Laços Fraternos: Megera escrita por MyKanon


Capítulo 6
VI - Uma nova amiga




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Lorrayne assistia TV, quando o telefone tocou. E se fosse Catharina? Atendeu:

_ O que você quer?

_ Eu... Bom... - era uma voz diferente, uma mulher que Lorrayne ouvira, não sabia quando -... Catharina está?

_ Ah, me desculpe, imaginei que fosse outra pessoa, mas... Não, ela não está.

_ Você pode avisá-la que a Suzana ligou?

_ Posso.

_ Você é a Lorrayne, não é?

_ Sim, sou.

_ Nossa... Você deve ser uma moça tão linda quanto a... Bom, é isso, você me faz esse favor?

_ Faço... Espere, você...

_ Obrigada.

A mulher desligou o telefone. Lorrayne reconheceu a voz. Era a mesma que discutia com Catharina no dia em que descobriu tudo sobre sua falsa família. Suzana. Seria ela sua verdadeira mãe? E se fosse, por que a havia entregado para Catharina e por que ainda mantinha contato com ela? Por que não a levava de vez? Tantas perguntas que martelavam em sua cabeça, não lhe permitia viver a realidade. Foi trazida de volta, quando Catharina abriu a porta. Levantou-se do sofá e deparou-se com a mãe de criação, que fechou a porta, e olhou atentamente para Lorrayne. Começou:

_ Lorrayne, eu realmente sinto muito, mas é que você realmente me tirou do sério, e eu...

_ Sem explicações. Você fez o que achou que devia fazer.

_ Mas eu nunca...

_ Suzana ligou.

Lorrayne percebeu o nervosismo em Catharina. A mulher desviou o olhar e caminhou em direção à escada. Perguntou desinteressadamente:

_ Ah, é? E o que ela queria?

_ Não sei. Não me disse. Quem é ela?

Catharina encarou Lorrayne, respondeu naturalmente:

_ Uma velha amiga.

_ Há muito tempo que não se vêem?

_ Não... Não muito. Por que?

_ Ela me disse que eu deveria ser uma moça linda.

_ Ah! Pois é. Quando ela esteve aqui, você não estava!

_ Ela disse que eu devia ser tão linda quanto a...

_ Quanto quem?

_ Ela não disse. Não terminou a frase.

_ Suzana... Sempre foi assim. Estranha, não? Bom, mas, Lorrayne, gostaria de conversar com você.

_ Sobre o quê?

_ Sobre o que aconteceu na escola... Afinal, você levou uma advertência...

_ Não aconteceu nada. Acusaram-me de algo que não fiz. – tranqüilamente, Lorrayne voltou a sentar-se no sofá.

_ Mas, Lorrayne, como isso é possível? Como você pode ser acusada de algo que não fez...

_ É sim. No colégio que você disse que seria bom pra mim.

Lorrayne levantou-se e subiu para seu quarto. Catharina estava muito cansada para persuadi-la. Na verdade estava muito cansada do comportamento de sua filha, mas não sabia mais o que fazer.

“Ah, Davi, se você estivesse aqui, tudo seria tão mais fácil!” Pensou Catharina enquanto preparava a janta. “Não que a culpa disso tudo seja sua, mas você seria uma grande força para mim, e para minha Lorrayne. E agora que ela está nesse colégio... Em muito pouco tempo, tudo virá à tona, e eu não sei como sobreviver a isso!” Catharina parou o que estava fazendo. Duas lágrimas rolaram pelo seu rosto. “Vou perder minha filhinha...” Catharina soluçou baixinho. Tomando fôlego, enxugou o rosto, e retomou seu trabalho.Tentou acalmar-se:

_ Não. Não, não e não. Ela não seria capaz. Seria? Não, isso jamais! Não permitirei. Lorrayne é minha filha, e não a levarão a lugar algum!

Lorrayne também estava pensativa em seu quarto. Imaginando quem poderia ser essa misteriosa Suzana. Sua mãe?

E assim se venceu mais uma semana. Lorrayne resistiu à tentação de responder aos professores, evitando assim mais confusões, pois já tinha suficientes com Caroline e sua turma. Chegara a perder a paciência, mas segurou a mão ainda no ar, para que não esbofeteasse Paula.

Em uma quarta-feira, durante o intervalo, Lorrayne ouvia alguns desaforos de Laís, que esperava por suas amigas. Quando essas se aproximaram, mediram-na com desprezo e se retiraram. Lorrayne ainda pensava em uma forma de fazê-las se calarem, quando uma garota se aproximou. Lorrayne a encarou, até que a menina perguntou sorrindo, como se desvendasse um grande mistério:

_ Arrá! Então você é Lorrayne?

_ Parece que sim...

_ Você nunca ouviu falar de mim?

_ Ouço muitas coisas...

A garota estendeu a mão e se apresentou:

_ Sou Layane Albuquerque!

Receosa, Lorrayne cumprimentou a garota. Layane disse:

_ Parece que temos também, nomes parecidos...

_ O que além de nome temos parecido?

_ Você ainda não notou?

_ Não.

Layane tirou um espelho da bolsa. Entregou-lhe a Lorrayne e se enfiou dentro dele junto com a garota. Disse:

_ Vê? Somos muito parecidas! Bom, não parece muito, porque tingi meu cabelo de vermelho, e, cá entre nós, estou de lentes verdes. Mas ainda dá para se perceber!

Lorrayne pôde notar. Apesar do visual incrementado de Layane, era possível notar suas semelhanças. Layane fechou o espelho e perguntou gentilmente:

_ Bom, sósia, por que está sozinha?

_ Ah... Bom... Acontece que não sou muito... Hã... Querida.

_ Vi umas pessoas saindo daqui, achei que fossem suas amigas...

_ Ah, não. Acontece que o passatempo daquelas garotas é me encher.

_ Ah, mas por que?

_ Não sei. Não nos entendemos muito bem no primeiro dia de aula, o que se tornou motivo para constantes contendas...

_ Sério? Nossa, isso deve ser terrível... Bom, esqueça essas garotas. Que infantis! É o seu primeiro ano aqui na escola?

_ É.

_ E onde você estudou no ano passado?

_ Numa escola pública. E você?

_ Ah, eu vim do Canadá.

_ Seus pais devem ser felizes na área financeira...

_ Somos só eu e minha mãe. Meu pai está morto.

_ Sinto muito...

_ Não é nada. Não cheguei nem a conhecê-lo.

_ Eu também não conheci o meu pai.

_ Ah, é? Parece que temos mais em comum que imaginamos.

_ É... Parece... E você... Você tem irmãos?

_ Felizmente não, mas tenho dois primos que são meu pesadelo! E você?

_ Sou sozinha.

_ Você sim, é feliz.

_ Mas imagino que não deve ser tão ruim assim ter alguns primos... Eles vivem com você há muito tempo?

_ Há muito tempo. Meu tio morreu, e era tudo que eles tinham. Isso foi a mais de dez anos... Eu tinha quatro anos e eles, cinco e seis.

_ E eles vieram do Canadá com vocês?

_ Vieram. Na época, eles moravam aqui no Brasil, e minha mãe os pegou, e os levou para lá, conosco.

_ Eles estudam aqui com você?

_ Renan estuda, mas Eduardo não.

_ Somente um dos dois? – estranhou Lorrayne.

_ É... Acontece que Eduardo não quis de jeito nenhum estudar em colégio particular. Nem no Canadá ele quis. Ele é um tanto... Rebelde...

_ Ah... E esse Renan?

_ Ah, está no 2ºB. E eu no 1ºB, e você?

_ 1ºA.

_ Ah, legal. Mas me conta, ninguém da sua classe gosta de você?

_ Não é isso, é que...

A sineta que anunciava o fim do intervalo tocou. Layane despediu-se de Lorrayne e correu para junto de sua turma. Lorrayne foi para sua classe. Havia simpatizado com aquela garota. O normal seria achá-la irritante e insuportável, mas gostou da garota. Agora, pelo menos uma pessoa na escola a tratava bem. Talvez fosse disso que gostara na garota.

Depois disso, até a aula de matemática foi proveitosa. A de Literatura, com a professora Camila era uma das preferidas de Lorrayne, pois a professora se preocupava em atender os alunos com delicadeza. Até mesmo Caroline gostava da professora. A aula de história com a professora Luzia, que mais parecia uma girafa, segundo Lorrayne, foi como sempre, chata.

O que Lorrayne mais desejava, aconteceu. A professora deu um "desconto" e dispensou os alunos alguns minutos mais cedo. Foi uma das últimas a sair da sala, como sempre. Descia as escadas, e novamente a idéia de conversar com a professora de psicologia lhe veio à cabeça.

Continua

 


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Notas finais do capítulo

Ai gentem... Rsrsrsr! Tem coisas nessa fic q eu duvido ter escrito... Mas não dava pra mudar, senão teria q mudar todo o rumo da história...
Fazer oq? Eu era exagerada aos 15 aninhos!! Agora estou pior!! kkkk!
Brincadeirinhaaa! Kissus!



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