Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara


Capítulo 17
Capítulo 17 - Mistério




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_ Mas... Você acabou de chegar.

_ É uma emergência. Desculpe estragar o lazer de todos, mas preciso que alguém me deixe na estação. Não tenho condições de dirigir e preciso dormir um pouco.

_ Pode deixar! Eu te levo – Yuji mostrou a chave da Ferrari.

Kenzo olhou para o irmão com ar desconfiado.

_ É de graça. Só para fazer as pazes.

_ Tudo bem.

_ Aqui está a chave do carro, Umi. Pode pegar as coisas de vocês com calma – depositou o objeto na mão dela.

_ Você volta? – ela tinha se mantido calada, mas não se conteve.

_ Espero que sim. – eles se olharam por breves segundos, antes de se despedir de todos e partisse atrás de Yuji.

Umi acompanhou-os com olhos até que o carro sumisse de vista. Seu coração batia pesado e o final de semana perdia um pouco do brilho. Suspirou tentando se conformar, ajeitou os ombros para que ninguém percebesse a diferença e como sempre apresentou seu sorriso de Mona Lisa.

_ Venha, Natsu! É melhor que arrumar nossa bagagem – ela puxou a amiga em direção ao carro de Kenzo.

Érika pediu licença para passear com o bebê enquanto o sol ainda estava ameno e Daichi resolveu acompanhá-la na caminhada antes de se trancar no escritório. A senhora Kaneshiro franziu a testa, normalmente serena e calada, dava a impressão aérea, mas era perceptiva demais. Uma pessoa mais observadora perceberia que seus olhos eram sagazes, porém não havia ninguém mais tão observadora quanto ela própria.

E ela conhecia os filhos bem demais para saber que Yuji e Kenzo brigaram. O primeiro lhe aparecia com um hematoma no rosto e o segundo não explicou o motivo para a amiga de Umi chegar com Yuji. Certamente sabia quando Yuji estava interessado numa garota e ele não parava de observar Umi. A súbita aparição de Asuka a intrigava. E agora a pouco, percebeu algo quase palpável entre Umi e Kenzo.

_ Por que está calada, esposa? – o senhor Kaneshiro terminava de ler o jornal retirando os óculos ao olhar para ela.

_ Que este final de semana será bastante emocionante.

_ É o que ocorre quando se têm jovens na casa.

_ Ainda tem esperança de ganhar uma filha? – perguntou ao marido de chofre.

_ Desde que todas sejam como Umi.

_ Ah! Talvez, seu desejo se realize. O que achou da amiga dela?

_ Prefiro me abster de comentários no momento.

_ Mas, não é você o homem que não costuma errar sobre o caráter das pessoas?

_ Quando chegar a hora poderei confirmar minha teoria. Gostaria de me enganar às vezes.

_ Esse dia ainda vai chegar, marido.

_ Você realmente gostaria que isso acontecesse, não é mesmo?

_ Sim – um sorriso suave se formou em seus lábios. – Eu deixei um arquivo em sua mesa. Por favor, leia antes de iniciar seu dia de trabalho.

_ Por que esse mistério todo? Você não é disso – o senhor Kaneshiro voltava sua total atenção para a esposa.

_ Ah! É que saber que você não o todo poderoso me dá um sabor muito especial.

_ Está bem!. Você conseguiu me convencer a ir mais cedo para o escritório. Depois não reclame por passar menos tempo com você.

_ Estará livre dessas reclamações pelo menos neste fim de semana. Terei companhia de sobra – segurou a mão que o marido colocava em seu ombro.

_ Veremos! Até mais tarde minha senhora. – curvou-se para beijar a esposa na testa.

O senhor Kaneshiro havia deixado a esposa com seus pensamentos, mas estes nem lhe fizeram companhia por muito tempo, pois Umi desceu para lhe fazer companhia.

_ Ah! Querida. Você levou o que eu disse a sério? Você deve estar cansada da viagem. Tire a manhã para fazer o que quiser.

_ Então, acho que irei caminhar.

_ Uma caminhada na praia à vezes ajuda a por os pensamentos em ordem.

Umi se despediu abraçando a mulher. Era exatamente o que precisava. Um tempo para pensar. Ela já ia longe quando Asuka voltava já trajando roupas apropriadas para o jogo de tênis.

_ Para onde foram todos?

_ Acho que esse jogo vai demorar um pouco. Kenzo precisou voltar para o hospital e Yuji levou-o até a estação.

_ Que pena! – ele largou a raquete no banco – e as garotas?

_ Creio que Natsuko-san deve estar descansando. Umi preferiu caminhar ao longo da praia – observou o rapaz que foi namorado de Maya para ver como reagiria a informação.

_ Acho que vou esticar as pernas, a senhora se importa de ficar sozinha?

_ Em absoluto – ela estendeu a mão para Asuka e ele se despediu beijando-lhe a ponta dos dedos.

Ele apressou o passo para segui-la. Encontrou-a parada olhando o horizonte. Aproximou-se dela devagar para não assustá-la. Ela percebeu sua presença e voltou seu rosto em sua direção. A garota não se parecia em nada com Maya e lágrimas escorriam nos olhos que foram dela. Não sabia exatamente como, mas seus braços a envolveram ternamente enquanto o queixo encaixava sobre a cabeça de Umi.

_ Por que está chorando, Mona?

_ Diga-me, Asuka. O que pode significar quando uma pessoa te beija e depois some sem que tenham tempo para coversar sobre o que ocorreu?

_ Esse homem é um idiota. Eu não me arriscaria a deixá-la sozinha para outra pessoa como eu raptá-la – ele a suspendeu carregando-a por alguns metros fazendo-a rir. – Assim está melhor... Não perca seu tempo chorando por alguém quando você pode rir ou se divertir com outra pessoa. Eu descobri da pior maneira que o tempo é uma ilusão e que o futuro é incerto demais. Não é melhor viver o aqui e o agora?


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