POVAgatha

    Depois da festa, Emily parecia estar se divertindo, mas eu não tenho muita certeza disso, já que eu sei que ela daria uma ótima atriz e podia estar muito bem fingindo.

    Acordei tarde no meu chalé, eram 11 horas da manhã, eu tinha perdido a minha aula de arco e flecha, mas não me importei.

    Tomei um banho e coloquei um short com uma camiseta do acampamento. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e fui até o chalé de minha irmã, para ver se ela estava acordada.

    Quando cheguei não tinha ninguém lá, acho que ela já devia ter acordado. A cama dela estava bagunçada e do banheiro ainda saia um vapor, ela deve ter saído há pouco tempo.

    Uma caixinha me chamou atenção. Eu nunca tinha visto ela antes. Era uma caixinha de musica preta, até imaginei de quem era.

    Fui até o refeitório e vi que ainda tinha pessoas lá. Comi umas panquecas em minha mesa e avistei Emily em sua. Ela mandou um sorriso bem amarelo para mim e eu retribuí do mesmo jeito, só para provocá-la.

    Fui até a arena para treinar, Emily foi junto comigo.

    -O que achou dos seus presentes? – eu perguntei enquanto treinávamos.

    -Adorei todos. – respondeu um pouco seca demais pro meu gosto.

    Continuamos a treinar.

    -E o que é aquela caixa de musica no seu chalé? – eu perguntei desviando de um golpe dela.

    Ela ficou um pouco tensa.

    -Ganhei no meu aniversario – ela disse me atacando por baixo, dei um pulo e ataquei sua direita, ela defendeu com perfeição.

    -De quem? – eu perguntei tentando não parecer interessada.

    Ataquei ela, só que dessa vez ela não defendeu, não sei porque, ela estava em uma espécie de transe, e assim, acabei fazendo um corte no braço dela. Ela tentou levantar sua espada, mas bateu na minha, e ela perdeu o equilíbrio.

    -Emily! – eu gritei – Presta atenção!

   Ajoelhei ao seu lado e vi o machucado, não estava profundo, nada que Ambrósia e néctar resolvam.

    -Desculpa – Falei.

    -Eu vou até a enfermaria pegar ambrosia e néctar. – Ela disse se levantando.

    -Vou com você. – Falei.

    -Não! – ela disse – Continue treinando, eu estou bem!

    Suspirei e deixei que ela fosse sozinha, mas percebi que no caminho Beck resolveu acompanha-la, então fiquei mais aliviada.

    Eu queria que ela dissesse quem era que tinha entregado a caixa, mesmo sabendo quem era, eu queria ouvi-la dizer aquele nome. Mesmo sabendo que talvez ela regredisse… Ok, Nico di Angelo. Você conseguiu transformar minha irmã em um fantoche! Primeiro a ama, depois quer matá-la, depois lhe manda presentes… Argh! Se eu não acreditasse que ainda tinha mais coisas por vir eu já teria ido tirar satisfações com ele.

    Mas quem sabe, Emily não consegue se livrar dele. Cá entre nós, o Beck é bem bonitinho e já me salvou varias vezes, o que dá a ele um pouco de crédito. Mas… Eu já vi que vai demorar um pouco mais de tempo para Emily se acostumar com a ideia de que o Nico nunca mais vai voltar.

POV Narradora

 Emily e Beck foram até a enfermaria enquanto Agatha continuava treinando na arena. André, que esteve lá o tempo todo, decidiu ir treinar com Agatha. André era filho de Éris, a deusa da discórdia e não estava suportando a idéia da sua amada namorar Jake.

    André tinha um plano, e iria colocá-lo em pratica a partir daquele momento.

    Agatha aceitou o duelo, já que para ela, André era apenas eu bom amigo, mesmo tendo feito aquilo no passado. Eles treinaram por um tempo, em cada rodada um ganhava, não dava para saber quem era o melhor, parecia que um já sabia os golpes do outro. Eles riam um do outro quando bloqueavam os golpes, como se se conhecessem há muito tempo.

    Ficaram um bom tempo lutando e se divertindo, até que com um golpe forte, Agatha foi empurrada com força e caiu no chão. André ficou preocupado, mas viu que Agatha estava bem e ajudou-a a levantar.

    -Você está bem? – ele perguntou rindo.

    -Sim – ela respondeu da mesma forma. – Obrigada!

     André pegou a mão de Agatha com delicadeza e olhou no fundo de seus olhos, ele queria que ela soubesse o quanto ele gostava dela. Mas Agatha amava Jake e percebeu o que André estava fazendo. Mas era totalmente o contrario.

    André estava usando seus poderes sobre a discórdia, para fazer com que Agatha odiasse Jake, esse era o plano dele e ela não percebeu que com aquele simples toque em sua mão, mudaria tudo. Não somente com Jake…

    O que ninguém sabia, é que do outro lado da arena, Jake olhava tudo com raiva. Ele pensava, do mesmo jeito que Agatha, que André estava tentando se declarar e foi embora dali pisando fundo quando percebeu que Agatha somente o encarava.

     Sem perceber que Jake tinha visto tudo, Agatha se separou de André e pediu licença, pena que Jake não tinha visto Agatha rejeitando André.

 POV Jake

    Eu não acredito que ela fez isso comigo. Eu não me importo que minha namorada treine com outra pessoa, mas ela decidiu treinar justo com ele, com André! Por quê? E o pior de tudo é que ela se divertiu bastante com ele, rindo e se abraçando. Sim, eu sei que isso é ciúmes, mas a Agatha não pode deixar um menino tocar a sua mão quando se tem um namorado!

    Saí de lá pisando fundo, como ela não percebeu que ele está afim dela? Queria ir ao meu chalé para esfriar a cabeça um pouco. Eu estava com muita raiva e chateado.

    Acabei trombando com alguém no caminho, era Bella, a filha de Afrodite que estava treinando comigo para a caça a bandeira que iria acontecer. Ela era bem bonita, obvio, tinha o cabelo castanho bem claro e ondulado. Seu corpo era perfeito e seus olhos pareciam ser roxos. Era bem simpática, ao contrario de todas as outras filhas de Afrodite, mas quando ficava brava, se transforma totalmente.

    -Oi Jake! – ela disse sorrindo.

    -Oi Bella. – eu disse tentando esconder toda a minha raiva.

    -Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou preocupada. É, não dá para esconder muita coisa das filhas de Afrodite.

    -Nada não. Não se preocupe.

    -Tudo bem, caso queira ajuda é só me chamar! Principalmente se tiver relação com o amor! Sabe que eu sou expert nisso, não é?

    Ela deu uma risadinha muito fofa e eu a acompanhei.

    -Obrigada – eu disse e dei um beijo na bochecha dela. Não me pergunte o porquê, mas corou.

    Virei para o outro lado, em direção ao meu chalé, mas fui barrado por uma Agatha bem nervosa.

POV Agatha

   Quando André pegou minha, eu senti algo estranho. Não algo bom, mas… É difícil de explicar. Tão difícil que nem eu mesma consegui entender e por isso deixei pra lá.

    Sorri constrangida e fui andando em direção a área dos Chalés, afinal, eu não posso dar mole. Eu tenho namorado!

    Falando em meu namorado, resolvi ir procura-lo.

    Estava indo até o chalé dele quando o vi com aquela filha de Afrodite. Os dois riram, ele disse alguma coisa e deu um beijo na bochecha dela, ela corou e saiu andando. Hein?

    Quando vi aquilo eu, senti uma necessidade de chorar. Mas não… Meus olhos começaram arder como se estivessem pegando fogo. E não era por causa das lágrimas. O sentimento foi diferente dessa vez. Era uma espécie de raiva, tristeza… Eu estava muito brava, uma espécie de discórdia. Era estranho. Não sou dessas de sentir isso, mas naquele momento certo garoto iria morrer se não desse uma boa explicação.

    -Olá! – eu disse bem sarcástica quando ele me viu.

    -Oi – ele disse da mesma forma.

    -Se divertindo com a filha de Afrodite?

    Ele estranhou no começo, mas depois riu.

    -Mais que você e o André!

    Olhei para ele confusa.

    -Não entendi.

    Ele riu mais ainda.

    -Primeiro a garota passa a manhã inteira com o cara, se divertindo, rindo e deixando-o pegar na mão, e depois diz que não entende? Essa é boa!

    -Olha, escuta aqui! – eu disse apontando o dedo no meio da cara dele – Eu estava treinando! Ele é só um amigo! Quando vi o que aconteceu, larguei-o e vim te procurar. Mas acho que você está bem melhor sem mim!

    -Olha Agatha... – ele começou a dizer mais lento e se aproximando de mim. Eu recuei e o interrompi.

    -Não! Você é um idiota mesmo! – empurrei ele com força, mas pareceu não adiantar nada.

    -Agatha! Pare com isso.  – ele se aproximou de novo.

    -Não me toca! – eu gritei e com isso ele começou a ficar bravo.

    -Você está sendo muito infantil! – ele gritou.

    -Não mais do que você! Eu já devia saber que você faria isso! Você é um safado que já pegou todas! Por que iria querer algo serio? Só se for me traindo mesmo!

    -Quer saber? – ele gritou indignado – Você que fica dando mole para os outros. É uma maluca! Eu não te entendo!

    -Nem eu! Nós não temos nada em comum!

    -E o que foi tudo aquilo que passamos? Você esta com algum problema? Ciúmes nunca foi algo que pudesse nos separar!

    Pensei um pouco. Não sabia o que dizer.

    -Esquece! – eu disse – Esquece absolutamente tudo! E me deixa em paz!

    -Não! – ele segurou meu braço com força – Como você pode ser tão egoísta?

    -Não estou sendo egoísta! – percebi que nós dois estávamos gritando, mas não tinha ninguém por perto, então, deixei pra lá.

    -Está sendo totalmente egoísta! – ele gritou – Só não consegue admitir isso. Então, não quero falar com você! Vá para o seu chalé! Some da minha frente!

     Percebi o que ele estava fazendo.

    -Jake, você está… – eu gritei, ainda brava, com aquela sensação de ódio que eu não sabia de onde estava vindo.

    -Está tudo acabado! Talvez quando você resolver admitir que esta totalmente errada, podemos conversar!

    -Jacob, você esta acaban... – eu gritei tentando não demonstrar meu desespero.

    -Some daqui! – ele gritou e começou a ir até seu chalé, me deixando sozinha no momento e para sempre.