Things That Remain Unspoken escrita por JK2_Faberry


Capítulo 1
Os Dois Lados da Moeda


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito, muito tempo, voltei. A segunda temporada vai ser bem menor que a primeira devido a minha total falta de tempo, mas espero que consiga dar um lindo final faberry que todo mundo gosta.Recadinhos importantes pra esse primeiro capitulo. Achei necessário que passasse alguns anos, ate pra caber tudo que aconteceu.Pra não ficar muito perdido as partes em itálico são recordações, e as em negrito são recordações dentro das recordações, Jã ficou complicado neh kk Enfim espero que vocês gostem pq me deu muitooo trabalho,Beijos boa leitura *.*



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Já conhecia aquela sensação. Aquele silencio atípico e o friozinho que parecia entrar de cada buraquinho, cada greta, só podia significar uma coisa. Mais uma vez era inverno em Nova York. Espera. o que estou dizendo? O inverno aqui nunca era igual e não sei se era possível, mas, aquela cidade que no inicio me parecia tão assustadora, ficava ainda mais bonita nessa época do ano.

Particularmente eu adorava ficar observando da janela aquela neve preguiçosa caindo devagar, e as pessoas que ficavam irreconhecíveis cobertas por seus inúmeros agasalhos, parecendo andar sem destino, apenas pra fugir do frio.

Frio que entrou tão depressa quanto Alex, e saiu na mesma velocidade, quando ela bateu a porta. Pela cara dela o frio iria continuar la fora, porque dentro de casa, parecia que um vulcão estava prestes a explodir:

—Quer me explicar que palhaçada é essa? - ela disse jogando a revista em cima da mesa.

— Concordo amor, essa revista é uma droga.

— Não estou falando da revista Rachel e sim da noticia que esta nela.

— Noticia? Que noticia? Da pra ser mais especifica?

— Claro vou ser mais especifica. Página 34. - abri a revista na página e não me surpreendi com a noticia Por Trás das Cortinas, Rachel e Jesse estão tendo um caso?— Então?

— Então o que Alex.

— Você esta transando com esse cara?

— A não, de novo isso?

— É só me responder. Esta transando com ele?

— Sim Alex, eu estou transando com o Jesse. É meu trabalho esqueceu?

— Fora do teatro Rachel, você sabe muito bem o que quero dizer.

É eu sabia. afinal, já estava me acostumando com aquelas crises de ciúmes da Alex, que começaram junto com a minha primeira peça importante no teatro, Spring Awakening, onde eu cantava, dançava, e eventualmente transava com Jesse St.James. Sei que disse que nunca faria esse tipo de cena, mas era a peça dos meus sonhos, só não pensava que causaria espanto tanto por parte da Alex quanto dos meus pais, que não esperavam por aquilo a primeira e única vez que viram a peça. Depois disso, eles não me ligaram mais com tanta freqüência e Alex começou com a paranoia de achar que eu estava transando com metade do elenco, e rumores como aquele, não ajudavam muito.

— Você não tem com o que se preocupar. Primeiro eu nunca te trairia e segundo, o Jesse é tão gay quanto nos duas ou mais. Não sentimentos nada um pelo outro.

— A não? Então você não sente nada quando ele te segura assim? – Alex me puxou e falava bem pertinho da minha boca

—Nada.

— Não? E isso... – ela abriu minha blusa com um só movimento e passava suas mãos pelas minhas costas. Como já sabia o que ela estava fazendo, resolvi entrar no jogo. Me aproximei ate ficar milímetros da sua boca e sussurrei.

—Nadinha. – ela me olhou e mordeu os lábios.

— Ah é? – Alex começou a subir as mãos ate chegar aos meus seios e apertou forte, igual Jesse fazia na peça, a diferença é que por ele eu realmente não sentia nada, já com a minha namorada, era difícil resistir.

— Aii – o som que saiu da minha boca era quase um sussurro, mas foi suficiente pra acender Alex.

— Sabia que você sentia.

Ela puxou meu pescoço e começamos a nos beijar e tirar a roupa ali mesmo na sala. Acho que esse era o motivo de brigarmos tanto: sexo de reconciliação. Não que a gente não fizesse sexo todo o tempo, mas depois de uma briguinha era sempre melhor. Na verdade parecia que sexo era a resposta de todos os nossos problemas e de certa forma foi o que me ajudou a entrar na peça. Não, não é isso que você esta pensando, não virei uma espécie de garota de programa, mesmo tendo feito papel de uma. Acho melhor contar como tudo aconteceu antes que fique ainda mais confuso.

No começo com toda aquela mudança, aquele futuro incerto, aquele medo de fracassar, tudo aquilo foi muito difícil pra mim. Não era só com uma nova cidade que tinha que me adaptar, eram milhões de coisas novas, como por exemplo, estar em um novo colégio. É eu consegui entrar na Julliard, depois de ficar um tempo em outra faculdade, graças a um plano de Alex que não era dos melhores, tinha grandes chances de ser o mico do século e ate hoje não sei como ela me convenceu a fazer aquilo, mas lá fui eu procurar uma matricula que não existia na NYC.

— Qual é o seu nome senhorita? - Quando um carinha muito estranho com um óculos muito grande atrás do balcão me fez a pergunta, agradeci o fato de ser uma ótima atriz e não demonstrar vergonha, porque a minha vontade era sair correndo dali.

—Ah Rachel Berry. – Enquanto ele procurava meu nome no computador, Alex se aproximou vestindo uma espécie de terninho, e fingindo falar com alguém importante no telefone.

— Rachel Berry? De onde conheço esse nome? - Alex não havia me falado dessa parte então não sabia o que responder e parecia tão confusa quanto o cara no computador.

— Me desculpe senhorita, mas não achei seu nome. – E nem ia, mas insisti esperando ver ate onde iria aquele plano.

— Poderia checar de novo, por favor?- com muito pouco caso, o senhor virou para o computador e começou a procurar de novo enquanto Alex continuava a encenação.

— Rachel Berry, me lembrei. Você é a garota que falo não pra Julliard!

Todos que estavam na fila, na sala, no quarteirão que ouviram aquilo olharam pra mim na mesma hora. Sim sou uma ótima atriz, mas naquele momento eu tive vontade de enfiar a cabeça no chão.

— Garota qual o seu problema? - Continuei parada

— Como você sabe disso?

— Eu trabalho na New York Academy e vi sua apresentação nas nacionais, me lembro de ouvir comentários de todas as faculdades querendo oferecer bolsas pra você, mas desistiram quando souberam que a Julliard também tinha esse interesse, afinal, quem diria não pra Julliard?

Mesmo sabendo que Alex estava apenas me lembrando do maior erro da minha vida, continue fazendo o que tínhamos combinado.

— Bom nem todas desistiram. Também recebi oferta da NYC e preferi ficar aqui, mas parece que não fizeram minha matricula. – Percebi que o plano de Alex estava dando certo por que era nítido que o cara do computador já prestava mais atenção na nossa conversa do que em procurar meu nome.

— Serio? Tomara que não achem mesmo seu nome ai, terei o maior prazer em te levar em outra faculdade. Tenho certeza que terão uma vaga pra você.

— O nome dela esta aqui. – disse o carinha se levantado da cadeira. – É Rachel Derry certo?

— Berry! – Alex e eu gritamos ao mesmo tempo.

— É isso mesmo Berry, esta bem aqui. Só preciso do restante dos documentos dela. - Ou de todos os documentos.

— Poxa é uma pena. Adoraria te-la em nossa faculdade. – Alex falou com um sorrisinho sarcástico no rosto e foi saindo enquanto eu terminei minha matricula. Sinceramente ate hoje não acredito que aquilo deu certo, mas deu.

Não fiquei muito tempo na NYC e nem queria. Gostava de estudar lá e ate fiz algumas amizades, mas era só uma forma de ficar visível para oportunidades melhores. Como era uma ótima aluna e sempre ia bem nas apresentações, não demorou muito pra Julliard me procurar de novo, e dessa vez não tinha motivos pra dizer não.

A melhor parte de estudar lá, claro além de ser meu sonho, era que ficava bem pertinho do meu apartamento, minha nova casa, tão menor que a minha antiga. Resumindo era uma sala com dois sofás velhos e uma TV, a cozinha, um banheiro e dois quartos, o meu que a vista dava pra rua, e do lado o quarto de Lauren, minha nova e completamente maluca colega de quarto.

Lauren era dois anos mais velha, tinha os cabelos loiros na altura dos ombros, um tanto mais alta do que eu, incrivelmente linda e fazia medicina veterinária. O tipo de garota que Alex iria querer longe de mim se não fossem dois motivos. Primeira a amizade relâmpago que começou entre elas já que Alex vivia no nosso apartamento e na maioria do tempo eu não estava lá por causa da faculdade ou ensaiando alguma peça, e segundo, o fato de que Lauren não era do tipo que mantinha compromissos, ou melhor, ela tinha vários compromissos e todos ao mesmo tempo com todos os tipos de garotas héteros. Esse era o lema de Lauren: “Não existe garota hétero, existe garota que ainda não me conheceu”. Como de certa forma foi ela que me tirou do armário não tinha como discorda, nem poderia.

Lauren nunca se apresentava como uma simples veterinária e sim como Dra Lauren, e o pior que as garotas caiam nesse papinho, o que fazia com que ela sempre levasse trabalho pra casa. De vez enquanto trombava com alguns dos seus trabalhos, andando pelo apartamento e foi em uma dessas trombadas que acabei conseguindo meu primeiro papel. Nikki, um dos poucos namoros sérios que Lauren teve, estava escrevendo uma peça sobre uma garota que vem tentar a sorte na cidade grande, mas que não tendo chances, acaba desistindo dos seus sonhos e virando uma espécie de acompanhante para se manter na cidade. Bom o roteiro era péssimo, Nikki não era uma escritora de verdade, muito menos conhecida e o teatro estava anos luz de ser uma Broadway, mas como Lauren me pediu e não podia recusar nenhuma oportunidade naquele momento, me aventurei a fazer a peça e ate tinha algumas coisas em comum com a protagonista, lógico tirando a parte de virar uma prostituta.


Apesar do tema principal, a peça não tinha nenhuma cena parecida com Spring Awakening então estudava o roteiro nos intervalos das aulas e ensaiava com Alex quando chegava em casa ate o tão esperado dia da estréia. Contando com ela, Lauren, Nikki e meus pais que vieram de Ohio ver minha apresentação, havia algo em torno de 15 pessoas no teatro. Mas não foi um fracasso total. Mesmo a peça sendo péssima, consegui outros testes por causa dela, isso antes de Nikki me mandar embora do elenco por que descobriu que Lauren estava tendo um caso.


Não vou mentir, fiz algumas peças horríveis, mas por pior que fosse sempre conseguia me destacar o que fez com que as oportunidades começassem a aparecer e o nível das peças começassem a subir ate que veio minha grande chance, o teste para o papel principal de Spring Awakening.

—Lauren?

— Olha Alex, eu também gosto muito da Lauren, mas tudo bem não fala o nome dela nessa hora.

— Não é isso Rachel, onde ela está?

— Não sei. Saiu cedo disse que iria à farmácia. Estranho que ela nem parecia doente.

—Ótimo, já basta ela ver você transando na peça. Isso aqui é particular.

— Claro como se você tivesse vergonha caso alguém visse a gente transando?

— Mas eu tenho.

— Você não parecia com vergonha aquela vez em Lima quando meu pai entrou no quarto.

— Era o seu pai, e eu não estava nua. Você sentiu vergonha pra nos duas.

— Verdade. Ah é? E no dia do meu teste?

—Você quer dizer o dia que você surtou por causa do seu teste? Sabe que aquilo foi um caso a parte Rachel. Você precisava.

Realmente, eu estava precisando. Não que eu ficasse louca toda vez que tinha algum teste, mas aquela era minha grande chance, e não pude evitar entrar em pânico, ainda mais quando tudo parecia dar errado.

Pra começar, Alex prometeu que iria me acompanhar, mas não foi. Disse que tinha que passar em outro lugar primeiro, mas que me encontrava mais tarde no local onde meu teste foi marcado. Por sorte ou não, o diretor também se atrasou e deu tempo de Alex parecer 30 minutos depois do combinado.

— Ate que enfim hein?Onde você estava que demorou tanto?

— Não importa. Estou aqui agora não estou?

—Ei calma. Era que devia estar nervosa, não você. E eu preciso de você calma.

— Me desculpe ok?! Mas parece que como eu, o seu teste também esta atrasado não?

— Sim. O diretor chegou há pouco tempo, mas já vi duas garotas saírem daquele elevador chorando Alex, chorando!

— Não se preocupe, o papel é seu. Tenho certeza que você vai conseguir- Alex me abraçou quando uma mulher apareceu na sala de espera .

— Rachel Berry? – levantei a mão - Pode subir, a sala de audição fica no ultimo andar.

Alex me abraçou de novo.

— Esta preparada?

— Sim, mas queria que você viesse comigo, sabe pra me acalmar. – Não percebemos que já havia passado um tempo que estávamos abraçadas e que a mulher, já um tanto impaciente, continuava esperando por mim.

— Tem outra sala de espera lá em cima se você quiser levar a sua...

— Prima! Ela é minha prima – Alex e eu concordamos que era melhor deixa nossa relação em segredo por enquanto.

— Certo. Sua “prima“. Ela pode subir com você.

Então Alex e eu entramos no elevador. Estava nervosa antes, mas quando a porta se fechou o nervosismo virou pânico total. Tentei buscar um pouco de tranqüilidade em Alex, mas ela tinha uma expressão vaga como se estivesse com a cabeça em outro lugar. Aquilo não me ajudou muito, então, acabei surtando.

— Eu não vou conseguir.

— Fica calma Rachel, é claro que você vai conseguir. - Alex tentou segurar minha mão, mas me esquivei do gesto.

— Não Alex, eu não vou conseguir, eu nunca vou ser uma grande atriz, vou continuar fazendo peças medíocres ate que desista e comece a fazer programas pra ganhar dinheiro e ficar sozinha. Droga eu vou virar a mulher da peça da Nikki.

— Rachel escuta o que você esta falando? Nada disso vai acontecer. Se não der certo você sempre vai ter a mim, e a Lauren e os seus pais...

—Meus pais? Você não entende? Eles vão ser os primeiros a me obrigar a voltar pra casa. Não posso voltar pra Lima Alex, não posso voltar pra aquele lugar, não posso voltar pra Quin... – Mesmo com tanto nervosismo eu sabia que não poderia completar aquela frase.

— OK! Rachel já chega!- Alex apertou o botão de parada do elevador.

—Mas que merda você ta fazen...- ela não deixou que terminasse a frase. Começou a me beijar empurrando meu corpo contra a parede e puxou minhas pernas apoiando-as no seu quadril. – Alex... Definitivamente esse não é... O local nem à hora... Apropriada pra isso.

Perdi totalmente os pensamentos quando as mãos de Alex rapidamente desabotoaram minha calça e um segundo depois já passavam por baixo da minha calcinha. Quando acabou o seu trabalho, Alex simplesmente me soltou. Minhas pernas ainda estavam bambas e por pouco não cai. Ela esperou eu me recompor e disse ajeitando as minhas roupas.

— Relaxa, é só um teste. – apertou o botão e o elevador voltou a subir.

Antes que entrasse na sala de audição, ela ajeitou meus cabelos, deu um beijo no meu rosto, e olhou fundo nos meus olhos sem dizer uma só palavra. Era o jeito dela de me dizer, eu sei que você consegue. Tirei toda a confiança que precisava naquele gesto e se deu certo? Bom eu consegui o papel então acho que sim.

— É aquele foi um bom dia.

— Você me pegou de surpresa

— Também tive algumas surpresas.

— Serio? Quais? Você não me falou nada sobre isso.

— Ah, é por que não é nada de mais, deixa pra lá. Vamos focar no agora?

— Acho uma ótima ideia. - então ela me pegou do mesmo jeito que fez no dia do teste e me levou ate meu quarto, pelo menos era o que achávamos. Alex me jogou na cama já praticamente sem roupa, e as que sobraram fiz questão de tirá-las bem rápido.

— Mais que merda é essa? – Cai da cama com o susto enquanto Alex encarava Lauren e outra garota, que parecia mais assustada do que eu com a cena, como se nunca tivesse visto sexo antes. Talvez nunca tivesse mesmo, não daquele jeito.

— Desculpe Lauren, não vai rola.

— July espera, não é isso que você está pensando. - mesmo com os pedidos de Lauren, a garota saiu correndo do apartamento. – Obrigada vocês duas, muito obrigado mesmo!!! - berrou para nos duas antes de bater a porta indo atrás da tal July. Alex voltou para a cama e se deitou do meu lado.

— Acho que já passou da hora de mudarmos de apartamento.

— Ou quem sabe parar de transar na cama da Lauren. - nos duas rimos. - Mas como já começamos mesmo.

E entre a faculdade, o teatro, momentos com a Lauren, brigas e transas com a Alex, foram passando-se os dias e minha vida em Nova York era um sonho. E pensar que quase perdi tudo isso por causa da Quinn. Ainda assim a parte mais difícil da minha mudança foi esquecê-la, tarefa meio impossível quando se namora a irmã do namorado dela. Alex tentava ser compreensiva com a situação e com um pouco de insistência,quando sabia de algo sobre Quinn, não se importava em me contar, mas com o passar do tempo, senti que era hora de valorizar o que eu tinha e fui me interessando menos em ter noticias dela ou talvez só quisesse evitar a dor de saber que ao contrario do que imaginava, Quinn estava se virando muito bem sem mim.

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Outro dia em Lima e mais uma vez não foi o som alto do despertador que me tirou da cama. Já estava acordada ha um tempo, parada em frente à janela, vendo a neve que começava a cair anunciando que o inverno havia chegado, enquanto relembrava os últimos acontecimentos e tentava descobrir como minha vida chegou aquele ponto.

Prefiro ignorar esses pensamentos, tomar um banho e me preparar para mais um longo dia. Pego minha bolsa e minha câmera e desço as escadas do meu quarto nas pontas dos pés na esperança de conseguir sair de casa sem trombar com meu pai, mas como a maioria das coisas da minha vida, não tive essa sorte.

— Venha tomar café com a gente Quinn.

Aquilo parecia mais uma ordem do que um convite, e mesmo lutando contra todos os meus instintos, acabei aceitando. Então me sentei, peguei um copo de suco e fiquei calada esperando que meus pais fizessem o mesmo.

— Então Quinn empolgada? Esta chegando o grande dia. – sabia que minha mãe não iria resistir em tocar nesse assunto.

— Claro mãe. Super empolgada.

— Já esta quase tudo pronto, só falta você escolher o vestido.

— Por que você não escolhe pra mim mãe? Tenho certeza que você fará uma escolha melhor que a minha. – entendi a empolgação dela como um sim e voltei pro meu suco dano o assunto como encerrado, mas faltava a ótima opinião do meu pai.

—Sabe o que me deixa mais feliz com esse casamento? Finn é um bom rapaz. Quem sabe ele nao consegue tirar da sua cabeça essa ideia de fotografia.

— Não conte com isso papai.

—Vocês dois, por favor, não vão começar a discutir de novo.

—Como não mãe? Como não vou discutir com um cara que não respeita minhas escolhas?

— Eu não sou um cara, sou seu pai e olha como fala comigo mocinha. E outra, como posso respeitar o que você escolhe se é completamente errado?

— É por que é errado? Por que não é o que o senhor queria que eu fizesse? Gostando ou não papai você tem que aceitar que não sou mais sua garotinha.

— Ah isso eu já aceitei, o que ainda não me desceu é que tenho uma filha de 21 anos, que largou os estudos, e não tem nem uma droga de emprego.

— Eu tenho um emprego pai.

— Salvar vidas é um emprego Quinn, estudar leis é um emprego, fazer cálculos é um emprego. Tirar fotos é um hobby.

É. Eu devia ter dito não, dito que estava atrasada para o trabalho qualquer coisa para evitar aquele café da manha.

— Tenho que concorda com seu pai Quinn. Essa coisa de fotografias não vai te levar a lugar nenhum.

— E se eu não quiser ir pra lugar nenhum? E se eu quiser ficar pra sempre aqui em Ohio trabalhando como fotografa? -Não da pra piorar.

— Você quer isso?

— Não. Mãe é uma suposição.

—O meu Deus Quinn o que aconteceu? Você era uma garota tão cheias de sonhos, por que mudou tanto?

Mesmo não aguentando mais aquele conversa, tinha que concorda com meus pais. Eu realmente havia mudado muito e não era só meu corte de cabelo, ou as roupas e o fato de começar a fumar escondido. Desde o dia que perdi aquele avião tudo em mim havia mudado. Minha vontade era entrar no próximo vôo e revirar Nova York ate encontrá-la, mas essa vontade passou assim que soube que Rach não estava indo sozinha. Então voltei pra casa destinada a seguir minha vida e esquecê-la, mas não conseguia e dentro de mim ainda mantinha minha promessa. Se um dia tivesse a chance, iria conserta as coisas entre nós.

Era triste aceitar que tinha perdido a Rach, e ainda mais triste admitir que não tinha perdido o meu medo, o que fez com que eu não tivesse muitas opções a não ser continuar aquele falso relacionamento com Finn. No começo era quase impossível, não suportava sequer ficar na presença dele, mas não sei, acho que com o tempo fui aceitando aquela situação, e sem perceber em algumas ocasiões ate agia como namorada de Finn, mesmo quando não tinha ninguém por perto. Só mais um dos erros que iria me arrepender depois.

Foi em uma dessas ocasiões, um almoço de família onde lógico o assunto era nós dois, que querendo fugir de toda aquela conversa, fui para o quarto de Finn e encontrei o primeiro passo pra minha mudança. Não sei por que aquilo me chamou atenção, mas havia algo atrás de uma pilha de roupas, esquecida no meio daquela bagunça. Uma câmera. Provavelmente a mesma que Finn usou para tirar aquelas malditas fotos. Sei que qualquer pessoa no meu lugar iria querer quebrá-la ate o ultimo pedaço, mas o que eu fiz foi exatamente o contrario. Não foi difícil convencer Finn a dá-la pra mim, afinal, ele já tinha conseguido o que queria, difícil mesmo foi explicar para os meus pais que era aquilo que queria pro meu futuro. E foi assim que começaram as brigas.

— Eu sei de quem é a culpa dessa mudança toda. Essa sua convivência com aqueles Berrys. Não conseguiram estragar a filha deles resolveram fazer isso com a minha.

— Primeiro Hiram e Leroy são as melhores pessoas que já conheci, e segundo, você não faz ideia de porque a filha deles foi embora. E quer saber, não sou obrigada a ficar aqui ouvindo isso. Vou pro meu TRABALHO que não tenho a mínima intenção de largar.

Levantei-me da mesa, peguei minhas coisas e fui em direção a porta. Não consegui ser rápida o suficiente pra não ouvir minha mãe dizer mais meias dúzia de palavras sem sentido.

— Quinn, minha filha, você ainda pode mudar o seu futuro.

— Não mãe, eu já perdi essa chance.

Entrei no carro e agradeci por esta saindo daquele lugar que era obrigada a chamar de casa, e estar indo para o único lugar que podia esfriar minha cabeça e fazer o que gostava.

Não era bem o plano que tinha em mente quando Santana disse que havia uma vaga de fotografa no jornal onde ela trabalhava desde que entrou na Ohio State University. Era pra ser apenas um estagio, algo temporário, mas Sant se saiu tão bem que a deram um emprego fixo. Graças a ela, era só eu dizer quando podia começar que a vaga era minha, e eu precisava começar em algum lugar, alem do que me parecia uma ótima ideia trabalhar com minha melhor amiga.

Quando enfim cheguei à sala de redação, percebi que não havia aquela habitual correria de todos os dias e encontrei Sant, sentada em frente ao computador sem a mínima pressa em digitar mais uma de suas matérias. Sabia o que aquilo significava.

— Odeio essa droga de inverno. É só ele chegar que tudo para por aqui.

— Bom Dia pra você também. - Sant com seu jeitinho de sempre continuava prestando muito mais atenção no que escrevia, do que no que eu falava.

— Parece que estou tendo um bom dia?

— Deixa eu adivinhar. Resolveu que hoje era um ótimo dia pra passar um tempo com seus pais?

— Só mais um erro na minha vida.

— Como tenho uma ampla visão dela, tenho que concorda, você erra bastante. Sorte sua que sou sua amiga.

Sim, na ausência de Rach e com as constantes viagens de Britt com a companhia de dança, Sant meio que me colocou no lugar delas e nos tornamos melhores amigas. Sentia como se ela cuidasse de mim, e tornava toda aquela tristeza que sentia menor. Tirando toda minha historia com Finn que ela não tinha nenhum interesse em saber, não tínhamos segredos e mesmo se tentasse manter algum, de um jeito ou de outro, Sant acabava descobrindo.

— Falando em erros, você não devia estar em casa cuidando dos preparativos do seu casamento não planejado?

— Nem me fale, não consigo acreditar. Caramba eu vou me casar com o Finn? Como isso aconteceu?

— Acredito que essa sensação maravilhosa na sua barriga explique, mas se quiser que eu te lembre.

— Como se fosse algo possível de esquecer. -Não, não era. Na verdade me lembrava de cada detalhe.

Era um dia como qualquer outro, não tinha nenhum ar especial ou diferente, e que começou como sempre, ou seja, eu brigando com meu pai e fugindo para meu trabalho em busca de um pouco de sossego, o que não tive aquele dia.

— Eu preciso sair da minha casa.

— O que foi dessa vez?

— O de sempre. Meu pai surtando com cada atitude que eu tomo contraria a vontade dele.

— Sabe, não sei se fico feliz por você finalmente estar enfrentando seu pai, ou com raiva por fazer isso só agora. Bom antes tarde do que nunca não é? – sabia o que Sant queria dizer com aquilo, então fiquei calada apenas esperando ela mudar de assunto. – Aceita um café?

Não sei se foi pelo cheiro ou só a pronuncia da palavra, mas senti meu estomago embrulhar, e corri para o banheiro.

— Quinn? Você esta bem? – quase não ouvia a voz de Sant do outro lado da porta enquanto namorava o vaso sanitário.

— Sim estou... Bem.

Depois de um tempo sai do banheiro, esperando que Sant tivesse ido embora sem perceber que não era a primeira vez que aquilo acontecia, mas ela estava lá, parada em frente à porta, me olhando e esperando uma explicação. Como se algo passasse despercebido por Santana Lopes.

— Quinn, já tem um tempo que você vem tendo esses enjôos não é?

— Pois é. Acho que comi algo que não me fez muito bem.

— Acho que foi algo que te comeu que não fez muito bem.

— O que você quer dizer com isso Sant?

— Vou ser mais direta. Quinn eu acho que você esta grávida.

— O que? Não. Não é possível.

— Já estou me arrependendo de fazer essa pergunta, mas você já transou com Finn certo? – Uma vez, uma única vez, seria muito azar.

— Bom nos já namoramos há muito tempo.

— Então existe a possibilidade de eu estar certa e só tem um jeito de descobrirmos. Você tem que fazer um teste de gravidez. Espera um pouco, vou ate a farmácia comprar um.

Não demorou 15 minutos e Sant já estava de volta.

— Toma – ela disse me passando o teste. – pelo que li é bem fácil, só acerta o palitinho, esperar uns minutos e pronto, sai o resultado.

— Ok.

É, realmente parecia bem fácil, mas não era algo que queria ter que fazer. Voltei ao banheiro, dessa vez em passos lentos e fiz o que parecia o xixi mais importante da minha vida. E foi. Depois de uns minutos, sai do banheiro e passei pra Santana ver o resultado.

— Então Sant?

— É Quinn, você esta grávida.

— O meu Deus. Tem certeza?

— Sim.

Senti o mundo abrir aos meus pés. Aquilo não podia estar acontecendo. Puxei uma cadeira e me sentei tentando processar aquela informação, o que depois de 40 minutos ainda não havia conseguido.

— Sabe o que é irônico? Eu queria tanto sair da minha casa, que agora vou ser expulsa.

—Não acho que essa seja a pior parte. Você vai ter um filho do Finn. Essa é a pior parte.

— O que eu vou fazer Sant?

— É o que eu ia te pergunta. Você pretende ficar com o bebe certo?

—Eu não sei. Eu não sou boa o suficiente nem pra mim mesma, como posso ser uma boa mãe?

— Acho que você precisa de um tempo. Essa não é o tipo de decisão pra ser feita assim, sem pensar direito. É melhor você ir pra casa, esfriar a cabeça e depois decidir o que vai fazer. Seja qual for sua decisão, mesmo que não eu concorde, você pode contar comigo.

Escutei o conselho de Sant e fui pra casa. Passei pelos meus pais que não pareciam se importa com o fato de ter chegado mais cedo em casa e subi direto para meu quarto. Ali eu desabei. Chorei como nunca havia chorando antes, simplesmente não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, mas estava e eu tinha que pensar numa solução.

Sempre quis ter filhos, mas quando fosse à hora certa, com a pessoa certa e com certeza aquela não era a ocasião. Finn não era a pessoa certa. Finn. Qual seria a reação dele quando soubesse que seria pai? Qual seria a reação do meu pai? Não era só minha vida que iria mudar, minha escolha afetaria tantas pessoas. Não suportava um peso tão grande, então depois de pensar muito, voltei ao trabalho com minha decisão tomada.
Não posso ter um filho agora Sant. Não é certo. - Sant parecia decepcionada.

—Bom como disse, posso não concordo com sua decisão, mas vou te ajudar. Sempre existe um jeito certo de fazer algo errado.
— Como?
— Nos vamos pra Seattle esse final de semana, lá existem clinicas de aborto. Se for isso mesmo que você quer fazer, melhor não correr riscos.

— E qual desculpa uso pra sumir um final de semana inteiro?

— Diga que é uma viagem a trabalho. Tenho certeza que seus pais não vão fazer muitas perguntas.

Não fizeram e o final de semana chegou mais rápido que eu queria. Sant passou cedo em minha casa pra irmos a essa longa viagem ate Seattle que parecia ainda mais longa com todo aquele silencio no carro.

No dia seguinte, depois de achar um hotel barato e descansar um pouco, fomos procurar por uma dessas clinicas. Não foi difícil achar uma. Passei as informações necessárias e me sentei ao lado de Sant na sala de espera. Agora era só aguardar que me chamassem.

— Quinn Fabray? - levantei a mão - Você é a próxima.

Comecei a mais ficar nervosa e Sant percebendo isso, segurou minha mão.

— Vai ficar tudo bem ok?

— Obrigada Sant, por compreender a situação.
— Na verdade Quinn não compreendo por que você esta fazendo isso, mas não vai ser a primeira vez que você se preocupa mais com o que os outros vão pensar do que no que você realmente quer não é?

O Doutor apareceu na sala terminando nossa conversa, mas as palavras de Santana ficaram na minha cabeça e mais uma vez percebi que ela estava certa

— Então preparada?

— Não. Me desculpa, eu mudei de idéia, não vou fazer isso. Vou ficar com meu bebe.

— Tem certeza Quinn?

—Sim Sant. Eu vou ter esse filho, já chega de outras pessoas pagarem pelos meus erros.

Com medo que mudasse de idéia de novo, Sant me puxou para fora daquele lugar. Pegamos nossas coisas no hotel, entramos no carro e voltamos pra Lima. Apesar do mesmo silencio da ida, a volta foi bem mais rápida. Ainda tinha duvidas se tinha tomado a decisão certa, mas não ia voltar atrás. Teria aquela criança nem que fosse sozinha

— Então o que você vai fazer agora?

— Vou procurar o Finn, contar as novidades.

— Ok. Me ligue depois ta bom?

Fiz que sim com a cabeça, peguei minha mala e entrei na minha casa. Não perdi meu tempo inventando mentiras sobre a viagem pros meus pais, apenas disse que foi interessante, fui pro meu quarto, tomei um longo banho e dormi completamente exausta de tudo aquilo.

Quando acordei, resolvi passar na casa de Finn antes de ir pro trabalho, acabar com aquela ansiedade e saber de uma vez qual seria a atitude dele. Subi as escadas, bati na porta e senti que demorou uma eternidade ate que Carole a abrisse.

— Quinn? Que estranho você por aqui?- ainda que minha relação com Finn tivesse melhorado, só o procurava em casos de depressão alcoólica, ou como hoje, por causa dos efeitos dessa depressão.

— Ei Carole,estou precisando muito falar com o Finn, ele esta?

— Sim. Esta no quarto. Espera ai que vou chamá-lo.

— Não precisa eu vou la.

Passei por Carole, que parecia um tanto curiosa, e subi ate o quarto de Finn, que estava deitado ouvindo musica e se assustou quando me viu parada na porta.

— Quinn? Não esta cedo de mais pra você já estar bêbada?

— Eu não estou bêbada Finn. – ele deu um sorrisinho, levantou da cama e começou a se aproximar de mim.

— Sabia que não demoraria muito para você vir me procurar. Depois do que aconteceu aquela noite.

— É exatamente sobre aquela noite que vim te procurar.

Aquela noite foi como tudo isso começou. Era pra ser só mais uma que iria passar bebendo em uma tentativa sem sucesso de superar Rach, mas acabei, sem condição nenhuma de voltar pra minha casa, batendo na porta de Finn. Ele me levou pro quarto e num ato de total desespero, comecei a beijá-lo. Finn se empolgou e quando já ia tirar minha blusa, tive um breve momento de lucidez.

—Eu não vou fazer isso com você.

— Por que não Quinn? Por causa da Rachel? Por causa dela que você esta assim. Sabia que enquanto você fica se lamentando, ela esta em Nova York tendo noites divertidíssimas com minha irmã. Já passou da hora de virar a pagina.

Sendo irmão da namorada dela não era difícil para Finn ter noticias de Rach então o que ele queria dizer era que enquanto ela estava seguindo sua vida e se tornando alguém melhor, eu parei de viver a minha e deveria seguir em frente também. Finn estava certo, errada foi eu de achar que seguir em frente incluía ir ate o fim com ele. E foi assim nossa primeira vez. Foi tão diferente da minha primeira vez com Rach. Aquilo não tinha amor, não tinha sentimento, pelo menos não da minha parte.

— Bom se você não se importar com minha mãe no andar de baixo podemos repetir a dose. – ele segurou minha cintura.

— Eu estou grávida.

Finn engoliu o sorriso, tirou as mãos da minha cintura e começou a andar pra trás ate sentar na cama. Olhava para um ponto fixo qualquer sem piscar, provavelmente como eu, tentando processar aquela informação. Depois de uns 5 minutos daquele jeito me sentei do lado dele.

— Finn?

— Você vai ficar com o bebe?

— Sim.

— Ok... Ok...Ok – Finn repetia enquanto mexia a cabeça pra cima e pra baixo.

— Finn fala alguma coisa.

— Eu estou falando OK.

— Alguma coisa que vai nos ajudar a resolver isso.

— Eu estou pensando ta bom? – ficamos mais uns 5 minutos calados. – Já sei primeiro contamos pra minha mãe. Ela vai acabar comigo.

— Serio que é com sua mãe que você esta preocupado?

—Ah é claro porque se ela não me matar, o seu pai vai fazer isso. Droga, se eu pudesse voltar no tempo.

— Compartilho desse pensamento, mas você não precisa fazer nada, posso falar com meus pais sozinha. Posso cuidar do bebe sozinha.

— Não Quinn, eu posso ter usado um método errado pra ficar com você, mas eu não sou um cara ruim, e não vou ser um pai ruim. Nos, você e eu, vamos contar pros seus pais

Ele me puxou pela mão e descemos pra sala onde Carole assistia TV e contamos pra ela. Ao contrario do que Finn pensava, ela ate que aceitou bem, claro depois de chorar e dizer que estávamos jogando nosso futuro fora e que ter um filho era uma grande responsabilidade. Quando estava mais calma, prometeu que iria ajudar e fazer todo o acompanhamento do bebe.

Se não foi difícil contar pra mãe de Finn, nos dois tínhamos certeza que com meus pais não seria a mesma coisa, e era disso que eu tinha medo. Já era hora do almoço quando entramos na sala da minha casa, e não vimos sinal de nenhum dos dois.

— Mãe? Pai?

Minha mãe apareceu vindo da cozinha e abriu um sorriso imenso quando viu que Finn me acompanhava.

— Finn, que ótima surpresa. Veio almoçar com a gente?

— Não mãe, na verdade, Finn esta aqui por que temos um comunicado a fazer.

— O que quer que seja pode esperar, Finn vai almoçar com a gente. Seu pai já deve estar chegando, tem trabalhado tanto ultimamente. Vou a cozinha colocar mais um prato. Vocês dois não façam nada que eu não faria hein?!

— Claro que não Sra Fabray. – enquanto minha mãe voltava pra cozinha, pensei na brilhante ideia de correr ate o meu quarto, pegar algumas roupas, fugir dali o mais rápido possível e pronto problema resolvido, mas aquela ideia ficou só na minha cabeça.

— Não sei se resisto a um almoço.

— Calma Quinn. Nos vamos conseguir. – Finn segurou minha mão no mesmo momento que meu pai abriu a porta.

— Quinn? Finn? O que vocês estão fazendo aqui na sala, sozinhos?

— Não estamos fazendo nada. – Finn soltou minha mão, me empurrando pra longe dele.

— E não estamos sozinhos, a mamãe esta na cozinha. Finn vai almoçar com a gente

—Tudo bem, eu sou estou brincando Finn, ate por que você já sabe que se fizer qualquer coisa com minha filha eu corto o seu pênis não é?

— Russel, chegou bem na hora. O almoço esta pronto. Vamos? – com as palavras do meu pai, Finn parecia mais assustado do que quando o contei da gravidez, e tive que puxá-lo ate a cozinha.

Enquanto meus pais conversavam adorando ver Finn ao meu lado na mesa, ele e eu continuávamos calados e nem se quer tocamos direito na comida. Meu pai continuava jogando suas indiretas sobre minhas atitudes, mas estava nervosa o suficiente pra não me importar. Quando acabou o almoço, voltamos pra sala e nos sentamos no sofá. Era a hora de dar a noticia.

— Então Quinn, que comunicado é esse tão importante que vocês têm pra nos dizer?

— Mãe, pai. Finn e eu, quer dizer eu. – respirei fundo – Nos...

— Vamos nos casar.

— O que? – meus pais perguntaram juntos, enquanto eu apenas olhava pra Finn sem entender de onde ele tirou aquilo.

— É isso. Eu pedi a Quinn em casamento e ela aceitou.

— Mas essa é uma ótima noticia, estou tão feliz por vocês.

— Sabia que você ainda me daria orgulho filha e nem preciso dizer que o casamento é por minha conta. Quando pretende marca a data?

— Mês que vem.

— Nossa pra que tanta pressa.

— O amor tem pressa. Não vejo a hora de passar o resto da minha vida com a Quinn.

— Então melhor já começarmos os preparos, vou ligar pro pastor pra dar a noticia. Minha filha vai se casar – meus pais saíram da sala eufóricos, enquanto eu continuava tentando entender o que acabou de acontecer.

— Qual é o seu problema Finn? Eu não quero me casar com você.

— E eu não quero perder meu pênis. Além do que é um ótimo plano.

— Como?

— Pensa, nos casamos, ficamos uns meses fora com a lua de mel, e você volta grávida. É perfeito e também qual a diferença entre agir como minha namorada ou minha esposa?

E mais uma vez Finn estava certo. Meus pais conseguiram arruma tudo do melhor, mesmo com pouco tempo, e agora eu estava a três dias de me torna a Sra.Hudson.

— Eu só preciso ocupar minha cabeça por um tempo. Então Sant, por favor, me diz que tem alguma coisa pra fazer.

— Ok. Tem uma festa hoje à noite e o chefe quer que a gente passe por lá. Você sabe só gente metida à rica com certeza rola um escândalo.

— Ótimo estou dentro.

— E quanto ao seu casamento?

— Minha mãe já está cuidando de tudo mesmo.

— E quanto a seu cabelo?

— O que tem meu cabelo?

— Nada, ele é lindo. Sabe que eu adoro essa coisa rosa rebelde que você fez, mas você vai se torna uma esposa, e principalmente você vai se torna uma mãe.

— É você tem razão. Bom então vou ver o que faço e te encontro no almoço.

— Certo. Almoço com os Berrys hoje okay.

— Ok. Te encontro lá então.

E depois de três anos, entre casamento e gravidez não planejados, discussões diárias com meu pai e nenhuma esperança de melhora, foi assim que minha vida chegou a esse ponto.


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Notas finais do capítulo

Acreditem tudo tem um motivo.Sei que agora é chato aceitar que a Quinn ta gravida e talz mas no futuro isso vai ser um ponto a favor vocês leram. Beijos