Capítulo 5 - Primeiros Problemas

POV Annabelle

Acordei na manhã seguinte com o barulho do chuveiro. As roupas dele estavam sobre a cama dobradas e arrumadas. A minha bolsa estava no mesmo lugar em que eu tinha deixado na noite anterior. Alguns minutos depois, a água parou de correr e ele saiu do banheiro com o cabelo pingando e com a toalha amarrada na cintura.

– Bom dia! - ele falou ao me ver acordada.

– Bom dia. Está acordado faz muito tempo? - eu perguntei.

– Não.

– Por que não me chamou?

– Você precisava descansar. - ele falou dando de ombros. - Talvez eu não venha essa noite. - ele falou pegando a roupa que estava sobre a cama.

– Por quê? - eu perguntei virando para o outro lado, afinal, não queria vê-lo nú na minha frente.

– Vocês provavelmente estarão com a filha da Afrodite. Não será fácil colocá-la em outro quarto. Mas não é só isso. Seu pai quer falar comigo, acho que eu sei exatamente o que ele quer.

– Acho que eu também sei. - eu falei arriscando olhar para ele.

– Em todo o caso, não me espere hoje. - ele falou sorrindo e vindo na minha direção. - Se cuide. - ele falou beijando meus lábios antes de desaparecer me deixando sozinha no quarto.

Suspirei antes de me levantar e começar a me trocar. Precisava ser rápida, provavelmente os outros já estavam me esperando.

Estava certa. Percy, Annabeth, Stefan e Hendrick estavam na entrada do hotel com o carro e me olharam feio quando eu apareci.

– Dormi demais. - foi a única coisa que eu falei antes de entrar no carro e assumir o volante.

Achar a casa da filha de Afrodite não foi complicado. O problema foi conseguir falar com ela. Como Apolo disse, teríamos que ter muita paciência com ela.

Depois de esperarmos mais de três horas, conseguimos falar com ela.

– Annabeth, é melhor você falar. Já não estou com muita paciência. - eu falei quando entramos na casa da Crystal.

O pai dela que nos recebeu. Me desliguei do mundo deixando Annabeth cuidar da parte complicada da coisa que era falar com os pais mortais e depois convencer a semi-deusa.

Alguns minutos depois, uma miniatura da Afrodite desceu as escadas. Annabeth falou com ela, mas ela foi mais cabeça dura do que a própria deusa.

Revirei os olhos impaciente. Alguma coisa iria acontecer em breve. Alguns segundos depois, senti os pêlos da minha nuca ficarem em pé, monstro.

– Annabeth, Percy! - eu gritei segundos antes da porta explodir.

A quimera estava parada onde antes era a porta.

– Stefan, tire a Crystal e o pai dela daqui. E leva o Hendrick junto. - eu falei já puxando minha pulseira, em questão de segundos estava com minha espada na mão.

– E pra onde eu levo eles? - Stefan perguntou.

– De volta para o hotel. Nós nos encontramos lá. - eu gritei de volta já me posicionando para a batalha contra a quimera.

Mesmo que eu, Percy e Annabeth não estivéssemos em forma como estaríamos há um ano atrás, a quimera também estava enfraquecida e foi até que fácil derrotá-la.

Fui a única a me ferir. Annabeth e Percy tiveram me me carregar até o hotel, desmaiei no caminho até esse. A casa dos Swan tinha ficado meio destruída. Seria necessário uma boa reforma para que ela ficasse como antes.

Com a aparição da quimera, Crystal entendeu que o que nós estávamos falando era verdade e que ela poderia morrer um dia desses se não tivesse o treinamento adequado no Acampamento.

Depois que Annabeth e Percy cuidaram de mim, eles foram para seus quartos me deixando sozinha.

Enquanto isso, no Mundo Inferior....

POV Apolo

Hades tinha permitido a minha entrada no Mundo Inferior e eu estava agora cara a cara com ele.

Ele não estava nenhum pouco satisfeito com o fato de eu estar cortejando sua filha. Perséfone e o espírito de Sophie também estavam presentes. As duas mulheres lançavam olhares furtivos para nós dois.

– Então, você está gostando da minha filha, Apolo... - Hades começou.

– Sim.

– Não pense que eu irei aceitar isso facilmente, sobrinho. Não vou deixar você se aproveitar e usar minha filha para depois largá-la grávida no mundo mortal! - ele rugiu para mim.

– Não pretendo fazer isso, Hades. Não pretendo abandoná-la. - eu falei sem me abalar.

– O quê?

– Pretendo fazer de Annabelle minha esposa.

– Não pode fazer isso!

– Não farei isso se ela não quiser, é claro. Mas se ela não quiser, não pretendo engravidá-la para depois abandoná-la.

– Meu senhor... - uma das três fúrias entrou no salão interrompendo o que Hades ia começar a dizer.

– O que você quer, Alecto? - ele gritou.

– A quimera escapou do Tártaro. - ela disse se encolhendo ao lado da porta.

– E daí? Informe Ártemis e peça para que uma das caçadoras dela mate a quimera! - Hades falou agressivo.

– Mas, senhor... A quimera já foi atrás de sua filha. - a fúria murmurou ainda mais encolhida.

– Annabelle! - eu falei desesperado querendo voltar no mesmo segundo para o mundo mortal.

Hades estalou os dedos e as portas se fecharam me prendendo ali.

Ele murmurou alguma coisa e uma TV surgiu em uma das paredes.

– Mostre minha filha. - ele falou para a TV e a imagem dela surgiu na tela.

Ela, Percy e Annabeth lutavam contra a quimera. Xinguei em todas as línguas quando aquele monstro passou uma das patas pelas costas de Annabelle a derrubando. Foi a distração que Percy e Annabeth precisavam para matar a quimera, mas ela ainda estava machucada.

– Annabeth, precisamos cuidar dela. - Percy falou.

– Não! - Annabelle que respondeu. - Me levem para o hotel e cuidem de mim lá. - ela falou.

– Mas, Anna... - Annabeth começou.

– Não podemos confiar a segurança dos três no Stefan... Ele pode ser um guerreiro médio, mas ainda é um filho de Afrodite. Quem garante que ele vai conseguir proteger os três? - ela retrucou desmaiando logo depois.

Percy se afastou das duas e andou até onde antes, era a entrada da casa.

– Eles usaram o carro do pai da Crystal. O nosso ainda está aqui na frente. Podemos levá-la, Annie... - Percy falou para Annabeth.

– Espero que o Apolo venha nos ajudar depois. - Annabeth falou tentando erguer Annabelle do chão sem sucesso.

– Eu pego ela. - Percy falou pegando Annabelle no colo.

– Hades, deixe eu sair daqui. Deixe eu ajudá-los. - eu pedi para o deus da morte que olhava para a tela sem piscar.

– Hades! - Perséfone gritou quando ele não respondeu nada.

Cinco minutos se passaram até que ele voltou ao normal.

– Espere eles deixarem ela sozinha e você pode voltar para ela. Mas não pense que eu aceitei você com a Annabelle, Apolo. - ele falou.

Quando Percy e Annabeth saíram do quarto, Hades voltou a estalar os dedos, as portas voltaram a se abrir e eu saí do Mundo Inferior.

Um dos soldados esqueletos de Hades me guiou até a saída mais próxima de Seattle, mesmo assim, cheguei até o quarto dela trinta minutos depois de sair da presença de Hades.

Ela dormia traquila na cama, mas sempre que se mexia fazia uma careta de dor. Me aproximei dela, mas antes que eu pudesse tocar seu rosto, ela acordou.

– Apolo... - ela murmurou sonolenta.

– Olá, querida. - eu falei passando minha mão pelo seu rosto.

Ela tentou se sentar mas gemeu de dor.

– Posso curar isso aí.

– Não. Você pode pelo menos fazer a dor diminuir? - ela perguntou.

– Claro. Vire-se, deixe-me ver como isso aí está. - eu pedi e ela se virou ficando de costas para mim. - Percy e Annabeth fizeram um bom trabalho aqui. - eu falei erguendo a blusa dela e vendo o curativo que os dois tinham feito.

Passei minha mão sobre o ferimento e murmurei um encantamento apenas para aliviar sua dor. Ela suspirou parecendo aliviada.

– Não quer mesmo que eu cure isso? - eu perguntei a ajudando a se sentar.

– Não. Annabeth e Percy sabem sobre essas suas visitas noturnas, mas Stefan e os outros não. Se eu aparecer curada de uma hora para a outra o que eu vou falar para eles? - ela perguntou.

– Tudo bem, você ganhou. - eu falei.

– Como foi a sua conversa com meu pai?

– Ainda está pendente. Uma das fúrias interrompeu a nossa conversa para avisar que a quimera tinha fugido e estava vindo atrás de você. Num geral, ele ainda não quer ver você comigo. - eu falei.

– Imaginei isso. - ela falou sorrindo. - Acho melhor eu voltar a dormir. Amanhã temos um bom chão para andar. Preciso estar descansada. - ela falou sorrindo divertida.

– Concordo com você. - eu falei a colocando deitada na cama. - Posso ficar de novo aqui?

– Se isso não for piorar a sua situação com meu pai...

– No momento isso não vem ao caso. - eu falei me deitando ao lado dela. - Durma, pequena. - eu falei a abraçando como na noite anterior.