XII

 ‘ Às vezes precisamos esquecer o que queremos, para poder enxergar o que precisamos  ‘

                       ...

Ponto de Vista: Kiryuu Zero.

 E a garota havia saído correndo depois de eu ter dito todas aquelas palavras fuziladoras para ela.

É, eu acabei de crer que eu sou um babaca.

Porque eu me descontrolei dessa forma e gritei com a garota?

Nem era isso que estava me doendo ou o fato dela conviver com o Kaname. É apenas o fato de eu ter a feito chorar.

Eu fiz a garota que eu amo chorar e por um motivo bobo.

Ciúmes.

Eu era um cara ciumento, mas eu tinha ciúmes por apenas um motivo. Eu tinha um medo profundo de perder a Yuuki.

A cada dia que passava ela fica mais importante para mim. Eu amava essa garota de uma jeito que nem eu sabia explicar muito bem, era algo diferente, era algo especial.

E acho que havia estragado isso...

- Merda Zero, porque você tem ser tão idiota desse jeito? – resmunguei bagunçando meus cabelos com raiva.

Ao invés de eu bagunçar meus cabelos eu deveria ir atrás da garota.

É, eu ia atrás da garota.

Mas onde ela estaria?

Se eu mandasse uma mensagem ela com certeza não iriam responder, aonde meninas frágeis e sensíveis vão quando estão magoadas ou querem chorar?

Vai Zero pensa não deve ser tão difícil assim...

Ouvi um barulho estranho vindo do banheiro feminino, parecia que alguém havia caído feio lá dentro.

Oh, quem seria a retardada mental que tem a capacidade de cair num banheiro por qualquer coisinha?

Pensei um pouco e deduzi.

Claro, como não pensei nisso antes?

- No banheiro, é claro. – deduzi fazendo uma dancinha estranha da vitoria.

Mas espera aí, não ficaria digno para um cara como eu entrar no banheiro das meninas.

O que pensariam disso?

O grande Kiryuu Zero dentro do banheiro feminino. Jamais...

Rumei até o banheiro feminino e fiquei parado na porta daquele cubículo rosa e cheio de espelhos.

- Yuuki, você está aí? – perguntei batendo na porta.

- Vai embora Zero... – mandou a garota com voz de choro.

- Eu não sair daqui enquanto não me desculpar decentemente de você. – avisei.

- Eu não vou sair daqui e não é você que vai me tirar daqui de dentro. – ameaçou a garota.

- Yuuki, não complica as coisas. Olha que eu entro aí dentro... – avisei ficando com raiva, porque essa garota não saia de dentro desse banheiro.

- Você não seria capaz de entrar no banheiro feminino...

Ok. Agora a porra ficou seria.

Ah querida garota, nunca diga que Kiryuu Zero não é capaz de fazer alguma coisa, irá se arrepender amargamente...

Olhei para os lados para ver se não tinha nenhuma testemunha desse fato épico e coloquei meu pé dentro do banheiro.

O que o amor não faz a gente fazer não é mesmo?

Eu nunca pensaria em entrar no banheiro feminino só para tirar uma garota de lá de dentro.

Ah Kiryuu Zero, você era estranho...

Entrei naquele cubículo estranho e poxa, era muito diferente do que eu pensava que seria. E porque tinha tanto rosa, um espelho enorme e menos cabines do que o masculino.

Agora entendi porque as garotas demoram tanto no banheiro, a fila que deve ficar aqui.

E porque eu estava pensando essas merdas?

Você é muito estranho Zero...

A garota estava agachada no canto do banheiro com a cabeça enfiada entre as pernas. Ela estava chorando.

- Vamos logo Yuuki. – chamei, quando notou que era minha voz ela ficou com os olhos esbugalhados.

- Z-Zero, você está dentro do banheiro feminino, tem noção? – perguntou ela, assenti.

- Eu disse que ia te tirar daqui de dentro.

Nem dei tempo para garota responder, a puxei para fora daquele cubículo cor de rosa.

Eu a puxei (lê-se arrastei) até o estacionamento dos professores. Estávamos atrás de um Honda Civic prata e acho que era impossível de alguém nos encontrar ali.

Ela estava de cabeça baixa, fitava aquele chão sujo – ok, onde estão as faxineiras dessa escola que deixam o chão cheio de folhas – e ainda chorava.

- Me desculpa garota...

-... - ela não falou nada, só levantou o rosto e me olhou nos olhos. Era triste ver aqueles enormes olhos castanhos com lagrimas e por minha causa.

- Me desculpa, é serio. Eu não queria falar todas aquelas coisas para você, eu me vi perdido quando te vi perto do Kaname e falei todas aquelas coisas, me desculpa.

- E porque você falou tudo aquilo? – perguntou ela.

- P-porque eu tenho muito medo de te perder, Yuuki. – revelei. – Eu não te acho uma criança, porque se fosse assim, você seria a criança mais linda do mundo. A criança na qual eu me vi apaixonado...

-... - ela não falou nada, só pude ver um pequeno sorriso nos seus lábios.

- Me desculpa garota. É serio. – pedi pela milésima vez, tá Zero a garota entendeu...

- Eu te amo Zero. – revelou a garota me abraçando, não pude deixar de sorrir. – E você não vai me perder seu bobo...

- Er, era só para me prevenir... – foi o que consegui dizer, ela riu.

- Bobo.

E dessa vez foi ela que me deu um calmo e demorado beijo.

Essa garota, eu amava ela.

E aos infelizes que me querem ver longe dela, nem tentem.

Caso queiram ficar sem suas vidas...

                              -x-

Sorri timidamente ao dar um pequeno aceno para o Kuran. Ele disse que tinha um compromisso inadiável e não poderia faltar.

Seria muito interessante ter ele como um “amigo” nas horas vagas...

Eu tinha que achar Zero para poder conversar com ele sem a interrupção de certas bonecas de porcelanas chamada Yuuki.

Argh, aquele jeito adorável dela chegava a me dar enjoo que tanta fofura. Vai ser fofa assim lá onde o Ryuuku perdeu o Death Note, vai.

E o que um cara como o Zero viu em uma menina tão sem graça como ela?

Pensando nisso, eu ainda vou ter Zero nos meus braços como antigamente.

Custe o que custar...

- Tsumugi! – gritou Ichiru, me virei e ele sorria animadoramente. Fingi um sorriso animador.

- Ichiru! – acenei.

E enquanto isso, foi me divertindo com o Ichiru mesmo.