Life Is Unexpected escrita por WaalPomps


Capítulo 9
Fantasmas


Notas iniciais do capítulo

Gente linda, essa noite sem post e possivelmente amanhã também. Tenho prova de Teoria da Comunicação, a matéria mais chata e complicada e inútil do mundo. Então aproveitem bem esse capítulo. Para as Quickers, esse capítulo é dos sonhos.
Beeejos ;@



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Quinn P.O.V

A pizzaria estava tão cheia que eu me sentia sufocada. Além de que tanto queijo me daria uma azia linda do dia seguinte. Annie pulava pelos escorregadores, com Finn tentando apanhá-la.

_ Quinn, que horas seu príncipe vem te pegar? – perguntou Sant, olhando seu pedaço de pizza com nojo – É necessário tanto queijo?

_ Me pergunto a mesma coisa. – disse, colocando o meu no prato – E ele ligou dizendo que em 10 minutos está aqui. Vamos ao cinema ver algum filme idiota de super herói.

_ Sério que ele tem essa quantidade de romance? – perguntou Rachel e eu ri.

_ É isso, guerra ou filme infantil. Nesse pelo menos tem homens sem camisa. – disse rindo acompanhada delas.

_ Do que estão rindo? – perguntou Finn sentando com Annie. Ela apanhou o pedaço de pizza de um milhão de calorias e comeu metade em uma mordida.

_ Sobre o quanto de queijo tem nessa pizza. – disse Rachel – Anabella, mais devagar querida.

_ Hei, não é o Puckerman? – perguntou Finn e eu me virei. Ele chegou cedo. Annie saiu do colo de Finn, largando a pizza de qualquer jeito, e se jogou sobre Puck, com as mãozinhas imundas de queijo no casaco dele. Ai Annie, faz isso não.

_ Olá meninas. – disse ele, chegando com ela no colo. Finn o olhou enciumado, mas creio que ele não tenha percebido. Ele pôs a pequena no colo de Rachel e veio me dar um beijo no rosto.

_ Vocês são namorados? – perguntou Annie inocentemente e eu corei.

_ Não querida.

_ Ainda. – disse ele e eu o olhei, espantada.

_ Nós apenas vamos sair juntos meu anjo. – eu disse, vendo-a confusa – Ele que está contando com os ovos antes de a galinha chegar.

Ele riu, e me olhou de um jeito tão lindo... Como se respira mesmo?

_ Você tá pronta já? – perguntou e eu confirmei, pegando o casaco e a bolsa. Mesmo sendo verão, os ventos de outono já se mostravam próximos, anunciando que logo as arvores estariam nuas.

Dei um beijo em Annie, e recebi piscadelas das meninas enquanto saia pela porta, com os braços de Puck a minha volta. Entramos em seu carro, e ele pediu pra ligar o rádio. Eu confirmei e ele colocou um CD antigo de Boys Like Girls.

_ Você não acha que foi muito precipitado Puck? – eu disse, sem graça – Digo, estamos há anos sem nos ver, e estamos apenas indo ao cinema. E Annie é pequena, não entende bem as coisas e acredita em tudo. Não a quero criando expectativas pra nada.

Ele me olhou e aumentou o volume do rádio. Eu o olhei, incrédula, mas ele fez sinal para eu escutar a música.

_ Two is Better Than One? – perguntei e ele riu, corando.

_ I remember what you ore in our first day, you came into my life and I thought “hey, you know, this…”

_ Puck, para. – eu pedi, e ele me olhou – O que isso quer dizer? Digo... Você namorava quando nos conhecemos e nunca demonstrou o menor interesse por mim.

_ Quinn... – disse ele parando no cinema, e desligando o carro – Eu era um idiota. Não nego que na época eu não ligava pra você, mas depois que eu parti, quando o Artie me contou o que você havia feito, que você e a Santana haviam feito, só então eu percebi a pessoa incrível que você era! Hoje, quando eu vi você com a Annie, tudo isso voltou. Eu passei o dia inteiro olhando suas fotos daquela época e me lembrando de tudo. Nossas conversas, o jeito como você ria. O jeito como abraçava os joelhos quando estava com vergonha e como cruzava as pernas no colo e mexia com o sapato quando estava chateada. A mania de roer as unhas e como tentava fazer eu perceber que gostava de mim e uma maneira sutil, mas não muito. Para de abraçar as pernas Quinn.

Só então percebi que estava com o pé no banco, abraçada aos joelhos. Eu soltei as pernas e abaixei os pés, mordendo a boca, enquanto olhava para minhas mãos, querendo roer as unhas.

_ Q, olha pra mim, por favor. – pediu ele e eu olhei de canto de olho – Eu sei que fui precipitado no restaurante, é só que... Eu não sei, eu só sinto que não quero te perder novamente.

Nesse momento, eu fiz algo inesperado. Me inclinei em sua direção e o beijei. Ele pareceu surpreso por alguns instantes. Não mais do que eu claro.

_ O que foi isso? – perguntou ele, em voz baixa.

_ Maybe, two is better than one. – eu ri, mas fiquei séria – Eu não sou menininha de se brincar Puck. Já sou uma mulher, e mesmo não sendo mãe da Annie, sou responsável por ela como se fosse. Então pense bem, porque se for entrar em nossas vidas, é pra ser sério.

Ele sorriu, me beijou novamente e saiu do carro. Dando a volta e abrindo minha porta. Eu ri, enquanto saia e o esperava trancar. Pra minha surpresa, ele entrelaçou nossos dedos e começou a andar.

_ Espero que saiba o que acabou de me pedir Fabray. – disse, enquanto esperávamos o elevador – Porque depois dessa, não vai se livrar de mim tão cedo.

Lembrete: acender aquela vela marota pra Santo Antônio.

Santana P.O.V

Depois que Quinn saiu, Anna passou mal. Culpa de tanto queijo. Rachel falou que ia levá-la embora, e Finn se prontificou a levá-las. Quanto a mim, eu precisava pensar, então vim com meu carro para a praça em frente à escola.

Qual não foi minha surpresa ao ver um rapaz loiro sentado nos bancos de concreto, falando ao celular.

_ Sam? – chamei. Ele me olhou e fez sinal com a mão para que eu sentasse. Sentei, enquanto o ouvia falar rapidamente e em voz baixa. Só consegui entender ‘demissão’.

Quando ele afinal desligou, me olhou triste. Ele girava entre os dedos a aliança dourada de noivado e eu entendi.

_ Ai meu Deus Sam. – disse, engasgada – Você terminou o noivado?

_ Ainda não. – disse ele – É que, eu estou confuso. Confuso não, preocupado. Eu não quero passar o resto da minha vida com alguém que eu não amo, sem nem ao menos ter dado uma chance para o amor.

_ Mas e seu pai? – perguntei e ele pareceu murchar mais.

_ Eu falei com ele. Ele tem um bom fundo para receber em caso de demissão, e nesses anos em cargo elevado, conseguiu economizar uma quantia razoável. Nada muito exagerado, mas o suficiente para investir em uma filial da loja de vestidos da minha mãe aqui em Lima.

_ Podemos trabalhar em conjunto. Nossa empresa de casamentos e a loja da sua mãe! – eu disse, tentando animá-lo – Tem noção de quantos vestidos nós precisamos por final de semana?

Ele riu e me abraçou. Eu me deixei levar e sentir seu perfume. Colônia masculina e algo cítrico, nunca soube identificar. O mesmo cheiro que eu senti naquela tarde, antes dele ir embora.

_ Eu sei o que teria acontecido. – eu disse, por fim. Ele me olhou curioso e eu suspirei – Se você não tivesse ido embora. Eu teria largado o Dave, nós teríamos ficado juntos. Você ia ver Anna nascer ao meu lado e ao invés de Dave, quem teria descoberto a morte de Jesse com Finn seria você. Nós teríamos lutado bravamente nos meses seguintes, para manter a relação, mas no fim, você teria cansado e resolvido seguir sua vida, tal como Dave.

_ Como você tem certeza disso Santana? – disse ele, segurando meu rosto – Eu nunca quis dizer adeus, porque algum dia iria querer? Eu acho maravilhoso o que você fez pela Anna, o quanto você e a Quinn sacrificaram por isso. E olha os frutos. Vocês têm uma empresa incrível, bem-sucedida. Criaram juntas, as três, uma menina que pelo que você disse, é maravilhosa.

Eu baixei o rosto e comecei a chorar, enquanto ele secava minhas lágrimas tão logo elas saiam.

_ E Sant, pode ser que não estivéssemos mais juntos. Mas pode ser que isso tivesse sido a provação necessária pra nosso amor. Assim como esses anos foram. – eu o olhei e ele continuou – Eu sei o que sinto Santana, sempre soube, desde aquele beijo roubado atrás da arquibancada no 1º ano.

Eu não sabia o que responder, então o abracei e chorei. Ele acariciou meus cabelos e os beijou, antes de me afastar.

_ Eu preciso voltar pra casa, e terminar o noivado. Preciso ajeitar as coisas com os meus pais, e preciso pensar, assim como você precisa Santana.

Ele se levantou e pegou as coisas no banco, antes de sair andando. Quando ele já estava a alguns metros, gritei:

_ Hei Evans. – ele me olhou e eu sorri – Eu te amo.

_ Eu sei Santana. Sempre soube. E creio que você também. – eu ri e ele voltou a andar – Quando você menos esperar, eu volto.

Assim espero Sr. Evans, assim espero...

Rachel P.O.V

Após passarmos em três farmácias diferentes, achamos uma com sal de frutas e demos para Ann. Logo, ela se sentia melhor e adormeceu em sua cadeirinha antes mesmo de chegar em casa. Finn a pegou, enquanto eu tirava a bolsa e os remédios do carro (porque é claro que eu tinha comprado vários que ela poderia precisar).

Subimos lado a lado e colocamos sua camisolinha, pois apesar do vento lá fora, seu quarto era quentinho. E pijamas de pezinho seriam banidos por algumas semanas. Ela abriu os olhos quando coloquei seu ursinho ao seu lado e eu me abaixei para beijá-la.

_ Boa noite meu bem.

_ Boa noite mamãe.

_ Boa noite pequena. – disse Finn, beijando-a também.

_ Boa noite papai. – disse ela, fechando os olhos novamente.

Apagamos a luz e fechamos a porta, descendo as escadas e indo até a cozinha. Ele abriu a geladeira e pegou duas cervejas, que eu aceitei de bom grado.

_ Desculpe. – disse ele e eu o olhei – Por a Bells me chamar de papai. Eu sei que você não gosta. Mas eu não consigo deixar de me sentir nesse papel.

_ Sem problemas Finn. – eu disse, bebericando a cerveja – É só que, é difícil pensar que ele não está aqui sabe? Para ser o pai dela. Para vibrar comigo em cada conquista dela.

_ Eu só não quero que você pense que eu quero tomar o lugar dele Rachel. – disse ele, sentando-se ao meu lado – Eu não sou o pai dela, e nunca poderia tentar tomar esse papel pra mim.

_ Tomar Finn? Esse papel sempre foi seu. – eu disse – Foi você que varou as noites comigo quando ela pegou catapora, você cuida dela todos os dias, você a segura em frente ao bolo nos aniversários. O papel de pai dela sempre foi seu, sempre foi nosso...

_ Rachel, eu... – disse ele se aproximando – Eu preciso confessar uma coisa.

_ Finn, por favor, não... – eu murmurei, fechando os olhos, enquanto ele aproximava seu rosto do meu.

_ Shiii... – pediu ele, próximo ao meu ouvido – Não pensa, por favor...

Minha boca e a dele estavam muito próximas, quando um facho de luz iluminou toda a cozinha. Santana, entrando na garagem. Eu abri os olhos e me deparei com a foto de Jesse com Ann e eu, no dia do batizado dela, que ficava emoldurada na parede do corredor da cozinha. Eu não podia fazer isso.

_ Desculpe Finn. – eu disse me afastando, as lágrimas brotando – É só que...

_ Não precisa falar nada. – disse ele, se levantando – Peça a Quinn para deixar a Bells em casa amanhã no almoço está bem?

E saiu porta afora, cruzando com Santana, que tinha um sorriso distante no rosto.

_ Rach, você não vai acreditar no que... – começou ela, mas parou com a minha expressão – Ai meu Deus, o que aconteceu?

Eu me levantei correndo e subi as escadas, deitando na cama e chorando. Ela entrou logo atrás e deitou atrás de mim, me abraçando e pousando a cabeça sobre o meu braço.

_ Cálmate estrellita. Todo estará bien. Yo estoy aquí... – murmurava ela, e estranhamente o espanhol me acalmou. Não sei quanto tempo se passou até ouvirmos um carro parar e a porta da sala se abrir. Só sei que antes que eu percebesse a porta do meu quarto foi aberta e momentos depois, Quinn encostava-se a cabeceira na minha frente, e eu deitava a cabeça em sua barriga.

A última vez que olhei o relógio era quase 3h45 da manhã e logo depois, cai na inconsciência. 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? E obrigado a todas as lindas que tem comentado. Vocês são demais ;@