A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Demorei e acho que com esse capitulo, vou recompensar muito vocês.
Boa leitura!



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Jasper me fitava lívido, a espera de minha resposta.

A todo instante, eu me amaldiçoava mentalmente por não ter jogado aquela coisa nojenta em um lugar bastante afastado da mansão e não no lixo, onde os empregados certamente encontrariam. E pelo visto, um deles tinha encontrado.

- Estou esperando. – Jasper cruzou os braços em cima do seu peito, com as sobrancelhas erguidas.

A idéia de mentir para Jasper parecia realmente tentadora. Uma parte de mim, dizia-me para contar toda a verdade, seria mais fácil e no final minha consciência não pesaria.  Outra, dizia-me totalmente o contrário: Minta, esse é o único jeito de manter sua irmã viva. O momento parecia congelado aos meus olhos, só que eu sabia pelo barulho do ponteiro do grande relógio localizado em algum lugar do cômodo, que os minutos se passavam. Sabia que mentir era errado. Mas essa parte de mim – grande parte – sabia que eu estava sendo apenas mais uma peça no jogo do assassino, que tudo que essa pessoa esperava era observar-me mentindo para todas as pessoas ao meu redor.

Ao pensar que eu estava sendo praticamente domada e mandada por alguém, tomei a decisão de contar toda a verdade a Jasper. Eu não poderia perdê-lo por culpa de minhas mentiras. Ele podia me ajudar.

- Se não vai me contar, vou chamar Alice e resolveremos isso. – E ao ameaçar furioso, Jasper me deu as costas.

Saindo de meu estado de estupor, dei longos passos em sua direção e consegui alcançar seu braço em uma tentativa de fazê-lo parar e olhar para mim.

- Vou te contar tudo. – Foi tudo que precisei dizer para atrair sua atenção além de meu gesto. – Antes, jogue isso lá fora e volte. – Indiquei com a cabeça o rato morto, caído no chão - Vou contar.

- Promete? – Pediu, analisando meu rosto.

- Prometo. – Tentei soar o mais convincente possível.

Cautelosamente e com movimentos ágeis, Jasper pegou o saco de lixo e recolheu todo o conteúdo nojento. Assim que ele abriu a porta da frente e saiu, corri para o sofá e me sentei lá, com as pernas cruzadas.

Se não fosse pelo fato de minhas unhas estarem cheias de terra, eu as roeria. Em vez disso, fiquei balançando minhas pernas enquanto a arma pesava em meu bolso. Será que contaria a respeito da arma para ele? É claro que contaria todo o resto a ele, isso era impossível de evitar.

Apenas conte toda a verdade, ele pode te ajudar. Apenas conte toda a verdade, ele pode te ajudar. Essas palavras ficavam se repetindo em minha mente, assim como as de meu pai antes de morrer: “Alice, você pode confiar nela sempre. Edward, ele é a porta para sua morte, minha filha, se afaste dele!”

Meu pai deveria estar muito decepcionado comigo neste exato momento.

Assim que ouvi o barulho da porta sendo aberta novamente, quase pulei do sofá e encontrei Jasper, já vindo em minha direção.

Não demorou muito para que ele se colocasse ao meu lado. Jasper deu de ombros e esperou que eu começasse a falar calmamente. O sentimento de confiança que sempre tinha quando estava ao lado dele despertou dentro de mim e comecei falar tudo para ele.

- Tudo começou quando recebi um bilhete em minha antiga casa, que dava um claro aviso: Eu deveria me casar com Edward, ou meu pai morreria...

E assim foi. As horas foram se passando, as palavras foram saindo claramente de minha boca e uma vez ou outra meus olhos se enchiam de lágrimas, fiz de tudo para não deixar nenhuma cair.

Em todos os momentos, Jasper parecia super atento a tudo que eu dizia, como se pudesse gravar tudo em sua mente. Do começo ao fim, Jasper não me interrompeu uma vez.

Quando acabei de contar tudo para ele – tudo menos à parte em que encontrei a arma, principalmente a de que eu estava obtendo total controle sobre as rosas – senti um enorme alívio no peito.

Um silêncio esquisito se fez entre nós dois, até que ele finalmente me perguntou algo:

- Qual foi o último bilhete?

- Um que ameaçava contar a Rosalie que eu beijei Jacob.

- Você fez o quê?! – Perguntou surpreso, arregalando os olhos.

- Edward mereceu. – Defendi meu lado, sabendo que estava certa. – E não foi aquele beijo de cinema e sim algo complemente inocente.

Jasper logo desistiu da discussão e certamente evitou ao instinto de me chamar de louca ou coisa parecida. Ao invés disso, se focou totalmente em nosso assunto anterior.

- Quem quer que seja fazendo isso com você, está acompanhado cada passo seu. A possibilidade de estar escondido pelo terreno da mansão não deve ser descartada. – Ele analisou habilmente, só me senti mais culpada com o peso da arma em meu bolso.

- Deve ser alguém que está vivo há séculos, talvez seja a mesma coisa que você e Alice. – Disse, mas a possibilidade parecia remota.

- Não pode existir traidores entre nós. – Jasper revelou, coçando o queixo – O conselho saberia.

- Conselho? – Perguntei surpresa.

- Sim, um conselho. Antigos e poderosos, responsáveis por colocar eu e Alice no cargo de cuidar da história de vocês. Não sabia?

- Ninguém nunca me conta nada! – Concluí cheia de discórdia. Bufei.

- Olha quem fala. – Jasper analisou nossas situações, obviamente a minha pesava mais na balança.

- Ainda não descobriu nada sobre o ritual que o assassino fez comigo e com meu pai? – Perguntei rapidamente, tentando evitar colocar em discussão os segredos que tenho guardado comigo ultimamente.

- Não, já pesquisei por vários livros e ainda não encontrei nada.

Concordei com a cabeça, sentindo-me terrivelmente culpada pelo esforço que Jasper estava fazendo enquanto eu vivia cheia de segredos.

- Jasper. – O chamei, sabendo que estava ao meu lado. Algo simplesmente surgiu em minha cabeça, uma grande possibilidade – Você já pensou se em vez de ser um assassino, fosse uma assassina? Temos que levar isso em conta, também.

Ele olhou para mim como se aquilo fosse a coisa mais inteligente a ser dita.

- Claro, é uma ótima possibilidade. Só que como você mesma me disse e descreveu toda a cena que aconteceu com seu pai... Uma mulher teria força o suficiente para fazer tudo o que fez?

- Acho que sim... – Afinal, eu poderia muito bem ter aquela força, já que vivia no campo e...

Vivia no campo. Havia alguém que sempre viveu no campo comigo, que obviamente tinha a força de um homem pela vida difícil de trabalhadora. Alguém que facialmente descobria meus segredos, que sempre soube da maioria deles.

Jéssica.

Não... Não pode ser possível.

- Bella, está tudo bem? – Jasper pediu, cauteloso.

- Tudo ótimo. – Respondi apressadamente. Não podia ser Jéssica. Embora ela tenha se revelado uma vadia e uma completa traidora lá fora, eu não poderia colocar todas as suspeitas nela. Afinal, era difícil de imaginar Jéssica com uma assassina me perseguindo por séculos. A garota tinha medo de matar até um mosquito.

Olhei pela janela e encontrei a escuridão lá fora. O céu estava cheio de estrelas e me admirei com a rapidez que a noite caiu sobre o dia.

- Temos que contar para Alice.

Assim que ele falou aquelas palavras, olhei em sua direção esquecendo-me totalmente de meus propósitos.

- Envolver Alice nisso? Não acha que é gente demais sabendo? – Perguntei.

- Ela ficaria furiosa se ninguém contasse. – Observou.

- Jasper, só me dê um tempo. – Pedi, meu subconsciente estava praticamente me amaldiçoando por não ter inventado uma desculpa plausível. Aquela era a única vantagem que tive todo o tempo: Deixar Edward apaixonado por mim, para proteger Nessie. E agora Jasper sabia. Eles não estavam se preocupando com minha irmã como eu estava. – Acho perigoso demais... Alice saber. Por favor, apenas confie em mim.

Jasper ficou pensativo por certo tempo, até que finalmente respondeu.

- Vou lhe dar um tempo, só que não vou esconder isso por muito tempo dela. Quando eu sentir que está na hora de contar, vou até você e nós contamos. Combinado? – Propôs, e eu soube que aquela era a ultima oferta.

- Combinado. – Me apressei em concordar.

A porta da sala de visitas se abriu e de lá saiu Alice, saltitando.

- A janta está pronta e... – Alice parou de saltar assim que me viu. – O que você está fazendo ainda vestida feito uma porca imunda?!

Jasper riu pelo canto da boca, achando graça naquilo. Se talvez eu não estivesse sentindo culpa, ficaria super magoada. Só que a culpa falava mais alto que tudo em mim.

- Já vou pro banho, avise Nessie para me esperar. – Pedi, me levantando do sofá enquanto analisava Jasper, que transmitia o olhar da mais pura segurança.

- Claro. – Os dois concordaram.

Rapidamente, saí da sala de visitas e cheguei à sala de estar. Um estranho sentimento já familiar tomou conta de meu corpo e automaticamente parei. Lá, encontrei minha irmã assistindo seus desenhos animados... com Edward. Os dois nem se quer perceberam minha chegada ali. Fiquei um tempo os observando, atentos na TV.

Será que seria pedir demais ter os dois ao mesmo tempo? Não poderia uma maneira de tudo dar certo no final?

“Não”. A voz em meu subconsciente murmurou para mim.

Não quis estragar o momento dos dois, então subi as escadas de fininho. À caminho de meu quarto, parei na frente do de Edward e tentei abrir a porta, só que estava trancada. Droga, desse jeito jamais conseguiria pegar o diário dele! Afinal, qual poderia ser o segredo que tanto Edward esconde?

Piores que os meus, impossível.

Desistindo do plano de arrombar a porta, fui até meu quarto, tomei cuidado para não enroscar meus pés em nenhuma das várias sacolas de compra que estavam espalhadas pelo quarto e analisei o cômodo. Onde eu poderia esconder a arma?

No guarda roupa era praticamente o lugar mais óbvio, já que Alice poderia encontrar. No banheiro, impossível, a não ser que eu quisesse esconder a arma dentro da privada. Só havia um único lugar.

A longos passos, fui em direção de minha janela e fechei as cortinas. Rapidamente, tirei a arma de dentro do meu bolso e coloquei em baixo de meu colchão.

Só que no meio do gesto, meus olhos encontraram algo escrito no centro da arma. Aproximei a arma de meus olhos para que as letras ficassem visíveis. De inicio, pensei que fosse uma frase, só que quando finalmente consegui enxergar direito, identifiquei um nome: Samuel Meghan.

Quem poderia ser Samuel Meghan? E o que seu nome estava fazendo esculpido ali na arma?

Quem sabe poderia ser o dono da arma... E se eu o encontrasse? Será que ele ao menos estava vivo? Sem dúvida alguma, estava tudo se tornando muito difícil em minha vida.

Rapidamente, coloquei a arma em baixo de meu colchão. Ainda pensativa e confusa, levantei do chão. Suspirando, dei as costas para minha cama e entrei no banheiro.

Todo o tempo que tomei banho, até escolher a roupa e descer para jantar, fiquei pensando no preço que eu poderia pagar caso o assassino descobrisse que Jasper já sabia de toda a verdade. Será que era válido?  Afinal, qual eram as regras do jogo? E Jéssica, poderia mesmo estar em minha nova lista de suspeitos? E eu tinha uma lista de suspeitos agora?

Tantas perguntas. Nenhuma resposta.

Já na sala de jantar, encontrei todos na mesa. Edward estava na ponta, ele usava uma camisa preta que ficava apertada em seu peito largo, principalmente as mangas por culpa de sua musculatura nos braços. Seu braço direito já não estava mais enfaixado. Aqueles braços...

Não ousei olhar mais para abaixo de seu peito, e quando encontrei seus olhos, percebi que estavam focados demais no que eu estava vestindo. Depois do banho, decidi vestir uma simples calça-jeans junto com uma camisa cinza de manga longa.

O único lugar vago na mesa era o do lado de Edward. Meu plano em provocá-lo para que elcaísse na tentação e ficasse sem lua de mel, poderia ser colocado em ação. Não era que eu quisesse ficar sem uma lua de mel, ainda mais com aquele homem. Edward simplesmente precisava entender quem é que mandava.

Tudo bem Bella, agora esqueça todos os seus problemas e se foque no plano!

Deixando minha bunda o mais empinada possível, sabendo que os olhos de Edward estavam focados demais nela, me sentei na cadeira próxima dele e não demorei muito para me servir. Nessie comia um pedaço de frango, super esfomeada. Ela estava sentada entre Alice e Jasper.

Fazendo a maior cara de pau possível, aproximei minha perna direita da de Edward. A corrente elétrica que percorreu meu corpo foi aquecedora e boa. Aproveitando ainda mais a situação, eu a coloquei por cima de sua coxa. Ao olhar para as pessoas que estavam na mesa, percebi que todos estavam concentrados demais no que estavam comendo.

Pelo quanto do olho, analisei Edward e o encontrei mordendo os lábios, suas mãos estavam fechadas em punho por cima da mesa, uma em cada lado do prato.

- Bella, vá dormir cedo, porque amanha vou te acordar bem cedo. – Alice disse, tirando minha atenção da de Edward – Tenho que arrumá-la.

- Tudo bem, Alice. – Concordei, dando uma boa garfada no frango em meu prato.

Aproximei o máximo que pude minha perna direita para o meio das pernas de Edward, satisfeita ao sentir algo realmente grosso ali.

- Lá vai estar realmente frio, leve bastante casaco. – Avisou Jasper, cauteloso.

- Não sei, eu ando com muito calor ultimamente. – Suspirei. Não ousei olhar para o homem ao meu lado.

- Acho que posso apagar esse seu fogo. – Edward murmurou baixinho, fazendo todos olharem em sua direção.

- O que foi que disse? – Nessie perguntou, unindo as sobrancelhas.

Sabendo que estava obtendo total sucesso, levei minha mão para debaixo da mesa e a guiei em direção da barra da calça de Edward, agora brincando com o elástico da sua cueca.

- É Edward, o que foi que disse? – Perguntei, fazendo um belo teatrinho ali.

- Eu disse que lá você não vai sentir calor algum. Vai ser bastante frio. – Edward respondeu a minha provocação, sua voz estava trêmula.

Todos voltaram a prestar atenção em seus pratos de comida. A todo instante, eu esfregava minha perna na coxa de Edward, aproveitando todo o espaço disponível. Minha mão brincava com o elástico de sua cueca, ameaçando colocar minha mão mais afundo.

Deixando a comida de lado, encontrei uma tigela cheia de morangos localizada ao lado de Edward.

- Edward, você podia me alcançar um morango? – Pedi, sorridente.

- Claro. – Ele respondeu, engolindo em seco.

Com um movimento lento, Edward levou suas mãos até a tigela e já estava quase a pegando nas mãos quando o impedi.

- Não, apenas um. – Especifiquei, piscando meus olhos. 

Ele escolheu um morango um pouco grande e me alcançou.

Com toda a calma possível, peguei o morango de sua mão e o levei até meus lábios. Eu nunca tinha me lembrado de ter saboreado algo tão lentamente em minha vida. Às vezes eu chupava o morango, mordia e principalmente o rodeava em meus lábios, até que finalmente acabei e só restou a parte das folhinhas verdes. Eu sabia que a todo instante Edward me olhava pelo canto dos olhos.

Jurei que ouvi o estalar do cinto de Edward se afrouxando.

Com toda a coragem possível, olhei para Edward e o encontrei olhando para meus lábios, seu queixo estava caído e seus olhos denunciavam o mais puro desejo.

Eu sabia que poderia fazer muito mais, provocá-lo na medida do possível. O meu plano estava dando certo, já que eu sentia um monte incrivelmente duro toda vez que minha perna apertava bem o seu abdômen e o meio de suas pernas. Confesso que fiquei assustada com o tamanho, só que não ousei expressar traços de surpresa.  

- Já estou farta. – Anunciei, tirando minha perna de cima da coxa de Edward. Tomei todo o cuidado quando recolhi minha mão, para não tocar no seu abdômen. Aquele era um universo novo para mim, eu não sabia se estava pronta para aquele tipo de coisa.

- Nessie, vá colocar seu pijama. – Ordenei para minha irmã e ela saiu da mesa, obediente, agora correndo para seu quarto.

Alice e Jasper se levantaram e começaram a recolher os pratos. Não demorou muito para que os dois saíssem da sala de jantar, levando os pratos nas mãos. Lentamente, me levantei da cadeira, indo em direção da porta o mais rápido que podia.

Só que não fui rápida o suficiente para escapar de Edward.

Eu já estava na metade do caminho quando inesperadamente, as mãos de Edward apareceram em meu caminho, só dando tempo de encarar seu peito e quando vi, fiquei presa contra a mesa. Seus braços estavam ao meu redor. Olhei para seus lindos olhos dourados, me perdendo deles. Sua respiração estava pesada, nossos corpos afastados um centímetro longe do outro.

- Brincando com fogo, Bella? – Perguntou sedutoramente.

- Se me tocar, ficará sem lua de mel. – Ameacei, tentando controlar meu ritmo cardíaco. Seus lábios estavam muito próximos do meu, seus braços ao meu redor só tentaram minha vontade de tocá-los. Se eu pudesse, cederia a minha loucura e me entregaria ali mesmo para ele, na mesa.

Edward soltou um riso baixo, mostrando total indignação.

Ele aproximou seus lábios de meu ouvido, fazendo todo meu corpo se arrepiar quando senti sua respiração tão próxima de minha pele. Meus lábios estavam pertos demais de seu pescoço e tive que fechar meus olhos, para evitar cair na tentação. Tentei me afastar dele, só que eu sabia que se desse mais um passo para trás, ficaria sentada na mesa. Aquilo só iria piorar minha situação. Ao invés disso, apertei minhas mãos com toda a força que consegui na quina da mesa. Senti que poderia desabar a qualquer momento, já que minhas pernas estavam tremendo.

- Vou acabar com você na lua de mel. – Ameaçou.

Depois disso, ele se afastou violentamente de mim e saiu da sala de jantar.

Abri meus olhos e vi tudo embaçado, meu corpo enfraquecido. Puxei o máximo de ar possível para dentro de meus pulmões e depois o soltei lentamente. Tentei acalmar os batimentos desenfreados de meu coração.

Era incrível como a aproximação do corpo de Edward poderia me causar. Eu o queria, queria mais que tudo, principalmente naquele exato momento. Se pudesse, eu atravessaria a mansão inteira só para achá-lo, depois, o levaria para o quarto e lá faríamos tudo. Tudo era válido com ele.

Não sei quanto tempo fiquei ali, parada, esperando que meu corpo começasse a reagir normalmente. Quando senti minhas pernas fortes o suficiente, saí da sala de jantar, indo em direção ao meu quarto me arrumar para depois dormir. Amanhã seria um longo dia.

Demorou cerca de uns vinte minutos até colocar meu pijama, escovar meus dentes e arrumar Nessie na cama dela. Esta noite, resolvi dormir com ela.

Já deveria ser cerca de umas três horas da manhã quando eu ainda sentia falta de sono. As perguntas rodeavam minha cabeça, algumas delas eram incertezas se Jasper iria contar para Alice, ou se Jéssica poderia mesmo estar em minha nova lista de suspeitas.  

Só que das varias perguntas, somente uma ficava insistindo em retornar aos meus pensamentos, impedindo o sono de vir.

Quem era Samuel Meghan? E por que seu nome estava gravado na arma em que o assassino usou?

Desistindo totalmente de dormir, tomei a decisão de assistir TV na sala.

 Saí de fininho da cama de Nessie e tomei cuidado para não fazer muito barulho enquanto atravessei o quarto e principalmente ao fechar a porta.

Já descendo as escadas, ouvi o barulho da TV ligada e quanto mais me aproximava da sala de estar, mais meu corpo era tomado por uma onda de calafrios. Tive certo receio de quem poderia estar na sala àquela hora da madrugada.

Ao chegar na sala de estar, encontrei Edward. Ele estava esticado no sofá, com uma grande coberta o cobrindo até a cintura. De longe, pude ver seu abdômen super definido. Ao notar minha presença, ele olhou para mim.

- Perdeu o sono? – Perguntou, com um sorriso torto nos lábios.

Sabendo que não voltaria novamente até o quarto e que a melhor maneira de me sentir confortável era ao seu lado, resolvi dar uma chance... Para nós dois. Afinal, era noite e ninguém estava olhando.

- Posso me deitar com você? – Pedi, engolindo em seco ao notar que eu só estava usando meu baby-doll branco.

- Posso te tocar?

- Se não fizer nenhuma gracinha, pode.

Edward abriu seus braços e não demorou muito para que eu me deitasse ao seu lado, cobrindo-me até o pescoço com a coberta. Rapidamente, envolvi minhas mãos em sua cintura, sentindo o quanto sua pele era quente e confortável. Não demorou muito para que Edward me puxasse para mais perto.

Afundei minha cabeça em seu peito largo. Não notei que havia me deitado de costas para a TV. Ele era uma distração ainda maior que qualquer programa.

As mãos de Edward envolveram toda minha cintura e ele pousou seu queixo em meu cabelo. Ficamos naquela posição por um longo tempo, nenhum de nós disse nada.

Eu podia sentir os batimentos cardíacos de Edward. Seu peito estufava ainda mais assim que ele puxava o ar para dentro dos pulmões. Era tão bom poder desfrutar de tudo aquilo.

- Bella? – Ele chamou pelo meu nome, em um fio de voz. Sua voz grossa alcançou meus ouvidos e um tremor percorreu todo meu corpo.

- Sim?

- Está com sono?

Dada a circunstância, com ele tão próximo de mim, era difícil de sentir sono. Só que ali, me senti totalmente segurava e confortável, sem dúvida, ficaria para sempre daquele jeito.

Levei meu dedo até o seu peito e comecei a brincar de fazer círculos pela aquela região. Meus olhos fixavam-se em um ponto único, no meio da escuridão.

- Não. – Respondi, sentindo o cheiro de canela que emanava de sua pele.

- Hm. – Edward começou a acariciar minha cintura. Toda vez que sua mão larga tocava minha pele da qual não estava protegida pelo tecido de meu pijama, eu estremecia.

- E você? – Perguntei.

- Não.

Coloquei minhas pernas por cima das dele. Correspondendo ao toque, ele passou sua perna por cima da minha, conseguindo entrelaçar nossas pernas.

De alguma forma, dessa vez, não senti aquele desejo louco que senti toda vez que estávamos perto um do outro. Muito pelo contrario, senti algo estranho dentro de mim, totalmente desconhecido. Algo acolhedor e indecifrável. Meu coração tentava acompanhar as batidas do de Edward.

Cansando de fazer círculos pelo seu peito, pousei minha mão ali, começando a me sentir sonolenta.

Edward não parou nenhuma vez de acariciar minha cintura. Uma vez ou outra, ele acariciava minha barriga, meus braços, até que sua mão pousou em cima da minha. Como se fosse um gesto totalmente conhecido por nós dois e muito como, entrelaçamos nossos dedos.

Nesse momento, ele estava sendo totalmente gentil. Era incrível como nossos corpos e gestos correspondiam um ao outro, em uma sincronia perfeita.

- Edward? – Chamei seu nome.

- Sim? – Respondeu sonolento.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Se quiser ir lá para cima na cama comigo, a resposta é sim. – Ele finalmente soltou uma de suas piadinhas.

Pela primeira vez, eu ri com aquilo.

 Esperei até certo tempo para fazer minha pergunta, formulado-a perfeitamente em minha cabeça.

- Se você tivesse apenas uma escolha a fazer, o que você usaria para te guiar? – Tentei tirar todo o interesse de minha voz.

Edward demorou a responder e pareceu pensativo por um longo tempo.

- Acho que... meu coração. Se eu tivesse um. – Ele me surpreendeu com sua resposta – Pois somente ele poderá revelar o que eu sinto.

Se eu tivesse um. Aquilo só me fez ficar indignada com ele.

- Sei que tem um coração. – Falei, as palavras saindo de minha boca antes que eu pudesse impedir – Estou sentindo ele nesse exato momento. Não pode se tratar desse jeito, como se fosse um monstro.

- Eu sou um monstro. – Insistiu.

- Isso é o que você acha. É a imagem que você quer que as pessoas tenham de você. Sei que você tem um coração e principalmente sentimentos. – Engoli em seco antes de dizer as próximas palavras: - Você só tem que achar a pessoa certa que os desperte.

E então, ele não disse mais nada e muito menos eu.

Tentei ficar o mais quieta possível, esperando o sono vir. Ao invés de ficar pensando em todos meus problemas e principalmente quem era Samuel Maghan, me concentrei no ritmo cardíaco de Edward e principalmente em suas mãos nas minhas.

As horas estavam passando, faltava pouco para que eu assinasse o contrato em que confirmaria meu casamento com Edward. Depois, iríamos para o Alasca. Não sei se posso chamar de sexto sentido, só que eu não estava sentindo algo bom em relação ao Alasca. Como se algo muito ruim fosse acontecer lá. Deveria ser apenas besteira minha.

- Boa noite. – Murmurei, meus lábios tocando seu peito.

- Boa noite. – Respondeu, calmamente. – Se precisar, é só me acordar. Podemos aproveitar muito mais esse sofá.

Tentada com a idéia, apenas balancei minha cabeça e fechei meus olhos.

Eu sabia que teria que fazer minha escolha no final.

Será que eu poderia confiar em meu coração? E afinal, para que caminho ele me guiaria?

Uma única escolha. A escolha que mudaria tudo.

Finalmente, adormeci em seus braços.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Sim, o capítulo ficou um pouco grande, e espero que esteja do agradado de vocês pessoal. O que acharam dos momentos Beward?. Sei que vocês devem estar se perguntando: QUEM É SAMUEL MEGHAN, assim como a Bella. Não posso falar nada sobre quem é que ele é, ou coisa parecida, pois isso será desvendado no decorrer da fic. Vocês devem estar se perguntando também se a fic está no final, e para a felicidade de todos: Não, falta bastante para acabar! Pessoal, dessa vez demorei, já que tive três provas essa semana, me desculpem. Semana que vem, tento postar o mais rápido possível. AGRADEÇO A TODAS QUE ESTÃO COMENTANDO, VOCÊS ESTÃO SENDO INCRÍVEIS. Foi por isso mesmo que coloquei bastante cenas Beward na fic, já que estou recebendo tanto comentários. E pra quem não está comentando: TA FAZENDO OQUE? CORRE COMENTAR!!
Espero que estejam gostando da fic, e sim, NO PRÓXIMO CAPITULO, ELES VÃO PRO ALASCA. Aviso: Não coloquem muita roupa na bagagem, pois Bella e Edward vão esquentar as coisas por lá.
Obrigado e até a próxima!

Ruan.