Hate To Love escrita por Yukime


Capítulo 14
Um dia no hospital


Notas iniciais do capítulo

Cadê meus leitores que não estão mais me mandando reviews? Isso me deixa triste e desanimada ):



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14º Capítulo – Um dia no hospital

Estava consciente, porém, não conseguia mover nenhuma parte do meu corpo. Abri meus olhos, analisando o local que estava. O mesmo quarto médico da última vez. Não havia ninguém e agradeci por isso. Não queria que ninguém me visse naquele estado, até por que, eu nem sabia qual era o meu estado.

Alguém, então, entrou. Reconheci como minha mãe.

- Você acordou – disse ela se aproximando – Ficamos preocupados, você apagou por três dias.

Fiquei parada e, mesmo que pudesse me mover, não me moveria.

- Vou chamar seu pai – avisou ela saindo do quarto.

Meu pai entrou no quarto, os dois me olhavam, o que estava me incomodando.

- Parem – disse com uma voz fraca e baixa – Saiam.

Eles se olharam, provavelmente decepcionados. Eu já estava decepcionando todos mesmo, um a mais e um a menos não faria diferença.

Eles saíram do quarto, me deixando sozinha lá.

Treinei movimentos com o corpo para tentar me levantar. Depois de cerca de uma hora tentando, consegui me sentar. Andei me apoiando em todos os objetos e fui para o banheiro. Me olhei no espelho. Estava pálida e estava descabelada. Lavei o rosto e penteei meu cabelo. Me olhando novamente no espelho, percebi que as lágrimas escorriam sem a minha autorização. Estava afastando todos de mim, mas era o certo. Estava cansada de magoar a todos com minhas atitudes chulas.

Bebi um pouco da água que havia numa mesinha ao lado da cama. Respirei fundo. O que eu faria agora?

O médico entrou e me examinou, dizendo que eu ficaria mais esse dia aqui e amanhã poderia ir embora.

Quando estava quase indo dormir, recebi uma visita inesperada.

- Tom? – disse com a voz ainda um pouco fraca – O que faz aqui?

- Fui eu te segurei – disse ele – Você está bem?

- Não – respondi.

- A resposta que eu esperava – comentou ele.

- O que faz aqui? Você não respondeu – insisti.

- Vim te ver – ele respondeu – Percebi que eu era o único que estava falando normalmente com você.

- Ficar sozinha é legal – comentei.

- Isso foi uma indireta? – ele perguntou.

- Talvez – respondi.

- Pena que não sou muito bom em entendê-las – ele sorriu.

Dei um sorriso meio torto.

Kevin Narrando

Soube que Carter estava no hospital, que ela tinha tido outro taquicardia. Mas não tinha coragem de ir vê-la. O modo como ela me tratou, foi marcante. Estava com medo que ela me tratasse daquela maneira novamente, até por que, doeria mais do que quando não tínhamos nenhum tipo de relação.

Apenas deitei em minha cama e pensei em como faria agora que todos os dias veria Carter no colégio e não poderia nem tocá-la. Seria difícil, com certeza, mas se assim está sendo melhor para ela, talvez seja o melhor para nós. Nós? Ainda existe um “nós”? Acho que não.

Estava difícil até de sair do meu quarto. Tudo me lembrava Carter e eu devia esquecê-la.

Até que tomei coragem. Precisávamos conversar, era um fato. Me troquei e fui para o hospital em que Carter estava. Lá, não encontrei nenhum parente e nem Louise. Disseram que eu podia entrar, então segui para o seu quarto. Olhando pelo vidro, vi que Tom estava lá. Eles riam e Carter estava um pouco animada. Abaixei a cabeça e ela me olhou, abaixando a sua também. Tom olhou para o vidro, me vendo. Ele se levantou e saiu, ficando em minha frente.

- Antes que pense qualquer coisa, estávamos apenas conversando – disse ele – Vocês a abandonaram no momento que ela mais precisou, e nenhum ato dela justifica isso.

Assenti, vendo Tom sair e permitir que eu entrasse. Carter ainda estava de cabeça baixa.

- Oi – disse baixo.

- Oi – ela respondeu no mesmo tom.

- Como você está? – perguntei.

- Como você acha que eu estou? – disse ela.

Era óbvio, ela não estava nada bem.

- Sinto muito – disse.

- Eu sei, todos sentem – disse ela bebendo um pouco de água – Mas ninguém é capaz de demonstrar o quanto sentem.

Carter tinha razão. Havia a abandonado no momento que ela mais precisou, mesmo que ela tivesse me afastado dela antes disso.

- Eu sinto – disse agora olhando em seus olhos.

- Quanto? – ela perguntou agora olhando nos meus.

- Muito – disse me aproximando dela. Percebi que ela estava nervosa.

- Muito? – disse ela.

- Muito – eu ia beijá-la, mas ela virou o rosto.

- Desculpa – ela pediu quase sussurrando.

Me separei, sem saber o que fazer.

- Não posso magoá-los novamente e não sei se sou capaz de não fazer isso – disse ela.

Abri a porta para sair.

- Se um dia quiser conversar – disse – É só chamar.

E fechei, saindo de lá.

Carter Narrando

Quando Kevin saiu, foi um aperto em meu coração. Eu o queria perto de mim, era inegável, mas eu não podia. Não podia magoá-lo novamente.

Dei um grito, jogando o copo d’água no chão e colocando as mãos no rosto. Uma enfermeira entrou apressada.

- Calma, você não pode se agitar, deite – disse ela me orientando – Tome esse remédio.

Ela me deu um remédio e em seguida um novo copo d’água para engoli-lo. Me acalmei, me recusava a ter outro desmaio.

Deitada na cama, a enfermeira me cobriu com um lençol.

Fiquei um bom tempo ali, pensando no que faria amanhã, que sairia daqui. Revirei a noite inteira, pensando em Kevin e Louise... Louise. Ela não veio me ver e acho que foi melhor assim. Talvez ela já tivesse voltado, talvez não. Não sei, amanhã saberei isso. Pensei se Kevin estaria pensando em mim agora. Se ele sempre pensou em mim, desde a 1ª série. Vai ser difícil saber isso, principalmente agora, que mesmo indiretamente, o expulsei do quarto. Me sentia um lixo. Afastei Kevin, Louise, minha mãe e meu pai. Estava me comportando igual à Megan. Igual à Megan? Isso. Estava afastando todos de mim, criando uma barreira contra mim mesma. Mas de uma coisa eu sabia: Eu me recusava a ser que nem ela, em todos os aspectos e estava decidida a mudar tudo isso.


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Notas finais do capítulo

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