Voltando A Viver escrita por DuhPaiva


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Estou voltando com mais um capitulo, nem demorei. Agradeço a quem comentou - An Pattstew e Bianca__Natasha, quem leu e não comentou (espero que passem a comentar).
Acreditem, os comentários incentivam não só a escrever, mas a perceber se estão gostando do rumo da fic. Por isso, não esqueçam de comentar :)
Boa leitura ;)



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Capitulo 3:

BELLA POV

A lua cheia iluminava um pouco o enorme jardim que acolhia uma Bella presa a lembranças, à realidade e a suas lágrimas derramadas pela confusão de sentimentos presentes na sua alma. Aquele era o momento que por tantos dias preencheu seus desejos e suas noites mal dormidas, mas a verdade é que ela não se sentia preparada para nada daquilo. Embora a esperança permanecesse em cada poro do seu corpo, jamais se via presente naquele momento. Os diversos sonhos e situações que projetou na sua imaginação não se comparava em um milésimo ao que acabara de acontecer.

O único som ouvido naquele ponto do jardim era a água repenicar delicada na caída daquela bonita fonte com uma figura de anjo em pedra antiga e o cantar de pequenos pássaros que deveriam pernoitar no meio dos cedros ou nas imensas árvores espalhadas pelo jardim, em conjunto com a brisa sentida que dava à noite um ar místico. Ali a plenitude poderia ser sentida pela natureza de cada sentido percebido, mas a emoção que preenchia Bella era ali compartilhada. O sorriso e as lágrimas se misturavam, a alegria e angustia se contemplavam!

O tumulto que minha mente e o meu coração atingiram neste momento me deixavam perdida, aquele era o meu momento, aquele que eu tanto desejei, mas que não sei como agir. O cenário em que me encontrava era perfeito, mas eu queria colocar alguma ordem nos meus pensamentos, no meu coração… eu não queria agir como uma adolescente tola e inocente, eu queria provar que não era mais aquela menina que um dia ele conheceu e que aprendi muito durante este tempo. Eu havia aprendido uma grande lição e me recuperado, eu havia aprendido a viver com aquilo que eu podia e quem me rodeava teria que aceitar. Na verdade, a insegurança ainda fazia parte do meu Ser, mas eu tentava combater ou contornar as situações na qual ela se fazia presente. Eu tinha aprendido a confiar naqueles que sempre me ajudaram, mesmo quando as minhas ações e palavras tivessem ferido cada um. Eu lutava diariamente para que a cada segundo eu fosse uma pessoa melhor, digna da segunda oportunidade que a vida me deu.

O vaguear dos meus pensamentos se tornaram insuportáveis, eu queria gritar, eu queria fugir! Então, ali sozinha, eu falei alto e bem alto para o céu, na esperança que o Ser Superior me ajudasse.

– Meu Deus, eu desejei tanto este dia e agora ele é sem sentido. O meu pesadelo pessoal. – O desespero de Bella começava a transparecer.

– Bella? – Chamou Edward com tristeza.

A menção do meu nome por aquela voz aveludada e rouca me deixou inerte. Aquele momento poderia ser especial, único ou, simplesmente, o momento de discórdia e tristeza que eu tanto temia. Alguns segundos se passaram e eu continuava imóvel, dispersa em pensamentos e no medo de o encarar. Contudo, o meu corpo pareceu ganhar vida própria e aos poucos ficou frente a frente com ele, mesmo que meu olhar ainda permanecesse no chão. O silêncio se fez presente e aos poucos, tomando uma coragem que não tinha, encarei seus olhos e tudo desabou.

As famosas borboletas contraiam em meu estômago, minhas pernas continuavam bambas e meu coração batia desenfreado. Voltei a anos atrás, quando ele ainda era somente meu amigo, àquele momento no qual minha paixonite era segredo. Ironicamente, tudo se encaixava com aquele tempo… um jardim, uma festa. No entanto, o passado tinha um peso que outrora não tivera, então as palavras ficaram travadas de ambas as partes. Somente continuamos ali, parados, olhando um para o outro e tentando desvendar pensamento silenciosos que emanavam no olhar.

– E não acredito que é você mesmo… - Disse Bella num suspiro.

– Eu estou tão surpreso como você. – Respondeu com a voz travada.

– Eu… - Bella começou. – Eu desejei todos os dias, nesses dois anos, poder te ver e saber como está e agora… - Disse perdida, confusa.

– E agora? – Perguntou receoso. – Sou o teu pesadelo pessoal! – Continuou, repetindo a frase que ela dissera antes.

– Sim, o meu pesadelo pessoal, – Sorriu constrangida – pois nem nos meus sonhos mais belos, eu imaginaria reencontrar você desta forma. Numa festa da empresa, na qual você será meu chefe e nesse jardim. Assim como… - Parou a frase, desviando seus olhos dos seus.

– Como quando nos conhecemos. – Completou. – Eu queria… - Edward foi interrompido por uma voz conhecida.

– Bella. Bella, onde você está? Ah, te encontrei. – Disse Mike sorrindo, ignorando a presença de Edward. – Vamos, o baile vai ser aberto agora e você prometeu que dançaria comigo. – Disse arrastando Bella consigo.

O restante da festa transcorreu na maior normalidade, a felicidade estava estampada em qualquer dos rostos que conversavam ou dançavam espalhados pelo salão. As conversas entre os demais se fazia na maior normalidade, naquela festa somente duas pessoas se encontravam alheias e com pensamentos longe. Depois daquele encontro no jardim nunca mais se falaram e, as poucas vezes que seus olhares se encontraram, se viam perdidos nos segundos seguintes.

A madrugada começava a fazer-se presente e os convidados começavam aos poucos a despedirem-se de John, Carlisle e Edwrad com amistosos desejos de felicidades e boas parcerias. Logicamente, os seis amigos se aproximação dos três para os felicitarem como todos os outros e nesta ocasião, o rosto de Carlisle se transformou em um misto de surpresa e confusão. Ali perante ele estavam os amigos de Edward, a ex-namorada e um outro rapaz que ele desconhecia.

– Boa noite. – Disse Emmett amigável. – Viemos despedir-nos e desejar as maiores felicidades com esta parceria.

– Boa noite. – Disse Carlisle, observando todos. – Obrigado, espero que ajude a empresa e possa colaborar em prol disso com vocês.

– Claro que sim. Boa noite a todos. – Respondeu Rose.

– Boa noite. Eu e Alice desejamos o mesmo, a colaboração de todos é fundamental para o sucesso.

– Sem dúvida, Jasper. – Disse John.

– Boa noite. – Disse Bella timidamente e com o olhar intenso. – Esta parceria trará novas perspetivas para a empresa e, com certeza, novos clientes. Felicidades…

– Obrigada Bella. – Disse Carlisle em dúvida.

– Carlisle, Bella é uma das nossas melhores funcionárias. Esta timidez é característica dela, mas em questão de trabalho, a sua seriedade a precede.

– Acredito, ela sempre foi muito consciente quanto às suas responsabilidades. – Disse Carlisle, olhando-a profundamente e deixando John surpreso.

– Mais uma vez felicidades, boa noite. – Disse retirando-se com extrema vergonha, primeiro estava presente Edward e Carlisle, depois aqueles elogios.

– Vocês a conhecem, Carlisle? – Perguntou John curioso.

– Sim John. Esse é uma longa história e que não me pertence diretamente.

***

Naquela noite, Carlisle e Edward permaneceram em silêncio com seus pensamentos. Aquela noite tinha sido repleta de emoções e surpresas, nenhum jamais imaginou que acontece-se tantas coisas naquela festa e, muito menos, que o passado e o presente se cruzassem com tanta desenvoltura. No entanto, ambos tinham a certeza que nada seria igual a partir daquele momento.

O mesmo acontecia com os quatro amigos. Eles se remetiam a pensar no quanto a vida era pequena e dava voltas, o quanto o destino podia ser surpreendente. Além de reencontrarem um amigo de infância depois de dois anos de desconhecido, eles trabalhariam com o mesmo. Realçando o facto dos dois namorados transmitirem ainda tanto sentimento como no começo.

Todos pareciam absortos em pensamentos, somente Mike tagarelava com todos fazendo comentários e suposições absurdas. Ainda assim, ninguém respondia às suas questões e indagações. Ninguém podia culpa-lo ou destratá-lo pelos impropérios que este dizia, pois ele não conhecia ninguém, não sabia de nada e, piorando tudo, encontrava-se apaixonado por Bella. Todos viam as investidas e tentativas de chamar a atenção de Bella, mas nada obtivera sucesso.

A relação do grupo com Mike era conhecimento e não uma boa amizade, não que Mike fosse uma pessoa má ou mal-intencionado, mas era um pouco egoísta, critico e presunçoso. A única certeza que todos partilhavam era de sua paixão assolapada por Bella, embora nunca correspondida. No entanto, no que respeita a trabalho, ele era um bom colega.

Quando o carro de Emmett parou na frente da casa Bella, a mesma se despediu e quase correu para dentro de casa. A mesma queria estar sozinha, pensar e desejava internamente, dormir para acalmar todas as sensações que percorriam o seu corpo.

O relógio parecia parado, minutos sobre minutos e os meus olhos não havia jeito de se fecharem, levando-me para o mundo da inconsciência, dos sonhos. Eu não queria esquecer de nada desta noite, queria apenas apaziguar um pouco o coração e a mente. Tudo tinha sido um rol de acontecimentos, um emaranhado de sentimentos e surpresas, restava-me agora tentar colocar os meus pensamentos em ordem. Afinal, segunda-feira teria que lidar com a sua presença constante e eu não sabia exatamente o que esperar de tudo isto.

Em algum momento, no meio de pensamentos imaginários de como seria o dia de segunda-feira, o sono me tomou e eu mergulhei em um sonho repleto de felicidade, onde tudo era “cor-de-rosa”, onde havia um Edward e eu juntos e felizes.

O domingo estava radioso, o sol brilhava num azul pleno e a brisa suave tornava o dia agradável. Apesar de minhas poucas horas de sono, eu estava sentada num banco de pedra a apreciar a vista que tinha ao meu redor. Eu estava sentada no meu jardim tomando um café suave, observava as belas flores com diversas cores e formas enfileiradas em vasos que delineava o limite do jardim. Enquanto cedros verdes e vibrantes barravam o passeio público da propriedade. Apesar de toda a envolvente ser colorida, tudo se tornava numa beleza sem fim.

A longitude de meus pensamentos me fizeram sobressaltar quando sinto em meu ombro um toque familiar e sorri. O meu sorriso se fez presente no rosto, eu sabia que teria a sua companhia nessa manhã, sempre tivera.

– Bom dia, Rose.

– Bom dia, Bellinha. Como você está? – Perguntou a amiga sorridente.

– Estou bem, na verdade. Eu me sinto leve, apesar que estar confusa, com medo, apreensiva. – Disse sorrindo pequeno.

– Confesso que pensava em encontra-la desanimada, triste… mas eu estou tão contente por vê-la assim. Você está, de certa forma, a viver e com um certo brilho no olhar. – Sorriu, verdadeira.

– Não exagera Rose, eu estou num mar de conflitos internos. Eu não sei o que pensar, dizer, sentir.

– Vocês chegaram a conversar ontem? – Perguntou.

– Não, quando acho que a conversa começaria a ficar séria e poderia esclarecer alguns pendentes do passado, Mike apareceu e me arrastou com ele para a pista de dança. Confesso que me deixei ir, mas o turbilhão de sentimentos em que estava não me permitia pensar direito. – Disse, suspirando. – Mas espera, como você sabe que ele me procurou? Ah claro, ele não me encontrou por acaso, vocês que disseram onde me encontrar!

– Não vou mentir e nem teria motivo para o fazer. Sim, eu e Alice dissemos a Edward onde você estava, vocês precisavam conversar. Ainda precisam! – Disse Rose.

– Não estou criticando ou algo assim. Vocês conversaram com ele? – Perguntou curiosa.

– Sim, quando saímos de perto de você e fomos procurar Emmett e Jasper, os encontramos a conversar. Confesso que ficamos um pouco atrás a ouvir a conversa antes de entrarmos em cena. Apesar de todos os acontecimentos passados Bella, nós temos que compreender o lado de Edward e acredite, ele sofreu com as decisões que tomou e com as consequências dos seus atos, apesar de acreditar que elas foram as melhores.

– Como assim? – Perguntou Bella, engelhando a testa.

– Eu acho que você só percebeu o que estava fazendo quando o perdeu, Bella. Sinceramente, eu acredito que se ele não tivesse tomado esta atitude, você nunca enxergaria a realidade ou pelo menos não a tempo de reverter a situação. – Disse Rose sincera.

– Talvez você tenha razão. – Disse olhando o horizonte. – Eu estava tão obstinada que não via um palmo à minha frente. A realidade que eu percebia era, completamente, deturpada.

– Não me leve a mal, Bella. Você sabe que eu a adoro, mas eu realmente penso assim.

– Claro que não. Você sempre me apoiou e agora está aqui, desperdiçando este magnifico dia comigo.

– Lógico que não, eu vim mesmo cobrar um almoço calórico de alguma take-away que você conheça. – Bella gargalhou, sendo seguida de Rose.

O entregador da telepizza logo chegou e as duas, sentadas na grande sala mirando o jardim comiam animadas. Elas compartilhavam de uma amizade verdadeira e confidente, algo que foi crescendo à medida do tempo. Muitas vezes, as palavras eram desnecessárias para saberem que algo estava mal ou quando a felicidade as envolvia. Assim como a amizade que unia as duas a Alice, apesar de esta ter muito mais energia e espalhar alegria por onde passa. Assim aconteceu quando Alice se juntou a elas no meio da tarde.

O domingo passara rápido e sorridente para as três amigas que fizeram um programa caseiro, mas bastante acalentador. Os amigos e respetivos namorados tinham ido assistir a um jogo de futebol e à festa de comemoração que se seguia se a equipe ganhasse. Então, elas uniram-se numa diversão feminina.

No final do dia, quando a hora de jantar soava no relógio da cozinha, os três chegaram eufóricos e, apesar de terem estado na festa, com fome. As três cozinharam algo simples para desgosto dos homens. Uma salada e carne grelhada, completando uma dieta que fora quebrada na hora de almoço.

Os cinco ainda permaneceram em casa algumas horas depois do jantar, ambos contavam como tinha sido o jogo ou como a tarde tinha sido aproveitadora. Vez ou outra, a festa da empresa era mencionada, mas tão logo era esquecida. Quando o relógio dava as 23 horas, os cinco se despediram de Bella e rumaram a casa para a merecida noite de sono. O dia seguinte seria de trabalho e algumas emoções.

O despertador tocou nas tão famosas 7:30 da manhã, acordando uma Bella sonolenta. Como acontecia diariamente, ela rumou ao banheiro para um duche rápido e sua higiene matinal, depois se vestiu. Quando devidamente arrumada, ela preparou seu pequeno-almoço com calma, sentando-se e degustando-o. Nesta hora, o nervosismo começava a se intensificar.

Durante a sua viagem para o trabalho, naquele interminável engarrafamento comum, as imagens rodavam sua mente e a expectativa intensificava o bater do seu coração. Eles não se viram mais desde sexta e hoje estariam frente a frente em pleno local de trabalho, tornando tudo estranho e constrangedor.

Ao entrar no piso do seu escritório pode observar quatro homens parados na receção, compenetrados nos papéis que observavam e falando com a rececionista. Ao observar a cena seu coração acelerou, ele estava ali e ele estava lindo dentro de um fato social cinza escuro delicado e uma camisa branca que salientava o seu porte. A sua respiração falhou quando percebeu o mesmo observando-a, como se a despisse com os olhos. O seu sapado de salto delicado, sua saia acima do joelho azul-marinho e sua blusa branca ajustada a seu corpo com o casaco a condizer azul a deixavam com um semblante sério e respeitoso. A avaliação demorou alguns minutos, nenhum dos dois se mexeu naquele instante tão precioso e contido, mas os outros sócios perceberam sua presença naquele espaço e logo a chamaram, quebrando a ligação de olhares.

– Bom dia, Bella. Estou apresentando a empresa para Carlisle e Edward, afinal eles precisam conhecer os cantos à empresa. Quando terminar, posso pedir que ajude Edward com o departamento de RH?

– Bom dia. Sem problema algum, eu vou adiantando algum trabalho que tenho pendente devido à ocorrência da festa na sexta, mas estarei disponível. Logo que terminar, Edward poderá encontrar-me na sala e eu passarei o trabalho para ele. – Disse com a voz falha.

– Combinado, Bella. Aproveito a ocasião para a informar que Edward será responsável pelo departamento e a ajudará em qualquer questão. Enquanto Carlisle trabalhará em parceria comigo em relação a toda a empresa.

– Tudo bem, agora se me dão licença. – Disse retirando-se com o nó a prender na sua garganta.

Quando entrou na sua sala, Rose já estava sentada na sua secretária. Uma pasta de arquivo e um monte de papéis adornavam sua secretaria, enquanto esta digitava no computador. Quando percebeu a presença de Bella ali, olhou-a com um sorriso singelo no rosto.

– Bom dia, amiga. Tudo bem?

– Bom dia. – Disse indo para sua secretária e ligando o computador. – Você não vai acreditar quem é o responsável do departamento a partir de hoje! – Disse sôfrega.

– Não vai dizer que é… - Começou Rose espantada.

– Edward, sim. Acabei de saber, encontrei-os lá fora na entrada. – Suspirou.

– Fiquei sem palavras, os dois a trabalharam juntos… - Sorriu, imaginando as peças que o destino pode provocar.

– Por favor, não sorria com isto. Você tem noção do quão difícil será?

– O tempo tornará tudo mais simples, você verá. – Rose estava confiante que tudo se ajeitaria, afinal via no olhar dos dois o sentimento de outrora.

– Vou organizando os processos que tenho em mãos, antes que ele chegue. Afinal, tudo está atrasado devido à festa. – Riu.

– Nem me fale, a semana passada foi caótica!

As duas amigas continuaram a trabalhar nos seus processos, cada uma concentrada em seus afazeres enquanto iam chegando as colegas que partilhavam o escritório com estas. Logo, todos começaram a trabalhar ao som de fundo de uma rádio que amenizava o ambiente e fazia o trabalho fluir. As pequenas conversas ou trocas de palavras que podiam ser ouvidas naquele dia eram de trabalho. Aquela era uma equipe que se entreajudava, lógico que havia os seus desentendimentos quando uma ou outra coisa não agradava, mas no conjunto tudo decorria na normalidade.

Cerca de uma hora, a porta do departamento foi aberta e uma figura imponente e séria entrou por ela, arrancando diversos suspiros que em nada passaram despercebidos. Somente Bella não havia percebido a sua entrada, tal era a sua concentração no trabalho e na conversa que mantinha com o informático do programa que usava. Edward observava tudo ao seu redor e cumprimentou todas ali, esperando pacientemente que Bella terminasse o seu serviço e pudesse ajuda-lo.

– Edward? Desculpe, eu estava distraída e não o vi entrar. Estava resolvendo um problema com o programa, você está aí há muito tempo? – Perguntou aflita.

– Não há problema, não há muito. Eu percebi que estava ocupada e resolvi não interromper. – Sorriu.

– Não sei muito bem por onde começar, mas talvez por conhecer quem trabalha no sector para o caso de precisar de algo, saber com quem falar. Alguns, você deve conhecer de cara por causa da festa e outros conhecerá mais tarde porque não estão presentes. – Disse, fazendo Edward franzir a testa. – Mike, Rose, Vitoria, Lilly e Seth. Jacob não está presente, encontra-se em viagem. Então, Mike e Rose fazem a contabilidade e as cobranças aos clientes, Vitoria e eu pertencemos aos recursos humanos e fazemos tudo inerente ao mesmo, podendo ajudar qualquer sector aqui, Seth e Jacob são comerciais.

– Entendi. Eu não quero de maneira nenhuma atrapalhar o vosso trabalho, embora precise de me esclarecer sobre o que cada um faz e logicamente orientar tudo, ajudando no que precisarem. O meu objetivo é sempre colaborar convosco e poder angariar novos projetos para a empresa. Alguma dúvida, questão podem vir falar comigo. A minha sala será aqui do lado e podem ir quando assim o entenderem. – Sorriu amigável.

– Agora explicarei como costumamos trabalhar, quais os nossos clientes e como funciona tudo em geral. – Disse Bella tremendo ligeiramente com a sua presença.

– Vamos lá, então.

As próximas duas horas dos dois foram produtivas e bastante profissionais. Vez ou outra se perdiam nos olhos um do outro, mas logo voltavam à realidade e continuavam. Tudo tinha sido minuciosamente apresentado a Edward.

Quando Edward saiu rumo ao seu escritório, Bella e Rose trocaram um sincero olhar de entendimento. Ambas sabiam como aquelas duas horas tinham sido difíceis e somente suportadas pelo simples facto do tema ser profissional. Embora, agora Bella tivesse muito trabalho pela frente – trabalho de sexta e desse dia.

Na hora de almoço, ela e Rose se dirigiram a um pequeno restaurante em frente à empresa, onde muitas vezes iam a fim de espairecer a cabeça do trabalho. As duas conversavam trivialidades do dia-a-dia, algumas questões pessoais ou meramente seus projetos para férias, final de semana. Contudo, aquela hora pareceu desaparecer rapidamente e tiveram que voltar ao seu trabalho.

O trabalho acumulado ocupou a tarde toda e o princípio da noite a Bella, acrescendo as questões que iam surgindo nesse dia. Algumas vezes eram clientes que ligavam, em outras, algum acontecimento na produção ou então alguma questão de Edward relativo à análise que estava a fazer. O horário laboral foi cessado, os colaboradores saindo e Bella permaneceu no seu posto, somente dera pelas horas quando Rose falou com ela, avisando que iria embora. Contudo, esta queria terminar um mapa para depois ir embora.

O cansaço se fazia presente e como forma de o combater, Bella deslocou-se à pequena sala-cafetaria que existia no piso para os colaboradores fazerem um intervalo dos seus afazeres. Ela estava tão distraída que ao entrar não reparou ninguém lá, somente quando se virou com o café em mãos, se sobressaltou com a figura à sua frente.

– Ed… Edward, que susto. O que faz aqui a essa hora? – Perguntou sobressaltada.

– Estava terminando de analisar uns documentos e vim buscar uma água. E você? Está aqui ainda porquê? – Perguntou curioso.

– Estava terminando de preencher um mapa de pessoal. Agora vim buscar um café para me animar um pouco e terminar, assim amanhã posso focar-me nos demais. – Disse com o semblante cansado e se virando para ir embora.

– Bella, espera! – Disse segurando seu braço e sentindo um arrepio bom percorrer seu corpo.

– Eu… Eu preciso terminar o mapa, Edward. O dia de hoje foi cansativo, por favor. – Disse apressada, numa tentativa de fugir daquele assunto, daquela situação.

– Nós temos que conversar, Bella. Você sabe que temos, não fuja disso. Na sexta fomos interrompidos pelo seu namorado, talvez o momento não fosse o mais adequado, mas não posso nem quero adiar esta situação. – Disse com a voz intensa.

– Eu sei disso! Eu entendo isso, mas… - Lamentou-se – Espera, você disse “seu namorado”? – Perguntou confusa.

– Sim. Mike é o nome dele, não é? – Arqueou a sobrancelha.

– Mike? O Mike não é… deixa para lá. Eu tenho que terminar o meu trabalho. Até amanhã. – Disse fugindo.

Bella saiu apressada para a sua sala tentando acalmar o seu coração, pois sentir o seu toque fez todo o seu corpo desejar com intensidade abraça-lo e se sentir protegida em seus braços, poder tocar seus lábios e sentir seu cabelo em suas mãos. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas conseguiu mante-las lá, não derramar nenhuma.

Quando terminou o trabalhoso mapa, desligou o computador, juntou suas coisas e saiu do escritório alcançando o botão do elevador e aguardando o mesmo. No entanto, o seu corpo ficou estático quando sentiu um perfume invadir suas narinas, uma inspiração em seu pescoço, um corpo muito próximo ao seu e uma voz rouca em seu ouvido.

– Conversaremos agora no jantar que reservei para nós em um restaurante aqui perto. – Disse agora olhando o reflexo de Bella no espelho do elevador que abriu naquele momento. – Pode ser?




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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Me contem deixando o review.
Até o próximo.