A boate estava lotada naquela noite. As pessoas curtiam o som do DJ e se divertiam a valer.

 Victorie adorava todo aquele barulho e aquela energia. Pela primeira vez em semanas se sentia grandiosamente vencedora.

Não conseguia conter um sorriso orgulhoso e estava ali com sua prima para aproveitar aquela sensação maravilhosa a lhe percorrer todo o corpo e a tomar sua mente.

Teddy Lupin havia perdido! Deus, pensou ela enquanto balançava os quadris na pista de dança e bebericava o coquetel que tinha em uma das mãos, ele agora deve estar xingando até a minha décima geração.

           - Victorie.

Ela se virou para ver quem tinha gritado o seu nome tão próximo de seu ouvido, e quase vertera todo o liquido azul que tinha na taça em seu vestido branco sensual. Teddy estava ali, lindo de morrer com um sorriso delicioso naqueles lábios.

   Victorie engoliu em seco.

   - O que está fazendo aqui Lupin? – gritou de volta, irritada.

  O cara nem bem chegara e já conseguira levar embora boa parte de seu bom humor.

 Teddy arqueou uma sobrancelha, dando ao forte rosto masculino um ar inegavelmente sarcástico.

  - Me divertindo, por quê?

 Victorie o fuzilou com o olhar e deu as costas à ele e saiu da pista de dança.

 Teddy a seguiu, não escondendo nada da grande satisfação que sentia ao conseguir irritá-la tão fácil e rapidamente. Ele a viu se sentar em uma mesa, não muito longe do bar, e correr os olhos em volta procurando por algo, ou talvez por um alguém.

- Quem está procurando? – perguntou enquanto sentia o corpo tencionar, ao se sentar à mesa dela.

 - Não te convidei para se juntar a mim. – disparou ela. – E também não lhe devo satisfações.

 Teddy sorriu e se obrigou a relaxar o corpo. Pôs-se a examinar toda a loira, e comprovou que ela era de arrasar. Certamente se não fosse quem fosse ele investiria em um caso sexual sem pensar muito. Ela era sexy, sem ser vulgar e era muito linda, ele teve que admitir. Aqueles cabelos loiros o fascinavam há muito tempo, e aquela boca parecia pedir por uns beijos seus.

 - Vamos lá, magrinha. Talvez eu possa te ajudar a achar a sua amiga.

 Victorie lançou-lhe um olhar cortante.

  - Por que tem de ser uma amiga? Posso muito bem ter vindo com um amigo.

           Teddy riu.

           - E ele é gay?

           - Não há problemas nenhum em se ter amigos gays, Lupin seu machista. Mas não, ele não é gay.

           - Certo, então já que ele não é gay me explique por que você estava desacompanhada na pista de dança, dançando sensualmente com todos aqueles homens a te rodear?

           Victorie piscou algumas vezes e gargalhou.

           - Isso é ciúme, Teddy querido. – falou ela ainda rindo. – Eu posso estar em uma relação aberta sabia?

           Teddy bufou descortesmente.

           - Não, não tenho ciúmes de você, magrinha. E você nunca entraria em uma relação aberta. Você é muito territorialista, para isso.

           Victorie sentiu uma pontada de decepção ao ouvi-lo dizer que não estava com ciúmes. Decepção, por quê? Ela devia ter bebido muito mais do que pensava, essa era a única resposta para aquele momento de loucura. Decepção, onde já se viu isso.

           - Estou procurando a Roxy, satisfeito Sr. Eu Sei De Tudo?

           Teddy voltou a rir. Era tão bom provocá-la, e ela sempre caia em suas armadilhas. Ele preferia lidar com aquele ar de irritação dela do que com a possibilidade frustrante e incômoda dela estar acompanhada de algum outro homem.

           Afinal de contas, ele tinha que por seu plano em ação e para isso, disse a si mesmo, precisava dela sozinha. Não queria uma Victorie Weasley dos dias da semana. Aquela mulher ambiciosa e durona que só tinha cabeça para atropelar os pobres que ficavam no meio do seu caminho atrapalhando o seu serviço. Ele já a vira em ação, por varias vezes, e podia afirmar que ela era do tipo que era apaixonada pelo que fazia. Tanto que aceitara o pedido do avô para planejar um baile idiota.

           Teddy decidiu provocá-la um pouquinho com a verdade.

           - Sabe, acabei de me lembrar do porque fui até você na pista de dança.

           Victorie nem ao menos se deu o trabalho de olha-lo.

           - Roxy... Bem, eu encontrei com ela na porta da boate.

           A loira o encarou então.

           - Ela pediu-me para avisá-la que precisou ir embora. Parece que teve um problema na Gemialidades Wesley com algum invento, não entendi direito. Ela disse também que estava te deixando um recado de voz no celular, caso eu não te encontrasse assim você saberia o que aconteceu.

           Era só o que me faltava, pensou Victorie ao beber de um gole só o restante de seu coquetel. Teria que procurar por um táxi àquela hora da madrugada, já que ela fora de carona com a prima, pois tinha plena intenção de se embebedar aquela noite e como Roxy nunca bebia...

           - Droga!

           - É mesmo não é? – perguntou Teddy, fingindo um ar de aborrecimento, mas seus olhos traidores riam dela sem pudor algum.

           - Não precisa fingir Lupin. Sei que você adorou ser o portador desta noticia, ainda mais depois dessa tarde não é mesmo?

           Teddy se recostou na cadeira.

           - Bem, já que você insiste... Não é que estou mesmo? Digo, me divertindo...

           Victorie sentiu seu sangue ferver.

           - Aproveite então, mas deixa eu te dizer uma coisinha... Não estou nem aí pra você, idiota!

           Teddy gargalhou. A noite estava sendo muito divertida, quem diria.

           A loira ficou ainda mais irritada com ele.

           - Você por um acaso tem noção do quanto é difícil encontrar táxi nesse horário, por aqui?

           - Bem... Na verdade não, sempre uso o meu carro sabe?

           Victorie bufou.

           - Também tenho o meu carro, Lupin. Mas vim aqui hoje com plena intenção de beber, por isso vim de carona. – olhou ao redor tentando ver se achava algum amigo. – Também não é nenhum fim de mundo. Estou fazendo uma tempestade em copo d’água a toa. Daqui a pouco encontro algum amigo e ele me leva embora. – lançou um sorrisinho para Teddy, e este decidiu ignorar aquele comentário e continuar seu jogo de provocação.

           — Nem imagina quanto está sexy, Victorie. Principalmente com esse brilho de fúria no olhar e os lábios curvados desse jeito charmoso.

           — Não estou com os lábios curvados — replicou ela, por entre os dentes.

           — Não é você quem está olhando para seus lábios nesse momento.

Dizendo isso, ele observou os lábios dela por alguns segundos. Então se inclinou em direção a ela.

- Espere aí, garotão. – disse Vic, se afastando dele e colocando uma mão naquele peito largo para afastá-lo também. O coração dela martelava freneticamente dentro do peito, e ela nem sabia como aquilo fora acontecer tão rápido. Estava agora mesmo discutindo com o homem e de repente estava naquela situação desconfortável.

Parecia que todos podiam ouvir o ribombar de seu coração, o que é claro era ridículo de se pensar.

- Por quê? – questionou ele cedendo e se afastando, mas tomando a mão feminina em seu peito entre as próprias.

Victorie olhou para sua mão que fora engolida pela grande e masculina mão dele e engoliu em seco. Se não tomasse cuidado estaria em sérios problemas.

Deveria manter distância daquele homem ou se não logo poderia encabeçar a longa lista de mulheres que foram pra cama com ele.

Raios, ela estava mesmo começando a pensar em ir para a cama com ele? Parecia que sim, o que comprovava a necessidade de ir embora.

- Bom, eu vou tentar arranjar um táxi. – ela procurou não pensar em Lupin e em cama e levantou-se.

Teddy também se levantou e se aproximou dela. Antes que ela percebesse a sua intenção capturou os lábios deliciosamente femininos com os próprios e lhe tascou um beijo quente e sensualmente gostoso.