Passaram-se um mês, desde que cheguei a Nova Jersey. Devo admitir que minha vida aqui melhorou bastante. Aproximei-me mais de Frank, e também de Ray e Bob. Nossa amizade era divertida, e sabíamos que podíamos contar uns com os outros.

– Então, vocês pegam suas coisas e vão pra minha casa, ok? – Frank falou animado. Os pais dele iriam voltar pra casa no outro dia, então, o menor nos chamou para dormir lá.

– Certo. – Nós três falamos juntos.

Chegando em casa, minha mãe estava sentada no sofá, assistindo televisão.

– Oi mãe! – Falamos eu e Mikey.

– Oi meus amores! Como foi o dia de vocês?

Mikey foi contar a minha mãe, o que havia acontecido com ele na escola. Eu apenas respondi um “legal” e subi para meu quarto.

Tomei um banho bastante demorado, arrumei-me, peguei minhas coisas, me despedi de mamãe e Mikey, e saí.

– Gee! – Frank sorriu animado.

– Olá Franks! Os meninos já chegaram?

– Como se você não soubesse como eles são... Já chegaram sim. – Ele riu me dando espaço para entrar.

Entrei e encontrei-os jogados no sofá, dormindo. Para parecerem ainda mais vagabundos, Ray estava de boca aberta e Bob deitado de bruço. Frank me cutucou e quando me virei pra ele, o menor tinha um olhar e sorriso malicioso. Entendi o recado. Entreguei minhas coisas a Frank, ele correu para colocá-las no seu quarto, e voltou com algumas coisas.

Fiquei com o pote de mel, e Frank com a vassoura. Joguei todo o mel na boca do Ray, enquanto o outro colocava o cabo da vassoura nas nádegas de Bob.

Acordaram na mesma hora, em um pulo só.

– Finalmente acordaram. Achei que as princesas vieram pra minha casa, apenas pra dormir.

– Filhas da puta, vocês me pagam.

– Ah, calem a boca. – Falei, me jogando no sofá.

Passamos a tarde inteira jogando todos os jogos de Frank, até nos cansarmos e irmos pedir uma pizza.

– A melhor pizza do universo! – Ray repetia isso e comia desesperadamente.

– Oh meu Deus! Bob você ta lambendo a pizza?!

– É. Quer um pouco, Fran?

– Você é nojento. – Fiz uma cara estranha, e ganhei um riso baixo de Frank.

– CALEM A BOCA CARALHO! – A palmeira gritou absurdamente alto.

Olhamos surpresos para Ray, e quando ele abriu a boca, aquele arroto mais barulhento que um apito foi revelado.

Saímos da mesa, rindo dele, e xingando-o de todas as maneiras possíveis.

Caminhamos até o quarto de Frank para assistir qualquer filme de terror. Não deu nem metade do filme, e todos exceto eu, estavam dormindo.

Levantei, fui até a cozinha, pegue um copo d’água e sentei-me na mesa, bebericando de pouco em pouco o líquido.

– Sem sono, Way?