Rubro Como A Lua escrita por Shynio


Capítulo 2
Capítulo 2 - Encarar o destino. Eu prometo, Theo!




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... E então, Kyo? E a sua promessa, hm? Alguém se machucou. Alguém morreu.

Acordou assustado com a sua consciência cobrando-lhe ainda. Sonhou a noite inteira com a morte de Jin, e não era pra menos: foi a primeira vez que assistiu alguém morrer. Foi sua primeira falha, no seu primeiro dia como guerreiro.

– A cara, finalmente você acordou! – coçou os olhos e olhou para o lado. Lá estava Theodore, sorridente.

– Ah, bom dia, Theo. Como você está? – perguntou Kyo enquanto levantava-se, preguiçoso.

– Ansioso. Vamos logo falar com o oráculo para que possamos ir selar nossas vocações!

– Podemos tomar café da manhã primeiro? – disse, pidão.

– Não! – disse num tom brincalhão, porém apressado, andando para o prédio do oráculo.

– Ah, qual é, Theo! – levantou-se Kyo, e foi para junto de Theodore.

Lá estavam eles no prédio do Oráculo. Subiram as escadas e foram recebidos em silêncio. Em silêncio porque... Não havia ninguém lá. Aparentemente, pelo menos.

– Err... Theo, cadê o oráculo?

– VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA ENCARAR O SEU DESTINO? – exclamou uma voz que bradava da sala.

– Sim, eu estou!

Procurou Theodore e viu-o prostrado perante uma estátua, conversando com ela. Não acreditou muito no que via, muito menos no que ouvia, mas, ao que tudo indicava, a estátua o estava respondendo.

– Theo. Theo! É uma... É uma estátua.

– ASSIM SEJA! – com o último brado da estátua, Theo sumiu, de repentino.

Kyo assustou-se, obviamente. Sabia que teria que falar com a estátua, embora aquilo fizesse pouco sentido para ele. Porém, era melhor fazer de uma vez. Não sabia bem o que dizer, e era até tímido, então buscou policiar bem suas palavras.

– Err, oi senhor... Senhora... Oi, oráculo.

– VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA ENCARAR O SEU DESTINO?

– Bem, eu acho que...

– ASSIM SEJA!

O garoto ouviu um trovejar em sua mente e, assustado, cerrou os olhos, sentindo seu corpo inteiro gelar. Ao que abriu os olhos novamente, estava em outro lugar. Um pasto bastante agradável. Viu, em sua frente, um caminho que levava para o que parecia um pequeno vilarejo. Tudo o que conseguia ver era uma escada que levava para um barco, algo que parecia um comerciante e quatro casas.

Obviamente, precisava de esclarecimentos; então, foi-se para perto daquele que aparentava ser um comerciante. Lá, acenou e sorriu simpático.

– Ahn... Olá, senhor. Eu conversei com o oráculo e ele me mandou para cá, e...

– Está perdido, não está?

– Tecnicamente...

– Já escolheu a sua vocação?

– Bem, eu...

– Então vá logo. Eu só converso com pessoas que têm suas vocações seladas.

– Tudo bem. Obrigado pela sua aten-

– Vá.

Não era exatamente a recepção que esperava, mas tudo bem. Não conhecia nada nem ninguém ali, não estava em posição de opinar ou exigir e, na verdade, só existia – realmente – um problema a essa altura. Digo, que vocação escolheria Kyo?

O rapaz inexperiente foi para frente da guilda dos bruxos. Estes eram muito conhecidos por lidar com a arte da necromancia. Traziam os mortos de volta, e estavam sempre em contato com demônios – a morte era sua amiga. Não, chega de mortes. Ninguém mais morreria perto dele. Ninguém mais.

Sabendo que não seria um bruxo, foi-se para frente da guilda dos paladinos. Eram fortes, provavelmente os mais fortes nas terras de Tibia. Porém, vendo o exemplo de Theo, sabia que também não seria um paladino.

Balançou a cabeça e foi para frente do seu pesadelo: a guilda dos cavaleiros. Eram os mais nobres e rígidos. Muito respeitados, principalmente pelo rei de Thais, que admirava belos exércitos destes honoráveis guerreiros. Além do mais, era também a vocação que sua família sempre desejou que Kyo acarretasse para si; porém, não era o que o ruivo queria. As esmeraldas de seus olhos umedeceram-se enquanto deu as costas para a guilda e foi em direção ao último destino que sobrou-lhe.

Na frente da guilda dos druidas, mais uma vez teve a visão da morte de Jin, e maneira inútil como sentiu-se ao não poder fazer nada. Não, isso não aconteceria de novo. Não, nunca mais. Nunca. Kyo decidiu ser um druida.

Entrou, pois, no lugar. Estava bastante inseguro, porém ansioso, até que alguém veio em sua direção, esbanjando simpatia no sorriso.

– Olá, meu filho. O que o traz aqui, jovem?

– Bem, eu quero me tornar um druida.

– Oh, é ótimo saber que uma alma tão viril e cheia de vida decidiu-se juntar-se a nós. Mas, você tem certeza de que é isso que quer? Uma vez druida, você nunca mais poderá voltar atrás.

– Meus pais me querem um Cavaleiro. Eu me quero um druida.

– Entendo. Entendo e respeito sua decisão. Há algo que gostaria de saber antes de tornar-se um druida, pequeno...

– Kyo.

– Tem algo que precisa saber, Kyo?

– Só o fato de saber que poderei salvar vidas já me é suficiente, senhor.

– Então, Kyo; por fim, você quer mesmo ser um druida?

– Sim. Eu quero.

– Então, que assim seja! Peço que aproxime-se, por favor.

– Ahn, claro. – disse kyo, achegando-se do líder da guilda.

– Eu te passo, neste instante, uma fagulha do meu conhecimento e poder. A partir deste momento, você pode criar luz. Basta dizer as palavras mágicas, utevo lux. – disse o druida após tocar a testa de Kyo com a palma da mão direita.

– Hm, vejamos. Utevo l-

– Não, espere! – tapou a boca de Kyo, impedindo-o de concluir o feitiço.

– O que foi? – indagou Kyo, confuso.

– A sua mana ainda não foi liberada. Seu espírito ainda está lacrado.

– Na nossa língua, isso significa...

– Você ainda não está completamente conectado com o cosmo mágico. Sendo assim, você não pode conjurar feitiços. Eu vou elevar sua alma agora. – com a unha do indicador da mão direita, o druida cortou o braço de Kyo do pulso até a parte de dentro do cotovelo dele. O sangue começou a escorrer e pingar. Os gritos começavam – exura sio, Kyo. – e foi assim que os gritos cessaram e o sangue parou de escorrer. O corte tornou-se uma cicatriz que cintilava num azul escuro e intenso. – Essa cicatriz mostrará sua mana. O poder mágico que você abriga no seu corpo. Conforme você for conjurando feitiços, este azul irá apagando-se. Quando ele apagar-se totalmente, você não poderá mais conjurar feitiços.

– Ué, e o que eu faço quando minha mana se esvair?

– Há três maneiras de enchê-la. A primeira é: subir níveis. Sempre que você subir um nível, tanto sua vitalidade quanto sua mana serão totalmente recuperadas.

– Hm. E quais as outras maneiras?

– Comendo qualquer tipo de alimento e bebendo poções de mana.

– Comendo?

– Sim. Quando seu corpo está satisfeito, a sensação de relaxamento e bem estar faz com que seu espírito regenere-se. Porém, somente quando você está em áreas desprotegidas. Mesmo um espírito relaxado precisa de um pouco de adrenalina. – riu o druida.

– Acho que entendi.

– Aliás, deixe eu dizer mais uma coisa. A cada nível que você passar, seu espírito elevar-se-á ainda mais, fazendo com que o total de mana que seu corpo pode abrigar seja maior. Por revés, o aumento da sua vitalidade e de sua capacidade de carregar coisas será mínima. Espero que acostume-se com isso.

– Eu vou tentar.

– Desça. Há alguns equipamentos esperando por você. Não se preocupe, é de graça.

– Ahn... Tudo bem. – e foi-se para as únicas escadas que encontrou no lugar, que levavam para a subterra.

Após descer, passou por uma porta e encontrou alguns baús. Foi abrindo-os e viu vários itens repetidos dentro de todos os baús, mas supôs que deveria pegar apenas um de cada – afinal, outros druidas deveriam estar por vir. Uma capa, um chapéu, um livro, uma poção e uma vara. Tudo era extremamente leve e confortável, embora desse-lhe uma aparência esquisita. O que mais chamou sua atenção foi a vara, que tinha uma cobra enrolada em si. Assustou-se de pronto, mas a cobra parecia dócil, então deixou as cerimônias de lado e desceu mais um andar. Ainda estava em zona protegida, mas podia ver lobos em sua frente. Não sabia bem o que fazer, pois não tinha mais seu sabre e seu escudo. Tinha, agora, uma vara e um escudo.

– Não tenha medo, garotinho, zzzz... – ecoou uma voz doce e sedutora, na cabeça de Kyo.

– Quem é? – disse, trêmulo.

– Zzzzou parte do zzeu ezzpírito, que envolve-zze na vara que vozzê usa e toma perzzzonalidade. Eu zzou você, zzó que muito maizzz atraente.

– Puta cagaço você me deu, sua cobra.

– Que boquinha zzzzuja, gatinho. Olhe como zzzeuz olhinhozz verdezz eztão molhadozzz. Own, não chore. Vai ficar tudo bem. Eu vou cuidar de vozzzê.

– Eu não tô chorando, sua ignorante! Só não sei como matar esses lobos sem meu sabre.

– Zzzabre? Agora vozzzê é um druida, lindinho. Vozzê ira uzzar a mim, agora. Vozzzê tem mana zzobrando, né?

– Ahn... – checou o pulso por um instante – tenho.

– Zze ezztiver cheia, azzzenda a luzz, por favor. Vai ficar maizz fázzzil para nózz.

– Tudo bem. Como era mesmo... Ah, sim. U-Utevo lux... – disse num tom trêmulo e cheio de insegurança, porém, a luz surgiu, e emanava do corpo do ruivo.

– Muito bem. Nozzza, vozzê é ainda maizz fofinho na claridade. Vai, come algo pra zzua mana zzze manter aí e vozzê não morrer.

– Tá, tá... – tirou um queijo da mochila e devorou-o. Estava realmente faminto.

– Nozzza, que judiazzão. Vozzê zzzó tem um queijinho? Bem, por hora é zzuficiente. até que a gente pozza pegar um pouco de carne nezzzezz lobozz.

– Você quer que eu coma carne de lobo crua?

– É izzzo ou morrer.

– Não deve ser tão ruim. Um pouco de sal deve resolver.

– Prezta atenzzão, fofura. Eu cuzzpo veneno ázzzido que, obviamente, corrói a pele do zzzeu inimigo. Como nozzzazz mentezz zzão ligadazz, eu zzó precizzzo que vozzê ezzzcolha um lobo e mantenha-zze dizztante dele o zzufizzziente para não zzer azzzertado, mazzz também o zzufizzziente para que meu ázzido o alcanzze. Entendeu?

– Sim, err, Lilly.

– Ain, Lilly? Adorei, zzeu lindo. Vamozz logo ver zze conzzzeguirmozz trabalhar em equipe, grazzzzinha.

– Tá, tá.

As pernas do druida tremiam, mas isso não impediu que pulasse para a lama, aproximando-se dos lobos. Os lobos pareciam famintos e loucos por sangue, mas agora tudo estava mais esclarecido para o ruivo. Fez o que Lilly mandara, escolhendo por alvo um lobo que já aparentava estar ferido. Instantaneamente, Lilly cuspiu, e o lobo morreu. Era muito melhor daquela forma, pois não precisa entrar em combate corpo a corpo com os lobos, e podia matá-los sem muito esforço, à distância – embora soubesse que os aranhões e mordidas dos lobos doeriam muito mais agora.

Quando sua mana descia consideravelmente, sentia seu corpo pesado, cansado e desconfortável. Era realmente desagradável ficar daquele jeito, então, sempre que acontecia de sua mana esvair-se quase inteira, escondia-se em algum canto isolado da caverna para regenerar-se, banqueteando-se com toda aquela carne crua e dura dos lobos. Tomava todo cuidado para não colocar o ácido de Lilly na boca. Sabe-se lá o que aconteceria.

Após aniquilar muitos lobos, o lugar começou a feder. O cheiro da carne morta começou a incomodar o nariz do ruivo, mas, para sua sorte, seu pulso já marcava nove.

– Pzziu, corazzzão; vozzê já alcanzzou o nível nove. Agora já podemozzz zzair daqui e ir para o continente prinzzzipal. O que acha, hm?

– Olha Lilly, é uma ótima ideia.

– Err... Vozzê zzabe que zze falar em vozzz alta comigo, vão te chamar de louco, não zzzabe?

– Ué, e como mais falarei com você?

– Penzzando, ué. Eu disse que nozzzazz mentezz zzão ligadazz, não dizzze?

– Faz sentido...

– Zze fazzz sentido, por que vozzê continua falando, meu amor?

– Err, desculpe.

– Azzzim ezztá melhor. Bem, vamozz?

– Claro.

Moveu-se para fora dali. Já não podia mais ver lobo algum vivo. Passou pela sala onde pegou seus equipamentos e pela porta; voltou pela escada que havia descido e encontrou novamente o druida líder da guilda.

– Ora, ora! Parece que alguém aqui evoluiu e-... Nossa, amigo, você está fedendo! E também tem bastante sangue nessas roupas, haha. Acho que está na hora de você ir pro continente principal ver sua família e tomar um bom banho; o que acha?

– Acho perfeito, senhor.

– Me orgulhe. Orgulhe a todos.

– Darei meu melhor. Eu juro. – reverenciou aquele que o ensinou e o inseriu entre os druidas e foi-se em caminho do barco. Perto de lá, o comerciante acenou, sorridente.

– Olá, meu caro druida! Não está precisando de serviços bancários? Talvez de comida? Equipamentos? Qualquer coisa! Achegue-se e vamos conversar. – anunciava-se o negociante, agradável.

– Cala a boca, seu puto ignorante. – disse Kyo, mostrando o dedo médio da mão esquerda para o vendedor, que ficou boquiaberto.

Continuou seu caminho em direção do barco, até que encontrou o que parecia ser o capitão.

– Arr, olá marujo! – disse o capitão, num sotaque que puxava forçadamente a letra “r”. Parecia interiorano.

– Preciso ir para o continente principal.

– Já pegou tudo o que precisa? Arr.

– Já.

– Preciso olhar seu ouro, moleque.

– Ué, pra quê?

– Você acha que pode enganar um macaco velho do mar como eu? Cada novato só poda sair daqui com mil moedas de ouro, ou dez de platina. Tudo o que tiver a mais que isso é confiscado, arr.

– Mas isso é um absurdo.

– Aceite o absurdo ou fique.

– Dane-se. Só tenho quatrocentas moedas de ouro mesmo. – jogou seu saco de moedas para o capitão.

– Hm – checou rapidamente o saco de moedas e devolveu-o para o ruivo. – Quatrocentas e três. Entre no barco. Quer ir para onde?

– Thais. Preciso ver minha família.

– A bordo.

– Tá.

Entrou, então, no barco, e acomodou-se numa cabine para descansar um pouco. Não suportava seu próprio cheiro, e o fato da cabine ter um chuveiro não poderia ser maior bênção. Não tinha outra muda de roupas, mas era melhor passar a noite molhado e cheirando bem, do que seco e com cheiro horrível de sangue e carne de lobo podre.

Tomou uma rápida ducha, o suficiente para dissipar aquele cheiro horrível. Tirou suas roupas para poder torcê-las e tirar o exceço da água.

– Nozzza, izzzo é tudo zzeu ou é imaginazzão minha, lindinho? – disse Lilly, com um tom safado de voz.

– Ãh? – a princípio, Kyo não entendeu; mas quando sua ficha caiu, virou-se de costas para Lilly e vestiu sua calça novamente. – Que porra, Lilly. Não tem mais nada pra olhar?

– Ué, zzó me chamou a atenzzão o fato de vozzê ter no corpo algo quazze do meu tamanho, haha.

– Tá, tá; me deixa. Vou morrer de frio essa noite. – disse, terminando de vestir-se com as peças úmidas de roupa.

– Zze eu tivezzze um corpo, juro que te ezzquentaria a noite inteirinha sem reclamar nenhuma vezzz. Zzinzzeramente, até já me zzinto quente. Ai...

– Lilly, tá me deixando sem graça.

– Own, além de gozztozzo, é virgem. Que zzonho.

– Tô indo deitar. Boa noite.

– Ei, me leva.

– Só se você fechar a boca.

– ...

Tomou a vara em mãos e foi para a cama. Deitou, buscando relaxar, até que a consciência foi embora.

Gente falando alto, cavalos trotando e foguetes fizeram com que Kyo acordasse, percebendo que já era de dia.Pegou Lilly e saiu da cabine, indo para o convés. Lá, viu que já havia chego em Thais, e que a cidade estava recepcionando os novos guerreiros que haviam formado-se na ilha do destino.

Muitos destinos haviam sido traçados, e muitas decisões haviam sido feitas. Nem todas corretas, mas nem todas erradas. Sonhos, esperanças, objetivos... Coisas que faziam valer a pena a luta. Coisas que faziam a valer a pena existir. Coisas que surgiram e esculpiram-se nos corações dos novos guerreiros na ilha do destino, e que corações sonham concretizá-las aqui, neste continente.

Desceu, então, do navio, tomando por rumo sua casa, que era próxima à saída sul de Thais. Na frente do depósito, uma figura familiar.

– Kyo! – disse uma voz cheia de alegria

– Theo! – respondeu Kyo, indo para perto do amigo.

– Eu imaginei que escolheria isso para sua vida. – puxou assunto, dando um soquinho e leve no braço de Kyo, como um cumprimento.

– É... E você, hein. Quero te ver um grande paladino da realeza!

– E eu quero ver você um druida sênior!

– E verá. Eu juro.

– Quero combinar uma coisa.

– Diga lá, parceiro.

– Hoje é dia cinco da primavera, e nós vamos nos separar. Cada um vai tomar um rumo e crescer. Iremos nos tornar guerreiros formidáveis, e no dia cinco do verão, nos veremos de novo aqui, neste depósito, para nos tornarmos uma equipe!

– Entendido e aceito. Estou indo visitar minha família. Quer vir?

– Adoraria, mas estou indo fazer o mesmo. Muita saudade, sabe como é.

– Sei sim. Não vou te segurar, afinal, estou louco para abraçar minha mãe e meu pai. Também quero ver como está a pirralha. Sei lá, dar uns cascudos.

– Haha. Vai lá. E não se esqueça: dia cinco!

– Certo, até! – teve que gritar para que Theodore pudesse ouvir, uma vez que já estava correndo.

Distraído da conversa com Theodore, o entusiasmo de Kyo passou, e fê-lo lembrar de um problema. Com que cara olharia seus pais ao mostrar-lhes uma vara, e não um machado? Será que eles entenderiam? Desde o começo daquela família de nobres, todo homem sempre foi um cavaleiro de elite; e, pela primeira vez, haveria um druida. Com certeza eles não entenderiam. Com certeza o julgariam. Com certeza o rejeitariam. O vento era congelante, o céu era róseo do fim de tarde, e as lágrimas do recém druida eram de agonia.


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