Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara
Umi corou mortificada no que aqueles dois pensariam ou diriam para a senhora Takako. Ele tinha razão poderiam conversar mais tarde com mais calma. O carro seguiu o percurso de descida até a casa de veraneio. A Ferrari vermelha já estava parada e o café da manhã estava sendo servido na grande varanda.
_ Bom Dia! Que bom que chegaram, meu filho – a senhora Kaneshiro os saudou. – Que tal um café?
_ Aceito! Yuji já falou com a senhora?
_ Infelizmente, não. Chegou com uma moça e já a levou para a praia – era um desabafo de mãe.
_ Ah! Takako-san. Por favor, espero que não tenha ficado com uma má impressão de Natsuko. Essa moça é minha amiga...
_ A amiga que viria com você? – Umi balançou a cabeça afirmativamente.
_ Viemos juntos, mas encontramos Yuji no caminho e... – Kenzo calou-se. Como explicaria a situação sem comprometer as duas garotas.
_ E... Ele aprontou – concluiu a mãe. – É mais do que óbvio. Desculpe, Umi. Você me apresenta sua amiga quando ela voltar.
_ SE ela conseguir voltar, mãe. – Kenzo completou enfatizando.
_ Preciso me preocupar? – Umi voltou seu rosto franzido para o doutor.
_ Hum! Não. Parece que eles estão voltando – ele apontou para a praia.
Yuji e Natsuko corriam de volta para a casa. Eles riam ao chegar na varanda.
_ Bom dia, Mãe! – o filho a abraçou. – Eu tinha me esquecido como a senhora é cheirosa.
_ Hum! Não pense que consegue me amansar com esses elogios.
_ Não fique brava, dona Takako! Nós não nos apresentamos antes para esperar que todos acordassem nessa casa.
_ Takako-san, esta é minha melhor amiga. Natsuko Miyagawa.
_ Muito prazer! – ela estendeu a mão para cumprimentar a senhora.
_ Espero que tenha um final de semana divertido – a mulher apertou a mão da garota amistosamente. – Aceita um suco?
_ Sim, por favor. Essa corrida abriu meu apetite. Você deveria experimentar Umi. É ótimo correr na praia.
_ Ah! Você é uma esportista, mas eu não fui feita para correr.
_ É verdade! – Natsuko sentou-se à mesa ao lado de Umi. – Acredita que ela não consegue correr nem uma curta distância?
_ Sente falta de ar? – Kenzo olhou-a surpreso. - Desde quando?
_ Acho que desde sempre.
_ Como assim? – ele franziu a testa.
_ Bom... Quando eu não enxergava vivia sentada. Eu nunca corri. Fui tentar essa proeza depois que entrei para a faculdade, mas... – riu de si mesma. – Meu correr é quase parando.
_ Qualquer outro sintoma? Cansaço, palpitação, sensação de enjôo ou algum desmaio?
_Nada em demasia. Será que tive? – virou-se para amiga que negou tudo. - Por que?
_ Não há de ser nada, Umi. Você não sabe que médico tem essa mania de diagnosticar mesmo quando não está consultando – o senhor Kaneshiro chegava trazendo o jornal.
Daichi, Erika e o bebê também se juntaram ao grupo. As apresentações foram refeitas e Umi sentia-se feliz como se fizesse realmente parte daquela família. Os risos, as conversas, as desavenças, a algazarra, tudo aquilo a atraia.
_ Bom Dia a todos! – Asuka falou alto para se fazer ouvir no meio da balbúrdia. Ele estava em pé e trazia uma mochila.
_ Asuka! Há quanto tempo, rapaz – o senhor Kaneshiro convidou o rapaz para se juntar à mesa. – Espero que tenha vindo para passar o final de semana conosco.
_ Se não for incômodo – ele disse de uma forma polida.
_ E desde quando você faz cerimônia?
_ Desde quando criei vergonha – ele sorriu de modo cativante.
_ Você precisa ensinar o Yuji a criar vergonha.
_ Yuji-niisan – eles se cumprimentaram apertando as mãos. – Sinto dizer que ele é um caso perdido.
_ Muito obrigado pela avaliação, Asuka. Fico lisonjeado por saber que sou o único no meio de tantos irmãos competentes. Que anda fazendo?
_ Estudando...
_ E muito. Asuka está fazendo medicina – Umi informou abrindo espaço entre ela e Natsuko.
Ele largou a mochila sentando-se no meio das duas. Yuji olhou disfarçadamente para Kenzo, que nesse exato momento atendia o “bipe” de chamada do hospital. O doutor se afastava para ir telefonar.
_ Bem... Como iremos aproveitar o dia? Quem sabe um jogo de tênis, Asuka?
_ Como sempre você quer mostrar que é o melhor, mas... Faz tempo que você não volta para casa, portanto pode ter uma bela surpresa.
_ Combinado. Eu posso conferir o placar – Natsuko se ofereceu.
_ Eu passo! Nada de correr...– Umi mostrou a língua.
_ Você pode torcer por mim – Asuka disse condescendente.
_ Sim, ela pode torcer o seu pescoço – Yuji caçoou.
_ Nada disso! Vocês esportistas se divertem e Umi fará companhia para mim. E Asuka, meu rapaz! Leve suas coisas para o quarto de sempre.
_ A dona Takako falou é ponto final – o senhor Kaneshiro sorriu.
_ Está pronto para perder, Asuka?
_ Nos encontramos daqui a meia hora na quadra de tênis – ele pegou sua mochila e sumiu dentro da casa.
_ E por falar nisso... Eu tenho que retirar minha bagagem.
_ É verdade. Minhas coisas estão no carro de Kenzo – Natsuko lembrou.
_ Vou procurar por ele – Umi se levantou prontamente.
_ Não há necessidade, estou aqui... Mãe, terei de voltar para a cidade.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oh vida cruel. Vida de médico deve ser horrível.