The Bet escrita por StardustWink


Capítulo 11
Extra 1: O dia em que você me deixou.


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o extra! :D Notaram que agora eu só atualizo nos finais de semana? Pois bem, resolvi marcar um dia em especial para atualizar. Todo o domingo esperem cap novo de The Bet. :3
Esse extra explica como exatamente Dawn e Paul se separaram. É um pouco triste, maas... Espero que gostem~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/212119/chapter/11

Eram mais ou menos duas da manhã quando Dawn acordou aos gritos. Ofegante, se sentou na cama e secou algumas lágrimas que caíam do rosto.

 Droga, odiava quando tinha aquele sonho. Ele sempre se repetia, e quando ela achava que finalmente estava livre voltava para atormentá-la. Dawn, sabendo que demoraria até voltar a dormir, foi até sua janela.

A lua estava cheia, e as luzes da cidade impediam-na de ver as estrelas. Ela admirou o céu, deixando suas memórias tomarem conta de seus pensamentos.

- O dia em que você me deixou...

-- x –

Uma pequena Dawn, de uns sete anos no máximo, acordou com os raios de sol entrando por sua janela. Levantou, trocou de roupa e se apressou para o parque, onde encontraria seu príncipe como de costume.

Ela andou de mãos dadas com a mãe pelo trajeto inteiro, contando alegremente do que ela e seu amigo brincariam no dia.

- Você não sabe o nome dele ainda, princesa? – Sua mãe perguntou.

- Não. – Dawn fez bico, olhando para baixo. – Mas eu sei que ele vai me contar. Um dia, talvez até hoje!

- Talvez, querida. – Johanna sorriu para a filha, quando chegaram ao portão. – Te busco no horário de sempre?

- Aham!

- Diga olá para a mãe do Kenny para mim, ok? – A mulher deu um beijo na testa de Dawn, se despedindo. – Até mais, princesa!

- Até, mamãe!

Depois de observar a mãe ir embora, a garotinha começou a olhar para os lados, procurando alguém em especial. Achou-o ao lado dos balanços, encostado numa das grades e com os olhos fechados.

- Príncipe! – Ela gritou por ele, chegando perto do garoto. Este abriu os olhos, reconhecendo-a no mesmo instante. Estranho, os olhos dele pareciam...distantes?

- Olá, Dawn. – Ele falou, quando a menina terminava seu trajeto até o mesmo. Quando chegou perto o suficiente, a garota se jogou em cima dele. – E-ei!

- Senti sua falta! – Ela murmurou, com a cabeça encostada num dos ombros dele.

- Nós nos vimos ontem. – O garoto lembrou, com uma gota. Mesmo assim, estava vermelho.

- Eu sei, mas... – Ela fez bico. – É tempo o suficiente para sentir sua falta!

-... – Ele olhou para baixo, não respondendo. Dawn arqueou uma sobrancelha.

- Ei, príncipe, aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou, acabando o abraço. Ele olhou para o lado, hesitante.

- Dawn... – A menina o encarou, impaciente. – O que você faria... Se eu fosse embora?

- Ué, eu te encontraria amanhã!

- Não... Para sempre. – Ele explicou, olhando para baixo.

- V-você não vai fazer isso, né? – Dawn sentiu um nó na garganta, estreitando os olhos. – Você é o meu príncipe! Não pode ir embora...

- Não, não! – O garoto piscou, vendo que ela estava quase chorando. – Calma,problemática,  eu não vou embora.

- Ah... – Ela se acalmou, e deu um sorriso fraco. – Tudo bem então.

Ele olhou para o lado outra vez, um pouco arrependido. Não era justo esconder isso dela. Dawn não sabia nem seu nome...

- Príncipe! – Paul saiu de seus devaneios ao ouvir a voz da garota à sua frente. Ela sorria para um dos braços dele, surpresa.

- Huh?

- Você tá usando o bracelete! – Ela chegou mais perto, observando a joia prateada e roxa.

- Uh, é... Eu quase nunca uso, então... – Ele tentou se explicar, corando. Já tinha sido um sacrifício sair de casa com aquilo no braço.

- Que bom! – Dawn pulou de animação, mostrando sua própria pulseira no braço. – Olha, combinamos!

- Hum... – Ele observou um pouco as pulseiras. Aproximou ambas , e viu o brilho incomum que elas ganharam quando próximas. Será que eram mesmo mágicas? Se eram, então...

Quem usa esse bracelete sempre volta a se encontrar, mesmo que tenha que se separar algum dia... – A fala de Dawn a alguns meses atrás repercutiu em sua mente. Ele deu um sorriso leve.

No fim de tarde, depois de correrem por aí e terem de brincar de casinha – Paul odiava quando brincavam de casinha -, chegara a hora deles se despedirem.

- A gente se vê amanhã, príncipe! – A garota sorriu, acenando já ao lado da mãe. Ele acenou de volta, sério.

- É... Até amanhã, Dawn. – Ele se despediu, indo até um carro bem grande no lado oposto da rua onde um segurança o esperava.

Na manhã seguinte, Dawn apareceu no parque no horário de sempre. Mas, dessa vez, seu príncipe não estava em lugar nenhum.

- Ué, estranho... – A menina murmurou, olhando para os lados. Ele não estava lá? Para onde tinha ido? Sentiu seus olhos marejarem um pouco.

- DeeDee! – Ouviu uma voz, e se virou. Não era o príncipe, e sim outro amigo de infância seu. Ela o cumprimentou com um sorriso.

- Kenny, oi! Você viu o príncipe? – O garoto em questão ficou com um rosto confuso. Dawn inclinou a cabeça para o lado. – Que foi?

- Você não soube...? – Kenny hesitou, mas decidiu prosseguir. – Ele muda de cidade hoje... Acho que devem estar indo agora.

- ...Quê? – Dawn arregalou os olhos.

Ele estava indo? Mas como assim? O príncipe prometeu para ela que ia ficar! Prometeu que ficariam juntos para sempre! Então por quê...

Ela não iria deixar isso acontecer. Era pequenininha, mas não era uma princesa indefesa! 

Dawn começou a correr para fora do parquinho. Ouviu Kenny e outros amigos seus a chamando, mas não parou. Ela tinha que fazer alguma coisa! Ia ficar tudo bem, sem problema nenhum!

Ela seguiu pelas ruas, traçando um caminho na mente. Já seguira o carro gigante e preto em que Paul ia para casa algumas vezes, então sabia mais ou menos como chegar lá.

Príncipe, espera por mim! – Ela pensou, apressando-se ainda mais. Logo avistara a casa dele, e um caminhão já partindo. Dawn o reconheceu com a cabeça para fora da janela, triste.

- Príncipe! – Ela gritou, tentando fazer com que ele olhasse em sua direção. Conseguiu, pois ele se virou.

- D-dawn?! – Ele chamou, surpreso. Ela correu mais rápido, tentando alcançar o caminhão que acelerava. Ela tinha que conseguir...!

- Príncipe, não me deixe!  - Ela exclamou o mais alto possível, mas não conseguiu acompanhar a velocidade do veículo. Quando terminou de falar, ele já estava longe demais. Ela tropeçou, caindo de cara no chão.

- Não me deixe... – Ela murmurou, sentindo o rosto ser infestado por lágrimas. Ouviu o som distante de Kenny e sua mãe a chamando, mas não conseguia tirar da cabeça a imagem do caminhão e seu primeiro amor indo embora para nunca mais voltar.

Paul observou a garotinha desaparecendo de sua vista. Suas memórias começaram a invadir sua mente.

 - O-obrigada... – Ela disse, aceitando a guloseima. – E-ei, espera, aonde você vai? – Ela perguntou, vendo o garoto começar a se afastar.

- Ué, você normalmente fica sozinho aqui... E agora que me salvou, pode ser meu príncipe! – A garota explicou, sorrindo abertamente.

- Minha avó disse que eles são mágicos, e que brilham quando estão próximos. – A menina explicou, aproximando os objetos. – Quem usa esse bracelete sempre volta a se encontrar, mesmo que tenha que se separar algum dia...

- Príncipe! – Dawn acenou, apontando para um balanço.

- Ai! – A garotinha soltou um gritinho ao cair. – Príncipe, me ajuda!

- Aqui ó. –Ela ofereceu uma cesta cheia de doces, um sorriso mais doce ainda no rosto. – Pode ficar com eles como recompensa por antes!

- V-você não vai fazer isso, né? – Dawn sentiu um nó na garganta, estreitando os olhos. – Você é o meu príncipe! Não pode ir embora...

Desculpa, Dawn, eu não queria... – Ele respondeu em sua mente, sentindo sua visão embaçar e lágrimas descerem aos poucos por seu rosto.

Droga, ele odiava chorar. Desde pequeno, seu pai sempre dizia que chorar era para os fracos... Uma última memória brotou em sua cabeça.

- Qual o seu nome? – Ela o perguntou, com um olhar confuso.

- Meu nome é Paul... – Ele murmurou para o bairro que começava a desaparecer da estrada. – Mas é tarde demais para você saber.

-------------------------- x ---------------------------

A garota suspirou, desviando o olhar das estrelas. Sua pulseira estava em seu braço, depois de todo esse tempo, e ela não a tiraria tão cedo. Sentiu outra lágrima ziguezaguear por sua pele, caindo na pedra de coração no centro do bracelete.

- Príncipe... – Ela olhou para o céu. Não se lembrava do rosto dele, nem da cor do cabelo... Mas os olhos, que sempre esquentavam só um pouco quando olhava para ela, deles ela não tinha esquecido.

- Só quero que você saiba... – Mal sabia ela, outra pessoa perdera o sono naquela noite. Paul olhava para a mesma lua, a algumas casas de distância, e murmurara as mesmas palavras.

- Que eu te amo. – Ambos terminaram, deixando as palavras ecoarem pelo vento frio da madrugada. Dawn fechou a cortina, ele a janela, mas suas pulseiras brilhavam com a mesma intensidade.

A linha vermelha de destino que nos une nunca se quebrará.

--------- x ------------


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, eu fiz referência à lenda chinesa da linha vermelha de destino. É um dos meus contos favoritos, hm. Enfim, espero que tenham gostado. Até domingo, pessoal~