Garoto Errado. escrita por AlgodãoDoce


Capítulo 9
A Nova Fantasma


Notas iniciais do capítulo

Disse que talvez eu iria postar se tivesse comentários, e graças aos reviews das leitoras, aqui está o capitulo!



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A fantasma de cabelos curtos e loiros, os olhos pequenos e um pouco puxados me encarava timidamente, sim, ela era bonita, mas sua beleza não chegava nem aos pés da beleza de Juliana.

– Oi Manoela. - Falei um pouco frio.

– Por favor. me chama de Mannu. - Ela dá um sorisso. - Disculpa, acho que não deveria ter vindo, você parece estar cansado...

– Ahhh, Mannu! Fica vai! - Grita Débora.

– Não quero ser um incomodo...

– VOCÊ NÃO TÁ INCOMODANDO NINGUÉM AMIGA! - Berrou Débora. Sempre exagerando nas palavras.

– É... quem está encomodando aqui é outra pessoa...- Encarei Débora com um olhar torto. Levei um pequeno soco de Martim.

– Então eu posso ficar Dani? - Pergunta Mannu.

– Ué, fica. - Fui até a minha guitarra. - To lá na sala. - Falei para Martim e Félix.

Não queria ficar na edicula com a Débora, não iria suportar ela gritando ou então fofocando com a Mannu.

Cheguei na sala, antes de começar a tocar, queria ter certeza de que o pai da Julie estava no trabalho, realmente, não havia ninguém em casa. Começei a compôr uma música nova.

'' Como Dói perceber que o fim chegou tão de pressa e eu nem tive tempo de provar pra você... ♪ ''

– Oi! - Julie abre a porta da sala, rapidamente parei de tocar.

– Olá.

– E então, o que está compondo?

– Uma música, o que mais eu iria compôr.... - A respondi, Julie se sentou no sofá. Respirei fundo, não queria ser grosseiro. - Julie... sobre aquela pergunta que eu te fiz... - A morena me interrompe.

– É, o que foi aquilo? Você tava estranho...

– Esqueçe que eu te fiz aquela pergunta boba tá.

– Tá mas... - Ela suspira. - Eu nem te respondi.

– E nem precisa... O que aquele cretino queria com você? - Tratei logo de perguntar.

– Ele me pediu um favor. Eu preciso ajudar ele a conquistar uma garota.

– Huum... - Começei a mexer na guitarra, não queria demonstrar estar interessado no assunto, mas eu precisava saber mais coisas. - E vai ajudar como ?

– Vou fingir ser a namorada dele por alguns dias.

Quase me engasguei.

– O QUE? Julie, porque aceitou isso ?!

– Porque eu sei como é gostar de alguém que não sente o mesmo.

– Eu também sei. - Sussurrei, Juliana não ouviu. - E então... você vai... ser a namorada dele?

– Fingir. - Ela me corrige.

– Você deve estar toda feliz.

– Não, não estou. Isso significa que ele gosta de outra, não de mim. - Ela respira fundo. - E também, cansei dele. Não quero mais me apaixonar.

Ficamos calados por alguns segundos.

– Mas... você ainda gosta dele né?

– Daniel... por favor, muda de assunto, vai.

– Porque não quer me responder ? Gosta dele é ?

– Para... - Diz ela com a voz fraca. - Qualquer coisa estou no meu quarto. - Percebi que, pela primeira vez. Julie não queria falar no Nicolas.

Ela subia lentamente as escadas, eu a admirava enquanto subia, Julie olha para trás, disfarcei e olhei para a guitarra, não queria que ela percebesse que eu a encarava enquanto subia. Ela voltou a andar, escutei o barulho da porta de seu quarto bater.

– Olá, Daniel. - Surge Demétrius na sala.

– Ai... saco.

– Isso não é jeito de me comprimeitar, não acha?

– O que você veio fazer aqui ?

– Eu que te pergunto, o que você pensa que está fazendo? - Ele sorri. - Se apaixonando...?

– Não sei do que está falando.

– Vou refrescar sua memória. Julie, Juliana Spinelli.

– O que tem ela... ?

– Daniel, não se faça de bobo. Você sabe muito bem do que eu estou falando, você está se apaixonando pela viva...

– ...

– E você não pode. Você é um fantasma.

– E o que quer que eu faça ?! Você acha que estou curtindo essa de sofre por aquela viva... cretina. - E linda.

– Bom... Espero que você esqueça a humana.

Me levantei do sofá e o encarei.

– E se eu não esquecer... o que vai fazer comigo ?

– Com você? - Ele ri. - Daniel... com você nada. Mas com a Julie...

Antes mesmo que eu pudesse voar no pescoço de Demétrius, ele some.

Quem era ele para me ameaçar? Ou pior, quem era ele para ameaçar a Julie assim? Estava revoltado. Não revoltado com Demétrius, pois ele apenas estava tentando fazer o seu trabalho, eu estava revoltado comigo mesmo, eu não devia ter me apaixonado, eu a coloquei em risco, estou pôndo a Julie em risco.

Atravessei a parede e fui para a edicula, acho que pelo menos lá eu teria um pouco de paz.

– Olha quem chegou... - Débora dá uma olhadinha para Mannu ao me ver.

– Débora, não enche o saco. - A respondi. - Não estou para brincadeiras. - Falei sério.

– O que houve cara? - Pergunta Martim.

– Demétrius.

– DEMÉTRIUS! - Félix se assustou.

Mannu e Débora se entreolharam.

– Dan.. posso falar com você? - Pergunta Mannu, um pouco em vergonhada. - Se possivel á sos? - Martim, Félix e Débora somem.

- ooi Mannu, pode falar. - Disse educadamente, não sei porque, não conseguia ser grosseiro com a Mannu, afinal, ela era um doce de pessoa.

– Eu sei que você está triste... mas eu não sei o motivo direito, sei que é por causa de uma viva e ...- A interrompi.

– Mas não é possivel, aqueles dois fantasmas não conseguem guardar um segredo... eu não estou triste por causa de uma viva, estou triste porque sou um fantasma! ... - Estava quase gritando, Mannu me encara assustada. - Eu não estou apaixonado por viva nenhuma. - Menti.

Mannu dá um sorriso.

– E quem aqui disse que você estava apaixonado? - Droga, ela me pegou!

– Ahh.. Martim e Félix sempre dizem isso... e eu já to cansado disso. - Novamente, Minto. Martim e Félix nunca disseram que eu estava apaixonado, mas sempre levantavam suspeitas dizendo que eu sentia algo por Juliana.

– Então, não está apaixonado? - Ela chega mais perto.

– Não. Não estou.

– Que bom. - Ela segura minha mão.

– Olha Mannu... Eu sei que você estava apai.. - Ela me interrompe.

– Daniel... esquece o passado. - Ela toca delicadamente o meu rosto. - Não estou mais apaixonada por você como antigamente. - Sorri aliviado, afinal, não queria magoa-lá. - Mas estou aqui para te ajudar.

– Ajudar? Ajudar em que?

– Você sabe que o Demétrius conhece o segredo de cada fantasma certo?

– é...

– Ele me contou que você... sente algo pela humana Julie.

– Droga... Vamos mudar de assunto.

– Não... Não posso, estou aqui porque Demétrius me mandou. Estou fazendo um favor a ele.

– Como assim ?

– Você queria esquece-lá ?

– É... queria. - Mas não consigo.

Mannu se senta no sofá vermelho da edicula, ao meu lado, ela tira a guitarra que por algum motivo atrapalhava o seu caminho, ela coloca rapidamente e delicadamente o instrumento no chão. E chega cada vez mais perto de mim. Tentava controlar meu nervossismo, afinal, não sabia ao certo o que Mannu pretendia fazer, resolvi me virar para o outro lado, sinceramente, quando Mannu era viva, na epoca do colégio, seu comportamento era um pouco estranho, e me assutava um pouco. Ela está bem pior agora, com esse rosto pálido, e me assusta ainda mais quando ela disse que está fazendo 'Favores a Demétrius.'

Senti sua mão fria na minha nuca, eu ainda olhava para o outro lado.

– Mannu, por favor, vá embora. - Ao acabar de falar, ela vira meu rosto, me fazendo olhar para ela.

– Não posso. - Com os dedos, ela toca lentamente em meus lábios. - Não agora. - Ela encosta seus lábios nos meus, e me beija.


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Notas finais do capítulo

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