She Is A Stupid Boy. escrita por minyoungie


Capítulo 7
Minyoung.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, eu sei. Podem atirar todas as pedras que quiserem. TT^TT
Eu nunca pensei que demoraria tanto assim, mas a demora é justificável... Só que foram muitas razões juntas e seu eu fosse dizer todas elas... Eu peço mil desculpas. ;_;
Também sei que o capítulo está gigantesco e, na minha opinião, não é um dos melhores. Eu só sei que comecei a escrever e quando parei foi que eu vi o tamanho do capítulo. kekeke~ Desculpem por isso também. ;_;
Agora, falando de uma coisa melhor... QUEM VIU O MV DE ACTION? ♥_♥ Quem não viu tem que ver porque no final tem MinRen together. kekekeke~



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Ren...? – O garoto ouviu uma voz distante o chamando. – Acorde, já está na hora. – Sentiu o dono da voz mexer no seu cabelo e depois fazer um leve carinho nas suas bochechas.

Que horas são? – Perguntou o loiro, sem abrir os olhos e com uma voz sonolenta.

7h20. – Respondeu.

Não está na hora... Ainda faltam dez minutos. – Ren bufou e cobriu a cabeça com o cobertor.

Eu não quero chegar atrasado. – Disse Minhyun enquanto destapava o rosto do amigo.

Hyung... – Reclamou e a sua voz mais pareceu com um ronronar de um gato.

Então tu ficas aí enquanto eu vou me arrumar. – Disse o mais velho, levantando-se da cama, fazendo com que Ren dissesse algumas palavras incompreensíveis.

Depois de Minhyun ter se levantado, Ren sentou-se na cama, contrariado, afinal de contas, não custava nada terem ficado mais dez minutos deitados. Além disso, a cama sem a sua almofada magrela não parecia mais convidativa. Esfregou o olho com uma das mãos e ficou observando o mais velho tirar as suas coisas de dentro do guarda-roupa.

O dia anterior tinha sido tão estranho, cansativo, tantas coisas tinham acontecido naquelas 24 horas... Ren suspirou aliviado ao perceber que o pesadelo que tinha sido o primeiro dia de aulas tinha finalmente acabado, mas o seu alívio durou muito pouco, só os segundos necessários até o garoto perceber que aquilo tinha sido apenas o começo de mais um ano letivo.

Foi então que um pequeno detalhe do dia anterior lhe veio à cabeça. O beijo. E logo a seguir à lembraça, uma pergunta: “O que Dongho pensaria, ou melhor, faria se soubesse?”, pensou, “Minki-yah, seu idiota! Minhyun te deu um beijo e tu, ao invés de ficares contente, pensas no que aquele infeliz vai pensar?”. Mas ele ainda não tinha razões para comemorar o beijo inesperado do seu hyung, Ren ainda não sabia o que Minhyun tinha achado daquilo.

Minhyun-sshi... – Disse, com uma voz ainda sonolenta.

Sim? – Respondeu Minhyun, sem olhar o outro.

Posso te fazer uma pergunta?

Claro. – O moreno virou-se ligeiramente para olhar o garoto, mas logo voltou ao que estava fazendo.

Os amigos também podem se beijar? – Perguntou Ren, com um tom de voz inocente, fazendo Minhyun parar imediatamente o que estava fazendo.

Tinha esperanças de que Ren tivesse esquecido ou simplesmente pensado que tinha sido tudo fruto da sua imaginação, mas tal não aconteceu. Ren ainda se lembrava do que tinha acontecido antes de dormirem. E agora? O que ele responderia? Haveria sequer alguma resposta possível para esse tipo de perguntas?

Após alguns segundos sem saber o que dizer ou fazer, Minhyun sentou-se na cama vazia à sua frente e suspirou. Olhou para o loiro, tentando desvendar qualquer sinal de que estava chateado ou de que aquele beijo o tinha incomodado e, apesar da recente aproximação dos dois e de Ren ter começado, lentamente, a demonstrar as suas emoções mais facilmente, Minhyun não conseguiu perceber nada, nada além dos grandes olhos do mais novo, agora já bem acordado, o olhando atentamente.

Minhyun-yah! – Chamou, impaciente, vendo que o outro não lhe dava nenhuma resposta.

O que foi, Ren? – Perguntou o moreno, acordando subitamente dos seus pensamentos.

Podem ou não podem?

Bem...

Sim ou não? – Perguntou o loiro, fazendo Minhyun suspirar com tamanha impaciência.

Eu acho que não, Ren. – Respondeu, balançando a cabeça negativamente.

Então por que é que tu...

Foi um erro, ok? Um erro. – Interrompeu o mais novo bruscamente, vendo-o arregalar os olhos e surpreendeu-se com a sua própria mudança de tom de voz. – Esqueça isso. – Minhyun levantou-se da cama e virou as costas para Ren, saindo do quarto.

Então era isso, Minhyun queria que ele esquecesse o que tinha acontecido algumas horas antes.

O loiro deixou-se ficar onde estava, sentado na sua cama e olhando para o lugar onde o seu hyung tinha estado sentado antes de sair. Estava certo quando pensou que ele iria se arrepender, foi por isso que resolveu parar o beijo. E agora tinha a certeza de que sim, ele estava arrependido, o que era normal. Minhyun podia ser simpático, podia cuidar dele, mas não parecia querer mais do que a sua amizade. E tal confirmação fez Ren sentir-se estranhamente triste. Não só com Minhyun por não o querer como mais que um amigo, mas também consigo próprio, por mais uma vez não ser capaz de conquistar o amor de quem gostava.

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Cunhadinha! – A recém chegada ouviu aquele tom de voz conhecido e, apesar de fazer bastante tempo desde que o ouviu pela última vez, soube logo de quem se tratava. Fechou o armário onde tinha acabado de guardar os seus pertences e olhou a pessoa com indiferença. – É assim que tu me cumprimentas? – Disse o dono da voz, encostando-se ao armário e rindo da situação.

Oi, criatura nojenta. – Disse a garota, e o seu olhar passou de indiferença à repugnância. – Está melhor agora? – Perguntou com um sorriso amarelo.

Muito melhor. – Respondeu o garoto com um sorriso debochado, vendo a garota virar as costas.

Peraí... – Começou por dizer, e desistindo de continuar o seu caminho, virou-se na direção da “criatura nojenta”. - O que é que estás a fazer aqui, Dongho?!

Pensei que não fosses fazer essa pergunta. – E o garoto riu mais.

Quando é que tu voltaste?!

Ren não te contou? – Disse Baekho, fazendo uma expressão de falsa confusão.

Ren? Ele sabe que tu estás aqui? – A garota estava mais do que surpresa.

É claro que sabe! Ele até me fez uma recepção bem calorosa. – Dongho riu.

E tu queres que eu acredite nisso? – Perguntou, desconfiada. Baekho cruzou os braços sobre o peito e encolheu os ombros, dando-lhe a opção da escolha.

Priminha! – Ouviu outra voz conhecida. Era JR com o seu fiel companheiro, Aron.

Jonghyun. – A garota mostrou mais um sorriso amarelo.

Bons tempos quando tu me chamavas de oppa.

Ela nunca te chamou assim. – Disse Aron, fazendo os presentes rirem.

Cala a boca. – Disse Jonghyun, irritado.

Não repreendas o seu tervo por falar a verdade. – Disse a mais nova, deixando Aron desconfortável. Ele não gostava nem um pouco quando se referiam à ele daquela forma.

Tu costumavas ser mais fofinha quando eras mais nova. – Disse Baekho, saindo do lugar onde estava e dando dois pequenos passos na direção de JR e Aron.

E vocês costumavam ser menos idiotas. – Respondeu à afirmação do outro e virou-lhes as costas, começando a andar pelo corredor do colégio enquanto mexia no celular.

Minyoung-yah! – A garota ouviu uma terceira voz a chamar-lhe. Mas dessa vez, além da voz ser conhecida, também era de alguém que gostava. Ergueu a cabeça, na direção da voz, e poucos segundos depois já tinha o dono dela a agarrar-lhe o braço e a fazer perguntas infindáveis. – O que estás a fazer aqui? Desde quando é que voltaste de Seul? Por que é que não me disseste que vinhas? E o que é que estavas a fazer com eles, Minyoung?

Minnie, minnie! Calma, respira, ok? – Disse, soltando-se do irmão. – Era para ser uma surpresa, eu só não imaginava que eu é que iria me surpreender. – A garota olhou ligeiramente na direção dos outros três garotos que riam entre eles. Ren seguiu o olhar dela, mas logo desviou o próprio olhar, a última coisa que queria era confusão.

E se ficasses calada? Eu acho que era melhor. – Disse o loiro, arrastando a dongsaeng para longe dali.

Era inacreditável. Além de Baekho ter voltado para Ganghwa, Minyoung também tinha. O que mais ele poderia querer para a volta às aulas? Aquele ano, pelos vistos, seria pior do que o esperado.

Não, Ren não odiava a sua irmã, definitivamente não. Mas, por mais que ele a adorasse, não poderia deixar de admitir que Minyoung era um verdadeiro íman para problemas. Problemas de todos os tipos, desde aqueles relacionados com a escola, àqueles relacionados com sinais de trânsito. Qualquer coisa era motivo para ela entrar em uma confusão das grandes, e o pior de tudo era que ela adorava confusões.

Oppa! – Ren ouviu a dongsaeng lhe chamando, enquanto se sacudia para que ele a soltasse. – O que está fazendo? – Perguntou depois de muito o empurrar, conseguindo, finalmente, se soltar.

Estou tentando te manter longe de problemas. – Disse o loiro, fazendo a morena revirar os olhos.

Mas eu não estava fazendo nada demais! Nós só estávamos conversando como pessoas civilizadas! – Disse num tom mais alto que o normal.

Choi Minyoung conversando como uma pessoa civilizada? Essa é nova para mim. – Disse o mais velho rindo, recebendo um tapa da irmã.

Seul muda as pessoas, baby. – Disse, agitando o cabelo.

Duvido.

Então tens que ir passar alguns dias com o appa. Ele não pega no nosso pé, deixa-nos fazer o que quisermos e...

Ren-yah! – Chamou alguém, fazendo os dois irmãos olharem na sua direção. – Por favor, quando resolver sumir mais uma vez, deixe um bilhete, uma mensagem, qualquer coisa! – O garoto parecia bastante nervoso e um pouco ofegante.

Minhyun, acalma-te. – Disse Ren, com uma expressão entediada. – Eu não sou uma criança e tu não és uma babá, não precisas andar atrás de mim o tempo todo.

Ah, desculpa lá se eu estava preocupado contigo! – Disse o mais alto, com um tom indignado.

Eu não preciso da... – Começou por dizer o loiro, mas calou-se ao perceber que a sua irmã puxava o seu braço. – O que foi, Minyoung? – Perguntou, impaciente.

Quem é esse? – A garota perguntou num sussurro, avaliando Minhyun de forma desconfiada.

Hwang Minhyun. – Disse o moreno, que, por acaso, tinha conseguido ouvir a pergunta. Mas a sua resposta não tinha sido muito esclarecedora, após ter dito o seu nome, pôde ver a dongsaeng o olhar confusa. – Eu sou amigo do Ren. – Completou, com um sorriso de orelha à orelha.

Amigo?! – Minyoung arregalou os olhos e passou a encarar Ren, esperando por alguma explicação.

Omma já deve ter te falado sobre ele. – Disse, por fim. – Ele é filho de Joohyun... Está morando lá em casa. De certeza que tu já ouviste esta história antes. – Ren explicou quem Minhyun era, sem dar muita importância ao assunto.

Ah... Então tu é que és o famoso Minhyun? Hum, nada mal, hein? – Disse a garota, cutucando o irmão, com um sorriso de canto.

Nem penses. – Minki respondeu aos pensamentos da irmã mais nova, olhando-a com reprovação.

Por quê? – Perguntou, afastando-se do irmão. – Por acaso ele já tem...

Por acaso, tem sim. – Interrompeu-a com um tom autoritário.

Ok, ok, o que é que se passa aqui? – Perguntou Minhyun que estava mais do que confuso.

Não se passa nada. – Ren respondeu, seco. Minyoung tinha acabado de chegar e já queria roubar o seu amigo, mas ele não ia deixar que isso acontecesse.

O que se passa é que ele não quer te dividir comigo. – Disse Minyoung, deixando Minhyun ainda mais baralhado.

O quê?

Ele é meu amigo, Minyoung. – Disse o loiro, dando ênfase no “meu”.

– ‘Tá vendo?

Vocês estão discutindo por minha causa, é isso? – Minhyun riu.

Não. – Respondeu Ren como se dissesse algo óbvio.

Claro que estamos! – Disse a hoobae, logo em seguida.

Minyoung! – Quase gritou Ren, olhando a irmã com uma raiva tremenda. Odiava quando ela fazia isso, quando dizia justamente o contrário do que ele dizia.

Oh, Ren, uma pessoa pode ter mais que um amigo, sabes? – Disse o mais alto, tentando acalmar os ânimos, mas a única coisa que conseguiu foi um olhar furioso do mais baixo.

Então fica com ela e vai atrás dos outros amigos de que precisas. – Respondeu, virando-lhe as costas.

Ren, não comeces... Ren! – Minhyun tentou chamá-lo mas sabia que seria em vão, Ren era orgulhoso demais para voltar atrás. Suspirou. Uma coisinha de nada e Ren estava chateado consigo mais uma vez.

Então... Minhyun, certo? - Perguntou Minyoung, fazendo o garoto balançar a cabeça positivamente. – Como é que tu conseguiste esta proeza? Eu acho que nunca vi o Ren assim tão... Ciumento. – Ela riu e o moreno deixou que um pequeno sorriso escapasse.

Tu és a irmã dele? – Perguntou, mudando de assunto.

Choi Minyoung, ao vivo e em cores. – Respondeu com um enorme sorriso.

És muito parecida com ele.

Hum... Talvez. – Disse a garota, fazendo uma careta boba, arrancando uma pequena risada do sunbae.

Não era talvez, era com certeza. Ren e Minyoung eram muito parecidos, talvez se ela fosse loira ou ele ainda tivesse o cabelo escuro, pudessem passar por gêmeos. Bem... Talvez nem tanto. Por mais parecenças que tivessem, na humilde opinião de Minhyun, Ren conseguia ser mais bonito que a irmã, sem dúvida alguma. Mas, por outro lado, Minyoung era mais simpática que o irmão, muito mais simpática.

E já está tudo bem contigo?

Por que não haveria de estar? – Perguntou, confusa.

Tu não sofreste um acidente?

Ah! Isso... – De súbito, ela lembrou-se do que tinha acontecido e riu. – Isso não foi nada! Foi só um idiota qualquer que não viu a faixa de pedestres e resolveu passar por cima de mim. A minha mãe é que adora uma dramazinho. – Riu mais, sendo acompanhada pelo garoto. – E estás a gostar de estar cá?

Sim, muito, é um bom colégio.

É verdade, tirando um ou outro, tu sabes, Jonghyun, Aron... Bem, Aron nem tanto porque ele até costuma ficar quieto, mas agora Baekho voltou para compensar a falta de maldade do Aron e...

Tu deves conhecê-los muito bem.

Infelizmente.

Hum... E as coisas sempre foram assim? Quero dizer, eles e o Ren sempre foram... Inimigos? – Perguntou, tentando não deixar a enorme curiosidade transparecer.

Inimigos? Não... Bem, Jonghyun sempre foi mauzinho para o Ren, é verdade, mas as coisas pioraram depois que o Dongho se apaixonou por ele e... – A dongsaeng parou por uns instantes e tapou a boca com as duas mãos, tinha falado demais. – Nada.

– Se apaixonou por quem?

Por ninguém, oppa, ninguém.

Ele se apaixonou pelo Ren, foi isso? – Insistiu o moreno.

Sim, quer dizer, não, quer dizer... – A garota suspirou. Se Minhyun não sabia de nada era porque deveria continuar sem saber, se Ren descobrisse que ela tinha dito uma palavra sobre este assunto... Podia se considerar uma pessoa morta. – É uma longa história, por que não perguntas ao meu irmão? – E só depois de ter dito isso percebeu-se da asneira que tinha feito. Se Minhyun fosse mesmo perguntar ao Ren, ele acabaria por saber que ela tinha aberto a boca e aí... Adeus, Minyoung.


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Eu não acredito que tu estiveste aqui o tempo todo. – Foi a primeira coisa que saiu da boca de Minhyun assim que entrou no quarto, Ren nem se moveu. – Tu nem apareceste para jantar, Ren.

Eu não estava com fome. – Disse, sem tirar os olhos do livro que estava a ler, “A Bela Adormecida”.

E estás com fome agora? – Perguntou, sentando-se na cama, ao lado do mais novo que não respondeu. – Eu trouxe um sanduíche para ti. – O moreno enfiou a mão dentro da mala a procura do sanduíche e, ao encontrá-lo, esticou um pouco a mão para dá-lo ao loiro. – Toma.

Eu não quero. – Disse, ainda sem olhar o mais velho.

Vais ficar sem comer até amanhã?

Talvez amanhã eu continue sem fome.

Ren, pára com essa birra. – Era mais um pedido do que uma ordem. Não havia necessidade dele fazer isso por causa do que Minhyun tinha dito quando estavam com Minyoung.– E olha para mim quando eu estiver a falar contigo. – E dizendo isto, Minhyun tirou o livro das mãos do loiro que, como era de se esperar, tentou tirá-lo a todo o custo.

Dá-me o livro! – Disse, ou melhor, quase gritou, enquanto tentava alcançar a mão do mais velho.

Tu já leste isso umas trezentas vezes!

Eu gosto... da... história. – Disse enquanto tentava agarrar o livro, mas desistiu e sentou-se no seu canto. - Tens algum problema com isso?

Não, nenhum. E tu? Tens algum problema em agir como alguém da tua idade?

Eu odeio-te, sabias? – Disse o loiro, que tinha os braços cruzados, como uma criança birrenta e um olhar nada amigável.

E eu adoro-te. – Disse, pousando o livro ao lado do mais novo, que ficou confuso. Estaria Minhyun a falar a sério ou estaria simplesmente tentando provocá-lo ao dizer justamente o contrário do que ele dizia, como Minyoung? O mais alto levantou-se da cama, pegou no seu pijama e no resto das suas coisas, depois saiu do quarto sem dizer mais nada.

Idiota. Era isso que Minhyun era, um belo idiota. Um idiota que não servia para nada além de deixá-lo irritado. Irritado, chateado, confuso, frustrado... E apaixonado, incrivelmente apaixonado. Isso não podia ser normal, podia? Como é que ele podia se sentir atraído por alguém que não o largava um só minuto, que o lembrava constantemente da existência de Dongho e que tinha uma enorme tendência a deixá-lo irritado? Hum. Talvez fosse justamente isso. A forma tímida como Minhyun cuidava dele, o interesse dele pelo seu passado e a forma que ele sempre arranjava de começar ou manter um assunto, tinham sido as causas que levaram Ren a sentir tudo aquilo que estava sentindo, um monte de sentimentos idiotas, tão idiotas quanto Minhyun.

Vários minutos após a sua saída, Minhyun voltou. Vestido com o seu pijama, com o cabelo ainda molhado e cheiroso como nunca. Ren tina acabado de engolir o último pedaço do seu sanduíche e, ao contrário do que estava a espera, o seu hyung não fez qualquer tipo de comentário sobre o assunto. O moreno estava cantarolando uma música qualquer e nem se deu ao trabalho de olhar o garoto que acompanhava discretamente cada um dos seus passos.

Tu deverias enxugar melhor esse cabelo antes de dormir. – Disse Ren, levantando-se da sua cama e pegando nas suas coisas que já estavam separadas em cima da escrivaninha.

Desde quando é que tu te preocupas comigo? –A pergunta não tinha sido feita de forma rude, pelo contrário, Minhyun estava sinceramente curioso em saber a resposta.

Desde que... – Calou-se ao perceber que falaria demais e deixou um suspiro escapar entre seus lábios. – Ainda tem alguém no balneário?

Não, eu acho que não. – Ren virou-lhe as costas, andando em direção à porta, mas Minhyun o segurou pelo pulso, impedindo-o de sair do quarto. - Tu não me deste uma resposta.

– E vais continuar sem tê-la.- Disse, soltando-se e saindo do quarto.

Ao ouvir a resposta do mais novo, Minhyun sorriu inconscientemente. Era Ren. Do que mais ele estava a espera? Aquela princesa falsa nunca diria o que ele queria ouvir, nunca. Mas isso era algo com que o garoto já estava se habituando, na verdade, era algo de que ele até gostava. Isso era bom, na sua opinião, fazia de Ren uma pessoa ainda mais interessante.

Vários minutos após a saída do loiro, enquanto perdia-se nos seus pensamentos sobre o mais novo e secava mais o cabelo, Minhyun ouviu alguém bater à porta e, por incrível que pareça, não se surpreendeu ao ver quem estava do outro lado.

Minhyun-oppa! Por acaso o meu irmão está aí? – Perguntou a garota mal Minhyun abriu a porta.

Não, não está, ele foi tomar banho. – Respondeu.

Ah, pois é, eu tinha esquecido disso... – Ela fez uma careta. – Tu te importas que eu espere por ele aqui?

– Só se tu não nos arranjares problemas.

Eu? Tsc, claro que não! –Disse a morena enquanto entrava no quarto. Sentou-se na cama que deduziu ser do seu irmão uma vez que nela estava um urso de pelúcia. – Eu não acredito que Ren trouxe uma coisa dessas para cá. – Disse, enquanto avaliava o boneco.

Não fales assim da Hyunnie! – Exclamou Minhyun, fingindo estar ofendido.

O quê? A girafa também tem nome? – Perguntou entre risos, recebendo um aceno de cabeça como resposta juntamente com um sorriso divertido do mais velho. – Tu acreditas que ele dá nome à todos os ursos de pelúcia que ganha? Não há um que escape! E o pior de tudo é que ele lembra de todos os nomes depois. – Os dois riram juntos. – Mas de onde é que ele foi tirar esse nome? – Perguntou mais para si do que para o outro.

– Sabes que eu me chamo Minhyun, não sabes? – Respondeu com outra pergunta.

Eu não acredito... O Ren deu o teu nome a um urso de pelúcia? – Ela parecia incrédula.

Pelos vistos sim. – Ele riu.

Isso é ótimo! – Ao dizer isso, os olhos da hoobae brilharam de felicidade. – O Ren pôs o teu nome num urso de pelúcia! Dá para acreditar? – Mais uma vez, a pergunta foi feita mais para ela própria do que para o outro. – A última vez que ele fez isso foi quando ele estava apaixonado... E acabou que alguns meses depois ele rasgou o boneco e jogou-o no lixo.

O nome do urso era Dongho? – Perguntou com uma falsa inocência, tentando aproveitar a distração da outra. Minyoung iria dizer o que ele queria saber e isso seria agora.

– Na verdade, o nome dele era Baekho, mas vai dar ao mesmo... – Minyoung tapou a boca com as duas mãos pela segunda vez naquele dia. – Oppa, por favor, não diga ao Ren que eu...

Eu não vou dizer nada, dongsaeng. – Interrompeu-a. – Mas eu quero que tu me expliques o que aconteceu entre eles dois. – Ele não queria, ele precisava saber o que tinha acontecido entre Baekho e Ren.

É uma história muito longa. – Disse, numa tentativa falha de fazer o seu oppa mudar de idéias.

Eu acho que o tempo até Ren voltar do banho é suficiente. – Ele sorriu.

Tu estás morta, Minyoung, mortinha. – Falou, mais uma vez, consigo própria e sentou-se na cama do irmão, pousando a Hyunnie, que até então ainda estava nos seus braços, ao seu lado. Minhyun riu baixo com as palavras da garota e sentou-se à sua frente, na outra cama. Ela tinha percebido que o que existia entre Minhyun e Ren não podia ser só uma amizade como outra qualquer. Além dos ciúmes, o seu irmão também tinha um urso de pelúcia com o diminutivo do nome do “amigo”. Ela o conhecia melhor do que ninguém, sabia o que se passava dentro daquela cabeçinha loira mesmo que tivessem passado bastante tempo sem se verem. – Então, o que queres que eu diga? – Perguntou, surpreendendo Minhyun pela facilidade com que conseguiu convencê-la a dizer alguma coisa. Se eles eram amigos como Ren dizia que eram, qual era o problema em ela contar algumas coisinhas? Provavelmente Minhyun já sabia a história e queria apenas confirmar a verdade ou então ele ainda não sabia de nada e mais cedo ou mais tarde acabaria por saber.

– Eu só quero que tu me digas o que eu acho que ele não vai me contar.

Como o quê, por exemplo?

– Eu não sei... – Respondeu, parecendo pensar sobre o que haveria de perguntar à hoobae. – Tu disseste que o Ren era apaixonado pelo Dongho, mas e Dongho? Também era apaixonado por ele? – Perguntou, com medo de qual seria a resposta. Se Ren tinha se apaixonado por Baekho e se este também tivesse se apaixonado por Ren, das duas, uma: Ou eles tinham realmente esquecido um do outro, o que Minhyun não acreditava que fosse a verdade, ou então ainda havia uma “chama” acesa, o que justificava as reações e as indisposições de Ren para falar ou ouvir qualquer coisa que estivesse relacionada com Baekho. A última opção, apesar de não lhe agradar nenhum pouco, era a que parecia corresponder à verdade, o que significava que não estava com sorte.

–Hum... – Ela pareceu tentar escolher a melhor resposta. - Mais ou menos.

– Mais ou menos?

– Eu acho que no começo, sim, ele gostava mesmo do Ren, mas depois... – Ela agarrou a girafa outra vez e passou brincar com ela, apertando-a ou mexendo nas suas patinhas. – Depois as coisas mudaram. – Explicou, evitando olhar na direção do garoto.

- Mudaram como?

Eu não sei... – Ela hesitou antes de finalmente responder. – Baekho simplesmente deixou de ser carinhoso ou romântico com Ren.

– Ele passou a tratá-lo mal?

– Mais ou menos. – Deu essa resposta pela segunda vez.

- Minyoung-yah! Pare de responder respostas sem respostas! – Disse, deixando tanto ela como ele próprio confusos.

O que eu quis dizer é que... Eu não sei bem, Minhyun-oppa. – A garota encolheu os ombros.

Tu és a irmã dele, tens que saber alguma coisa!

Ok, ok! – Respondeu, dando-se por vencida. – Minki nunca me contou detalhes, mas eu penso que sim, Dongho tratava-o mal. Mas eu não posso garantir que isso seja verdade, eu nunca presenciei isso, e como eu já disse, o meu irmão não me falava muito sobre essas coisas. Mas eu lembro-me que... – E deixou a frase suspensa no ar, olhando para o vazio, parecendo lembrar-se de alguma cena , algo que tivesse acontecido e que lhe tinha escapado durante muito tempo. Passado alguns momentos silenciosos, Minyoung voltou a sua atenção à Minhyun, que ainda não tinha tirado os olhos dela, e olhou-o nos olhos. – Eu lembro-me que alguns tempos antes de Dongho sair de Ganghwa, Ren estava estranho.

Estranho como? – Perguntou, tentando incentivá-la a continuar.

– Estranho. Ele falava pouco, quase nada, não comia muito, nem quando a tua mãe fazia os pratos preferidos dele. – Mais uma vez a expressão pensativa da garota tomou conta do seu rosto, ela voltou a olhar o vazio, mas, desta vez, continuou a falar. – Triste, é esta a palavra. O meu irmão estava triste. – E ao dizer isto, Minhyun pôde ver a a tristeza no olhar distante dela ao lembrar-se de tais coisas. Não havia dúvidas de que eles eram próximos. – Ele evitava estar sozinho com Baekho, evitava sair com ele... Inventava desculpas, inventava saídas comigo à última hora..

– E isso do Dongho está relacionado com o fato do Ren não ter muitos amigos, não está? – Perguntou, mudando, parcialmente, o assunto. Ele bem que poderia ter deixado a conversa seguir aquele rumo, ele até queria que tal acontecesse, mas sentia que não seria capaz de ouvir muito mais. Apesar da curiosidade ter aumentado, sentia-se aliviado por sua dongsaeng não poder dizer com certeza se Baekho havia ou não magoado Ren. Tinha a impressão de que se ela tivesse dado pormenores sobre este assunto, ele provavelmente não conseguiria evitar dirigir-se ao quarto do sunbae e retribuir-lhe todo o mal que tinha causado ao seu colega de quarto.

Eu acho que sim... Dongho era muito ciumento, sabes? Ainda deve ser. Eu aposto que ele deve odiar ver-te com o Ren. – A morena deixou escapar um pequeno riso ao dizer a última frase. Minhyun sorriu e baixou a cabeça ao sentir as suas bochechas arderem. – E eu também acho que os ciúmes excessivos dele aumentaram ainda mais a implicância de Jonghyun com Ren. Pelo menos ele protegia o meu irmão, de JR ou de quem quer que fosse, o que era bom. Mas depois que ele foi embora foi como se tivessem dado acesso livre à todos que quisessem incomodar o Minnie.

– E por que é que há todo esse problema com JR? Por que é que ele odeia tanto o Ren?

– Essa eu sei! – Respondeu com os olhos brilhantes, como se fosse receber algum tipo de prêmio por saber a resposta de uma pergunta muito difícil. – Na verdade, eu acho que não é bem ódio, é só um problema familiar que já dura quase 17 anos. – Disse, vendo uma expressão confusa formar-se no rosto do garoto à sua frente. – É tudo culpa da nossa avó. – Completou, aumentando ainda mais a confusão do outro.

O que é que a tua avó tem haver com isso?

Tudo. – Respondeu com firmeza. Ela realmente sabia do que estava falando. – Desde que eu me entendo por gente que a minha avó faz comparações desnecessárias sempre que Jonghyun e Minki estão juntos. E mesmo se não estiverem juntos ela vai fazer.

Que tipo de comparações?

– Ah, tu sabes. Para ela, qualquer coisa no Ren, qualquer pormenor, é mais bonito que em Jonghyun. Ren é o neto que tem mais aegyo, que é mais bonito, que tem as melhores notas. Os olhos do Ren são mais redondos, a pele dele é mais clara, ele é mais alto... – E ela ainda enumerou uma série de coisas, deixando claro o orgulho que sentia no irmão.

Mas eu não acho que a razão seja só essa. – Disse Minhyun assim que a hoobae terminou de falar.

Eu também não, oppa. – Disse, concordando com o outro. Além de conhecer o irmão, ela também conhecia o primo e sabia que ele tinha uma auto-estima suficientemente elevada para ultrapassar esse tipo de coisas sem ficar com traumas ou coisas do gênero. – Mas não te preocupes, quando eu descobri eu te conto, ok? – Disse com um sorriso divertido, fazendo Minhyun sorrir também. – Bem, eu acho melhor ir andando, Ren está demorando muito, não está? – Perguntou, olhando o relógio que tinha no pulso. - Nós já falamos demais sobre isso...

Falaram sobre o quê? – Perguntou Ren, de repente, assim que entrou no quarto, fazendo Minyoung arregalar os olhos.

Sobre nada, oppa, sobre nada. – Apressou-se a responder mas foi em vão.

Sobre o que aconteceu entre ti e Dongho antes de eu chegar. – Respondeu Minhyun como se dissesse algo óbvio. Dessa vez foi Ren quem arregalou os olhos, surpreso por aquele ser o tema de conversa de que os dois estavam a falar enquanto ele tomava banho e pela naturalidade com que o outro disse aquilo.

Minyoung, o que é que tu andaste a dizer? – Perguntou o loiro, furioso e perplexo, voltando toda a sua atenção à irmã.

Eu não disse nada! – Respondeu, fazendo Ren lançar-lhe um olhar desconfiado.

Ela não disse nada, Ren. – Disse o mais velho numa tentativa de tranquilizar o amigo.

Não me convencem. – Após lançar mais um de seus olhares mortais, Ren virou as costas e começou a arrumar as suas coisas dentro do armário. Para Minyoung, que o conhecia tão bem, o fato de Ren não ter dado continuidade à discussão tinha sido um sinal claro de que tinha ficado chateado com o que tinha acontecido.

Oppa... – Disse a garota após longos segundos de silêncio, dando alguns passos da direção do irmão.

Sai da minha frente, Minyoung, sai. – Disse o loiro sem a olhar.

Minyoung limitou-se a obedecer a ordem do irmão. Ele tinha razão em estar chateado, ela não tinha nada que ter contado aquilo a Minhyun, mesmo que tivesse sido sem querer. Mas afinal de contas, qual era o mal dele saber que Ren e Dongho tinham namorado? Apesar daquela ter sido uma época que sabia que Ren não queria lembrar, tinham que admitir que não tinha sido completamente má.

Boa noite, Minhyun-sshi. – Disse em voz baixa. – Boa noite, Ren. – E saiu do quarto.

O silêncio instalara-se no quarto. Cada um deitou na sua respectiva cama e permaneceram calados durante longos minutos. Realmente não havia tema de conversa, Minhyun queria fazer perguntas ao outro, mas não sabia como haveria de começar e Ren, por sua vez, além da raiva, sentia uma vergonha enorme pelo que tinha acontecido. Sabia que Minhyun era curioso o suficiente para querer lhe encher de perguntas caso Minyoung lhe tivesse dito alguma coisa sobre o seu passado amoroso, então talvez fosse melhor esclarecer esse assunto logo de uma vez.

Sim, eu namorei com ele. – Disse após um longo suspiro, deixando Minhyun sem saber o que dizer. O que Ren esperava que ele dissesse? Que o parabenizasse? Que dissesse o quanto lamentava pelo namoro ter chegado ao fim? Não, definitivamente ele não iria fazer nem um nem outro. Por alguma razão desconhecida aquelas palavras o entristeceram, o magoaram, era como se Ren, de alguma forma, o tivesse traído, mesmo sabendo que quando aquilo aconteceu eles nem sequer sonhavam em se conhecer. – Mais alguma dúvida?

Se algum dia eu disser algo que te deixe realmente chateado... – Começou por dizer, sem saber se deveria ou não continuar. – Tu vais fazer com a Hyunnie o mesmo que fizeste ao urso de pelúcia dele? – Concluiu a pergunta, tentando acalmar mais os ânimos dentro daquele cômodo, fazendo com que Ren deixasse um pequeno sorriso escapar. Tanta coisa para contar e Minyoung tinha contado a história trágica do Baekho, o urso de pelúcia.

Depende. – Respondeu, virando-se na cama de modo a que pudesse ver o amigo. Surpreendeu-se ao perceber que este se encontrava na mesma posição e que o olhava tranquilamente.

Depende do quê? – Perguntou e abriu um sorriso ao ver o rosto do mais novo.

Depende da gravidade do que tiveres dito.

Então e o que foi que Dongho disse que te deixou assim tão chateado? – O moreno perguntou aquilo por impulso, tinha quase a certeza absoluta de que não teria nenhuma resposta, mas estava enganado. Ren o encarou por alguns segundos deliberando se haveria ou não de responder.

Não foi o que ele disse, foi o que ele fez. – Respondeu. Não haveria problema se Minhyun soubesse a história – ou pelo menos parte dela -, certo? Porque apesar de tudo, eles ainda eram amigos. Mal sabia ele que o moreno já tinha uma noção do que tinha acontecido e só estava tentando fazer com que ele falasse mais alguma coisa, alguma coisa que a irmã não soubesse ou não tivesse dito.

– E o que foi que ele fez?

Ele não era quem eu pensava que fosse. – Respondeu, surpreendendo Minhyun e à si próprio por ter dado uma resposta.

Eu quero saber o que ele fez. – Repetiu, surpreendendo o outro com a autoridade presente na sua voz.

Isso já não importa, hyung, faz parte do passado. – Disse, sem encarar o amigo. – Esqueça isso, por favor. – Pediu.

– Ontem... Foi ele não foi? – Minhyun perguntou de repente, sentando-se na cama e já não havia mais nada além da raiva no seu olhar. – Foi ele quem te deixou naquele estado ontem à noite, não foi, Ren?

Ren virou-se na cama, numa tentativa de evitar ainda mais o mais velho. Manter o contato visual tinha se tornado uma missão impossível tamanha a vergonha que sentia de si próprio naquele momento. Agora não havia mais como voltar atrás.

N-Não. – Ou talvez houvesse. O loiro mentiu e, mais uma vez, surpreendeu-se com a sua atitude. Ele estava defendendo Baekho, era isso? Não podia ser, mas era.

Ren! – Disse o outro, não acreditando no que tinha ouvido.

Ele não fez nada, Minhyun, nada. – Disse, tentando parecer mais convincente, mas sabia que seria em vão. Sabia que apesar do pouco tempo que se conheciam, Minhyun o conhecia suficientemente bem para detectar uma mentira. Além disso, ele tinha visto a reação de Ren na sala de arrumações. Minhyun não era burro nem distraído, principalmente no que dizia respeito à sua princesa.

E se ele tivesse feito? Tu me contavas?

Talvez. – Respondeu após um curto silêncio, ouvindo o outro suspirar contrariado.

Tu disseste que eu era teu amigo. – Disse e, pelo tom de voz, notava-se que estava irritado.

E és. – Confirmou aquilo que tinha dito algumas vezes anteriormente, virando-se novamente na cama de forma a conseguir olhar o colega de quarto.

Não é o que parece. – Minhyun ajeitou a almofada com movimentos bruscos.

Não digas isso.

É a verdade. – Disse Minhyun, e deitou-se outra vez.

Não é! – Disse Ren, sentando-se na cama e batendo as duas mãos no colchão, agindo, mais uma vez, como uma criança birrenta.

Tu não me contas as coisas, Ren, e por causa disso eu só percebo metade das coisas que acontecem. – O mais velho, que estava virado de barriga para cima, cruzou os braços sobre o peito.

Vamos marcar um dia, ok? Um dia em que eu vou esclarecer todas as tuas dúvidas... – Ren pareceu parar para pensar sobre o que estava dizendo, para ter a certeza de que não se arrependeria depois, mas continuou. - Todas elas. Pode ser? – Minhyun não se mexeu. Duvidava muito da existência desse dia, mas não queria duvidar das palavras de Ren. – Mas até lá... Não me obrigue a falar sobre ele, ok? – Pediu, e, mesmo sem a referência de nomes, era óbvio de quem ele se referia.

O moreno não respondeu, apenas concordou silenciosamente. Não pretendia obrigar Ren a nada, iria esperar pelo tal dia. E se esse dia nunca chegasse, ou ele tentaria a todo custo esquecer a sua própria curiosidade ou poderia recorrer ao seu mais novo recurso humano: Minyoung. Mas ele esperava que tal não fosse preciso. Iria conquistar a confiança total do seu dongsaeng , tinha a certeza disso.

Então, enquanto perdia-se nos seus pensamentos, Ren deitou-se ao seu lado e lhe envolveu com os braços, por trás, comprimindo-se contra ele e abraçando-o com força. Tinha razão quando pensou que os desentendimentos entre eles não durariam muito tempo.

Sorriu antes de se virar para retribuir o abraço. A sua princesa estava sem sono outra vez.



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Notas finais do capítulo

Mil desculpas mais uma vez, não só pela demora como pelo tamanho do capítulo. ;_;
Espero que tenham gostado de qualquer forma. ^_^
Demorarei menos nos próximos capítulos, eu prometo! ♥
See you soon~ Chu Chu Chu~~♥♥