Através da Tua Alma eu Posso Ver escrita por they call me hell


Capítulo 12
[S02E02] Reviravoltas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216572/chapter/12

 

* * *

 

A vila havia se expandido de modo até mesmo assustador; Independente do que tivesse ocorrido ali, com certeza fizera muito bem a todos. As casas já não eram singelas como antes, havia muito mais camponeses residindo nas imediações e as facilidades que Kagome trouxera de sua Era ajudavam a todos com suas tarefas diárias, tornando tudo mais agradável e diferente de qualquer outro lugar na Sengoku Jidai.

Pelo visto as guerras ainda não haviam cessado, mas por ali o ambiente mantinha-se tranqüilo como sempre fora. Talvez uma nova Miko tivesse ressurgido para trazer paz a todos e prosperando nos mais vagos sentidos. De todo modo, era muito bom estar ali novamente.

 

Os jovens que ela havia encontrado nos primeiros metros de campo fértil antes da entrada da vila, logo corriam desesperados acudindo aos camponeses que estavam dentro de suas casas ou em outras atividades longínquas, atraindo a atenção de todos para a garota que se aproximava em passos lentos.

Os trajes típicos de sacerdotisa, vestes brancas e vermelhas, o saudoso laço branco a amarrar os longos cabelos negros e a pele de beleza esbranquiçada atraíam a atenção de todos tanto por suas descrições como pela beleza que carregava em si.

Kagome trazia um sorriso singelo no rosto, tímido, e envergonhou-se demasiadamente a se ver cercada por senhores e senhoras que outrora haviam sido pequenas crianças em seus braços. Muito tempo se passara pelo visto e ali não estava nenhum dos seus queridos amigos, o que lhe causou grande dor no peito. Haviam morrido, claro, e por mais natural que isso fosse, lhe partia o coração.

Um youkai raposa aproximou-se devagar atraindo a atenção da garota, a surpreendendo do modo mais improvável possível, revelando-se aquele pequeno garoto que Shippou fora em um passado distante. Se não fosse o conhecido brilho em seus sonhos, ela jamais acreditaria que aquele homem tão bonito e sério um dia fora aquela criança brincalhona no seu colo.

A Miko sentia-se em grande confusão interior. Era estranho ver fisicamente que o tempo havia passado de modo tão vagaroso para todos, enquanto ela estava ali, congelada no que fora um dia.

 

— Sango-chan, Miroku-sama... O que aconteceu, Shippou?

— Miroku-sama adoeceu de modo vagaroso em um inverno distante. Já não possuía mais a vitalidade dos primeiros dias, logo se sucumbiu ao pó. Sango-chan não tardou a acompanhá-lo tendo o coração tão triste. Foram tempos difíceis.

 

Uma gripe forte? Pneumonia? Agora mais do que nunca ela se sentia culpada. Não poderia fazer com que os amigos fossem imortais, mas poderia ter amenizado seus sofrimentos com os recursos da outra Era. Fora estúpida e abandonara a todos pelo desejo de reconstruir os cacos em que ficara seu coração.

 

— Você agiu muito bem, fico feliz por ainda estar aqui.

— Sou tudo o que eles têm. — Riu, deixando a garota sem entender suas palavras.

 

O que estaria acontecendo ali? A vila parecia ter prosperado, mas ao mesmo tempo não possuía mais o brilho de felicidade que estivera ali outrora. Talvez fosse a notícia repentina, talvez fosse esse sentimento de perca no seu coração. A questão é que tudo parecia diferente agora e ela se lamentava pelo tempo perdido.

 

— Renda-se, youkai. — Uma voz atrás da garota pronunciou-se em tom firme.

— Não, meu senhor! — Mayuu, uma senhora, estagnou-se em frente ao rapaz de feições sérias. — Não faça isso com a Miko!

— Miko, eh? — Se aproximou sem pressa alguma. — Qual o seu nome, suposta Miko?

— Kagome Higurashi. — Ela riu sem preocupação causando abalo nos demais.

— Kagome? Kagome-sama da qual tanto dizem os anciões? Isso é impossível, não me faça rir.

— Ela realmente é quem você questiona, Koji-sama. — Um senhor de idade avançada chegava ao longe em passos lentos e difíceis. — Esta é Kagome-sama. Fico feliz em revê-la, Miko.

— Tem certeza disso, Satoru-sama?

— Como eu poderia esquecer a adorável Miko que me salvou das garras de uma gralha youkai e das águas furiosas do rio? — Riu baixinho para si mesmo. — É ela. Obrigado, Kagome-sama.

— Douitashimashite. — Ela o olhou com respeito e carinho.

— Sendo assim, perdoe-me. — O rapaz a fitou com olhos vívidos e honestamente culpados.

— Você não poderia saber. — Riu. — De todo modo, minha cabana ainda existe em algum lugar por aqui?

— Hai, Miko-sama. — Mayuu interferiu, lhe apanhando a mão carinhosamente e levando-a pela outra direção. — Espero que não se detenha com o fato de termos transformado-a em um simples santuário.

— Está muito agradável, tenho certeza disso.

 

* * *

 

O QUE!?

— Perdoe-me, otousan. — Ali estava o rapaz, ajoelhado em frente ao impiedoso homem de feições severas. — São apenas os fatos de hoje. Satoru-sama confirmou, a Miko está de volta à vida.

— Isso não é possível, Koji.

— Eu a vi com os próprios olhos. Realmente se parece muito com as descrições, tem uma aura de beleza e bondade em torno de si, mesmo aparentando ser tão jovem.

— Nós temos que fazer algo.

 

O homem que andava de um lado ao outro do imponente cômodo era Toshio Ikeda. Não possuía sinais de compaixão, amor ou solidariedade em seu coração petrificado, nem mesmo com o próprio filho. Sua história era conhecida apenas por ele próprio e isso causava medo aos seus subordinados.

Após tanto tempo, a vila ficara desamparada sem a presença da Miko que lhe trouxesse paz e harmonia; Aproveitando-se disso, o homem ali instaurara seu imenso feudo, nomeando-se senhor de todas as terras. Trouxera inúmeros benefícios como proteção aos camponeses, expansão territorial, entre outros, mas em contrapartida era um péssimo líder.

A chegada de Kagome trouxera a tona seu maior medo. Estava próximo o ladrão a beira de apanhar o seu maior tesouro, mas não, ele não permitiria aquilo. Algo havia de ser feito e precisava ser naquele exato momento. Se tardassem a agir, poderia ser tarde demais.

 

— Tempos difíceis se aproximam, chegou a hora de mostrar seu devido valor.

— Eh? — O garoto permitiu-se fitá-lo em notável confusão.

— Esta noite, Koji, você assassinará a Miko.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Através da Tua Alma eu Posso Ver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.