Liam POV's

Estava na sala procurando algo de interessante para ver na TV mas os programas se limitavam a aqueles filmes bem clichês e eu não estava com cabeça para isso.

–É lógico que Mario é melhor, o melhor de todos os tempos. -Louis falou, descendo as escadas na frente do Niall.

–Pac Man ganha. É o melhor jogo já inventado. -Niall argumentava.

–Liam! -Os dois me gritaram quando me viram.

–Qual o melhor? -Louis perguntou, se jogando ao meu lado no sofá.

–São dois clássicos, não tem como decidir!

–É lógico que tem! Vamos ver isso agora. -Niall se levantou e ligou o vídeo game pegou os controles e se sentou ao nosso lado.

Em uma das paredes da sala, a que a TV se encontrava, é de vidro, de modo que temos uma vista perfeita de grande parte da cidade. Mas graças a mania nem um pouco normal do Harry de andar só de cueca pela casa, pedimos para colocar insul-film, assim a gente podia ver a cidade e eles não poderiam ver a gente.

Estávamos sentados no sofá em frente a grande parede de vidro. Louis e eu estávamos jogando Mario e o Niall resmungava alguma coisa como:

'Jogo Idiota.'

Ri e voltei a me concentrar no jogo, estava perdendo, e feio, Louis era mesmo viciado.

–Lembram da Bia? -Perguntei, tentando pegar todas as moedas sem que as tartarugas me pegassem.

–An? -Niall perguntou levantando a cabeça.

–Aquela minha amiga, que eu falava dela o tempo todo.

–Como não lembrar, sua vida se resumia a ela... Era Bia no café da manha, Bia no almoço, Bia até dormindo. E quando não era Bia, are Bianca, que por incrível que pareça era a mesma pessoa! -Louis falou com ironia, e quando olhou para mim começou a rir.

–Sem exagero, ok?

–Haha, tá, que que tem ela?

–A gente se encontrou! Ela veio aqui pra casa e vimos um filme...

–E?! -Niall perguntou tomando o controle da minha mão.

–Nada. -Eu disse me deitando no tapete e fechando os olhos.

–Começou agora termina. -Louis falou, chutando a almofada que apoiava minha cabeça.

Me sentei e olhei pra eles, Louis segurava o controle com força e olhava fixamente para a tela da TV, Niall agia como se fosse o próprio Mario, pulando no sofá quando pulava no jogo.

Já fazia quase dois anos que nos conhecíamos e eu acho que poderia contar pra eles.

–Eu acho que eu tô afim dela...

Eles continuaram jogando, como se não tivessem ouvido nenhuma palavra.

–Cara fala sério, vão me ignorar mesmo? -Perguntei pegando duas almofadas que estavam jogadas no chão. Eles continuaram jogando, então peguei as almofadas e joguei neles com toda a força, fazendo eles serem atacados pelas tartarugas e perderem suas últimas vidas.

–Fala sério, não acredito que você me fez perder. -Louis olhava indignado da TV para mim.

–Te amo pra sempre Liam! Joga CHATO. -Niall falou rindo. -Mas como é que é o lance com a Bia ai?

–Ah, sei lá, a gente já ficou quando a gente era pequeno, e eu sentia que rolava um clima quando a gente tava junto, ai a gente se separou, ela foi viver a vida dela e eu a minha, e ai a gente se encontrou, e foi como se o tempo não tivesse passado sabe? Tudo que eu sentia por ela voltou... Mas ai vem a questão principal. EU TÔ NAMORANDO. -Falei me deitando no tapeta novamente.

–E?! -Niall perguntou de novo, desta vez deitado no sofá. Aquilo já estava me irritando.

–Como assim e?! -Perguntei me sentando novamente.

–Cara tudo bem que você tá namorando, mas pensa, isso não te impede de ver e conversar com outras garotas. -Era verdade, mas eu não tinha certeza se queria apenas ver e conversar com a Bia.

–É mesmo... -Tive que concordar pois tudo que eu dissesse eles poderiam usar para mostrar que eu estou errado. Eu sabia que seria assim, e não ia argumentar porque eles sempre me fazem mudar de ideia.

–Porque você não vai ver ela? -Louis perguntou.

–An?

–É, ela não tá morando aqui em Londres? Vai ver ela...

É mesmo. Não tinha pensado nisso ainda. Ela tinha deixado o número, eu poderia ligar, ou mandar uma mensagem, ir na casa dela, a gente podia conversar e acertar as coisas.

–Oh, Liam, e ai, você vai ver ela? -Louis perguntou me tirando dos meus pensamentos.

–Ué, vou!

–É, mas já tá a noite e bebe não pode sair a noite! -Niall falou fazendo cafuné no meu cabelo. -Senta aqui que eu vou te mostrar o que é jogo de verdade! -Ele colocou Pac Man, me entregou um controle, Louis ficou sentado ao nosso lado criticando o jogo o tempo todo, dizendo o quanto era ridículo comer umas bolinhas e fugir de uns fantasmas. Mas passamos boa parte da noite ali, jogando e comendo besteiras.

Zayn POV's

Resolvi dar uma volta, ia comprar sorvete, alimentar o vício do Niall, e aproveitar para ver se tinha alguma revista falando alguma coisa da gente. Alguns artistas não gostam de ver materias sobre eles mesmos, eu pelo contrário, sempre gostei de ver o que falavam sobre a gente, e gostava de rir de alguns absurdos que inventavam.

Passei na banca de revista, éramos capa de uma revista de adolescentes, com uma entrevista que o Lueh tinha dado há algum tempo. Não reparei muita coisa, pois logo as fãs começaram a aparecer e para evitar tumulto entrei de volta pro carro. Parei em um mercado para comprar sorvete e sinto meu celular vibrar no bolso.

1 Nova mensagem Ana Griffin

Abri a mensagem:

Preciso de alguém pra conversar... A gente pode se encontrar?

Pode ser estranho, mas desde o dia do piquenique a gente se aproximou mais. Ela deve ter pego meu numero com a Becky e a gente ficou conversando a noite, pedi desculpas por ter sido tão idiota e ela pediu por ter pirado. Então acho que dava para entender porque ele queria conversar comigo. Respondi:

Estou passando ai na porta, me espera ai em baixo.

Estava no mercado que ficava a duas quadras da casa delas, comprei o sorvete, peguei um pacote de colheres descartáveis, que tinham que substituir as de aço, e fui em direção ao prédio dela.

Fiquei esperando por pouco tempo, em menos de cinco minutos ela desceu. Tinha um sorriso triste no rosto.

Acenei e ela me viu, entrou no carro e acelerei, indo em frente.

–O que aconteceu? -Perguntei me virando para ela.

–Uma pessoa que eu pensei que nunca mais fosse ver voltou... -Ela respondeu olhando para fora do carro.

–Sorvete? -Perguntei indicando a sacola entre os bancos.

Ela riu e destampou a lata, pagou uma colher de plástico e olhou pra mim.

–Sério?

–Eram as únicas. -Respondi rindo.

–Ok, ok, eu te perdoo. -Ela riu mais uma vez. Sua risada era gostosa, é daquelas que te contagiam e mesmo você estando mal te dá vontade de rir.

Liguei o rádio e estava tocando What Makes You Beautiful, ela deu um gritinho e começou a cantar junto. Sorri e fui indo em direção a um lugar que sempre gostava de ir quando estava em Londres.

Harry POV's

Era oito e vinte e cinco e eu já estava na porta da casa dela, esperando. Harry Edward Styles, o que aconteceu com você? Não sei, de verdade eu não sei o que aconteceu, sei lá, o Harry normal resolveu tirar férias e veio um Harry... Romântico em seu lugar?! É tudo meio novo pra mim, sou meio acostumado a ter o que eu quero fácil, e isso inclui as garotas, mas agora eu queria só uma, e ela tinha acabado de aparecer.

Acenei do outro lado da rua e ela abriu um sorriso quando me viu e veio andando em minha direção.

–Boa noite!

–Boa noite! -Ela entrou no carro.

Me curvei depositando um selinho em seus lábios e ela sorriu, com aquele sorriso doce. Como eu o amava.
–Então, pronta para a melhor sessão de cinema da sua vida? – perguntei sorrindo e dando partida.
–E como você sabe que vai ser a melhor? –Ela perguntou rindo.
–Becky, minha linda, você tá acompanhada de Harry Styles. Não tem como não ser a melhor. –Eu respondi rindo da minha própria brincadeira. Eu estava mesmo brincando, mas eu gostaria, na verdade, que meu nome a impressionasse tanto quanto fazia com as outras garotas e isso não parecia acontecer. Era como se eu fosse só o Harry. Só um cara que ela, por acaso, conheceu no aeroporto e teve chance de reencontrar. Eu sabia que de alguma forma eu era importante pra ela, mas não como o cara famoso. Eu só era...importante.
–Ser humilde nunca foi feio, Harry. –Ela respondeu também rindo.
–E eu não sei disso? Eu sou o exemplo mais clássico de humildade, veja o Zayn, não pode ver um espelho. E ele parece o cara daquele desenho, como se chama mesmo? Ah, eu sou o máximo. “Eu sou Zayn Malik, sou Zayn Malik” - Imitei o Zayn como uma voz gay e colocando a mão na cintura e aí sim, Becky riu. Como nunca havia rido perto de mim e aquilo me fez rir junto.
As risadas ainda se seguiram por um longo tempo e aquilo havia se tornado divertido. Tudo era motivo para que nós déssemos risadas ou inventássemos uma piada sobre qualquer coisa suficientemente idiota. O caminho pareceu menor do que realmente era e quando chegamos à porta do pequeno shopping ao ar livre eu procurei qualquer vaga mais próxima para que seguíssemos até o cinema. Manobrei depressa ali e sai do carro correndo para abrir a porta pra ela, a ajudei a sair dali como um “madame” e um sorriso divertido pelos lábios. Ela sorriu junto, novamente. A apoiei contra o carro e sorri quando pude encarar seus olhos debaixo para cima:
–Você é linda, Rebecca. Uma das garotas mais lindas que eu já vi, sabia? Senão a mais bonita! –Eu não pude deixar de sorrir quando as bochechas dela ficaram absurdamente rosadas. Segurei a lateral de seu rosto gentilmente e a beijei devagar, dando ritmo aos nossos lábios depois. Uma de minhas mãos já estava em sua nuca, a trazendo para junto de mim enquanto a outra aproveitava para fazer caricias em sua cintura e colocar as mãos, sem querer, para debaixo da blusa dela.

–Ei, Styles! –Ela disse separando nossos lábios sem deixar de sorrir e retirando minha mão de debaixo da sua blusa. Eu não disse nada sobre aquilo.
–É melhor irmos. A sessão já tá pra começar. –Eu disse sorrindo e sem deixa-la se mover. Encarei seus olhos com um sorriso torto e deixei um selinho nos lábios dela, me afastando em seguida e segurando sua mão direita para guia-la até o cinema.
Fomos o caminho todo discutindo sobre que filme assistiríamos e sobre comer pipoca com ou sem manteiga:
–Qual é, não importa se tem manteiga ou não o importante é ser pipoca de cinema! –ela disse.
–Do que diabos você tá falando, garota? Pipoca sem manteiga não é nada! –Fiz careta quando paramos em frente à bomboniere.
–Deixa de ser gordo, Harold. –Ela disse segurando meu rosto com as mãos.
–Eu? Gordo? –Dei uma risada debochada. –Você sabe com quem está falando, Rebecca? Com o cara mais lindo e gostoso do mundo!
–Você tá de brincadeira né! –ela riu da mesma forma debochada.
–Então você não acha? –Perguntei indignado. Ela me encarou mordendo os lábios e abriu o maior de seus sorrisos antes de responder.
–Você nunca vai saber! –Ela respondeu me deixando perplexo. E antes mesmo que eu pudesse revidar ela já havia pedido um combo com dois refrigerantes grandes e M&M’s.
–Tá muito espertinha, Dona Becky! –Eu disse retirando a carteira do bolso.
–O que você tá fazendo? Tá louco? –Ela bateu na mão em que segurava a carteira.
–O que? Do que você tá falando? Não tá achando mesmo que eu vou te deixar pagar alguma coisa, né? –Eu disse.
–Mas você já pagou as entradas! –Ela disse rápido.
–Não me importa! Quem convidou você para vir ao cinema? Você já escolheu o que vamos comer e agora vai ter que me deixar pagar, é o mínimo. –Entreguei o dinheiro para atendente.
–Você não é Harry Styles? –A atendente me perguntou.
–Ahn, sou. –Respondi inseguro.
–É ele mesmo. –Ela respondeu para outra garota detrás do balcão. –Será que você podia dar um autografo pra ela? –Ela perguntou me entregando uma caneta e o verso de uma comanda já usada.
–Claro, claro. Sem problemas. –Sorri e escrevi algumas palavras completando com uma assinatura meio troncha. Estava feito.
–Muito obrigada, tá? –Ela agradeceu e a outra moça sorriu em minha direção.
–Obrigado vocês! –Eu disse e olhei para o lado, Becky já não estava ali. Olhei em volta e a vi perto da catraca que dava acesso as salas do cinema, a vi colocar um monte de pipocas na boca e sorrir em minha direção. Caminhei a passos largos até onde ela estava e sem dizer mais nada seguimos para dentro da sala. –Onde quer sentar? –perguntei.
–Mas atrás, eu prefiro. –Ela disse e assim o fizemos. Nos acomodamos no fundo e admito, eu nem mesmo sabia o nome daquele filme ou do que se tratava, mas eu estava ali. Com ela. Jogando conversa fora e fazendo guerra de pipoca, dividindo um pacote de M&M’s e de vez em quando, eu consegui lhe roubar um beijo. Ou um selinho. E aquilo me deixava bem. Me deixava tranquilo e de certa forma, completo. Eu talvez estivesse mesmo apaixonado por ela, e se tivesse uma chance e de repente percebesse que não estava, eu ainda teria chances de me apaixonar. Me apaixonaria por ela todos os dias. E faria o melhor para que ela sentisse o mesmo, para que ela não tivesse vergonha ao dizer “este é o meu namorado.” Eu queria ser o cara certo para ela. Ser o Harry que eu sempre havia sido. Ela fazia as coisas parecerem normais para mim e aquilo não era algo negativo, era reconfortante. Mesmo que eu quisesse impressioná-la a qualquer custo.