Socorro! Minha Mãe Virou Funkeira. escrita por Ingrid Fonseca


Capítulo 9
Traição é traição.




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Parecia coisa de filme antigo, mas Victor e eu estávamos perseguindo Marina como Sherlock Holmes e Watson, nos escondendo a cada vez que ela olhava para trás.  

                Marina caminhou até uma praça movimentada com pista de skate e encontrou um grupo de pessoas, cumprimentou com beijos na bochecha e ficou conversando. Victor sentou-se no banco e eu ao lado dele tampando meu rosto com o jornal da cidade.

                - O que ela está fazendo, Watson? – Perguntei meio sussurrando.

                - Watson?

                - É, Watson do Sherlock Holmes... E o teu codinome. Agora me diga o que o coelho branco está fazendo?

                - Apenas conversando, Holmes.

                Eu dei uma risadinha.

                - E agora?

                - Ainda conversando.

                - E agora?

                - Ju... Holmes, ela apenas está conversando e pelo o que percebo ela vai ficar conversando por um bom tempo... Sherlock, acho que ela não tem nada de errado.

                - Todo mundo tem algo.

                - O fato dela te sido a amante já deve ser o “algo” errado.

                - Mas, meu pai não liga muito por esse fato...

                - Sinceramente acho teu pai meu idiota.

                - Eu também acho – Digo em um suspiro – Mas fazer o que, ele é meu pai.

                Ficamos mais meia hora sentados naquela praça “de olho” na Marina, ela ainda conversava com as mesmas pessoas e rindo como boba.  Victor e eu conversamos sobre filmes, mas ainda mantendo o foco em Marina.

                - Já estamos á meia-hora aqui e ela não fez nada... Vamos para casa?

                - Por que ela tem que ser tão... Perfeita?

                Levantei-me, mas Victor continuou sentado pasmo olhando para direção de Marina.

                - Vamos? – Perguntei esticando minha mão para ele.

                - Você estava certa – Ele murmurou.

                Me virei e olhei para Marina. Ela estava beijando um cara no meio da praça, eu fiquei pasma observando aquela cena sem saber o que fazer. Quando voltei a si e percebi que tinha que fazer algo, peguei meu celular e tirei uma foto. Tentei enviar para meu pai, mas meus creditos havia acabados.

                - O coelho branco sujou o seu pelo – Disse com um sorriso no rosto enquanto tentava mandar uma mensagem para meu pai.

                Marina parou de beijar o cara e sorriu para ele, olhou para minha direção e o sorriso sumiu. Eu sorrir e olhei para o celular. Ela ficou pálida, como se estivesse visto um fantasma. Correu para minha direção.

                - Fudeu – Disse e puxei a mão de Victor e saímos correndo – Termos que mostrar essa foto para meu pai.

                Corri mais rápido que pude, mas Marina corria rápido demais, estava quase me alcançando.

                - Droga, ela é rápida.

                - Leve meu celular contigo – Dei meu celular para o Victor – Agora corra mais rápido, depois eu te encontro.

                - Mas...

                - Mas nada, faça o que pedir, por favor.

                Marina puxou minha camiseta me fazendo cair no chão.  Victor parou por um momento, mas eu lancei um olhar furioso para ele e ele voltou a correr. Marina subiu em cima de mim e com punhos fechados me manteve no chão.

                - O que está pensando que está fazendo sua cretina?

                - Saia de cima de mim... – Gritei.

                - Me dê o celular!

                - Não está comigo – Disse abrindo um sorriso malicioso.

                - Aonde... Merda! Sua idiota – Ela saiu de cima de mim e resmungou um pouco.

                Eu levantei-me ignorando os olhares das pessoas e corri para casa de Victor. Bati na porta recuperando a respiração. Victor me recebeu com braços abertos e me aconchegando, perguntando se eu estava bem e procurando machucados.

                - Estou bem... Obrigada por fazer o que havia pedido.

                - Sabe como foi difícil deixar – lá lá?

                Eu fiz biquinho e o abracei.

                -Victor, meu fofinho... – O soltei e fiquei séria – Onde está meu celular?

                Ele tirou do bolso e me entregou.

                - Os dias de Marina estão contados!

**

                Fui para casa junto com Victor, toda feliz por que agora meu pai cairia na real. Sinceramente, ele merecia uma mulher que o traísse, pois ele fez o mesmo com a minha mãe. Mas, eu não suportava a ideia dele casar com a Marina.

                Entrei em casa.

                - Que merda é essa? – Gritei.

                Meus pais estavam se beijando no sofá como dois adolescentes como eu e Victor no dia que tinha mãe nós pegou ouvindo aquele funk horrível. Marina e meu pai se mereciam, se meu pai questionasse a traição de Marina, seria o sujo falando do mau lavado. 

                - Querida, eu pensei que...

                - Filha, não é nada que você está pensando.

                - Não? Então me diga o que é isso?

                Os dois ficaram em pé.

                - Bem... Eu vim falar com a sua mãe sobre você...

                - Sobre mim?

                - É – Minha mãe disse – Seu pai queria lhe pagar uma viagem...

                - Perai, no que isso tem haver com os amassos nos sofá?

                - Erh...

                Revirei os olhos e ignorei o papo sobre os amassos.

                - Pai, precisamos falar sobre sua noivinha!


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Notas finais do capítulo

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