Hoje completam-se cinco anos desde o fim da guerra ao Capitol. Eu ainda me lembro do olhar de Prim antes de morrer. Eu ainda sonho com isso, todas as noites. Mas o que me conforta é o fato de isso tudo ter finalmente acabado, e saber que Peeta está comigo. Ele sempre estará. Quando eu acordo no meio da noite, eu corro para seus braços. Ele fica um pouco irritado, já que estamos em casas separadas e ele tem que descer para abrir a porta para mim.

— Por que você não dorme aqui todo dia de uma vez? É melhor para ambos. – diz ele.

— Melhor não, Peeta. Desculpe-me por ter de te acordar, de novo.

— Você sabe que eu realmente não me importo, Katniss. – e beijou-me a testa. – Entre logo, está frio aí fora.

Na manhã seguinte havia uma leve camada de neve nas ruas. Enquanto descia as escadas, Peeta chegava com pão fresco em casa. Além do pão, trazia consigo dois envelopes de carta. Ele entregou as cartas para mim e foi para a cozinha cortar o pão.

— A primeira é do Capitol, direcionada a nós dois. – A outra eu não sei.

Abri a primeira carta. Lá havia um comunicado da presidente. Li em voz alta para Peeta ouvir.

Caros Peeta e Katniss,

Sabemos que vocês já passaram por muita coisa e querem descanso e privacidade. Porém, devido à confirmação do casamento de vocês, queremos pedir que o mesmo venha a ser transmitido ao vivo para toda Panem, a fim de comemorar a felicidade de dois heróis de guerra. Daqui a duas semanas os estilistas chegarão junto com a equipe de filmagem.

Atenciosamente,

Presidente Paylor.

— Então o plano de se casar publicamente continua? – diz ele.

— É o que parece. E eu tenho a vaga ideia de que não temos escolha. Vou ler a segunda carta.

Katniss,

Eu sei que não nos falamos pessoalmente desde... o acontecido com Prim. Mais uma vez, peço seu perdão. Eu queria que você soubesse que eu estou voltando para o 12. Quando ler esta carta, provavelmente estarei chegando aí.

Um beijo,

Gale.