Socorro! Minha Mãe Virou Funkeira. escrita por Ingrid Fonseca
Parecia coisa de filme antigo, mas Victor e eu estávamos perseguindo Marina como Sherlock Holmes e Watson, nos escondendo a cada vez que ela olhava para trás.
Marina caminhou até uma praça movimentada com pista de skate e encontrou um grupo de pessoas, cumprimentou com beijos na bochecha e ficou conversando. Victor sentou-se no banco e eu ao lado dele tampando meu rosto com o jornal da cidade.
- O que ela está fazendo, Watson? – Perguntei meio sussurrando.
- Watson?
- É, Watson do Sherlock Holmes... E o teu codinome. Agora me diga o que o coelho branco está fazendo?
- Apenas conversando, Holmes.
Eu dei uma risadinha.
- E agora?
- Ainda conversando.
- E agora?
- Ju... Holmes, ela apenas está conversando e pelo o que percebo ela vai ficar conversando por um bom tempo... Sherlock, acho que ela não tem nada de errado.
- Todo mundo tem algo.
- O fato dela te sido a amante já deve ser o “algo” errado.
- Mas, meu pai não liga muito por esse fato...
- Sinceramente acho teu pai meu idiota.
- Eu também acho – Digo em um suspiro – Mas fazer o que, ele é meu pai.
Ficamos mais meia hora sentados naquela praça “de olho” na Marina, ela ainda conversava com as mesmas pessoas e rindo como boba. Victor e eu conversamos sobre filmes, mas ainda mantendo o foco em Marina.
- Já estamos á meia-hora aqui e ela não fez nada... Vamos para casa?
- Por que ela tem que ser tão... Perfeita?
Levantei-me, mas Victor continuou sentado pasmo olhando para direção de Marina.
- Vamos? – Perguntei esticando minha mão para ele.
- Você estava certa – Ele murmurou.
Me virei e olhei para Marina. Ela estava beijando um cara no meio da praça, eu fiquei pasma observando aquela cena sem saber o que fazer. Quando voltei a si e percebi que tinha que fazer algo, peguei meu celular e tirei uma foto. Tentei enviar para meu pai, mas meus creditos havia acabados.
- O coelho branco sujou o seu pelo – Disse com um sorriso no rosto enquanto tentava mandar uma mensagem para meu pai.
Marina parou de beijar o cara e sorriu para ele, olhou para minha direção e o sorriso sumiu. Eu sorrir e olhei para o celular. Ela ficou pálida, como se estivesse visto um fantasma. Correu para minha direção.
- Fudeu – Disse e puxei a mão de Victor e saímos correndo – Termos que mostrar essa foto para meu pai.
Corri mais rápido que pude, mas Marina corria rápido demais, estava quase me alcançando.
- Droga, ela é rápida.
- Leve meu celular contigo – Dei meu celular para o Victor – Agora corra mais rápido, depois eu te encontro.
- Mas...
- Mas nada, faça o que pedir, por favor.
Marina puxou minha camiseta me fazendo cair no chão. Victor parou por um momento, mas eu lancei um olhar furioso para ele e ele voltou a correr. Marina subiu em cima de mim e com punhos fechados me manteve no chão.
- O que está pensando que está fazendo sua cretina?
- Saia de cima de mim... – Gritei.
- Me dê o celular!
- Não está comigo – Disse abrindo um sorriso malicioso.
- Aonde... Merda! Sua idiota – Ela saiu de cima de mim e resmungou um pouco.
Eu levantei-me ignorando os olhares das pessoas e corri para casa de Victor. Bati na porta recuperando a respiração. Victor me recebeu com braços abertos e me aconchegando, perguntando se eu estava bem e procurando machucados.
- Estou bem... Obrigada por fazer o que havia pedido.
- Sabe como foi difícil deixar – lá lá?
Eu fiz biquinho e o abracei.
-Victor, meu fofinho... – O soltei e fiquei séria – Onde está meu celular?
Ele tirou do bolso e me entregou.
- Os dias de Marina estão contados!
**
Fui para casa junto com Victor, toda feliz por que agora meu pai cairia na real. Sinceramente, ele merecia uma mulher que o traísse, pois ele fez o mesmo com a minha mãe. Mas, eu não suportava a ideia dele casar com a Marina.
Entrei em casa.
- Que merda é essa? – Gritei.
Meus pais estavam se beijando no sofá como dois adolescentes como eu e Victor no dia que tinha mãe nós pegou ouvindo aquele funk horrível. Marina e meu pai se mereciam, se meu pai questionasse a traição de Marina, seria o sujo falando do mau lavado.
- Querida, eu pensei que...
- Filha, não é nada que você está pensando.
- Não? Então me diga o que é isso?
Os dois ficaram em pé.
- Bem... Eu vim falar com a sua mãe sobre você...
- Sobre mim?
- É – Minha mãe disse – Seu pai queria lhe pagar uma viagem...
- Perai, no que isso tem haver com os amassos nos sofá?
- Erh...
Revirei os olhos e ignorei o papo sobre os amassos.
- Pai, precisamos falar sobre sua noivinha!
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