Socorro! Minha Mãe Virou Funkeira. escrita por Ingrid Fonseca
– Ju, largue esse celular! – Minha mãe ordenou.
Eu segurava meu celular como se fosse meu bem mais precioso e olhava havia horas.
– Não dá, estou esperando um SMS.
– O SMS não irá sumir, se você largar o celular um pouco.
– A senhora não entendeu, não é um SMS normal. Eu estou esperando um SMS da Máfia.
– Máfia? Você entrou para uma gangue? – Minha mãe perguntou preocupada.
– Não – Disse revirando os olhos – Máfia é um grupo que fazem as melhores festas do mundo... E hoje, é dia de festa. Eles mandam um SMS quatros horas antes da festa, dizendo aonde será a festa e o tema – Disse toda animada.
– Parece ser legal...
Felizmente o SMS chegou e eu consegui respirar aliviada.
Abri o SMS rapidamente.
Festa no salão Killer, ás 20 horas.
Tema: Filmes.
Logo em seguida recebi uma ligação de Anna. Ela deu uns gritos histéricos, que quase me fizeram derruba o celular no chão.
– Calma – Disse finalmente – Está tentando me deixar surda?
– Velho, o tema é cinema – Ela dizia toda alegre – Eu irei de Pocahontas, nem tente roubar minha fantasia.
Anna seria a Pocahontas perfeita, pois ela era uma morena alta e tinha os cabelos longos, mas eram cacheados.
– Você ficará linda – Disse a imaginando vestida de Pocahontas.
– Você vai de que?
– Anna, eu recebi a mensagem não tem nem cinco minutos, eu ainda não pensei em nada.
– Ah – Ela gemeu pensativa – Preciso ir, tenho que marcar hora no salão para fazer escova, beijinhos – Ela desligou na minha cara.
Como eu irei? – Pensei nervosa.
E logo meu celular toca novamente. Era Victor.
- Oi – Digo toda feliz.
- Oi pequena, recebeu a mensagem?
- Sim... Eu adorei o tema.
- Eu também... Então eu te liguei para te perguntar qual personagem você vai, pois eu quero ir combinado – Victor disse meio tímido.
Que fofo – Pensei.
- Que coisa brega... – Disse rindo – Mas é fofo. Eu não sei de que personagem eu irei... Você irá de qual?
- Também não sei.
- Hm... – Pensei um pouco e tive uma ideia incrível – Daqui cinco minutos me encontre no brechó da esquina, ok?
- Sim, mas por que...
Desliguei ansiosa antes de o Victor terminar a frase. Peguei um pouco de dinheiro que tinha escondido dentro da cabeça do meu urso de pelúcia Bob e fui para o brechó.
Esperei Victor chegar.
- O que iremos fazer aqui? – Perguntou Victor.
- Ver que roupa usaremos ué – Disse olhando as roupas.
Victor e eu éramos as únicas pessoas dentro do enorme brechó, havia milhares de roupas e a maioria com cheiro de coisa guardada. Victor encontrou uma capa do Super Homem e eu tentei encontrar roupas que poderiam me fazer ser a Mulher Maravilha. Mas um vestido me chamou atenção, era rodado azul bebê e parecia ser bem antigo, encontrei uma sapatilha preta e um laço preto. Corri para o provado e me vesti, ficou do jeito que eu esperava. Sai do provado e fui procurar uma cartola, encontrei perto das coisas de mágico.
- Victor – Chamei.
- Encontrou algo?
- Você será meu chapeleiro maluco – Disse sorrindo.
Encontramos um sobretudo rasgado, meias coloridas, luvas com dedo a mostra e uma calça social desbotada, pegamos uma camisa dos anos 90 com estampa azul e amarelo.
- Só precisamos de uma gravata... – Disse a procurando.
- Encontrei – Victor disse todo alegre.
Era uma gravata borboleta azul enorme estampando com bolinhas vermelhas. Encontramos coisas inacreditáveis em um brechó e o melhor de tudo e que apenas pagamos 24 reais por tudo. Victor e eu nem percebemos, mas passamos duas horas no brechó.
Victor passou na casa dele e foi para minha, tomou um banho e vestiu-se como o chapeleiro maluco. Comecei a pintar o rosto dele, tentando deixar ló igual ao Chapeleiro Maluco do Tim Burton. Parecia o chapeleiro maluco, mas um de segundo mão.
- Ficou legal... – Victor disse todo animado.
- Mas não ficou parecido com o do filme – Disse fazendo biquinho.
Ele me deu um selinho e me consolou dizendo que havia ficado maravilhoso.
- Há faltam dez minutos para festa – Eu disse olhando para o relógio e corri para o banheiro.
Tomei um banho rápido e me vesti, só faltava coloca a sapatilha.
- Cadê a meia calça branca? – Disse raivosa enquanto revirava o quarto a procura da maldita meia calça.
A encontrei e a vesti e coloquei a sapatilha. Pedi para minha mãe tirar uma foto minha e de Victor, depois saímos para encontrar Anna na rua. Ela estava parecendo uma índia, parecendo literalmente a Pocahontas.
- Chapeleiro Maluco e Alice – Ela disse rindo – Julia você deveria está loira.
- Nem a pau eu fico loira.
- Então vamos?
Fomos de ônibus e ainda tivemos que parar no terminal. As pessoas paravam para nós olhar, olhavam principalmente para o Victor, mas os homens preferiam olhar para Anna.
- Bem que eu queria essa indiazinha lá em casa – Disse um velho.
- Pervertido – Anna cuspiu.
- Ei tiozinho, essa indiazinha não é pro seu bico – Disse rindo.
O velho deu umas resmungadas e entrou em um ônibus.
Fomos para a festa, havia muitas pessoas já lá e eu identifiquei o pessoal da minha escola. Uma garota foi como Cinderela e o namorado dela como príncipe, outro casal de Bella e Edward, outro da Bela e a Fera. Um trio de amigos foram como o Ron, Harry e Hermione. Alguns nerds foram como personagens de Guerra nas Estrelas e os gostosões e gostosonas estavam como super- heróis.
- O que aconteceu com o rosto dele?
Meu amigo Pedro perguntou se referindo ao rosto de Victor. Pedro estava de Senhores do Anéis.
- Ele é o chapeleiro maluco – Disse.
- Cha o que?
- Seu sem infância...
Horas e horas passaram, musica, bebida e pegação rolavam naquela festa. Duas, três... Iria dá quatro da manhã quando algo terrível aconteceu.
- Julia aquela não é a sua mãe? – Anna disse boquiaberta.
Olhei nervosa me perguntando que diabos minha mãe estava fazendo aqui. Então eu olhei para a pista e vi ela dançando musica eletrônica até um chão com os garotos da minha escola.
- Eu não acredito – Murmurei.
- Tudo que você falou era verdade? – Anna perguntou.
- Sim.
Anna caiu na risada.
- Eu não acredito que sua mãe virou funkeira – Anna riu mais um pouco – Meu Deus! Ela te pegou junto com Victor ouvindo ta tarada? – Anna caiu na risada.
Enquanto ela ria da minha desgraça eu fui até a pista falar com a minha mãe.
- O que faz aqui? – Perguntei furiosa.
- Vim te buscar, já está tarde...
- Como a senhora sabia onde eu estava?
- Eu vi no seu celular.
- Você... Mexeu... No... Meu... Celular? – Gritei.
Ela deu de ombros e voltou a dançar.
- Cara, tua mãe é gostosa – Pedro disse.
- Cala a boca seu pervertido – Disse dando um soco no ombro dele.
– Sua mãe é funkeira? – Uma garota que eu nunca havia visto na minha vida disse rindo.
- Érg... – Resmunguei e sair.
Eu queria desaparece, era muito mico por uma semana só.
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