Alguém bateu na porta, sai correndo para atender.

– Oi... - Mathew disse sem graça.

– Oi!

– A gente pode conversar? - Math pediu.

– Ahn, pode sim... - Eu já estava cheia daquele assunto que só me fazia sentir culpada por tudo. - Vem cá!

Fui para o meu quarto e Mathew seguindo logo atrás. Me sentei na cama e Math se deitou em meu colo.

– Tava com saudade da sua amizade... - Math suspirou.

Quando ele disse "... da sua amizade", precisei me conter. Achei que depois de tudo isso, ficariamos juntos. Eu não queria apenas a amizade do Mathew e sim, mais além disso.

– É, eu também! Mas o que você queria falar? - Perguntei.

– Ah, sobre a Anne, sobre tudo que está acontecendo! Ainda estou mal.

– Desculpa Math! Eu deveria ter ficado calada. - Fiz carinho em seu cabelo.

– Não é culpa sua! Isso é culpa minha, porque eu errei como amigo e namorado. Sou um idiota mesmo! - Ele me olhou nos olhos.

– Não! Você não é idiota, eu errei também! Caramba...

– Ei, eu não quero que você fique se culpando por isso, tá bom? Eu errei e estou assumindo isso! Foi ridículo sim, mas eu não me arrependo. Eu queria isso com você e consegui. Poxa Amy, relaxa! Eu vou ficar bem se você me ajudar e parar de ficar pedindo desculpas toda hora. - Mathew sentou no meu colo.

– Tá, mas eu não podia fazer isso! Ia ficar tudo bem se eu não tivesse falado nada.

– Shiii. - Math selou os nossos lábios. - Agora eu posso! - Ele sorriu.

O abracei e ficamos assim por um bom tempo. Eu estava com medo de que Mathew voltasse com a Anne novamente e que ele me deixasse como fez da última vez.

– Math...?

– Fala princesa... - Ele beijou minha cabeça.

– Você vai ficar comigo agora?

– Deixa as coisas se resolverem primeiro! Depois a gente vê isso, pode ser?

Como assim? Pode ser? Poxa, eu queria tanto isso!

– Pode... - Assenti me aninhando ao seu corpo.

– Eu te amo, Amy! - Mathew sussurou no meu ouvido.

– Eu amo mais!

Sem querer, dormi no colo de Math e quando acordei, ele estava lá, olhando pra mim.

– Eu te acordei? - Math perguntou.

– Não... - Sorri.

– Fiquei aqui, ouvindo sua respiração. Sério, pode parecer besteira, mas ela me acalma!

Sentei em seu colo e o abracei. Comecei a chorar só de imaginar que o Math ainda não era meu, que talvez ele voltaria a namorar com a Anne. Eu não queria fazer aquilo, mas não teve como segurar.

– Ei, ei! O que foi, minha pequena? - Mathew limpou minhas lágrimas.

– Nada... - Passei a mão no rosto.

– Nada? Você tá chorando e não é nada?

Eu não queria contar o real motivo daquilo tudo.

– Não tô legal, é só isso!

– Ainda quer que eu fique aqui com você? - Math perguntou.

– Não quero... Eu preciso!

Ele sorriu.

– Vem cá... - Puxou meu corpo, fazendo com que ficassemos colados. - Você vai ficar bem, né?

– Com você aqui, vou sim! - Disse enquanto limpava as lágrimas que caiam. - Desculpa se eu te assustei, Math!

– Você sabe que eu tô aqui pra tudo, né?!

– Tudo mesmo? - Perguntei.

– Sim!

Fui chegando perto lentamente e comecei a beija-lo. Mathew retribuiu, me puxou pela cintura e só parramos quando o fôlego acabou. Droga, por que precisamos de ar?

– Fica aqui comigo hoje, Math? Também quero ouvir sua respiração quando eu acordar! - Pedi.

– Fico sim, pequena! Vou cuidar de você e quero que você cuide de mim!

– Eu sempre cuidei! Nem precisa se preocupar. - Sorri.

Ele deitou e eu me apoiei em seu peito.

– Obrigado por não desistir de mim, tá?

– Não tem que agradecer, Amy! Eu jamais desistiria! Mesmo depois de tudo o que aconteceu. Só você fez minha vida inteira valer a pena!

Olhei para ele e sorri. Na verdade eu nem sabia o que dizer. Encostei minha cabeça em seu peito novamente e dormi.