XXXI

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...

Ponto de Vista: Kuran Yuuki.

Virei meu corpo na direção de onde vinha aquela voz melódica e aveludada.

Senti minhas bochechas queimaram com ele analisando cada contorno do meu rosto tão atentamente assim, me fazendo quase pedir para que ele parasse antes que virasse um pimentão completo.

- Er, não é para tanto. – tentei falar, mas gaguejei muito. – Não está falando serio.

- E porque eu mentiria para uma jovem tão doce como você?

-... – e as palavras do pimentão ambulante aqui, onde estavam?

- Ok, eu vou parar de te constranger e pedir que fale seu nome. Estou realmente curioso para saber.

- Yuuki, Kuran Yuuki. – respondi tentando sorrir de leve. – E o seu?

- Só me chame de Kaito, está bem? – falou ele esboçando um sorriso encantador, mas logo olhou no relógio e seu sorriso sumiu. – Me desculpe, tenho um compromisso agora.

- Ah, tudo bem.

- Foi um prazer conhece-la Yuuki, nos vemos em breve. – por fim falou ele beijando meu rosto e saindo pelo corredor a fora.

- Er, tchau Kaito. – falei sorrindo feito uma retardada, porque eu estava assim?

                             -x-

Saí corredor a fora depositando um beijo na bochecha da pequena Yuuki.

Ah, uma coisa eu tenho que admitir, o besta do Zero tem sorte de ter uma garota assim nos braços.

Pena que eu terei que machucar aquele pequeno floco de neve, realmente uma lastima.

Sentei-me debaixo de uma cerejeira por um longo tempo para pensar no que eu faria a partir de agora e de longe, vejo aquela criatura totalmente desprezível com uma capa preta totalmente desnecessária para o momento.

Toda fez que esse infeliz aparecesse era para retribuir as pessoas com uma noticia ruim.

E algo no meu consciente me falava que hoje não seria diferente dos outros dias que ele surgia.

- Qual é a tragédia dessa vez? – perguntei ficando frente a frente com ele, ele sorriu diabolicamente.

- A Meru. Acabaram de apagar ela. – respondeu ele, aquilo em deixou um pouco em choque. Isso era impossível, eu havia acabado de falar com ela.

- Mas como? Eu falei com ela agora pouco antes dela ir pra reunião do Conselho e praticamente atacar o Zero! – gritei e ele fechou a cara talvez pelo grito desesperado.

- Você não vai querer olhar com os próprios olhos aquela criatura tão encantadora toda desfigurada não é? – perguntou ele, neguei com a cabeça com raiva. – Então trate de aceitar a verdade.

- Eu não posso acreditar nisso. –resmunguei apertando minhas mãos com força. – Eu tenho que ver com meus próprios olhos para ter certeza.

 E sai correndo pelo Conselho inteiro procurando por uma garota morta.

A minha garota morta.

Meru era tudo pra mim, era como uma irmã para mim, e se isso for realmente verdade eu vou matar sem piedade quem fez isso.

De repente, em um dos salões daquele enorme prédio medieval vejo aquela cena totalmente destruidora para mim.

Era ela.

Caída no chão banhada pelo seu próprio sangue.

E mesmo morta, continuou com aquele semblante tão encantador.

E ainda assistindo a aquela totalmente destruidora para mim, me senti um merda por ter quebrado a promessa que havia feito a ela naquele dia quando éramos crianças.

#Flash Back On

Era um daqueles dias ensolarados que toda criança iria considerar perfeito para brincar no parque da cidade.

E isso não foi diferente comigo.

Quando terminei minhas tarefas de casa, avisei aos meus avós que estava saindo e rumei todo sorridente ao parque que tinha ali.

No parque havia vários casais enamorados, famílias fazendo piquenique na grama verde e brilhante dali, mas nada disso fazia importância se não tivesse uma pessoa ali para que tudo ficasse perfeito.

Seu nome era Meru.

Ela era dono de longos cabelos loiros enrolados nas pontas e olhos de tão brancos chegavam a ser brancos.

Ela era minha melhor amiga, mesmo eu sendo mais velho que ela, mas eu não me importava muito com isso, quando ela estava por perto tudo parecia estar em perfeita ordem.

- Devolva. Isso não é seu! – gritou aquela voz que tanto me acalmava.

- Eu não vou te devolver, se eu quiser, eu fico para sempre com esse seu ursinho fedido.

- Ele não é fedido, você que é. – resmungou Remu olhando para o garoto que parecia ter o dobro da sua altura. Ela chutou a canela do cara e saiu correndo, mas ele a olhou mortalmente e a puxou pelos cabelos fazendo a mesma gritar.

- Eu vou te mostrar quem é o garoto fedido. – ameaçou o cara a empurrando fazendo ela cair com tudo no chão. Ele parecia estar com raiva.

- M-me desculpe, eu só quero meu ursinho de volta, não me machuca. – pediu ela com a voz falha, parecia estar chorando. – Kaito! – gritou meu nome, e eu sai correndo para proteger Meru.

Cheguei ali até rápido pois não estava longe dali. Meru estava encolhida no chão chorando enquanto o cara parecia se deliciar em ver uma garotinha indefesa chorando por causa de um ursinho.

Serio, ele ia apanhar feio por fazer Meru chorar.

- Saí da frente da garota agora! – mandei e ele pareceu me ignorar. – Não me ignore, seu infeliz do inferno!

Eu praticamente chutei a cabeça do cara que quando viu caiu no chão acho que desmaiado.

Ótimo, só falta eu ter matado um cara agora.

Me aproximei de Meru e ela ainda chorava muito, peguei o pequeno ursinho e a entreguei.

- Toma, isso te pertence. – falei, quando viu que era eu, esboçou um lindo sorriso.

- Obrigada. – agradeceu ela. – Promete que não vai deixar que nenhum cara me machuque novamente, Kaito-kun?

- Mas Meru, nenhum cara vai te machucar novamente. Você vai crescer e vai se tornar uma grande caçadora. – confortei, ela negou com a cabeça fazendo seu cabelo sacudir.

- Enquanto isso, apenas prometa.

Como eu iria recusar proteger uma criatura tão doce com Meru?

Sorri e baguncei seus cabelos, ela fez uma careta estranha e depois sorriu.

- Está certo Meru, eu vou te proteger. – e lhe dei um beijo na testa, ela ficou vermelha e eu ri.

#Flash Back OFF

Não, aquilo não estava acontecendo com ela.

- Me desculpe Meru, por não ter sido um irmão decente e te salvado. – me desculpei olhando para baixo e deixando as lagrimas caírem. – Quem fez isso com você, quem foi o infeliz que teve algum motivo para tirar sua vida?

Minha mente estava confusa demais para pensar em algum suspeito.

Meru podia ser revoltada e odiar os nobres que sustentavam o Conselho, mas não tinha inimigos.

Ela era a pessoa mais doce que eu conhecia e só demonstrava doçura quando estava do meu lado, sei lá, ela se tornava mais humana.

Eu realmente me preocupei quando ela se envolveu com aqueles ratos Sangue Puro, mas ela mesma me garantiu que eles não fariam nada contra ela.

Ela descobriu segredos que arruinariam a vida de todos eles para sempre.

Então, pensando nisso tive absoluta certeza que só pode ter sido uma pessoa.

Kuran Kaname.

- Foi ele eu sabia. – repetia a mim mesmo varias vezes deixando o ódio subir a minha cabeça.

Resolvi sair dali antes que cometesse alguma bobagem ou coisa do tipo e no caminho vi de longe, a pequena Yuuki sentada na debaixo da mesma cerejeira na qual eu estava sentado até receber essa terrível noticia.

Mas o ódio tomava cada vez mais conta de mim, junto com a sede de vingar Meru.

Então, isso só intensificou o meu desejo de machucar aquele rostinho tão angelical de Yuuki.

Agora era oficial.

Eu tinha, eu ia matar Kuran Yuuki.

Pelo meu ódio, por todas as coisas que aqueles nobres sujos já fizeram, e principalmente por Meru.

Se prepare Yuuki, você é a próxima jogadora do meu adorável jogos mortais.