Os Karas : em Busca do Condor escrita por Lala Pereirinha


Capítulo 5
Por ela, eu faço o que for preciso


Notas iniciais do capítulo

Enfim, o capítulo cinco. Gostaria de me desculpar com todos por ter tido que estacionar a fic. Estou em ano de vestibular e está quase impossível continuar, mas é óbvio que eu NÃO abandonei a fic.Não prometo nada com relação a datas enquanto essas provas de vestibular não acabarem de vez.
Com relação ao tamanho dos capítulos, erros e afins: essa é a minha primeira fic ,então, não vejo nenhum problema em meus erros. Mas, estou pegando as dicas para o futuro. Muito obrigada por comentarem e acompanharem.

Beijos, Lari.



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A neve caía lá fora trazendo um frio de congelar com o qual Miguel não estava acostumado. Tentava encontrar uma forma de convencer o pai a voltar para o Brasil; ou pelo menos, descobrir o porquê de estar ali. Sentia-se preso e isolado apesar de ter Peggy com quem conversar. Eles ainda não tinham conversado sobre o que acontecera na noite de seu reencontro, pois Miguel sabia que fora um impulso, uma expressão de carinho de dois amigos que há muito não se viam; sabia que era Magrí quem ele amava e deseja sinceramente que Peggy também soubesse. Contudo, sentia-se sujo. Estaria ele usando a amiga para fazer ciúmes em Magrí? Para despertar nela algo que nunca sentira por ele? Ele próprio não sabia. Só sabia que agora mal conseguia olhar nos olhos de Peggy ao conversarem. Tinha medo de que ela repetisse aquilo, medo de se apaixonar.

Os dias passaram e seus medos, felizmente, não se confirmaram. Parecia que Peggy pensara como ele e decidira esquecer aquele beijo. Os dois vinham se encontrando sempre na escola e na Casa Branca para estudar. Vinham se divertindo tanto juntos que até mesmo se esqueceram de investigar o mistério da repentina mudança de Miguel, o que, bem longe dali, um grupo de quatro pessoas não esqueceu.

****

Chovia torrencialmente, o Ibirapuera estava vazio, a não ser por uma pessoa. Sentado debaixo de uma figueira, um menino de aparência solitária entoava uma triste melodia ao passar suavemente sua gaita pela boca. Ao seu lado, um grosso livro aberto, esquecido, deixado à mercê do destino.

Crânio nunca se sentira assim. Era estranho. Parecia um ciúmes descontrolado, daqueles de novela. Tentava entender porque se sentia assim.

Pensava consigo: “Eu nunca senti ciúmes da Magrí. Também, porque eu sempre tive certeza de que era de mim que ela gostava de verdade. Agora, não tenho mais essa certeza. Ela só pensa no Miguel. Meu coração dói como nunca. Mas, por quê?”

De repente, Crânio começou a ouvir passos apressados que faziam muito barulho ao tocarem as poças d’água e a grama molhada. Ao levantar a cabeça, teve uma surpresa. Magrí, literalmente ensopada, corria afobada em sua direção.

- Crânio! Você está aqui, graças a Deus te encontrei. Estava preocupada. – Magrí o abraço apertado, com lágrimas nos olhos.

- Nossa! Você parece um tanto preocupada. O que quer tanto falar comigo? – Crânio falava despreocupadamente, como se aquilo não o afetasse em nada.

- Estou a sua procura há dias e nunca consigo te encontrar. Miguel não nos deu mais notícias. Peggy também não. Não sei bem o que fazer. Não quero ficar os incomodando todo o tempo. Pensei, então, que você pudesse me ajudar.

- É uma pena, mas você pensou errado. Não, não posso te ajudar. Estou muito ocupado com meu projeto de ciências. Se era apenas isso... – Crânio recolheu seus pertences, colocou-os na mochila e fez menção de ir embora quando Magri o segurou pelo antebraço:

- Ei, Kara! Então é assim que tudo termina?

- Não me chame assim, já deixamos de ser Os Karas há muito tempo. Já deixamos de ser nós mesmos há muito tempo. Nós crescemos. Por favor, deixe-me ir. – E a deixou ali, perplexa.

****

- Papai, o senhor está bem? Parece aflito. – Peggy indagou.

- Problemas de presidente, docinho. Não é para crianças.

- Que bom, porque não sou mais criança, então, já posso saber.

- Está bem, anjinho, está bem. Você já é uma mulher, certo? Pois bem, esses assuntos também não se direcionam às mulheres. Agora, vá dormir. Boa noite.

- Boa noite. – Peggy saiu do escritório e foi para o seu quarto, ou melhor, era isso o que seu pai achava que tivesse feito.

Anne, a primeira dama, sentou-se de frente para o marido e sussurrou:

- Agora que ela já se foi, o que é que quer falar de tão urgente?

- Venho sofrendo constantes ameaças.

- De quem? E por quê?

- Do advogado chefe de uma das maiores empreiteiras do mundo: a brasileira Long Line. Engraçado, não é? Empresa brasileira com nome em inglês. Enfim, seu nome é doutor Maurício Smith. O motivo é simples: ultimamente, não tenho conseguido desviar mais verba dos cofres públicos. Você sabe, depois dessa crise, todas as atenções estão voltadas para nós. Qualquer desvio e seremos pegos. Pois bem, com isso não pude mais fazer os investimentos e acordos que fazia antes com a Long Line. Entretanto, os brasileiros não querem saber. São umas sanguessugas, só querem a droga do dinheiro de qualquer jeito. Não sei mais o que fazer.

- Mas, eu sei. Tenho um plano.

- Ah é? E o que quer que eu faça? Mate-o?

- Também. Mas, primeiro, outras coisas precisam ser feitas para que tudo saia bem e sem nenhum vestígio.

- Anne, não estou te reconhecendo.

- Também nunca imaginei que chegaria a esse ponto, mas é a vida da minha família que está em risco. E por ela, eu faço o que for preciso.

De repente, ouviu-se um barulho forte, como o de um baque. O casal, assustado, levantou-se e acendeu as luzes. Uma surpresa. Peggy estava caída, desmaiada por detrás do grande busto de mármore de George Washington, na sala de recepção, na entrada do escritório. Estivera ali todo aquele tempo.


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