That Was A Quite Show escrita por mai_peace


Capítulo 6
Give Your Heart a Break


Notas iniciais do capítulo

A música está totalmente dentro do contexto do capítulo, em uma visão, não romântica.
Continuem lendo, comentando e façam qualquer sugestão, críticas são sempre bem vindas!



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Quinn saiu caminhando pelo corredor da escola, após ter sido abandonada por uma Rachel chorosa que saiu correndo atrás do amor da sua vida, após ver ele obviamente confundir tudo e acreditar que ela de alguma forma, poderia estar com outro alguém, além dele.

Ela estava enfurecida por dentro. Finn havia feito toda aquela estúpida encenação, para nada. Ele havia desenterrado algo que estava escondido há anos. Um estúpido erro do seu passado, que ela e Rachel pareciam já ter esquecido.

Ela se dirigiu para o banheiro, onde somente algumas líderes de torcidas estavam terminando de se trocar e saíam. Por alguns segundos, ela foi examinada de cima abaixo pela maioria delas.

Quinn Fabray, uma lenda, que fora derrotada, por si mesma.

Elas saíram e Quinn entrou em uma das divisórias e encostou as mãos na porta, após abandonar as muletas com certa dificuldade.

Tudo o que ela havia tentando acertar, para não cometer erros e ser invejada, desejada, o exemplo que ela jamais pudera ser como Lucy. Agora ela se via ali naquele banheiro... Quinn Fabray, ela era uma versão completamente piorada de Lucy Fabray.

Um faca parecia rasgar o seu peito furiosamente, fazendo com que ela tivesse dificuldade de respirar e ela desferiu um soco na porta, intuitivamente tentando descarregar a fúria de seu peito. Mas não era fúria, era dor, era mágoa e raiva, dela mesma, de Finn e de Rachel.

Como eles podiam ser tão egoístas, a ponto de a usarem assim em seu relacionamento? A obrigando a assistir aquela performance emocionada e completamente ridícula, logo depois abandonando ela em cima do palco, como se ela jamais estivesse estado ali.

Quinn sequer se deu conta quando as primeiras lágrimas começaram a correr de seu rosto, e ela começou a desferir mais socos na porta, não havia ninguém na escola e ninguém poderia ouvir. Ela só queria que aquela dor se dissipasse.

Tentando, por anos, erro após erro, ser perfeita e aceita. Não importava o quanto ela tentasse, ela sempre falhava e ela sentia uma dor descomunal dentro de si mesma, que ela não havia sentido desde o primeiro dia que voltou para sua casa após entregar Beth para a adoção.

Aquele sentimento de perda, ao acordar no meio da noite e caminhar institivamente para o quarto vazio ao lado que fora de sua irmã, com o qual ela secretamente sonhou por diversas vezes ser de sua filha e se deparar com o vazio. Sua família, lhe reprovava, seu pai sequer falava com ela e sentada no quarto, ao lado da cama, ela chorou, porque ela queria poder acordar no meio da noite com o choro da sua filha e ser uma mãe, não perfeita, mas apenas poder amar quem ela sabia que a amaria mais do que todos no mundo.

Socos começaram a ser desferidos na porta, com mais força dessa vez, assim como as lágrimas rolavam pelo seu rosto de uma maneira mais furiosa. Beth, não estava naquele quarto e Rachel não estava com ela no banheiro, muito provavelmente, ela estaria arranjando uma nova maneira de se humilhar para Finn para que eles pudessem ter sua vida perfeita, como se nada houvesse acontecido.

–Hey! Você tá presa ai dentro?

Quinn ouviu uma voz masculina do lado de fora do banheiro. Provavelmente alguém que havia escutado seus socos e acreditava que ela estava tentando sair do banheiro.

–Na verdade, sim. A porta acabou de ficar emperrada e eu estava começando a entrar em desespero. - Disse dando um riso suave ao final, enquanto tentava rapidamente limpar as lágrimas de seu rosto, sem muito sucesso.

Chandler analisou do outro lado da porta e checou como poderia ajudar a garota que estava presa.

–Você acha que ajuda se eu puxar ela para que você possa tentar desenroscar? - gritou ele, ajustando as mãos na parte de baixo da porta.

–Sim. Nós podemos tentar isso. - respondeu Quinn e assim que inutilmente o garoto puxou a porta, Quinn abriu o trinco e ele acabou tropeçando e Quinn perdeu o controle, quase caindo, sendo amparada pelo garoto no chão.

–Você está bem? - perguntou ele, com o corpo da garota debruçado fortemente contra o seu, ele olhou para os olhos vermelhos e retirou uma mecha de cabelo loiro grudado abaixo do olho dela.

–Eu preciso levantar daqui. - disse, já prevendo o próximo passo do garoto, que ela sequer conhecia.

–Eu não vou te beijar, se é com isso que você está preocupada. - disse Chandler, ajudando os dois a levantarem e sorrindo, deixando a HBIC com as bochechas rosadas.

–Então, devo supor que você é gay. - disse ela, provocando uma gargalhada alta no garoto.

–Quer dizer que você não pode cair sobre um garoto, com olhos vermelhos que obviamente demonstram que você estava chorando, sem ele querer te beijar?

Ela caminhou até o espelho e consertou um último vestígio da sua maquiagem borrada. E levantou uma sobrancelha e colocando uma mão na sua cintura, Chandler caminhou até ela e Quinn não pode negar que ele era realmente charmoso e parecia ser um verdadeiro cavalheiro.

Chandler segurou o queixo dela e olhou para os olhos amendoados dela.

–Eu posso te beijar agora se você quiser... - o garoto se inclinou em sua direção e ela desviou, se separando dele.

–Devo supor que isso é um não. - Chandler deu uma nova gargalhada com a afirmação da ex-cheerleader.

–Por que não falamos sobre o motivo pelo qual você estava chorando, ao invés da minha sexualidade? - perguntou ele.

–Eu nem sei seu nome, e eu não estava chorando. - respondeu duramente, arrumando a alça de sua bolsa e se preparando para sair com a ajuda de suas duas muletas. Chandler se colocou ao lado dela e entregou seu braço, para que ela usasse um deles de apoio, Quinn observou por alguns segundos e resolveu ceder, se apoiando no desconhecido.

–Aliás, meu nome é Chandler. - se apresentou, enquanto caminhava pelo corredor com Quinn, um braço servindo de suporte para ela e o outro segurando a sua muleta.

–Quinn Fabray. - respondeu a HBIC, agora com uma postura menos dura.

–Eu definitivamente sei quem você é. Você ainda vai usar elas por muito tempo? - perguntou curioso, acenando com a muleta que estava em sua mão.

–Não. Daqui uma semana eu poderei trocar por uma bengala. - Quinn ainda não conhecia aquele garoto, ela sequer o havia notado durante esta semana, mesmo que ela devesse já que ele era agora o garoto mais bonito daquela escola, mas de alguma forma ele passava um tipo de confiança e bem estar para ela.

–Você pode pegar uma daquelas com uma caveira em cima, ou algo do gênero, o que iria combinar bastante com essa sua pose carrancuda. - disse ele rindo e fazendo a HBIC revirar os olhos.

–Eu não tinha te visto antes aqui na escola.

–Porque eu estava muito ocupado, tentando arranjar uma forma impactante de conhecer a garota mais bonita dessa escola. - o sotaque saiu, de sua garganta, um pouco mais rouco do que ela havia ouvido anteriormente e ela podia dizer que ele estava sendo galante.

–Bem... Você definitivamente esperou o momento certo. - falou timidamente. Chandler olhou para ela e esboçou um sorriso.

–Você precisa de carona? - perguntou.

–Eu não quero te causar mais problemas...

–Não é nenhum problema, vai ser um prazer te levar até em casa.

Chandler ajudou Quinn a entrar em seu carro, abrindo a porta para que ela entrasse e os dois saíram em direção à casa dos Fabray’s.

–A propósito, você estava certa, - disse ele – eu sou gay. Mas como pude notar, essa escola não é exatamente “gay -pro” e eu acharia adorável que você não contasse por ai.

Quinn riu com a forma como ele pronunciou a última frase, parecendo zombar do fato de que ele tinha que explicar que aquilo era um segredo, mas de certo modo ela também riu de alívio, em saber que ele não iria tentar beijá-la quando eles chegassem em sua casa.

–Mas você deve saber disso, porque se meu gaydar continua funcionando, eu posso dizer que você também não é hétero. - disse ele, olhando de forma presunçosa para a loira ao seu lado, que desviou o olhar para a janela ao seu lado.

Chandler riu com a forma como o corpo dela ficou tenso ao seu lado após ele falar isso.

–Desculpa, eu não sabia que você estava no closet

–Você não pode sair por ai falando que as pessoas estão no closet. - interrompeu Quinn.

–Você tem razão, eu não quis ser invasivo, eu só tenho um ego tão grande quanto o seu e muita sinceridade. Não são muitas as garotas heterossexuais que caem sobre um cara como eu e não ficam sem graça, ou tentam flertar comigo em seguida. - disse, soando realmente arrependido pela forma com que havia falado com ela.

–Eu devo imaginar, - Quinn mexeu na barra do seu vestido, tentando livrar o incômodo do seu corpo –Sinto muito, eu apenas... É, complicado viver em uma cidade pequena e com uma família religiosa, eu não sinto que posso me dar ao direito de sair falando sobre isso com desconhecidos, sem que a minha família fique sabendo de alguma forma. - explicou constrangida.

Chandler parou o carro em um cruzamento e olhou de relance para Quinn podendo notar que apesar do nervosismo aparente, a conversa entre eles estava fluindo naturalmente.

–Você é do Glee Club não é? Então, acho que nos vemos amanhã, quando eu fizer o meu teste para entrar. - disse ele sorrindo e pegando a mão da menina entre as suas, acariciando ela com o polegar.

–Você canta!? Quantas surpresas mais você tem escondidas ai? - brincou ela, agora muito mais relaxada do que antes, - Bem, obrigada pela ajuda. Eu não entendo porque você está sendo tão simpático e legal comigo mas...

–Eu me mudei pra cá há pouco tempo, e onde eu vivia, eu não estava preocupado em me esconder dentro de um closet porque as pessoas podiam me julgar ou falar coisas sobre mim. Eu me sinto como você parece estar se sentindo aqui, preso, monitorando todos os meus passos e sendo impedido de ser eu mesmo, tenso e travado o tempo todo.

Quinn continuou olhando para o menino, enquanto ele parecia desabafar, se permitindo encontrar um pouco dela naquelas palavras também.

–Eu preciso de um amigo,- concluiu ele –Alguém com quem eu possa me libertar um pouco. Eu entendo se você se sentir incomodada...

Quinn interrompeu o monólogo de Chandler, acariciando a mão dele agora, com a sua outra mão.

–Está tudo bem. Eu realmente entendo.

O rádio começou a tocar uma música e ele soltou a mão dela, para poder aumentar o volume e trocar a marcha do carro, começando a cantar acompanhando a batida da música.

The day I first met you

You told me you'd never fall in love

But now that I get you

I know fear is what it really was…

Quinn reconheceu a música e começou a cantá-la acompanhando a voz dele e tendo certeza, que ele iria se juntar ao Glee Club.

Now here we are, so close, yet so far

Haven't I passed the test.

When will you realize...

Eles riram enquanto cantavam os versos e deram mais ênfase na última frase, como a cantora fazia originalmente na canção antes de iniciar o refrão.

Baby im not like the rest

Don't wanna break your heart

Wanna give your heart a break

I know you're scared is wrong

Like you might make a mistake

Theres just one life to live

And theres no time to waste (to waste)

So let me give your heart a break, give your heart a break

Let me give your heart a break , your heart a break…

As duas vozes entravam em sincronia perfeita e os dois permaneceram assim durante todo o caminho, rindo sobre coisas banais e cantarolando algumas músicas no rádio, e ele a fazia sentir como ela se sentia quando estava com Santana, Brittany, sem freios e sem fingimento ou qualquer segredo, sem quaisquer preocupação com um mau julgamento.


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