Catastrophe escrita por sakurako


Capítulo 5
Capítulo 5




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Allie,

Eu e seu pai fomos até a casa de amigos na cidade vizinha, nós não conseguimos te acordar! Estaremos de volta a noite.

xx Viv


Li o bilhete deixado no balcão da cozinha junto com um pedaço de bolo de cenoura e comemorei silenciosamente. Só para depois ligar o rádio no volume máximo e dançar pela casa enquanto faço brigadeiro.

Eu estava toda feliz, rebolando, fingindo que a colher era um microfone e cantando 'ooh, she's a little runaway' como se minha vida dependesse disso quando ouvi um barulho. Uma risada conhecida.

Virei para trás e Dougie estava lá, encostado no arco que divide a cozinha da sala, sorrindo constrangido.

Corei, corei mais que quando tinha deixado escapar que gostava mais de baixistas, corei até completar a palheta de cores Pantone, corei mais do que se tivesse perguntado a Jesus se ele ainda conseguia usar as mãos para beber água. Não é todo dia, graças a Deus, que Dougie Poynter te encontra dançando e cantando na cozinha usando apenas uma camiseta do Blink e calcinha de oncinha!

– A porta estava aberta e a música alta, então achei que podia entrar. - Coçou a nuca, sem jeito. Sorri amarelo, - E-Eu vou subir e colocar uma calça. - Encarei meus pés enquanto fazia o caminho para o meu quarto.

Bom, para chegar no quarto e me vestir apropriadamente, eu precisava passar pelo arco e Dougie não deixou. Quando ia passar pelo espaço que sobrava, ele me pegou pela cintura e puxou para perto; encarei seus olhos azuis tentando entender o que estava fazendo, e acabei me perdendo por ali mesmo.

A música mudou para In These Arms e minha respiração ficou ainda mais descompassada.

Dougie estava aproximando nossos rostos cada vez mais e, quando percebi que ele me beijaria, escondi minha cabeça em seu pescoço e fechei os olhos. Ele me abraçou mais forte e eu também apertei minhas mãos ao redor de sua cintura.

Estava extremamente confortável ali.

Lembrei em súbito que precisava me vestir e me forcei a solta-lo, lentamente. - Onde você vai? - Perguntou soando meio confuso. - Me vestir. - Minha voz saiu mais fraca que o esperado. - Não precisa. - Eu ri, continuando meu caminho. Assim que entrei no quarto, fechei a porta e deslizei as costas na mesma, suspirando. O que era aquilo? Mais que minhas pernas bambas, meus sorrisos idiotas e aquela sensação estranha no estomâgo, o que foi aquele abraço esquisito? Esquisito e... ótimo, vale lembrar.

Que diabos eu estou fazendo?!

Apoiei a mão no rosto, escondendo-o novamente. Me sentia mal por gostar do namorado da minha irmã, ao mesmo tempo que me sentia bem por gostar.

Dizem que quando você se apaixona, perde o sono porque finalmente sua realidade é melhor que os sonhos.

E quando sua realidade é meio confusa, tipo a minha?

Me levantei e fui me trocar. Prendi os cabelos em um rabo de cavalo mal feito e desci.

Dougie estava sentado no sofá assistindo Transformers. Tinha desligado o rádio e PUTAQUEPARIU SERÁ QUE ELE NÃO SENTIU O CHEIRO DE QUEIMADO?

Corri para a cozinha e brigadeiro já tinha virado carvão. Ninguém sentiu cheiro de queimado porque brigadeiro não cheira tão forte quando queima, por incrível que pareça. Tentei tirar o grude da panela rindo e Dougie veio ver o que tinha acontecido, me acompanhando na risada ao ver a caca que tinha virado.

– Brigadeiro? - Ele falou enrolado e eu ri mais ainda, fazendo que sim com a cabeça. - Você sabe fazer? Onde você aprendeu? Me ensina? Faz pra mim? - Lançou várias perguntas de uma vez só. Achei fofo o brilho nos olhos dele ao falar de brigadeiro e como ele parecia uma criança louca por doces.

– Sim, em casa, ensino e faço. - Respondi tudo com afirmativas, colocando a panela na pia e indo atrás de outra para fazer de novo. Mandei Dougie prestar atenção em como se fazia, que era fácil, e ele obedeceu.

No fim, nós comemos brigadeiro enquanto assistiamos O Estranho Mundo de Jack. É claaaro que Dougie teve que me ignorar cantando todas as músicas, repetindo as falas com os personagens e imitando o Doctor Finklestein.





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