Entre O Brilho Das Estrelas escrita por Anny Andrade


Capítulo 10
Capítulo 10: Seus Beijos




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— Eu simplesmente odeio tudo isso. – Ela falou se jogando da cama. – Alguém me explica por que diabos nós seres humanos super desenvolvidos caímos nessa besteira de precisar de alguém? È muita burrice, eles só podem ter inventado essa teoria idiota que nosso cérebro é mais desenvolvido. 

Katty estava olhando para o teto do seu minúsculo quarto tentando evitar as lágrimas, ela tinha uma insistente mania de escolher os piores pretendentes. Sua mãe dizia — Essa garota tem dedo podre, nunca vai conseguir um namorado descente. E ela estava completamente certa. Primeiro foi o lindo amigo de escola com olhos azuis e uma voz macia que fez ela se apaixonar e pegá-lo com outro, sim com outro, no dia do baile de formatura. O choque ainda não foi superado. 

Em seguida foi o japonês que só queria namorá-la no intuito de conquistar sua melhor amiga. Resultado: Katty totalmente apaixonada e mais uma vez completamente traída, dessa vez com uma menina pelo menos. E agora, lá estava ela em um quarto menos que um banheiro, se lembrando perfeitamente bem os corpos de Gina e Harry tentando se envolver como cobras acasalando. 

— Nojento! Éca! – Katty disse com raiva se virando para o lado e fingindo uma ânsia de vomito que não apareceu.

Percebendo que seu momento de ódio não estava se desenvolvendo lá muito bem — era nojento demais vomitar e ela preferia as lágrimas — Katty observou um pano um tanto xadrez demais caído sobre a cadeira que ficava em frente a mesa onde seu computador sempre permanecia fechado. 

— O que? – Ela se levantou irritada pensando que era muita cara de pau de Gina ter esquecido as roupas ali. – Garota...

Porém logo lembrou que a ruiva não usaria algo naquela estampa. E pegou lentamente a camisa percebendo do que se tratava. O perfume era forte e masculino ela instintivamente levou o pano até seu nariz aspirando todo o cheiro que escapava daquele tecido fino. Suspirou sem perceber. 

— Droga! – Ela disse jogando a camisa de volta ao lugar. – Katty não se apaixone... Não se envolva... Queime essa roupa... – Ela acabou rindo sozinha. – Não queime porque provavelmente ele virá buscar a roupa e não continue falando sozinha, parece louca. 

Ela olhou em volta vendo que o quarto inteiro de repente tinha sido tomado pelo perfume de Brian e percebendo que precisaria de muitos mantras para conseguir se livrar de mais uma cilada amorosa. Sempre deixou o sentimento falar mais alto que a razão era hora de inverter as coisas, ou ao menos tentar. 

Estava quase voltando para a cama quando escutou a porta sendo batida e suspirou profundamente. 

— Quem será o idiota que vai me incomodar agora? – Katty andou até a porta e abriu suspirando. 

— Oi... 

— O que quer aqui? – Katty perguntou sem acreditar. 

— Conversar... 

XXX

Rony dispensou todos os ajudantes e quando finalmente saiu da cozinha encontrou apenas uma mesa ocupada. Os cabelos ruivos ondulantes nas costas e as mãos batendo impacientemente sobre a mesa continuavam os mesmos, ele conseguia visualizar a garota de treze anos que esperava ansiosamente por ligações de “feliz aniversário” e ficava insuportável sempre que fingiam não se lembrar de nada. 

— Ainda não é seu aniversário. – O ruivo se colocou em frente a irmã. 

— Do jeito que as coisas estão indo eles não fingiram, esqueceram completamente de mim. – Gina respondeu dando um longo suspiro. 

— Continua dramática né maninha? 

— Ron? O que aconteceu? Como as coisas acabaram assim? – Gina disse com os olhos marejados.

— E você acredita mesmo que eu deveria saber? Em um momento você e o Harry estão viajando pelo mundo, no momento seguinte Harry aparece no apartamento completamente abalado, resolve trocar o dia pela noite, e se transforma em um conquistador de meia tigela. E eu devo entender? – Rony diz começando a se cansar dos acontecimentos de sempre. – E você volta quase um ano depois parecendo a versão piorada da Luna, e dia um dia para o outro tenta imitar patricinhas que se importam com coisas fúteis, e depois magoa e abusa dos sentimentos das pessoas, voltando para o inicio. Ou seja para o Harry... 

— Eu não sei o que acontece com a gente... 

— Gina, já está na hora de vocês saberem... O que fizeram com a Katty e com o Brian, principalmente com o Brian, ele te idealizava por causa do livro da Hermione. E vocês simplesmente fingiram que eles eram absolutamente “nada”. – Rony explicou cansado e irritado.

— Você sabe que não sou assim... – Gina disse com a voz triste. 

— Eu não sei. Mas achei que tinha aprendido... – Rony suspirou. – Aprendido a ser alguém melhor. 

— Do que está falando? 

— Do passado, ele serve para nos ensinar e eu jurava que você tinha aprendido. Eu tinha certeza que não era assim... Que tinha crescido maninha. 

— Sabe que eu aprendi... Eu sofri... Eu cresci...

— E fez os outros sofrerem... – Rony falou secamente fazendo Gina lhe encarar. 

— Sei disso, mas... 

— Está repetindo os mesmo erros? Tudo igual? 

— Eu... 

— Você não é assim... – Rony disse sério. – Gina Weasley não é assim.

— Sei que não sou... Mas o que sou Rony? – Gina disse segurando as lágrimas. 

— Gina Weasley é forte, mas também é meiga... É louca e faz todas as pessoas se animarem quando as coisas vão mal. Ela arrisca e faz com que todos arrisquem. Gina Weasley grita, chora, esperneia e consegue tudo que quer... Ela é quase uma boneca de porcelana, com os cabelos flamejantes, bocas vermelhas e um coração enorme. Ela é simplesmente minha irmã preferida. 

— Sou sua única irmã... – Gina fungou abraçando Rony. 

— Então onde está essa irmã que eu conheço e que não é essa aqui? – Rony disse sorrindo. 

— Ela está voltando, aos poucos... Mas está voltando. 

— Eu acredito que sim... – O ruivo disse sorrindo. 

— O que aconteceu com o meu irmão lerdo, incapaz de falar sobre sentimentos e mais burro que uma porta? 

— Ele cresceu Ginevra... Ele cresceu... 

XXX

— Quem será o idiota que vai me incomodar agora? – Katty andou até a porta e abriu suspirando. 

— Oi... 

— O que quer aqui? – Katty perguntou sem acreditar. 

— Conversar... 

— Conversar? Agora? 

— Kat...

— Katty... Katty... – Ela disse séria, não precisava de apelidos a essa altura do campeonato. 

— Katty, eu sinto muito... 

— Por ficar beijando outra o nosso terceiro encontro oficial, ou por ter me usado para fazer ciúmes para a outra? – Katty perguntou com a voz cansada. 

— Por ter te usado... 

— Harry... Deveria ter pensado nisso antes... 

— Eu sei, por isso vim te pedir perdão. – Harry disse com os olhos que transmitiam sinceridade, mas se arrepender nem sempre é suficiente. 

— Sabe o que mostram em filmes de comédia romântica? Quando as garotas são legais, usadas e ainda assim perdoam os atos dos garotos idiotas? – Katty perguntou e Harry acenou afirmativamente. – Na vida real não é assim. – Ela sorriu ironicamente. – Garotas odeiam, guardam magoas, e só não se vingam por falta de oportunidade... Assim sendo, acho melhor ir embora porque sempre me disseram que eu era um pouco maluca, imagina o que eu posso fazer com você para extravasar todo o meu ódio... 

— Katty... 

— Se quiser falar comigo primeiro espere no mínimo seis semana para que eu esqueça aquela cena do banheiro, depois disso cresça porque acorda querido você não tem mais quinze anos, e terceiro, cortar o cabelo seria legal. – Katty sorriu. – Adeus! 

— Mas... 

O barulho da porta fechando na cara de alguém é realmente impressionante. Katty conseguia até imaginar a expressão de poucos amigos do garoto, e depois a expressão de cão sem dono e por ultimo a dor no nariz que foi acertado. E ela sorriu satisfeita por sua imaginação ser tão boa. 

— Desculpas, como se eu fosse tão legal assim. – Katty disse séria. – Sou educada e não boba.

Ela se caminhou indignada com o fato da cara de pau de Harry em achar que ela o desculparia, quando chegou a frente ao banheiro decidiu que talvez um banho longo e quente pudesse a livrar de toda a raiva e vontade de chamar ele e Gina de nomes nem um pouco sutis. 

Depois de se livrar de todas as lágrimas no chuveiro, de conquistar um rosto inchado e olhos vermelhos Katty estava pronta para a fase seguinte, aquela que passamos da pura melancolia para a aceitação coberta por altas calorias e um sorriso imenso a cada quilo de açúcar ingerido. 

Com o corpo jogado na cama de cabeça para baixo, com o rádio ligado em um volume médio e músicas insistentemente repetidas e deprimentes Katty se instalou entre muitas almofadas tendo em mãos um enorme pote de sorvete de milho verde.

— Are you lost or incomplete? Do you feel like a puzzle, You can’t find your missing piece? (Você está perdido ou incomplete? Você se sente como um quebra cabeça e não consegue achar sua peça perdida?) – Katty cantava com a voz embargada pelo volume de sorvete em sua boca enquanto sentia o sangue fluindo para sua cabeça. – Tell me how do you feel. Well I feel like they’re talking in a language I don’t speak and they’re tlking it to me… (Diga-me como se sente. Bem, sinto que eles estão falando em uma lingual que eu não falo e eles estão falando comigo...)

E mesmo com a voz alta misturada com a canção original foi possível escutar as batidas insistentes em sua porta. Katty se levantou a contra gosto se esquecendo completamente da roupa que usava, afinal calça de moletom quatro números maiores, pantufas estranhas e velhas, e uma regata quase minúscula não era o tipo de roupa que ela utilizava normalmente, mas em momentos como esses ela preferia esquecer da ditadura da moda a qual todas as mulheres são cruelmente submetidas.

— E é quando queremos ficar sozinhos que as pessoas aparecem, ninguém aparece quando o chuveiro queima ou quando o gás acaba... Se for aquele garoto novamente... 

Ela abriu a porta sem muito animo e ainda carregada com o pote de sorvete nem um pouco convencional, seus olhos se afundaram no olhar triste, sério e ao mesmo tempo tão intenso daquele parado em sua frente. Droga, as vezes sabemos que é tarde demais para colocar uma barreira entre o que sentir. E Katty perdeu o tempo certo que existe para essa barreira ser construída, e agora era tarde demais para qualquer tipo de fuga ou escapatória.

— Oi... – Aquela voz bateu certeiramente assim como o perfume que tinha invadido o espaço há pouco tempo, ela tinha conseguido se livrar da sensação que aquele momento tinha lhe causado, mas agora tudo que ela conseguia era pensar em como o sol parecia mais bonito depois da ultima tempestade. – Eu não sabia com quem conversar... 

— E... Pensou em mim? – Katty perguntou sem entender. Eles tinham se dado bem, mas não achava que a ponto dele aparecer em sua porta para conversar. 

— No momento parece a pessoa mais próxima de me entender... – Ele disse e esboçou um suave sorriso. – Isso é sorvete? 

— De milho verde. – Ela disse. – Meu preferido. 

— Prefiro de creme... 

— Muito comum... – Katty disse. 

— E você não é nada comum. – Ele disse não perguntando, apenas afirmando, mas mesmo assim ela achou que devesse responder. 

— Ser incomum é o que me define como ser. – Katty sorriu. 

— Então... 

— Então... 

— Posso entrar? – Ele perguntou rindo pela primeira vez no dia. 

— Bom... Eu... Tudo bem... – Katty deu espaço para ele passar. – Mas não estou nos meus melhores dias Brian... 

— Por isso é a pessoa mais próxima de mim...

Dentro do quarto a música ainda não havia chegado ao fim, e mesmo que tivesse ela possivelmente se repetiria até que Katty enjoasse o que jamais aconteceria já que aquela canção a definia. Pelo menos naquele momento. Ela se jogou de volta a cama deixando Brian se sentar no tapete que cobria todo o chão do lugar. 

Ele encostou-se à madeira da cama enquanto a cabeça de Katty pendia ao seu lado. Demorou pouco tempo para ele perceber o som ao fundo, e sorrir enquanto a letra vinha até ele. Como não conhecer a música que ele mais gostava? Impossível! 

— Are you lost or incomplete? Do you feel like a puzzle, You can’t find your missing piece? (Você está perdido ou incomplete? Você se sente como um quebra cabeça e não consegue achar sua peça perdida?) – Brian foi cantando aos poucos enquanto sua voz se misturava com a do cantor e com a de Katty. – Tell me how do you feel. Well I feel like they’re talking in a language I don’t speak and they’re tlking it to me… (Diga-me como se sente. Bem, sinto que eles estão falando em uma lingual que eu não falo e eles estão falando comigo...)

— Como? 

— O que? – Ele disse se sentindo bem melhor depois dos trechos da música. 

— Essa música? 

— Coldplay? Bom... Eles são bem famosos. – Brian disse sorrindo. 

— Não essa música. 

— É a minha preferida. – Brian disse fechando os olhos e encostando a cabeça na cama da garota. – Não parece que está falando diretamente sobre tudo que aconteceu? 

— Parece... – Katty disse preferindo não tocar no assunto “minha música preferida também”. 

— Já quis mudar todas as suas escolhas, todos os seus sonhos, seus gostos, e desejos? – Brian disse olhando para o teto enquanto Katty vislumbrava a parede. – Mudar tudo... Tudo que te define?

— Sempre... Como se a cada novo erro e nova tristeza uma mudança fosse necessária. – Katty admitiu. – Mas mudanças são importantes demais para acontecerem por alguém, elas devem acontecer por nós mesmos, acho que por isso nunca mudo. 

— Eu mudaria alguns fatos em mim... 

— Como? O que gostaria de fazer? 

— Às vezes eu só queria viajar pelo espaço. – Brian disse olhando para a cabeça da garota que pendia a seu lado. Os olhos dela eram escuros como o céu a noite e tinham um brilho que beirava o das estrelas. 

— Por entre as estrelas, elas brilham tanto... – Katty o interrompeu e suas mãos foram para o alto deixando o pote de sorvete de lado. – São tantas constelações, que é possível acreditar em um planeta onde tudo seja diferente... 

— Seria como se nada mais importasse e tudo ficasse pequeno demais... Como se as pessoas daqui fossem apenas lembranças do que não se deve ser... 

— Amores perdidos, parentes e amigos tudo deixado para trás... Tudo se transformando em nada. – Ela suspirou sorrindo. 

— Está me entendendo... – Ele disse se sentindo um pouco mais leve. – Pela primeira vez alguém entende o que eu penso... O que eu busco... 

— O que te move? – Katty perguntou o olhando. 

— Como assim? 

— O que te faz agir como age, sentir o que sente, sonhar com o que sonha? O que você busca? – Ela sorriu saindo da cama e deitando-se no meio do quarto. Brian se arrastou até ela. 

Eles estavam deitados de lados contrários e olhavam para o céu do quarto dela imaginando que na realidade observavam o céu do lado de fora cheio de brilhantes estrelas e uma lua estonteante. Infelizmente a chuva estava mais forte que nunca e somente a imaginação permitia que sentissem a brisa leve que aparece na primavera e no verão. 

— Eu deveria saber o que move, mas o fato de não saber talvez seja responsável por tudo que me acontece... Por me envolver tão intensamente para depois perceber que deveria ter ido com calma... 

— Eu sei o que me move... – Katty disse. 

— Então me diz, quem sabe eu descubra o que me move... – Brian disse e suas cabeças estavam alinhadas e seus olhares conectados. 

— Os sonhos me movem... – Katty sorriu. – O sonho de ser livre me fez sair de casa, o sonho de me tornar uma artista útil me fez pedir emprego ao Ron, meus sonhos que fazem minhas decisões serem tomadas, algumas vezes elas são equivocadas, mas... – Ela suspirou. – Sou movida pelo desejo constante de realizar meus sonhos.

— O que me move é minhas ilusões. – Brian disse pensando. – O fato de acreditar no inacreditável e de lutar para provar o que somente eu acredito... 

— Gosto do que te move Brian... – Katty disse sorrindo para o loiro. 

— Também gosto do que te move Katty. – Brian respondeu carinhosamente. 

Eles permaneceram ali, conversando coisas que nem se aproximavam do dia ruim que ambos haviam tido, mas se conhecendo como jamais chegariam a conhecer outras pessoas. 

Coincidências? Acreditar nelas pode ser uma ótima forma de olhar para uma nova chance de sorrir, de viver e quem sabe de amar. Katty e Brian não estavam percebendo, mas eles estavam ganhando a chance de encontrar a pessoa certa sem nem mesmo procurar. 

XXX

— Isso realmente está acontecendo? Porque parece um pouco das minhas idéias malucas. — Ela sorriu deitando-se no ombro dele. 

— Luna, isso é muito real e está acontecer. — Draco sorriu animado. — Vantagens de ser um Malfoy! — Ele deu de ombros. 

— Viajar para o Havaí sem um bilhete avisando vai me resultar no mínimo horas de lágrimas e drama. — Luna sorriu. 

— Gina com toda certeza iria adorar a idéia de estrear novos biquínis e quem sabe finalmente sair da solteirice dela. — Draco disse rindo enquanto envolvia os ombros de Luna em um abraço apertado. 

— Incrível! Estamos realmente fazendo isso. 

— Sim estamos. Dentro de um avião e indo para o único lugar perfeito para o nosso casamento, da única maneira que faria algum sentido. 

— Só nós dois. 

— Isso será para sempre. — Draco sorriu. — Por mais louco que possa soar, ainda mais saindo da minha boca. 

— O conquistador de plantão está se rendendo aos sentimentos. — Luna disse o encarando. 

— Eu me rendi a partir do momento que te beijei enquanto você dormia. E apanhei de almofadas. 

— Draco Malfoy mereceu cada almofadada que eu dei. — Luna disse rindo. — Um tarado me atacando em pleno sono.

— Eu era um tarado apaixonado, e você não me dava uma chance. — O loiro disse sério. — Menos no corredor né? Pois lá você me agarrava descontroladamente, mas sei que é difícil ser completamente irresistível. 

— E isso quer dizer o que? — Luna perguntou séria. 

— Que você não tinha chances Luna. 

— Sabia que eu posso te largar no Havaí enquanto encontro um surfista muito mais alto, muito mais forte e muito menos convencido que você? E eles ainda podem me ensinar a andar sobre as ondas. 

— Mas nenhum te levaria ao céu. 

— Draco... — Luna começou a rir. — Isso está realmente me lembrando do começo de tudo isso, quando você era um idiota sem capacidade de conquistar uma mosca. 

— Como assim? Eu sempre conquistei muitas garotas... 

— Mas elas tinham menos cérebro que uma mosca. — Luna disse séria. — Aqueles tipinhos, eu não me esqueci daquela Larissa. 

— Também... Nunca vi Luna Lovegood com tanto ódio no olhar. — Draco riu. 

— Luna Lovegood... — Luna suspirou. — Isso vai mudar. 

— Essa é a melhor parte... Será minha finalmente... Minha Luna Lovegood Malfoy. — Draco riu. — Até que soa bem. 

— Draco... — Luna riu. 

— Imagina quando sair em algum jornal: Luna Malfoy luta firmemente contra o desmatamento e a poluição causada pelas empresas Malfoy. Espero que Lucio não tente acabar com a nora como fez com muitos manifestantes. — Draco começou a rir. 

— Draco... Isso não tem graça. — Luna disse séria. — Queria que seus pais gostassem de mim.

— Eu queria que ele gostasse de mim também, mas nem tudo é como queremos. — Draco disse dando de ombros enquanto sentia os lábios quentes de Luna colando ao seu. — Pelo menos o sobrenome me dá ótimos lugares em vôos lotados. 

— Te amo Draco. — Luna disse sorrindo enquanto se afundava nos olhos azuis acinzentados do loiro. 

— Te amo também. — Draco sorriu voltando a grudar seus lábios. 

A viajem seria longa, só que maior seria a ansiedade e expectativa que os rondava. Afinal não é todos os dias que se casa longe de todos em um país completamente ensolarado e cheio de praias. 

XXX

Ele nem acreditou quando estava finalmente de volta ao mundo que ele sempre sonhou. Com o restaurante fechado, com os amigos resolvendo seus problemas sozinhos, e com os sentimentos a mil por hora Rony dirigiu a moto ainda sentindo o restante da chuva que parecia que iria permanecer noite a fora. 

A noite já tinha dado o ar da graça quando Rony se encontrou parado em frente a porta do apartamento que tentou evitar por dois anos. E ele sabia o que lhe esperava, quase sentia o calor dela transpassando as paredes e chegando até seu corpo, quase enxergava o sorriso tímido e o olhar pedindo desculpas, e ele estava disposto a perdoar e a passar a noite inteira decorando o som da risada, e o brilho que somente ela possuía. 

A campanhinha soou e Hermione saiu pela casa tentando entender o sumiço de Luna e de Gina, com os cabelos molhados revelando os cachos que tinham sido substituídos por uma boa dose de secador e chapinha, mas que naquele momento se divertiam ainda úmidos sobre o rosto delicado dela. Com a toalha nas mãos e uma camiseta que chegava até suas coxas ela abriu a porta esperando encontrar tudo que ela queria. 

Seus olhares se juntaram como se fosse a primeira vez que se viam. Como se os últimos anos e dores tivessem sido apenas um pesadelo longo demais, mas que no nascer do sol acabasse em um vapor frio. Hermione sorriu timidamente deixando um espaço para que ele pudesse passar. E assim que a porta se fechou, o silencio foi a única coisa predominante do lugar. 

— Hermione... — O voz de Rony saiu mais grossa e mais grave do que de costume. 

— Rony... — Hermione sorriu ansiosa, esperando qualquer palavra bonita, qualquer sinal de que voltaram a ser Rony e Mione, e não apenas desconhecidos que se odeiam. 

— Bem... — Ele suspirou e novamente o silencio. 

Sempre se escuta historias de reencontros e de reconciliações, nunca parece ser algo simples, nunca acontece de um jeito fácil e determinado. É algo mais indeciso, incerto, mas com tantas expectativas que não falar é como decidir errado. Ele percebeu isso e talvez os olhares conectados tenham apenas ajudado a coragem chegar. 

— Por Favor... Me diz que tudo que conversamos hoje a tarde foi real, e não apenas outro sonho... — Rony soltou sentindo as orelhas queimarem. 

— Rony... Cada gota de chuva, cada palavra, cada segundo foi real. — Hermione se aproximou. — Precisa ser real para que continuar seja possível. — Ela sorriu. — Foi real! 

— Eu precisava somente disso. — O ruivo colocou as mãos sobre a cintura dela fazendo com que a camiseta se levantasse lentamente. 

— Eu preciso! — Hermione foi rápida ao jogar os braços em volta do pescoço dele. Suas mãos brincando com as mechas de cabelo, seus olhos não deixando nunca o olhar dele. 

E os lábios. Finalmente unidos, novamente sentindo um o gosto do outro. As salivas se transformando em uma só, enquanto as línguas traçam centenas de planos serpenteados de desejos e necessidades além das físicas, possivelmente além das sentimentais. Necessidades que se misturam tornando-se vida. 


As mãos dele ergueram o corpo dela e de repente as pernas envolviam sua cintura enquanto os lábios continuavam unidos, enquanto os olhos pareciam ocupados demais em decorar as expressões para serem fechados. Andando entre os móveis da sala Rony a carregou até o quarto, e ele permanecia igual ao que ele se lembrava só que agora os dois estavam ali, os dois novamente juntos. Finalmente unidos. 

— Rony... — Hermione suspirou enquanto tinha seu corpo arremessado contra a cama. — Eu te amo! — Seu sorriso havia passado de tímido para malicioso e cheios de intenções e enquanto se ajeitava na cama sentiu a voz dele cada vez mais perto, cada vez mais grossa. 

— Eu que te amo... — Rony sorriu antes de voltar a beijá-la com direito a mordida no lábio inferior. — Te amo Hermione, eu sempre te amei... e continuo te amando... — Seus corpos sofriam descargas elétricas e mesmo com as roupas podiam sentir o calor que se espalhava pelo ambiente inteiro. 

— Eu sempre vou te amar, mesmo que grite que te odeio... Porque esse é o meu maior problema, eu amo te odiar... — Hermione riu sentindo novamente seu lábio sendo mordido, o coração batendo acelerado, as mãos percorrendo o corpo em movimentos específicos às vezes suaves e às vezes intensos. Ela sabia onde tudo aquilo levaria, e no fundo do seu ser era o que ela mais queria. Agora sem mentiras, sem fugir na manhã seguinte, sem medo de sentir, apenas amando e sendo amada. 

— Eu preciso de você... — Foi a ultima palavra de Rony antes de finalmente se entregar ao desejo do corpo e da alma. Suas mãos prontas para livrá-la da camiseta e de qualquer outra peça. — Seus cabelos... Eu gosto deles assim... — Ele brincou com um dos cachos. — Minha Hermione, do jeito que eu conheci... — Ele a beijou novamente enquanto ela apenas aproveitava cada centímetro de prazer que somente as palavras dele lhe causavam, que somente o cheiro dele despertava. 

Seus corpos prontos, seus sorrisos completos, seus sentimentos a flor da pele. O momento certo, a sensação perfeita. Estavam prontos para se transformarem em apenas um corpo e em apenas uma alma. Em apenas um casal entregue a luxuria de amar. 

XXX 

— Me diga algo que ninguém sabe... — Ela suspirou. 

— Detesto comer sozinho... — Ele disse e sentiu os olhos dela sobre ele. — O que?

— Está falando sério? Eu quero saber algo que ninguém sabe e que é importante. — Ela disse aborrecida. 

— Isso é importante, comer sozinho é o primeiro indicio de que a solidão lhe ronda... Gosto de comer e poder conversar, e poder rir e esquecer-se da comida... Me sentir parte de algo, importante para as pessoas... — Ele sorriu sem reparar nos olhos dela, e no jeito diferente que eles lhe miravam, não era somente compreensão e nem carinho, era algo muito maior. Era admiração. 

— Inacreditável... — Ela suspirou. 

— E o que ninguém sabe sobre você? — Ele perguntou rindo do jeito dela. 

— Sou uma assassina em série... — Ela sorriu. — Seduzo as vitimas, viro amiga delas e depois a assassino cruelmente com uma lâmina de barbear... — Ela ficou estranhamente séria. 

— Katty... — Ele disse ligeiramente preocupado e se movendo para longe. 

— Estou brincando! Você deveria ter visto sua cara... Hilário! — Katty caiu na gargalhada deixando ele constrangido, mas no final também esboçando um sorriso. 

— Pensei que a pergunta era sério... — Ele disse fazendo ela o encará-lo. 

— Brian, sabe o que é inacreditável? 

— O que? 

— Eu também detesto comer sozinha... — Ela sorriu. — Porque eu já passo muito tempo com a solidão, e parece que o resto da vida será assim... Eu e o nada... — Brian voltou a se aproximar e sorriu. 

— Uma cor? — Ele disse a fazendo rir. 

— Eu falo primeiro assim você não me copia... — Ela disse confiante. 

— Tecnicamente você me copiou... — Ele disse, mas ela o estava ignorando. — Fala... 

— Azul... E é simples o motivo, é a cor do céu e do mar... Tem cheiro e sabor de liberdade, de poder voar e se afogar no momento que se sentir seguro para isso. — Ela suspirou. — E qual a sua cor preferida? 

— Vermelho... É sangue, é forte, é vida. — Brian disse esperando qualquer reação controversa, mas apenas sentiu novamente o olhar. Um olhar que começava a fazer algo novo se manifestar, algo que era muito bom. 

— Olha a hora... — Katty falou constrangida com o jeito que Brian estava lhe encarando. — Que tal comermos alguma coisa? 

— Sério? Depois de um pote de sorvete? — Brian sorriu. 

— Aquilo não foi nada, era mais para afastar a mágoa... — Ela deu de ombros. — Estou falando de comida de verdade, e o melhor é que nenhum dos dois será obrigado a conviver com nossos piores medos... — Ela sorriu. 

— E quem vai cozinhar? — Brian disse. 

— Por que acha que eu trabalho com o Rony? Não é porque ele é uma boa pessoa e eu uma excelente conselheira... — Katty disse animada. — Porém... 

— Porém? 

— Preciso de ajuda... — Katty se levantou e andou até Brian. — Pelo menos sabe picar cebola e tomates não é?

— Isso se faz com a faca? — Brian disse sério. 

— Vamos!!! — Katty pegou nas mãos dele e tentou ajudá-lo a se levantar. 

— Se eu me cortar e morrer de sangramento a culpa será toda sua. — Brian disse tentando se equilibrar e não cair sobre ela. 

— E eu achando que o Rony era o cara mais dramático do mundo, descobri que ele tem um companheiro de peso. — Katty riu, se virando para andar até a divisão que dava a sua minúscula cozinha. 

— Espera... — Brian a segurou pelo braço. Estavam extremamente perto, e o coração dela estava quase à beira de pular do peito. Katty conseguia enxergar os detalhes dos olhos dele, os cílios castanhos claros, e o sorriso nos lábios perfeitos. Ela estava quase se entregando novamente ao sentimento do qual deveria fugir. — Obrigado, nunca passei tanto tempo conversando com alguém nem mesmo com o Léo. — O beijo foi rápido e estalado, na bochecha que queimava. 

— Vamos fazer um macarrão? O que acha? — Katty perguntou segurando um suspiro na garganta. 

— Amo macarronada! Alguns descendentes italianos. — Brian disse sorridente. — Acho que posso ajudar com a massa. 

— Brian, quem cozinha a massa é a água, não tente fugir da tarefa de cortar cebolas e fazer esses olhinhos de príncipe derramar varias lágrimas. — Katty disse rindo e se afastando o máximo possível dele. Se apaixonar tão rápido estava completamente fora de seus planos. 

— Começo a sentir que é realmente uma assassina em série! — Brian disse, mas sorria ao segui-la. Tinha alguma coisa no jeito dela que fazia ele se sentir mais leve, mais humano. 

XXX 

O corredor estava absolutamente vazio, e começava a parecer frio e inquietante, mas ela estava disposta a esperar por ele, queria conversar e precisava resolver todos os problemas de sua vida. De todas as soluções cabíveis ele era de longe a melhor, a que certamente a faria voltar a ser verdadeira, que a faria voltar a ter as sensações que tanto buscava e que a cada dia estavam mais distantes. 

Seus pés estavam cansados, sua cabeça pesada, mas a única coisa que importava era ficar ali, precisava ao menos pedir desculpas e descobrir o que tinha ocorrido realmente, se valeria a pena envolver outra pessoa naquele turbilhão de emoções em que ela tinha se transformado. Depois de andar por ruas e enxergar diferentes tipos de pessoas, de deixar a cabeça não pensar em nada, ela teve a certeza de que arriscar sempre acabava sendo a escolha certa. 

— O que está fazendo aqui? — Uma voz áspera a fez virar para frente com um tanto de desprezo depositado no olhar. 

— Com certeza esperando alguém, e com mais certeza ainda esse alguém não é você. 

— Por Favor... Eu não preciso disso... — Ele suspirou pegando uma chave e tentando fazer com que ela saísse do caminho. 

— Eu também não precisava encontrar com você tão cedo, mas estou reclamando? 

— Gina, estou cansado demais para cair nesses joguinhos. — Ele suspirou novamente. — Já fui bastante humilhado, e já perdi uma amizade muito legal por sua culpa, eu só preciso manter distancia de tudo isso que você faz para poder voltar a ser eu mesmo. 

— Harry... Espera... O que eu faço? — Gina perguntou confusa. 

— Você envolve as pessoas, você faz com que elas gostem de você e na realidade você não gosta delas, só precisa delas para alimentar seu ego. E quando elas acordam você se sente mal, você irá pedir desculpas, irá chorar e ser a garota mais frágil do mundo, e depois seu jeito vai conquistar, vai ser doce e meigo, vai ser tudo que qualquer cara quer... Mas por quanto tempo? Até voltar a pegar a realidade e manipulará a sua maneira? Você volta a ter recaídas, volta a envolver novas pessoas, e depois que se decepciona e decepciona o envolvido volta a isso... 

— Isso? Não entendo o que está falando? Você não me conhece Harry Potter! — Gina disse vermelha e com raiva. 

— Isso! Está esperando pelo Brian, pronta para pedir desculpas, dizer que não sabe o que aconteceu, que se voltasse no tempo não teria feito nada errado. Vai dizer que sabe que ele é a melhor opção e vai convencê-lo a te dar uma nova chance. E errado Gina. Você não se conhece, eu conheço... Passei por isso duas vezes e uma terceira definitivamente está fora de questão... 

— Você é um... 

— Idiota. Sou mesmo, porque eu me envolvo, e eu levo a fama de cafajeste... Só que uma coisa ninguém percebe é que não faço tudo sozinho... — Harry finalmente abriu a porta do apartamento. — E tenha uma Boa Noite. — Sorriu e antes que Gina falasse qualquer coisa fechou a porta com força. Ele realmente não queria entrar no mesmo jogo novamente. Ninguém sabia o que tinha acontecido na viagem pelo mundo, e ninguém precisava saber, ele só estava cansado de ser o cara certinho, quando todos os outros pareciam melhores que ele. E agora estava cansado de ser como os outros, quando pessoas legais se magoavam e se afastavam. 

Gina encostou-se na parede e escorregou até o chão sentindo as pernas fracas demais para se manter em pé, sentindo a cabeça girando muito para conseguir enxergar alguma coisa. Ela não poderia ser daquela maneira, ou poderia? Seus olhos simplesmente foram mais rápidos que a mente e deixaram a raiva ou talvez a mágoa transbordar por gotas rápidas e constantes que mancharam-lhe a bochecha e que faziam com que sons de soluços abafados ecoassem pelo corredor. Ela tinha certeza de que nunca fora a pessoa que Harry descreveu. 

Ela não usava as pessoas e muito menos os sentimentos delas, ela se envolvia na maioria das vezes, ela se entregava aos sentimentos e depois ela percebia que eles não eram nem tão fortes e nem tão reais quanto imaginava. Isso não era usar e sim ser usada. Harry só poderia está errado. Ela na queria se sentir vazia como estava se sentido. Precisava conversar com Brian e não para envolvê-lo em nada, apenas para ter a chance de se envolver em algo. 

— Não sou assim... — Gina suspirou enquanto as lágrimas ainda escorriam em sua face. — Não quero ser assim... — Flashes do passado vinham em sua mente, de repente ela se lembrou de Dino, se lembrou de Pedro, se lembrou da viagem... De repente ela sentia que realmente era a garota descrita por Harry. Mas ela não queria ser aquela pessoa. — Não posso ser assim... 

Esperar Brian seria difícil ainda mais com todas as lembranças por perto, quase tocáveis. Mas ela tinha se decidido e queria falar com ele, queria uma chance, queria tê-lo para tentar recuperar a si mesma. 

XXX 

Quando finalmente chegaram ao novo pais, o sol já tinha se escondido e uma gigantesca lua iluminava a maioria dos lugares. Eles estavam cansados, sem mala alguma e ansiosos para o dia seguinte. Foi a muito custo que Draco conseguiu arrastar Luna até um dos maiores shoppings do lugar. 

— Por que eu preciso ir a uma loja desse tipo? Elas estão me olhando como se eu fosse uma mutante... — Luna resmungou assim que eles pararam perto de algumas atendentes, altas, magras, e com caras de que a fome não é apenas um problema dos subpaíses. 

— Só porque está com essa sua roupa linda e maravilhosa, elas estão com inveja da garota mais perfeita do mundo. — Draco sorriu segurando firme nas mãos da loira. 

— Draco... 

— Luna... Precisa de uma roupa para o casamento. — Ele sorriu. — Vem comigo!

— Droga... — Luna bufou, mas se deixou guiar pelo amor da sua vida. 

Uma das atendentes se aproximou examinando cada centímetro das roupas deles. Ela suspirou antes de resolver falar alguma coisa. 

— Posso ajudar vocês? — Sua voz era infinitamente irritante e seu sorriso falso com certeza merecia o Oscar de pior sorriso da face da terra. 

— Queremos ver roupas, brancas de preferência. — Draco sorriu. 

— Desculpem, mas vocês têm certeza de que estão no lugar certo? 

— Não sei... — Draco suspirou. — Vou ligar para os secretários do meu pai e perguntar se não tem uma loja melhor aqui, porque essa aparentemente é de péssimo gosto. 

— Draco... — Luna suspirou. — Podemos ir... 

— Luna... — Draco a beijou lentamente. — Se Draco Malfoy quer uma roupa daqui Draco Malfoy terá uma roupa daqui... 

— Desculpe? — A atendente respirou um pouco fraca. — Malfoy? 

— Infelizmente, mas não escolhemos onde nascer não é mesmo? — Draco suspirou. — Amor, lembra o numero do escritório do meu pai? 

— Hein? 

— Não precisam incomodar eles com isso, posso atendê-los. — A moça disse sorrindo muito melhor. 

— Luna você viu alguma coisa que gostou? — Draco perguntou abraçando a loira. 


— Na verdade... Eu gostei mais da lojinha no começo da rua, shoppings são muito elitista. — Luna suspirou. 


— Têm razão... Melhor irmos... — Draco disse virando de costas e saindo da loja com Luna. 


— Não acredito que fez isso! — Luna disse tentando não rir da situação. 

— Que atendente mais chata! É lógico que eu fiz! Todos temem meu querido e amado pai, o que posso fazer? 


— Draco Malfoy, não se sei se devo me casar com você. — Luna disse séria parando de repente. 


— Será que preciso realmente ligar para o Senhor Malfoy? — Draco disse com as mãos na cintura dela. 


— Oh! Não! Por Favor! Perdoe-me! — Luna disse rindo. 


— Te amo! — Draco suspirou antes de juntas seus lábios em um beijo quente e cheio de emoções. 


XXX 

Os sons das risadas invadiam o espaço todo do pequeno do cômodo que Katty chamava de casa. Era hilário para ela observar as tentativas fracassadas de Brian cortar todos os tomates do mesmo tamanho. Todos estavam tortos, e completamente diferentes um dos outros. E a camisa que ela usava poderia causar infarto a qualquer pessoa desavisada, as manchas vermelhas e secas lembravam sangue e o cansaço e suor em seu rosto provavelmente levaria a uma delirante história de luta com bandidos fortemente armados. 


Enquanto o garoto parecia prestes a chegar ao fim do poço Katty permanecia intacta, roupa limpa, rosto sem suor algum, e apenas as bochechas coradas revelavam o tanto que tinha rido da situação. 


Mas o cheiro agridoce e ao mesmo tempo acido invadia-os e transformava a fome em algo inevitável. E mesmo com todos os problemas e risadas e brincadeiras o macarrão estava quase pronto e o molho borbulhava na panela. 


— Sei que você fez isso de propósito. — Brian disse limpando as mãos em um pano de prato. 


— O que eu fiz? Além de tentar te ensinar que cortar tomate é algo extremamente fácil? — Katty sorriu inocentemente. 


— Queria me humilhar! Porque só isso explica o fato de você me colocar cortando essas verduras assassinas. — Brian disse sério. 


— Fruta! — Katty disse segurando a risada. 


— O que? Fruta? E ainda está tentando me ofender na cara dura... 


— Oh Meu Deus, será que todos os homens são lerdos e bestas? — Katty suspirou. — Tomate é uma fruta e não verdura! 


— Ah... Então uma fruta assassina! — Brian disse sério. 


— Claro, é tudo culpa da pobre fruta que estava lá inocentemente exposta a sua crueldade. — Katty falou finalmente rindo. Seus olhos lacrimejavam. 

— Pelo visto você se divertiu muito não é mesmo? — Brian disse desabotoando os primeiros botões da camisa. 


— Devo dizer que nem as crianças da creche que eu visito tratam um tomate tão mal quanto você. — Katty voltou a rir, mas de repente reparou nos atos do loiro. — Hei o que está fazendo? 


— Não posso participar de um jantar tão importante e bem preparado com a camisa nesse estado, seria uma falta de consideração... Vamos arrumar a mesa? — Brian sorriu. 


— Boa idéia... — Katty suspirou tentando não reparar em no quanto ele era fisicamente incrível. — Ótima idéia, você pode fazer isso enquanto eu termino o macarrão... 

Ela se afastou tentando a todo custo retirar a visão dos botões da camisa sendo cuidadosamente abertos, e em seguida o pano saindo e deixando a mostra os braços ligeiramente fortes, e o corpo bem definido sem ser exagerado. Ela não conseguia respirar, mas se esforçou para ao menos conseguir terminar o jantar. 


— Katty isso não é real, está apenas carente e vulnerável, não se envolva Linda, não se envolva! — Ela disse finalmente desligando o molho e procurando uma travessa para arrumar a massa. — E depois somos o sexo frágil, eles ficam sem camisa, possuem olhos perfeitos, lábios lindos e uma risada fascinante e nós nem chegamos perto de agarrá-los. E somos o sexo frágil. Frágil é eles que não vêem nada e já se entregam de corpo e alma. ***


Depois de alguns minutos ela voltou para onde ficava a mesa carregando um enorme prato perfeitamente decorado. A mesa estava completamente incrível, ela parou encantada e nem percebeu quando Brian pegou a travessa da sua mão. 


— Gostou? — Brian perguntou rindo. 


— Descobriu seu talento? Preparador de mesas... — Katty sorriu. 


— E você estava me subestimando não é mesmo? — Brian disse rindo e puxando uma cadeira para Katty se sentar. — Senhorita... 

— Obrigada... — Katty sorriu e não pode evitar as batidas aceleradas que o coração dela de repente resolveu lhe fornecer. — Está linda a mesa Brian, normalmente eu janto sentada no tapete mexendo na internet. 


— Assim parece que não está sozinha né? — Ele sorriu. — Sei como funciona, mas acho que jantar assim é muito mais divertido...


— Concordo com você... — Katty sorriu e se levantou para servir o macarrão ao garoto. — Espero que goste... 


— Tenho quase certeza de que está perfeito! — Ele sorriu. Um sorriso tão quente e sincero que fez todo o gelo do coração de Katty se derreter. Ele era incrível e tudo que Katty queria era não enxergar isso. Ela precisava não enxergar isso. 


— Precisa combinar com essa mesa. — Katty sorriu, era a única coisa que ela poderia fazer. Sorriu para tentar se proteger dos sentimentos que não queria sentir, que não deveria sentir, mas que infelizmente começavam a nascer. 

— Tim-Tim... — Brian ergueu a taça com refrigerante e Katty o imitou. — A essa amizade? — Ele falou com a voz forte e intensa. 


— A essa amizade... — Katty concordou. Ela sabia que tinha que ser só isso. Amizade. Nada de romances, nunca dava certo para ela, então era melhor evitá-los. 


XXX 

Os beijos que envolviam o pescoço dela e se alastravam pelo ombro e decote, pareciam capazes de incendiar toda a cama, eram beijos doces e molhados e faziam a pele dela se arrepiar constantemente. Ela queria tanto aquilo, senti-lo fazendo com que voltasse a se entregar, como na primeira vez. Era perfeito demais. 


— Hermione... — A voz envolvente, grossa e totalmente excitante dele fez com que ela apenas suspirasse profundamente. — Hermione... 


Os beijos se encerraram e quando Hermione finalmente abriu os olhos conseguiu enxergar os olhos dele, aquele azul infinito. A combinação perfeita entre o céu e o mar, ela possivelmente sentia ainda mais amor cada vez que se afogava ali, cada vez que se enxergava através do olhar dele. 


— O que foi? — Hermione disse se levantando e ficando próximo a ele. — Rony? 


— Não vai ser como da outra vez? — Ele perguntou encarando-a. 


— Como assim? — Hermione colocou a sua mãe sobre a dele. 


— Como naquela noite... Não vai tentar fugir como fez? Porque eu realmente não seria capaz de te perdoar... — Ele suspirou. Seria difícil ignorar toda aquela insegurança que estava rondando os dois. 


— Eu prometo... — Hermione suspirou se projetando contra ele e o abraçando. — Nunca vou tentar fugir de você, é inútil... 


— Eu quero acreditar nisso, mas... — Ele suspirou. — Estou parecendo uma garotinha né? Eu deveria te convencer a ir para cama comigo, não ao contrario... — Rony suspirou. 


— Rony? Você precisava ter amadurecido tanto? Precisava ter ficado assim? — Hermione sorriu. 


— Assim como? Inseguro? Isso eu já era Hermione. — Ele sorriu timidamente. 

— Não... Ficar ainda mais perfeito... — Ela o abraçou. — Eu acho que talvez estejamos indo realmente muito rápido... Também não quero acordar amanhã e me arrepender... Não novamente... 


— Eu quero acordar ao seu lado e perceber que não estamos aqui só porque sentimos saudades dos nossos corpos juntos, do calor que eles emanam e que se combinam tão bem... Eu quero acordar e saber que é muito mais que sexo, mesmo que obviamente isso seja realmente uma grande coisa entre nós... 


— Uma enorme coisa Rony... — Hermione sorriu corando. — Enorme... 


— Eu te amo, e vai além dessa coisa física... Só de ficar com você basta... — Ele sorriu. 


— Eu te amo Rony... E eu quero ficar assim... Abraçada... Sentido sua respiração, de olhos fechados para que quando eu acorde tenha certeza de que é real. — Hermione deitou na cama e o puxou para perto de si.

— Eu te amo tanto... — Rony disse se ajeitando e colocando ela sobre seu peito, sentindo o perfume dos cabelos e sentindo a respiração dela sobre sua pele. — E não é um sonho... 


— Passar a noite toda sentindo seu perfume e conversando com você é melhor que tudo Rony... — Hermione o beijou e em seguida puxou a coberta cobrindo os corpos deles. 


Eles não precisavam sentir os corpos em movimentos constantes, não precisavam passar a noite inteira devorando o desejo um do outro. Eles só precisavam ser eles mesmos, e sentir que tudo voltava a ser do jeito que queriam. Tudo voltava a ser amor de verdade, que vai além da paixão e do querer sentir. Eles sabiam que ficar junto basta para saber que é eterno. 


— Tenho medo... — Hermione suspirou. 


— Medo? 


— Medo de me perder novamente... De te ver parado enquanto vou embora... — Ela suspirou. 


— Eu nunca mais vou deixar você ir, nem que tenha que inventar uma bomba... — Rony acariciou os cabelos dela. — Você nunca mais se verá livre de mim. 


— Por Favor... É tudo que eu peço... — Ela falou sorrindo. 


— Como passei tanto tempo sem isso? Sem esses momentos? 


— Não sei. — Ela suspirou. — Talvez nos encontrávamos, em sonhos... 


— Talvez... — Rony sorriu. 


— Eu prefiro assim, na vida real... 


— Eu também Hermione... — Rony disse sentindo a respiração lenta dela. — Eu também... 


— Te amo... — Ela suspirou já na beira do sono. 


— Também te amo... Minha vida... — Ele respondeu, e ficou esperando ela falar algo, mas o sono já tinha chegado. Dormir nos braços de seu amor é fácil, e é tão seguro que qualquer medo escapa, que qualquer duvida evapora. Rony dormiu em seguida sentindo o prazer de ter sua vida de volta. 


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