Once Upon A Time...one Direction And Me escrita por Skye Ledger


Capítulo 3
Capítulo 3- Up all night




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Assim que terminei minha conversa com Tatiane me dirigi de volta a encontro dos garotos, eles tinham conseguido a água e agora conversavam sobre esquilos. Tati tinha me recomendando um lugar no centro, uma boate que todo o tipo de gente ia, como eu nunca frequentei ambientes que não fossem bibliotecas, exposições ou o meu quarto não tive escolha além de aceitar. Ela também me ajudaria a me desvencilhar dos meus tutores, não sabia como, mas ela ia. Respirei fundo, não acreditava no que estava prestes a fazer.

– Pessoal - chamei atenção deles - tem um lugar legal no centro, querem ir lá? - eles começaram a se empolgar e disseram para que eu os encontrasse na recepção do hotel Grande avenida em duas horas, para que tivéssemos tempo de nos arrumar.

Voltei para casa de Tatiane, lá ela me preparou com sua delicadeza habitual. Mostrou-me suas roupas e pediu que escolhesse a que mais me agradasse, quando peguei a calça jeans e a blusa preta escrita " Where is my cat?" ela fixou seus olhos em mim de um modo que parecia me desprezar.

– Você não vai usar isso - afirmou arrancando o traje de minhas mãos. Colocou sua cabeça dentro do grande armário que ocupava metade do quarto procurando algo com rapidez - Achei! - ela segurava algo pequeno em suas mãos. Abriu suas dobras e estendeu em minha frente uma faixa azul marinho com glitter prata - Como eu sou a melhor amiga que alguém pode querer vou lhe emprestar minha saia da sorte, com ela todos os garotos vão enlouquecer - também com aquele comprimento, ia ser difícil não me olharem.

– Eu não vou usar isso - falei sem o menor escrúpulo

– Mas por quê? - esbravejou ela. Arranquei o tecido de seu poder e esfreguei em sua cara.

– Isso não é uma saia - reclamei - é um cinto! - começamos a rir sem parar porque era verdade o que eu havia dito realmente aquilo não passava de uma tira de tecido.

No final decidimos que eu usaria a camiseta preta da qual tinha me apoderado antes - tive que insistir muito para que meu desejo fosse atendido - com um short, que em sua superfície existiam alguns rasgos propositais, uma jaqueta preta e um par de ankle boots. No inicio resisti severamente a ideia de vestir salto para sair, mas depois de me olhar no espelho com eles não tive como recusar a proposta. Tatiane me levou para o hotel e antes de eu sair do carro agarrou-me pelo braço e disse:

– Não desperdice essa oportunidade, pois ela é única - como se já não estivesse nervosa o suficiente ela ainda me diz isso? Um nó imenso tinha se formado em meu estômago.

O lugar em que o one direction estava hospedado era fascinante, o prédio deixava obvio pelas suas características arquitetônicas, que não pertencia a este século. A minha volta empregados e hospedes andavam de um lado para o outro apressados e atarefados sem nem notar a minha existência. Sentei em uma poltrona vermelha que parecia destoar com os tons de creme que tinha predominância no local.

Pela janela, notei que a presença do sol não passava de imperceptível, estava tão fraco que apenas manchas no céu deixavam em evidencia que havia estado lá.

Havia um grande tapete persa pendurado ao meu lado e por mais que eu não entendesse muito sobre tapeçaria sabia que aquele tinha sido bem caro.
Um dia atrás nem se quer imaginaria que conheceria Niall, Zayn, Louis, Harry e Liam. E agora lá estava eu sentada no saguão de um hotel luxuoso esperando para sair com o one direction.

Não se passaram nem cinco minutos que eles surgiram da porta do elevador, lindos como sempre.

– Vas happenin! - disse Zayn ao meu lado. Os outros também me cumprimentaram, mas então percebi que um deles não marcava a presença e era Niall - espero que não se importe, mas Niall não estava em clima de festim.

– Azar dele - anunciou Louis - se fosse eu estaria fazendo tudo para aproveitar á noite antes de levar uma bronca da Anna - quem era Anna? Será a Amiga? Namorada? Não suportava imagina-lo com outra garota. Mas não poderia perguntar algo tão pessoal a eles, nem os conhecia direito.

– Gente - comecei - o lugar aonde vamos é um clube digamos - pensei no que Tati havia me contado - diferente.

– Nossa quanto mistério - brincou Harry

– Estou começando a achar que ela vai nos sequestrar - comentou Liam. Eu ri e como reposta falei bem humorada.

– Proposta tentadora, mas sustentar quatro garotos famintos requer muito esforço que não estou disposta a oferecer. Seguimos até o carro e estranhamente não vi fotografo algum.

– Que estranho - comentei depois de ter entrado no carro particular alugado deles - imaginei que na frente do hotel fossem ter milhares de paparazzi - o automóvel em que eu estava com toda a certeza não era um carro, parecia uma limusine só que menor. Os bancos eram de coro azul e havia um teto solar que nos mostrava o ambiente exterior em relance. Zayn sentou ao meu lado - ele tinha um cheiro muito bom, uma combinação esdrúxula de aromas tropicais com algo mais salgado, será que estivera na praia?

– É que nós implantamos uma afirmação falsa - informou Harry. Percebendo pela minha expressão que eu não fazia a menor ideia do que ele falava me explicou - de vez em quando mandamos alguém espalhar um rumor sobre estarmos em outro lugar para podermos aproveitar alguns dias de folga.

– No caso quisemos visitar o Brasil para poder explorar antes de voltar daqui a alguns meses para o show - acrescentou Zayn.

– Normalmente quando as pessoas sabem que estamos em algum lugar fica difícil até ir ao banheiro em paz - comentou Louis enquanto entrava no automóvel.

– Mas - balbuciei, logo Liam me interrompeu em tom risonho

– Lá vem ela com o mas de novo - corei um pouco, pois eles estavam rindo de mim. Achei melhor encerrar o assunto mesmo ainda tendo muitas perguntas.

– O que é aquilo – apontaram todos no mesmo instante para um balcão de frutas enquanto esperávamos o sinal abrir. A fruta para qual apontavam era oval, seu tom vinho meio amarelado demonstrava que ainda não chegara ao seu ponto de maturação.

– Wow - exclamei surpresa - vocês nunca viu uma manga antes?

– Uma o que? - dessa vez todos falaram ao mesmo tempo.

– Manga - repeti dando gargalhadas - é uma fruta deliciosa que temos aqui no país, principalmente na Bahia.

– Ahh - responderam juntos, o que me fez ter um ataque de risos.

– Vocês sempre respondem todos juntos? - indaguei. E novamente suas vozes em uníssono responderam

– Não -entoaram. Os fitei como quem duvida de algo.

O resto da viagem foi tranquila, os garotos me questionaram sobre minha família, hobbies e coisas do tipo. Ao fim do percurso todos eles já sabiam inclusive o meu sabor de sorvete favorito - e eu o deles.

Na frente do lugar havia uma fila de espera, eu sabia que a boate estaria concentrada de gente, por isso eu havia me prevenido. Falei para os membros presentes do one direction me acompanharem e quando o segurança com massa corporal acima da média me abordou eu disse na tentativa de parecer calma.

– Sou eu, Tatiane Bernadette - o homem me olhou com desprezo me deixando revoltada, enfiei a mão na jaqueta e joguei nele o cartão de Tati que a tornava ou melhor me tornava VIP

– Srta. Bernadette - iniciou com o arrependimento - me desculpe, eu não quis menospreza-la...

– Esquece - atravessei sua fala - pode nos deixar entrar agora? - ele nos guiou até uma corda vermelha presa a pilares dourados levantou a e estendeu o braço para mostrar que o caminho estava liberado.

Eu seria eternamente grata a Tatiane que se arriscou muito me emprestando seu cartão VIP de preço extremamente alto e grande importância social, além também me ter acolhido e ajudado a escapar de meus tutores. Ela sempre teve tudo com facilidade, quando pedia algo aos pais conseguia e de alguma forma, da qual desconhecia, esse fator não a mudava, nunca foi mimada como as patricinhas de Beverly hills.

Uma imponente porta preta estava fixada no chão a minha frente, fleches coloridos de luz escapavam pelos vãos e a musica podia ser facilmente escutada. " Se o som jà pode ser ouvido a esta distancia com as portas fechadas imagine dentro". Não tive muito tempo para pensar, pois Louis estava impaciente. Sem esperar mais empurrou a maçaneta com força e entrou.

Segui seus paços como se ele que conhecesse o lugar e não eu.

As pessoas se moviam no ritmo da musica, ela tinha uma potencia incrível que chegava a quase estourar meus tímpanos. As roupas que vestiam estavam sujas de respingos de tinta fosforescente. Alguns, como o homem que saltava em meio à multidão na pista de dança, estavam totalmente recobertos, não me surpreenderia se pudessem ser capitados por um satélite.

–Nossa- exclamou Zayn - isso é muito legal.

Caminhamos entre as pessoas e logo entendi o porquê de eu nunca ter frequentado aquele lugar antes. Gente que eu nuca virá antes passavam suas mãos insistentemente em meu corpo, chagando a quase apalpar lugares indecentes. Irritadiça como iniciei a ficar, quase esbofeteei Harry quando me tocou no ombro.

– Onde fica o banheiro? - disse contorcendo a boca - esqueci-me de ir antes de sair.

Droga.

Eu nunca tinha ido lá, como saberia onde ficava o maldito banheiro? Para minha sorte Liam interviu em som bisonho.

–Não consegue enxergar Harold? Ou só está querendo importuna-la? - bateu gentilmente nas costas de Harry e apontou para a placa brilhante do outro lado. Nela estava desenhado um homem simples e azul, o habitual indicador usado para separar os toaletes. Ele andou contornando as massas de pessoas e entrou.


Nessa mesma hora me deparei com um grande balde de tinta cujo portador raquítico e maquiado, deixava a entender que trabalhava lá. Então surgiu uma ideia em minha cabeça. Caminhei em direção do homem e perguntei:

– Quanto você quer pelo balde? - quase gritava na tentativa de poder ser ouvida. O estranho levantou os olhos e me fitou de maneira vazia, como seu eu fosse só mais um personagem naquela grande piada que ele parecia viver.

– Não precisa pagar - respondeu baixo, praticamente jogou o recipiente em mim. Com as mãos hesitantes segurei o balde e mergulhei meus dedos em seu conteúdo encharcando os.

Em dias normais eu não faria aquilo. Na realidade nem pensaria. Mas como eu já tinha passado de medrosa fugitiva das inusitadas experiências da vida para corajosa rebelde que salvara Niall Horan, não pensei duas vezes.

–Louis – berrei. Quando ele virou seu semblante em minha direção lancei meu braço nele sujando sua camiseta e rosto de verde vibrante.

Por um momento nada foi dito, mas logo esse silencio foi quebrado pelos risos dos garotos e de Louis que não parecia ressentido. Correram até alcançarem outros baldes de tinta e então começamos a jogar um nos outros. Escondíamos-nos atrás das pessoas e esquivávamos das investidas que cada um dava. Harry não tardou a aparecer, logo que nos viu não perdeu tempo em arranjar tinta e entrar na brincadeira.

No final de quarenta minutos nos sentamos exaustos sobre cadeiras prateadas modernas ao redor de uma mesa do mesmo estilo. Pedimos bebidas e ficamos conversando horas e horas sobre assuntos que variavam de surfe para fans e seus feitos mais lunáticos.

Harry não parava de cantar e olhar os glúteos das garotas que passavam. Com toda certeza enlouqueceria se fosse para alguma praia do Rio de Janeiro.

O tempo passou tão rápido que quando menos percebi já eram três da manhã. O motorista ainda nos esperava quando saímos. Dei meu endereço - na verdade o de Tati - e quando o carro parou na frente da minha casa Louis me segurou e chacoalhou loucamente enquanto os meninos soltavam rizinhos.

– O que você está fazendo? – indaguei

– Ora - exclamou me lançando um olhar zombeteiro – me despedindo. Abracei cada um deles, que falaram empolgados o quanto haviam se divertido, mesmo assim voltei tristonha com os passos arrastados, pois sabia que provavelmente nunca mais os veria e não teria oportunidade de conhecer Niall.

Sentei nas escadas sujando as levemente de tinta. Apoiei minha cabeça nos joelhos e tentei imaginar como seria minha vida depois desse encontro.


Começaria a faculdade e a terminaria, casaria com um medico, faria doutorado, seria bem sucedida, garantiria minha aposentadoria...

Mas era aquilo mesmo que eu desejava? Não, era o que meus tutores queriam. Isso me tornaria infeliz, só que eu não tinha outra ideia do que poderia fazer de minha vida. Entrei na casa cautelosamente ainda pensando no rumo que viria a tomaria e durante horas revirei-me na cama imaginado a vida maçante que teria dali em diante.

Mal sabia eu o quanto estava enganada.






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