– Ela terminou comigo! - Mathew disse deitado no meu colo, limpando as lágrimas.

– Ei, fica calmo! Você sempre mereceu coisa melhor. - Acariciei seu cabelo tentando acalma-lo.

– E o que seria melhor pra mim, Amy?

"Eu, seu idiota! Eu." Pensei. Mas apenas disse:

– Ah, não sei Math. - Desviei o olhar.

– Hmm... - Ele resmungou e se aninhou nas minhas pernas.

– Vai ficar tudo bem? - Perguntei.

– Vai... Posso dormir aqui hoje? Não quero voltar pra casa!

– Pode Math...

Ficamos em silêncio. Mathew adormeceu no meu colo. Olhei o relógio, já eram 2:00 da madrugada.

– Math, vamos para a cama! - O empurrei de cima de mim.

– Ahn... Quê? - Ele disse esfregando os olhos.

– Cama!

– Ah, vamos...

Deitamos e logo dormimos. No outro dia, acordei primeiro que Mathew, ainda era cedo, mas o sol já estava iluminando todo o quarto. Mathew ainda estava com os olhos vermelhos de tanto chorar na noite passada. O deixei dormindo e levantei com cuidado para não acorda-lo.

– Ei...Vai pra onde? - Math me fitava com os olhos entre abertos.

– Desculpa, não queria te acordar!

– Não tem problema... São quantas horas?

Olhei o relógio que ficava na cômoda, do lado da cama.

– Dez horas!

Mathew passou a mão no rosto.

– Acho que já vou! - Ele se levantou calmamente. - Obrigado por tudo, pequena! Tchau. - Me deu um beijo de leve na testa.

– Tchau Math... Se cuida!

Ele sorriu forçado e saiu.

Troquei de roupa, escovei os dentes e desci. Era sábado e o dia estava calmo. Eu geralmente passava os sábados com Math, mas sei que depois do que aconteceu ontem, ele precisava ficar só. Ouvi ele chorando baixinho no meio da noite, mas não quis dizer nada. Ele é tão importante pra mim. Mais tarde, recebi uma mensagem dele:

" Obrigado de verdade pelos conselhos ontem a noite e desculpa por ter molhado sua calça de choro. "

Fiquei muito triste por eu não poder fazer exatamente nada e só ficar vendo Math chorar. Ainda estou me sentindo mal por isso. Liguei para ele:

– Oi Math!

– Oi!

– Quer ir para a praça hoje? - Perguntei. A praça é o lugar que a gente sempre vai pra se ver, desde que tinhamos sete anos.

– Ah, não sei! Desculpa. - A voz de Mathew era falha.

– Tudo bem, eu te entendo. Tchau.

– Tchau Amy... Eu te amo!

Meu coração parou por alguns segundos, só depois consegui reagir e pensei " Ele te ama como amiga, sua tola!"

– Ah, eu também te amo muito, Mathew!

Ele riu baixo e desligou.

Coloquei os fones no iPod e fiquei ouvindo algumas músicas deitada no sofá. Como era sábado, eu sempre ficava sozinha em casa, porque minha mãe trabalhava até tarde e meu pai estava viajando. Alguém bateu na porta, levantei e fui ver quem era.

– Math? - Disse abrindo a porta.

– Oi Amy... - Ele entrou.

– Por que veio aqui? - Perguntei confusa.

– Preciso de motivos para vim te ver? - Ele riu.

– Não, seu bobo!

Dessa vez, eu deitei em seu colo.

– Amy... - Mathew foi chegando mais perto.

– Math, não faz isso! - Virei o rosto.

– Por que não? - Ele me olhou confuso.

O que eu mais queria naquele momento, era beijar Math, mas toda vez que ele terminava algum namoro, ele tinha que ficar com alguma menina e eu não queria assim, ia me machucar muito.

– ... Não podemos!

– Lógico que podemos! Você que não quer!

" Caralho, é a coisa que eu mais quero, seu idiota!" Pensei.

– Math, não é isso! Você tá fazendo isso pra esquecer, não é assim que funciona. Vou me magoar... - Isso doeu conforme foi saindo da minha boca.

– E você acha que eu magoaria a coisa mais importante da minha vida?

– Math, por favor... - Me levantei.

Ele suspirou, levantou e segurou a minha mão.

– Desculpa por isso... Eu fui idiota, você só me vê como amiga, não é?!

" Não porra! Eu te quero demais, não é só como amigo. Desculpa, eu fui idiota em questionar e não te beijar! " Pensei.

– Math, eu te amo, tá bom? - Beijei sua testa.

– Droga de amizade. - Mathew sussurrou pra si mesmo e saiu batendo a porta.