Sai às seis horas do quarto, as meninas não largavam do meu pé o que me dava mais vontade de esconder tudo àquilo por mais tempo. Então sem ter muito que fazer resolvi andar pela pousada, coloquei meus fones e sai sem nem prestar muita atenção por onde e para onde estava indo. Acabei chegando a um parquinho infantil, me sentei em um dos bancos e fiquei observando as crianças, não demorei muito tempo para soltar uma grande gargalhada ao ver o Maknae deitado em cima da pequena ponte, impedindo que qualquer criança passasse por ali. Me levantei e enfiei as mãos nos bolsos da minha blusa e caminhei até ele.

- Não acha que já é bem grandinho para ficar deitado ai? – Ele sorriu ao me ver e se sentou deixando suas pernas penduradas para fora da ponte.

- Oi noona, eu não tinha o que fazer. Os meninos ainda estão se arrumando e o ShinWoo Hyung parece distante. Então vim ver as crianças. – Ele se explicou dando os ombros. Sorri com o jeito dele e dei um pequeno tapa em seu joelho.

- Desce dai e vem ficar comigo no banco. – GongChan assenti e se levantou descendo pelo escorregador logo em seguida. Caminhamos até o banco rindo do jeito como as crianças se apossaram do brinquedo assim que GongChan desceu do mesmo. – Olha que feio, um menino do seu tamanho impedindo eles de brincar. – Channie riu do meu comentário e se sentou ao meu lado, ele apoiou seus braços no encosto do banco e me olhou com um sorriso sapeca.

- Noonim, posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- Você e o Hyung estão juntos? – Levantei minha sobrancelha com a pergunta tão direta que ele havia feito.

- Por que todo mundo cismou com isso hoje? – Perguntei em voz baixa e voltei a olhar para o parquinho.

- Por que vocês estão diferentes. – Ri da sua resposta e me virei interessada no assunto. Então estávamos realmente diferentes? Demos tanto na cara assim? – Digo, o seu sorriso está mais calmo e seus olhos brilharam depois dessa pergunta. Já o Hyung não para de cantarolar pelo quarto e está se arrumando desde que voltou para o mesmo. – Sorri com o comentário e imaginei meu Dong cantarolando pelo quarto.

- Channie, acho que não é nada, ele só deve estar feliz.

- Isso eu já sei noona, ele realmente está feliz. A pergunta é, por que vocês dois estão tão felizes?

- Eu estou feliz por que minhas férias estão maravilhosas, por que conheci a minha banda favorita, ganhei amigos perfeitos, por que eu não estaria feliz GongChan? – Perguntei o olhando com um sorriso em meus lábios.

- Noona, eu ainda não estou completamente certo disso. – Channie olhou para os lados e se aproximou do meu ouvido dizendo baixinho. – Eu vi o jeito como ele te carregou quando machucou o pé. – Eu não conseguia me mexer pelo susto, pisquei algumas vezes e virei meu rosto vendo um sorriso de satisfação brincar em seu rosto. – Se me contar a verdade eu juro não contar para mais ninguém.

- Okay Channie, eu conto tudo para você, mas por favor, não conte para ninguém por enquanto. – Eu disse me dando por vencida. – Hoje mais cedo nos beijamos, e confessamos nossos sentimentos. Foi isso.

- Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa. O Hyung não carregaria alguém que não é sua namorada.

- Namorada? – Disse com a voz falhada enquanto o olhava confusa. Channie assentiu com um aceno, como se aquilo fosse à coisa mais normal do mundo. Engoli em seco e me endireitei no banco. – Channie, por que você acha que estamos namorando?

- Alle, se vocês dois declararam seus sentimentos e se beijaram, estão namorando. Pelo menos aqui isso seria visto como namoro. Mas, eu não sei como são as coisas no Brasil então...  

- Eu preciso conversar com o DongWoo sobre isso. – Disse em voz baixa enquanto cruzava meus braços. Channie soltou uma risada nasalada e me abraçou de lado com calma.

- É bom ver minha noona e meu Hyung finalmente juntos. E não se preocupe noonim, não vou contar nada para ninguém. Na verdade posso até ajudar os dois. – Sorri com a proposta do Maknae e baguncei seus cabelos com uma das mãos.

- É bom te ter como amigo Channie. – Disse me levantando e puxei Channie junto comigo, deveríamos encontrar todo o pessoal em frente ao restaurante e já estávamos em cima da hora.

- Eu sou mesmo um fofo... – Channie disse com certo ar convencido, ri com o jeito dele e apertei sua bochecha, lhe arrancando algumas gargalhadas. Fomos até os outros brincando como duas crianças, algumas pessoas passavam por nós e davam risadas do nosso jeito, mas era simplesmente impossível ficar ao lado daquela criança e não voltar a ter dez anos.

- Estranho, por que a Alle está com o Channie e não com o ShinWoo? – Baro disse em voz baia enquanto abraçava Danielle de lado, balancei minha cabeça em forma negativa e caminhei até ele lhe dando um pequeno pedala.

- Por ele é meu amigo e fomos juntos no parquinho.

- Hey, pode parar de ficar batendo no Baro, só eu posso fazer isso. – Danielle disse enquanto procurava alguma coisa dentro da bolsa.

- Sei muito bem como quer bater nele Danielle. – Disse em português, o que arrancou boas risadas minhas e da Giu, só não posso dizer o mesmo da Danielle que me olhou como quem planeja uma morte lenta e dolorosa.

- E você nem quer fazer nada com seu CNU né Allexandra? – Ela perguntou colocando a bolsa no ombro. Neguei com um aceno enquanto olhava minhas unhas. – E você também dona Giuliana, fica rindo, sei muito bem que quer tirar o Sandeul do bom caminho.

- Hey o que é isso a menina só quer ensinar o menino sobre as coisas boas da vida. – Eu disse defendendo minha dongsaeng. O que realmente irritava a Dani.

- Isso unnie, eu só quero criar ele para a vida. Não vou fazer nada que ele não queira. – Giu disse sorrindo. Olhei para os meninos que pareciam confusos e ri.

- Será que podem falar em coreano? – ShinWoo disse com um olhar confuso. – É chato não entender nada e mais chato ainda quando sabemos que somos o motivo da conversa.

- E quem disse isso? - Perguntei corando um pouco e logo em seguida cocei minha cabeça.

- Bom a Dani disse CNU e você disse Sandeul... - Ele disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Okay, vocês venceram vamos encerrar esse nosso assunto e vamos voltar ao bom e velho coreano. – Disse me dando por vencida.  Senti quando meu estomago reclamou implorando por comida e olhei para todos com uma careta. – Err, gente tem um monstro no meu estomago e eu preciso matar ele... Podemos ir?

- Por mim tudo bem, quem vai com quem? – Jinnie respondeu se levantando e colocando a cadeira no lugar.

- Eu o ShinWoo e a Alle vamos em um carro. Baro, Dani, Giu, Sandeul e Jin em outro. – Channie disse enquanto já me puxava e empurrava ShinWoo para perto dos carros.

- E por que eu tenho que ficar de vela? – Jinnie perguntou enquanto tentava nos acompanhar.

- Hey, por mim tudo bem você vir junto... – Eu disse tentando me soltar do Channie. - GongChan o que deu em você menino? Isso tudo é fome?

- É que de repente eu percebi que quero chegar logo lá. – Ele disse sorrindo. Me soltei do mesmo e me escondi atrás de ShinWoo que riu do meu jeito.

- O Channie tá descontrolado, segura esse menino. – Eu disse rindo enquanto ShinWoo tentava segurar o Maknae.

- Channie nós já vamos comer e o Jinnie vem com a gente no carro. – Channie baixou a cabeça desanimado e assentiu entrando no carro se sentando logo em seguida no banco traseiro. Jinnie sorriu animado e se sentou ao lado do Maknae tentando anima-lo. – Alguma coisa me diz que o Channie queria conversar com nós dois ao mesmo tempo e que não queria que os outros ouvissem. O que me faz acreditar que ele já descobriu tudo. – Mordi a língua e fiz uma pequena careta para ShinWoo que sorriu com o meu jeito. – Como ele conseguiu isso?

- Ele viu quando você me carregou no colo e meio que adivinhou o resto. Então eu juro que não tive culpa. – Disse levantando meus dois braços em sinal de inocência, na mesma hora a outra metade do grupo buzinou e parou o carro ao nosso lado.

- Deixem para namorar mais tarde. – Danielle disse colocando a cabeça para fora do banco.

- OMG! Danielle foi realmente bom te conhecer. – Eu disse fingindo tristeza.

- O que foi menina? – Ela perguntou assustada, me abaixei e olhei para o Baro que estava no volante.

- Com o Baro dirigindo não sei se chega viva até a cidade. – Disse entrando logo em seguida no carro. Ouvi alguns resmungos dos dois, mas nem liguei muito para isso. Logo todos nós estamos em direção à cidade.

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