Seguimos o caminho de casa, conversando coisas aleatórias. Meu irmão estava animado com a nova escola, e pelo visto, amigos ele já tinha feito. Era adorável a maneira de como Mikey fazia amigos.

Algum tempo depois, senti meu cabelo ser puxado, me fazendo virar rapidamente. E encontrei dois patetas rindo de mim.

- Sua cara foi a melhor! – A palmeira falou entre risos.

- Não! Você tinha que ver a sua viradinha sensual! – Bob também falava entre risos.

- Bem legal ver os dois patetas se divertirem puxando o cabelo dos outros. Definitivamente, vocês não resistem ao charme do Gerard Way. Fazem brincadeirinhas só pra ver minhas caras e bocas.

- Precisamos discutir sobre essa paixão louca que sentimos por você. – Ray não parava de rir.

- To fora. Mas o que fazem por aqui, patetas?

- Infelizmente, eu e Ray moramos perto. 

Viramos os quatro na mesma rua.

- E acho que infelizmente, moro perto de vocês também.

- Pensa no lado bom... Podemos puxar seu cabelo todo dia.

- Vão embora patetas. Até mais! – Eu ri, e acenei para os meninos.

Finalmente, cheguei em casa.

- Já fez amigos também, Gee?

- Acho que sim... – Fiz uma cara estranha, e ri baixo.

Entramos em casa logo encontrando minha avó na cozinha. Eu e Mikey corremos até ela, abraçando-a. Helena era extraordinária, sempre me motivou a tudo. Sou muito grato por ter ela como avó.

- Vovó, Mikey, vou sair com o Frank hoje. Não sei quando volto. Qualquer coisa, eu ligo, ok? Vou me arrumar, até depois! – Corri para meu quarto.

Tomei um banho, podendo me relaxar do dia de hoje. Procurei qualquer roupa legal, desci as escadas e saí.

O caminho ao Starbucks não foi tão longo. Chegando lá, encontrei Frank já sentado em uma mesa distante das outras. Caminhei até o menor, que olhava pelo vidro, o movimento da cidade.

- Ei pequeno! – Sentei-me em uma cadeira, deixando-me de frente para Frank.

- Oi Gee! – Frank sorriu, corando em seguida. – Tudo bem?

- Tudo sim, e você?

- Também... Gerard, já sabe como vai fazer o trabalho? Sabe, continuo achando injusto todo mundo ter três pessoas em um grupo, e você sozinho.

- Ah, não. Ta tudo bem. Eu gosto de artes, sabe? Minha matéria preferida, então... Já sei encaminhar as coisas, eu acho. E você? Já sabe como fazer?

- Não sei... Eu e os meninos não somos tão bons nisso...

- Se precisarem de ajuda...

- Obrigado... – Frank riu tímido, e eu não pude deixar de rir baixo também – Então? Vamos pedir alguma coisa?

- Ah, claro.

Fizemos os nossos pedidos e então, conversávamos sobre diversas coisas. Podemos nos conhecer mais e saber de nossas histórias. Quem via, pensava que eu e ele éramos amigos de muito tempo, quando não fazia nem uma semana que nos conhecíamos.

- Meu Deus, Gee! Já está tarde! É melhor irmos logo...

Eu ri baixo. Era lindo o menor me chamando assim.

- Te levo em casa. – Frank disse decidido.

- Não precisa Frankie. E vai ser perigoso você voltar sozinho...

- Não vai adiantar discutir, eu te levo e ponto.

- Ma...

- Vamos logo, Gee.

Seguimos quietos o caminho e algumas vezes comentávamos algo.

- Você mora aqui?

- Longe demais da sua casa, não é? Espera só um pouco, peço à minha avó para nos levar até sua casa, e nem precisamos discutir.

- Não, Gee... – Frank riu. – Minha casa é logo depois dessa rua.

- Sério? – Levantei uma sobrancelha.

- Sim! Então... Até mais, Way.

- Até mais, Iero.

Rimos juntos e o menor partiu. Mas como não consegui deixá-lo ir sozinho, segui Frank até virar a rua e finalmente chegar a sua casa.

Felizmente, ele não ouviu sequer, um barulhinho meu.

Voltei pra casa, ainda rindo pelo que fiz.