inventa que tivemos uma briga e eu sai depressa.

- Ta – eu pude perceber a duvida em sua voz.

- Tati, vai dar certo. Se sentir que está sem escapatória fale a verdade. Não quero que se encrenque por mim.

- Mas... –não deixei que ela continuasse

- Faça isso, por favor – ouvi um longo suspiro do outro lado da linha.

- O.K. Tchau

- Tchau – me despedi e logo desliguei o celular me voltando a Niall novamente.

- Safire – ele começou meio nervoso – eu sou muito grato pelo que você fez. Por isso eu e o pessoal, sabe nós queremos convidar você para passar uma semana com a gente em Londres - Nunca fiquei tão surpresa em toda a minha vida. Passar uma semana com o one direction em Londres? Sim, mil vezes sim.  Era um sonho se tornando realidade – Então o que você me diz? – acentuou ele

- Claro – eu gritei muito alto, com toda a certeza metade do parque deve ter escutado o que não fazia diferença já que só nós estávamos lá.

- Ótimo – exclamou ele animado – eu vou falar para o pessoal a novidade. E pedir para nosso agente fazer reserva no hotel – Niall olhou sobre o ombro – Melhor nós irmos.

No caminho de volta, ele me contou como eu adoraria ir para a Inglaterra. Pulava como nunca, parecia ser capaz de voar pelo tanto de felicidade que expunha. Combinamos que o automóvel particular passaria em frente à casa de Tati para me buscar no dia seguinte. O avião era, segundo ele, particular então não seria necessário que comprássemos passagens.

Me arrependi um pouco por ter aceitado o convite. Sim era uma honra, mas decidir da noite para o dia ir á Inglaterra me pareceu uma sandice.

Paramos em frente à porta e ele se despediu com um aceno de mão.

- Até amanhã – virou e saiu enquanto eu prestava atenção na bela vista que suas calças apertadas e brancas me possibilitavam de ter.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Once Upon A Time...one Direction And Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.