PARTE ll

Rosalie Cullen

Percorri todo o caminho indicado pelo mapa desenhado por Alice, o qual me levaria em direção ao bar. Ela se encarregou de deixar uma pequena mensagem super carinhosa: ”Procure por Jane. Ela saberá o que devemos fazer para irmos até o outro lado.”

Alice se esqueceu de deixar um beijo no final. Que falta de consideração.

Para resumir, eu estava em uma missão às cegas, dirigindo um Lamborghini, provavelmente roubada por Emmett. Entretanto, era o único carro disponível na garagem da cabana em que infelizmente fiquei hospedada.

As dobras dos dedos de Cory estavam brancas devido à força que ele agarrava-se no banco do carro, mesmo que estivesse usando cinto de segurança. Passei a toda velocidade na faixa de pedestre, impedindo que uma senhora atravessasse. Não havia tempo a perder.

– Vamos repassar o plano. – Comecei a falar, sentindo-me um pouco tonta. – Tenho que ir até o maldito bar com o objetivo de encontrar uma menina chamada de Jane, que supostamente saberá como atravessar a fronteira para chegarmos ao outro lado. No caso, o mundo mágico dos mundos de fadas. Ridículo, eu sei. – Acrescentei, com os cabelos ao vento. – Depois, vamos encontrar Alice e Bella na festa, porque supostamente a vaca da Irina me fez tomar algo que me levará a morte. Estou premiada!

Contornei uma curva rapidamente e por esguelha, observei os olhos arregalados do duende. Ele apenas concordou com a cabeça.

Para ser sincera, Cory se mostrou um duende muito paciente o tempo inteiro. Principalmente quando tirei algumas horas para tingir meu cabelo de loiro, muito parecido com sua cor natural. De maneira alguma alguém me encontraria com uma mecha de cabelo branco.

Completando meu visual, optei por um vestido de seda sem alças, de um tom de rosa claro cuja cauda fazia-me sentir uma verdadeira princesa, até porque rainhas são velhas demais. Os brincos longos revestidos de pedras prateadas e meu cabelo longo solto completavam o visual.

– Fui clara? – Pedi.

– Sim. – Ele respondeu rapidamente. – Ficarei no carro o tempo todo, apenas observando. Se você gritar, saberei que será preciso te socorrer.

– Ótimo. Até porque... – Cory parou de falar no momento em passei a toda velocidade pela sinaleira, indicando a cor vermelha. – Não queremos que você corra com esse par de saltos alto. Irá desgastar.

– Meu querido... Estou calçando Prada.

Sorri.

***

Eu estava sentada na mesa do bar, beliscando um prato de batatas fritas.

Não me importei em engordar. Afinal, se fosse para morrer, que fosse de barriga cheia e com um belo par de sapatos.

Eu realmente não sabia o que fazer. Tal fato contribuiu para aumentar minha fome e atormentar minha cabeça com pensamentos negativos. Minha vontade foi de arrancar o par de silicones falsos de Irina, ou o aplique falso nos cabelos.

Senti que algo estava muito errado. Porém, fiz questão de ignorar o pressentimento. Simplesmente nada estava fazendo sentido, uma vez que Alice solicitou que uma humana executasse um plano de tamanha importância.

Qual é Rose, o que você não é capaz de fazer? Pensei comigo mesma, um tanto orgulhosa.

Varri o local com os olhos, encontrando todo o tipo de pessoas. Praticamente todas as mulheres trajavam vestidos curtos, como se estivessem implorando para serem notadas. Desconfiei de que algumas fossem garotas de programa. Entretanto, não encontrei um homem que não estivesse vestindo um terno. Todos deixavam transparecer que pertenciam a uma classe realmente importante.

Ficar esperando não me adiantaria em nada. Por essa razão, levantei do meu lugar, desfilando até o balcão que serviam as bebidas. Confesso que joguei alguns olhares ousados presunçosos para alguns homens que me olhavam. Espantei Emmett da minha cabeça assim que tentei compará-los a ele.

Por alguns segundos, ouvi um zumbido e minha visão escureceu. Por sorte, agarrei-me no balcão e assim que levantei a cabeça, encarei o barman.

Seus olhos eram castanhos, o que lhe atribuía um belo de um contraste para o rosto perfeitamente alinhado. Infelizmente, seu cabelo exibia fios de um tom de vermelho chamativo. Argh.

– O quê você quer para beber? – Ele perguntou rapidamente.

Recompondo-me, soltei uma risada baixa, exposto meu sorriso travesso.

– Depende do que você tem para me oferecer. – Devolvi.

Ele riu baixinho, mostrando seu sorriso com os dentes perfeitamente alinhados. Os olhos azuis me rondaram de cima a baixo.

– É só pedir. – Ele cruzou os braços.

– Qual seu nome? – Perguntei, com um tom de voz sedutor.

– Adam. – Respondeu, passando a mão pelo cabelo.

– Então, Adam. – Tentando controlar minhas mãos que insistiam em tremer, cruzei os braços e pousei os cotovelos no balcão, praticamente esfregando meu decote no seu rosto. – Procuro por Jane.

Sua expressão vacilou por alguns segundos, mas ele rapidamente repôs o sorriso safado no rosto. Engoliu em seco, abaixando o tom de voz.

– Jane não é boa companhia. – Ele avisou, aproximando os lábios dos meus.

Agradeci mentalmente por Alice me recrutar para uma missão suicida. Rapidamente, pensei nos momentos em que encontrei Bella sofrendo por culpa de meu irmão. Valia a pena o risco.

– Eu também não. – Sorri ironicamente.

Adam estava pronto para responder. Porém, seus olhos se arregalaram para algo por de trás de meus ombros e imediatamente, segui seu olhar, pronta para soltar a voz ou usar minhas habilidades de proteção. Ou seja, torcer para que fosse um homem. Assim, eu poderia dar um belo chute com meu par de Pradas no meio de suas pernas.

Na minha frente, encontrei uma menina de estatura baixa, cujo par de olhos azuis claros contornados com delineador, avaliavam-me com certa diversão. A pele branca e o cabelo loiro liso completavam o seu visual de menininha inocente. Ela estava usando um vestido prateado, e um belo par de saltos alto da Gucci. Pelo menos ela tinha um bom gosto.

– Você deve estar me procurando. – Ela disse. Céus, sua voz me lembrava a de uma criança de cinco anos. – Meu nome é Jane.

Que maravilha. Pensei ironicamente.

Devolvi o sorriso mais forçado da história e fiz questão de lançar um olhar de superioridade para ela.

Inesperadamente, Jane colocou-se ao meu lado e pousou seus olhos no rosto de Adam, que por sua vez, pareceu instantaneamente maravilhado com a presença dela.

– Um uísque. – Jane solicitou rispidamente.

Adam imediatamente saiu da nossa frente, praticamente correndo em direção as prateleiras preenchidas por filas e mais filas de garrafas com bebidas.

– Então, Rosalie. – Ela sorriu diabolicamente. – Veio a minha procura pelo fato de estar morrendo?

Não respondi, encarando-a.

– Bem, acho importante te avisar que faço parte dos membros do conselho. – Jane sorriu.

Seria uma longa conversa.