XVI

‘ Aceitar o fim e seguir em frente é uma das atitudes mais corajosas que existe. ‘

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Ponto de Vista: Kuran Yuuki.

E lá estava eu fazendo chocolate quente para o Ichiru que chegou a casa, totalmente desolado e se trancou no quarto desde ontem.

Em pouco tempo que o conheço nunca vi ele tão triste assim.

- Ichiru abre a porta, é a Yuuki. –avisei batendo na porta com uma das mãos.

-... – nada se ouviu de dentro do quarto, Zero se aproximou da porta.

- Ichiru abre a porta, é serio. –pediu Zero, ouve uma enorme pausa. – Para o bem da sua porta, é melhor você abrir essa merda! – mas uma vez o silencio arruinou naquele corredor, Zero já estava ficando nervoso. – Ok, depois não diga que eu avisei...

No exato momento em que Zero ia chutar a porta, Ichiru abriu a mesma com a maior cara de ressaca possível. Com o impulso, Zero acabou caindo e não pude deixar de rir.

- Ele caiu. – avisou Ichiru olhando o irmão caído nos seus pés.

- Avá Ichiru, estava testando a gravidade daqui de casa. – resmungou Zero se levantando.

- O que você quer de mim? – perguntou.

- Vim trazer chocolate já que você não comeu nada desde ontem. Er, ficamos preocupados com você.

- Atá obrigado. – agradeceu Ichiru pegando a xícara e bebericando a bebida. – Cara, isso está divino! Yuuki-chan, você é um anjo. – o elogiou, corei e ele apertou minhas bochechas.

- Ei! Só porque está sem mulher e carente isso não te dá o direito de elogiar a minha! Quer morrer Ichiru? – ameaçou Zero me puxando para seu perto, ri do seu ciúme bobo.

- Não precisa ficar lembrando isso, seu tosco.

- Ele estava brincando Ichi-kun. Mas não fique triste e eu o Zero sempre vamos estar aqui do seu lado. – confortei, Ichiru fez uma cara muito fofa.

- Eu amo vocês, minha família linda! – gritou ele nos abraçando.

E Zero teve que quase bater no Ichiru para eles nos soltar do seu abraço. Acho queo tempo, ele irá superar isso, eu espero...

[...]

Naquele dia mais tarde, Yagari-san apareceu aqui em casa e sim, eu ainda tinha medo dele.

- O que te traz aqui? – perguntou Zero – Alguma missão?

- Dançar “Bomamama” do Super Junior que não ia ser, Zero...

- Mas o certo é Bonamana. – corrigi e Yagri só faltou me dar um tiro de fuzil.

- Alguém te elegeu professora para ter audácia de me corrigir? – perguntou ele, neguei com a cabeça já com medo. – Foi o que pensei e Zero você vem?

Zero me olhou por alguns segundos. Bem, era primeira vez que eu ia ficar longe dele desde que praticamente me mudei para casa dele e devo admitir que isso me deixasse com medo.

E se Andy souber e tentar fazer alguma coisa contra mim?

Para Yuuki com esses pensamentos ruins! Zero era um caçador e uma hora ele teria que sair em missão, mas bem que essa hora poderia demorar mais um pouco...

Ele continuava a me olhar, seus olhos transmitiam preocupação.

- Você ficará bem? – perguntou, assenti meio em duvida. – Mesmo?

- Sim, pode ir tranquilo.

- Se você está falando eu irei arrumar minhas coisas. Yagari espera aqui e tente não aterrorizar minha garota... – mandou Zero indo para o seu quarto e deixando eu e Yagari sozinhos.

- F-fique a vontade Yagari-san. Aceita água ou um chá? – perguntei com medo.

- Está duvidando da minha masculinidade? – perguntou Yagari exaltado, neguei. – Homens não bebem chá, quer morrer perguntando isso? Eu tenho uma faca tão novinha, quer ser a primeira a experimentar o corte dela?

- Zero! – gritei, quando eu vi já estava na porta do quarto dele.

Ofegante e com medo daquele ser estranho que usa uma faixa cobrindo o rosto chamado Yagari, fiquei quase morrendo na porta do quarto do Zero.

Ele estava colocando a mochila nas costas e aquele aperto do peito voltou, quando me viu daquele estado começou a rir.

- Foi Yagari não foi? – perguntou ainda rindo, assenti. – Venha cá, garota.

Ele abriu os braços para eu poder abraça-lo. Corri e dei um longo e apertado abraço nele.

- Você vai voltar logo? – perguntei.

- Eu prometo que não vou demorar muito.

- Não, só prometa que irá voltar.

- Ok. – prometeu ele afagando meus cabelos. – Tente não fazer nenhuma merda, não quero ir com você para aquele hospital fedido. – zombou ele saindo do meu abraço, bati nele e ele riu.

- Como você ousa? – perguntei fazendo uma careta.

- Estou brincando Yuuki.

E me deu um longo beijo, eu estava com nas pontas do pé em cima dos pés de Zero para ficar do seu tamanho.

Eu ia sentir falta desses doces beijos.

- Se cuida meu amor. – pedi quando nos separamos do beijo, ele bagunçou meus cabelos.

- Eu sei me cuidar garota.

Fomos até a porta da sala e Yagari nos fuzilava com o olhar.

- Pensei que estivessem fazendo um filho lá dentro. Que demora... – zombou ele, eu fiquei imensamente vermelha.

- Ah não seria uma má ideia. – revelou Zero me olhando pervertidamente. WAAAA, o que ele estava falando?

- Er, Z-Zero... – eu não consegui falar ainda em choque com a frase acima.

- Não quero nenhuma criança com nariz escorrendo me chamando de tio...

- Já inventaram uma coisa chamada camisinha Yagari.

- E com coisa que você sabe usar uma, Zero.

- Quer tirar a prova?

Ok. Esse papo estava cada vez mais me traumatizando, oh céus como ele falam desses assuntos sem ao menos ficarem constrangidos?

Nem preciso falar que estava imensamente vermelha e constrangida não é mesmo? Sorte que Ichiru chegou e tampou meus ouvidos.

- Depravados! Não se fala essas coisas na frente de uma doce moça. – reprendeu Ichiru.

- Foda-se, vamos logo Zero. – chamou Yagari, Zero assentiu.

- Até logo garota. – despediu Zero me dando outro beijo.

- E depois eu que sou o depravado. – resmungou Yagari.

- O amor é tão lindo... – suspirou Ichiru.

- Ah cala a boca Ichiru, te sento a vara moleque baitola.

- Você quer sentar a vara em garotos eu que sou o moleque baitola?

- Sim.

- Ah calem a boca, seus retardados. – pediu Zero se afastando de mim. – Vamos embora.

- Zero, espera. – pedi, ele se virou. – Eu te amo.

- Er, eu também te amo garota.

E assim Zero foi para a tal missão junto com o Yagari.

Sentirei saudades desse revoltadinho.

[...]

Depois de te jogado no vídeo game com o Ichiru e ter perdido varias vezes, eu fui dormir.

Ichiru foi dormir na sala porque ia fazer uma maratona de filmes do Resident Evil. Não preciso nem falar que eu tenho maior medo de filmes assim, então preferi me trancar no quarto e ler alguma revista.

Bateu aquela saudade do Zero. O que você deve estar fazendo agora?

- Você deveria dormir. – recomendou alguém, dei um grito e duvido que Ichiru tenha ouvido ele deve estar dormindo no meio do filme. – Calma, sou eu...

Virei-me lentamente meu corpo e vi. Levantei-me e senti minhas pernas falharem.

Não! Isso não está acontecendo de novo!

- Andy, por favor, não... – pedi.

- Por favor, Yuuki não desmaia! Você tem que me escutar. – pediu ele andando na minha direção, recuei passos para trás até que fui impedida pelo guarda roupa.

- Vai embora Andy. Me deixa continuar a minha vida. – pedi, ele negou.

- Não chora pequena. – pediu ele enxugando minhas lagrimas, virei meu rosto e ele suspirou. – Eu consegui fazer você ter medo de mim, consegui.

Ele se afastou de mim e se virou de costas. Eu estava com medo do que ele podia fazer comigo, pelo o que conhecia de Andy ele estava disposto a se vingar de tudo que fez.

- E como você não quer que eu tenha medo? Você acabou com a minha vida e com a vida da... – eu não ia conseguir falar isso, não mesmo. – Você acabou com a vida dela, Andy...

- Eu fiz o que eu fiz e paguei pelos meus erros. Eu quase morri, fui preso e paguei minha divida, mas sabe o que mais doeu? Saber que eu te perdi para sempre e que outro cara agora estava tomando conta de você, tomando conta do meu precioso mundo! – o revelou.

Pela primeira vez na minha vida eu Andy chorar. Aquilo me comoveu de certa forma, porque ele nunca, jamais chorou na minha frente mesmo quando ele tinha motivos suficientes para isso.

E eu não sabia como argumentar isso.

- Andy, eu...

- Eu posso ter sido o pior namorado e estou certo que eu te perdi para o Zero, eu espero que você seja feliz e que ele tenha feito tudo o que não fiz. Eu sou um vampiro psicopata Yuuki, mas apesar de você duvidar eu tenho um coração. – disse Andy agora me olhando ainda chorando. – Mas se ele bate até hoje, é porque você ensinou ele fazer isso, eu te amo.

-... e as palavras?

- E eu te peço apenas uma coisa Yuuki, não me odeie. – pediu ele por fim me abraçando forte, não consegui mexer nenhum músculo. Não pelo fato de estar com medo e sim eu estava com pena de Andy por tudo. – Eu te amo muito, não me odeie.

- C-como eu posso confiar em você depois de tudo?

- Eu te mostrar como confiar em mim.

Andy saiu do meu abraço e me olhou fixamente com aqueles olhos verdes penetrantes, aqueles olhos verdes que hipnotizariam qualquer um.

Seu cheiro doce e suave percorria minhas narinas e suas mãos frias foram de encontro com meu rosto. Abaixei minha cabeça e pude ver ele sorrir.

Das poucas vezes que ele mostrou, notei que ele tinha um lindo sorriso.

Ele se aproximou lentamente de mim.

Andy você está perto demais, Zero, por favor, volte logo...

- Andy, eu tenho o Zero. – avisei.

- Não importa eu vou te mostrar que eu mudei.

E me deu um beijo no rosto, sorriu e foi na direção da minha janela.

Eu estava em choque muito em choque e confusa muito confusa e com, droga eu nem sei o que eu estava sentindo mais...

- Andy porque você voltou... – resmunguei batendo o travesseiro no meu rosto.