Lilian entrou no quarto, ficou parada só olhando, não podia acreditar que aquele homem deitado na cama ligado a tantos aparelhos era seu pai, o homem forte que ela conhecia. Ela começou a se aproximar devagar, era tudo tão silencioso exceto pelo bip de um aparelho.

Ela chegou perto da cama, não sabia o que fazer, ela se sentia muito culpada por tudo aquilo, com um certo receio ela pegou a mão de Grissom, percebeu que a mão dele estava bem quente, ela não sabia se aquilo era normal, mas ela imaginava que era bom.

LG: Pai... pode me ouvir? - ela estava com a voz tremula e rouca.

Grissom estava acordado, ela não sabia onde mas estava, e ele podia sentir o toque dela, sua mão gelada na dele, ele podia ouvir sua voz, podia até ouvir o som de sua respiração, que ele ouvia com muita frequencia quando ela era bem pequenininha, pena que ela não lembrava disso agora, ele queria poder falar com ela, responder ao seu chamado, mas ele não conseguia.

LG: Eu... eu vim aqui pai... eu. - ela tentava encontrar as palavras, estava segurando o choro, ela não queria chorar. - Eu vim aqui pra dizer que eu amo você. - ela não cnseguiu mais segurar, então começou a chorar, chorar tudo aquilo que estava acumulado dentro dela a tanto tempo, chorar toda a magoa, toda a decepção, toda a dor que ela estava sentindo naquele momento, todo o medo que ela tinha de perder seu pai.

Ela pegou a mão dele e encostou no rosto dela. Gil sabia que ela estava chorando, ele podia sentir as lagrimas quentes na mão dele, ele queria poder consola-la.

LG: Eu estou com medo papai... medo de perder você, eu preciso de você, eu tenho que pedir tantas desculpas, o tempo que eu fiquei longe de você foi o pior de toda a minha vida, eu sempre quis que você estivesse comigo, agora eu sei como você se sente, agora eu intendo que você só queria me proteger, aprendi tudo isso depois que fui mãe, mas eu não queria admitir pra mim mesma que eu havia entendido, era tão mais facil ignorar tudo, fingir ser forte, fingir ser fria... mas eu acabei magoando as pessoas que eu mais amava, com essa minha sede de vingança. - ela tentava parar de chorar sem sucesso. - Eu sinto tanto pai... queria tanto poder voltar no tempo.

Ela se aproximou e deu um beijo em Grissom.

LG: Você precisa ficar bem... eu preciso pedir desculpas olhando nos seus olhos, eu preciso ouvir você me chamar de princesa, eu preciso de você papai, preciso de você mais do quetudo, por favor fica comigo, por favor... não me deixe. - ela dizia tudo em um tom bem baixo que somente Grissom podia ouvir. - Por favor lute por mim, pela Sara, pelos meninos, pela Laura que é uma menina muito linda e vai precisar muito de você tambem, lute pela sua neta que vai adorar ter você como avô, lute pela nossa familia csi papai, eles tambem precisam de você, eu sei que você vai conseguir, eu acredito em você, dizem que o super-homem é o herói, mas para mim o meu herói é você, você sempre esteve la para me levantar quando eu caia, sempre me abraçava quando eu tinha medo, sempre segurou minha mão e secou minhas lagrimas, eu queria que você pudesse seca-las agora.... me.... me  perdoe por tudo. – ela chorava muito, não conseguia mais falar.

A enfermeira abriu a porta e disse que o tempo de visitas tinha acabado. Lilian secou as lagrimas, mas elas continuavam caindo, ela deu um beijo na mão de Grissom e a colocou aao lado do corpo dele. Caminhou até a porta, ela não tinha certeza se ele havia ouvido o que ela disse, mas ela estava torcendo para isso.

LG: Eu te amo. - disse ela em um tom mais alto. Mas o que ela não sabia era que Grissom queria poder dizer eu tambem.

Os dias foram passando, Grissom ainda não havia apresentado nenhum sinal dizendo se ele iria acordar ou não, ele não estava mais logado a tantos aparelhos, o medico disse que não havia necessidade, Lilian ia ao hospital todos os dias, ela ja havia levado a Sarinha lá, dizendo que o Grissom era uma pessoa muito especial e que ele com certeza seria o melhor vô do mundo, Sarinha de alguma forma ja o amava e rezava todos os dias pela recuperação dele. Grissom nunca ficava sozinho, sempre tinha algume com ele ou Sara, ou Lilian, ou os seus filhos, ou o pessoal do laboratorio, ele se sentia bem, mas sempre frustrado por não conseguir reagir, mas ele iria tentar, tentar até que não existisse mais forças dentro dele.

Lilian decidiu que já estava na hora de falar com Sara sobre quem era o pai dela, e ela ia fazer isso naquele dia ensolarado de terça-feira.

Lili foi com Sarinha para uma pracinha perto de casa, elas conversavam, e as vezes até riam.

LG- Sarinha, sente-se.  - a menina obedeceu. -  Sarinha você sabe que eu te amo não é. - ela

sentou ao lado da filha e falou seria.

SG- Sim. - respondeu ela percebendo que Lili queria dizer alguma coisa.

LG- Eu te ensinei que mentir é feio. - Sarinha concordou com a cabeça meio confusa. - Mas  as vezes é necessário, para o nosso bem.

SG- Mamãe o que você quer dizer?

LG- Lembra quando você me perguntou do seu pai, e a mamãe falou que ele estava morto? Na verdade ele estava morto, mas no meu coração, só no meu coração, Sarinha seu pai me decepcionou muito,  eu falei que ele estava morto para você não ser rejeitada por ser filha de mãe solteira mais ele esta vivo! - ela observava sua filha.

SG- Papai esta vivo? - ela parecia confusa. - Mas por que você mentiu para mim? Por que ele nunca me procurou?

LG- Ele nunca soube que teve uma filha, até eu voltar para Las Vegas ele não sabia, eu tive medo que você quisesse conhece-lo, e filhos de mãe solteira são sempre discriminados, por favor me perdoe meu amor!

SG- Claro que sim mamãe. - disse ela docemente. -  Mas s eu nunca vou perdoar ele,  por ele ter magoado você! - ela ficou seria.

LG- Não diga isso, não faz bem, e seu pai quer conhecer você, ele te ama.

SG- Eu não tenho pai!

LG- Meu amor você tem e ele te ama, e quer muito conhecer você melhor.

SG- Me conhecer melhor? Eu já conheço ele? - ela estava muito confusa.

LG- Si... sim! É o Greg Sanders, o homem que você conheceu aquele dia na criminalistica.

SG- Eu sei quem ele é, e não posso acreditar que ele é meu pai. Foi por isso não é, por isso ele estava me tratando daquele jeito naquele dia.

LG- Ele não sabia naquele tempo que você era filha dele, mas ele descobriu, ele iria descobrir de qualquer jeito atráves do seu DNA, então antes que isso acontecesse eu decidi contar, queria que ele soubesse por mim. Você precisa dar uma chance a ele minha filha, o que aconteceu entre eu e ele não importa, ele nunca vai deixar de ser seu pai, de uma chance a ele, deixe ele ser feliz e fazer você feliz minha filha, você sempre quis um pai, agora você finalmente o encontrou, não desperdisse esta chance, não jogue tudo para o alto como eu fiz. - Lili ja engolia o choro.

SG: Tudo bem mamãe, eu prometo tentar.

LIlian sorriu, ela quria muito que agora finalmente desse tudo certo. Seu celular começou a tocar, ela viu pelo visor que era Sara.

Ligação on:

LG: Oi Sara, esta tudo bem? - perguntou ela preocupada.

SS: Lilian tenho uma noticia maravilhosa pra você.