Bring Me To Life escrita por GabiCullenRock


Capítulo 3
Capítulo 2 - Raiva e culpa


Notas iniciais do capítulo

Primeiro pov. do Edward. Espero que gostem. Boa leitura e obg a todos que comentaram no ultimo cap.



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pov. Edward

O despertador tocou. Irritado e com sono dei um soco no relógio, com a intenção de quebrá-lo e poder voltar a dormir, mas é claro que essa porcaria continuou intacta, tocando esse barulho irritante que não me deixa dormir. Levantei e lavei o rosto pra despertar. Meus cabelos estavam bagunçados como sempre. Eu gostava deles assim. Nem me dava ao trabalho de penteá-los, nem fazia diferença. A casa estava vazia. Como sempre. Antes eu tinha uma empregada que cuidava de mim e limpava a casa, mas quando completei dezesseis anos meus pais conseguiram permissão do governo para que eu pudesse viver sozinho. Como se isso não fosse assim sempre... Eu estava sempre sozinho.

      Eles moravam na Europa desde que me conheço por gente e eu só os via em comemorações especiais. Eles nunca me ligaram pra saber se eu estava bem, só ligavam pra cobrar algo. Só pensavam em dinheiro. Mas eu não ligo pra nada disso. Eu não ligo pro amor deles e pra atenção deles. Quero que se fodam! Eu nunca tive nada deles para sentir falta de algo.

       Não precisava de ninguém. Já era o cara mais popular da escola. As meninas se jogavam aos meus pés e todos queriam ser meus amigos. Eu era o capitão do time da escola e me sentia bem por isso. É claro que eu tinha meu brinquedinho preferido na escola. Isabella Swan. Aquela garota é o meu saco de pancadas. Quando estou irritado ou de mal com a vida – ou seja, todos os dias – desconto tudo nela. Tão inocente e frágil que nem sabe se defender. É o meu alvo favorito.

      Peguei o meu carro e dirigi até a escola, chegando lá encontrei meus amigos. Emmett, Jasper, Mike e James. Cumprimentei todos com socos nos ombros.

      -E aí cara, tava massa sábado, né? – comentou Mike.

      -Mais um pouco e a gente entra pro grupo daquele cara – respondi sorrindo animado. No fim de semana conhecemos Jacob e sua gangue. Eles são os melhores dos melhores. Comandam a cidade e metem o terror em todos. E estamos prestes a entrar pro grupo deles. Se conseguirmos isso todos cairão aos nossos pés e teremos o melhor do melhor. Bebidas, drogas, sexo e diversão. Tudo de graça. É só o Jacob confiar na gente. Temos só que fazer seu serviçinho sujo.

     Ele quer limpar essa escola da ralé. Quer meter o terror nos imundos, mas como ele já é muito velho pra estudar aqui isso vai ser comigo e meus amigos. Não sei o que vamos ter que fazer, mas Jacob já me ensinou muita coisa. Ele disse que todos têm que me respeitar ou ao menos ter medo de mim. Nem que eu tenha que usar a violência.

      Enquanto caminhávamos eu vi ali o que eu mais queria ver. Era hora de descontar minha frustração em alguém. Isabella estava apoiada na parede na frente do banheiro. Os cabelos castanho-avermelhados, presos em um coque, as roupas largas e amarrotadas de sempre. Estava murmurando alguma música. Por um momento eu hesitei. Perguntei-me por que eu ia debochar dela. Mas foi só por um momento, logo cheguei mais perto sorrindo maldosamente pra ela. Eu sabia que ela tremia de medo ao me ver, isso era engraçado. Sua expressão de desespero ao me ver me divertiu.

     -Ora, vejamos quem está aqui! – O mais legal é que era só inventar qualquer apelido bobo que ela já se magoava. Dava pra ver como ela se sentia humilhada com meus apelidos aleatórios. – A Travesti. Agora me veio uma dúvida! Qual banheiro você devia usar? O masculino ou o feminino?

       Ouvi as risadas debochadas dos meus amigos atrás de mim. Vi os olhos de Isabella se encherem de lágrimas, só faltava ela começar a berrar que nem um bebê. Aí eu sentiria muito Isabella Swan, mas teria que mudar de apelido para bebê ambulante, Fraldão ou algo mais humilhante pra ela. Mas ela não me respondeu e virou o rosto pra outra direção.

         -Estou falando com você, Swan! – falei irritado. Nem tanto por ela me ignorar, mas mais pelo fato de saber o que eu teria que fazer se ela me ignorasse mais. Eu tinha que ter respeito nessa escola, então não poderia ser ignorado muito menos por essa garotinha inútil. Ela fingiu que não escutou.

         -Você é surda? É burra? Não me ignore, quando eu falar com você, Swan – eu falei, apertando o braço dela com força e sacudindo-a. Apertei ainda mais forte e um gemido de dor escapou por entre os lábios dela. Abri um sorriso maligno. Ela me olhou com medo e dor.

         -Isso mesmo. Agora já sabe o que acontece quando me ignora – apertei ainda mais forte e depois a soltei. – Agora eu quero a resposta. Qual banheiro uma Travesti que nem você deve usar?

        Ela levantou o olhar lentamente, mas agora não parecia mais com medo.

      -Eu devo usar o banheiro feminino, pois sou uma menina – respondeu com os dentes trincados. De repente sua expressão mudou e eu vi raiva no seu olhar. Então ela acrescentou – Você é cego? Ou burro?

      Não pude me conter. Uma onda de ódio me invadiu, vi tudo vermelho e nem pude raciocinar direito. Só ouvia Jacob me dando as instruções na noite de sábado: “Você tem que fazer de tudo para ser respeitado. E nunca, nunca deixar um atrevimento e uma resposta petulante passar sem castigo. Todos têm que temer você. Use a violência. É o método mais simples e rápido.” Nem um segundo se passou e eu já tinha estalado a minha mão no rosto macio de Isabella. A segurei e apertei seu braço com força bruta. Vi que ela estava atônita, nunca esperara por isso. Eu agora sentia uma nova raiva dela. Por ela ter me feito fazer isso. Por ela ter me feito agredi-la. Eu não esperava ter que fazer isso, muito menos com uma mulher. Com raiva, a joguei no chão e vi lágrimas escorrendo pelo seu rosto que agora estava vermelho por causa do tapa.

      Dei as costas pra ela. Odiava ver uma mulher chorando. Mesmo que fosse a Swan. Saí com meus amigos e fomos pra sala de aula. Eu estava muito nervoso, irritado e com muita raiva. Meus amigos insistiam em dizer que eu tinha feito muito bem e que a Swan merecia, mas eu não tinha gostado de fazer isso. Eu não gostava da Swan, mas gostava ainda menos da violência e agora eu estava usando isso. Sacudi a cabeça com raiva e tentei me concentrar na aula de História.

     Isabella não apareceu nessa aula. Perguntei-me se ela ainda chorava por causa disso. Ela não devia ficar triste. Estava sempre feliz. Por mais que eu sempre a tenha maltratado ela nunca tinha me dado uma resposta brusca e sempre tinha ficado calada, mas hoje ela me respondeu. E arcou com as conseqüências... Será que eu tinha exagerado? Fiquei novamente irritado. Eu não devia ficar me preocupando com aquela imunda, sacudi a cabeça novamente e tentei pensar em qualquer outra coisa. Não adiantou muito.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do pov. Edward. Mesmo que nada justifique as ações dele, já dá pra vcs verem o que passa na cabeça dele. Espero reviews. Até logo