A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

OOOOOLÁ :DDDD
Como estão, meus amores e amoras?
Bom, eu estou muitíssimo bem, obrigada.
Meu Deus, já estamos com 90 reviews, gente! Isso é demaaais!
Obrigado a todos que comentaram e que estão curtindo a fic. É maravilhoso ler tudo o que vocês deixam para mim.
Este capítulo está comprido, até. Tem umas quatro mil palavras, eu acho :S
Espero que vocês não se importem. Eu me empolguei um pouco com os reviews, e vocês sabem... eu sempre escrevo mais quando fico empolgada desse jeito, hahaha.
Bom, não vou ficar enrolando, porque vocês tem bastante coisa para ler a partir de agora :D
Então, tenham uma ótima leitura e nos vemos lá em baixo, como sempre.
AAAAAH, músicas estão nos colchetes, pois usei mais de uma neste aqui.
Ok, agora podem ler. A louca das notas iniciais deixa :)



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[Ed Sheeran - Don't]

– Como outras formas de vida na Biologia, a vida das plantas pode ser estudada em vários níveis, do molecular, genético e bioquímico, através de organelas, células, tecidos e a biodiversidade de plantas inteiras.

Era isso que a professora Sprout estava falando quando eu deitei a cabeça na mesa. Botânica era uma matéria muito entediante, pelo menos no meu ponto de vista. Ainda mais no caso de você só ter dormido umas três horas na noite anterior.

Não era um curso obrigatório, é claro, mas creio que a maioria dos alunos se inscrevia do mesmo jeito só para poder dormir no intervalo de uma aula e outra. Todos menos o Neville, que parecia o único de olhos abertos naquela sala.

– Ei – alguém tocou meu ombro.

Levantei a cabeça para ver quem era, para mandar essa pessoa para o inferno e me deixar dormir em paz, mas travei meus lábios antes que saísse qualquer palavrão. Luna estava sentada na mesa atrás da minha e me lançava um sorriso infantil.

– Que feio dormir durante a aula, moço – disse ela, balançando a cabeça de um lado para o outro, como que me repreendendo.

– Eu sei. – eu sorri de lado, piscando demoradamente os olhos. - Sou um delinquente.

Dizer que eu estava com sono era muito pouco. Parecia que vários grãos de areia estavam dentro dos meus olhos, arranhando-me toda a vez que eu deixava-os abertos.

– Quer que eu dê cobertura se a professora perguntar alguma coisa? – perguntou Luna, tocando os lábios com a borracha da ponta do lápis.

– E o que você vai dizer? – eu me limitei na base dos sussurros. – Que eu fui picado por uma nova espécie de mosquito do sono? Por que se disser isso, então ela vai achar que a turma toda foi picada também.

Luna riu.

– Bom, eu pensei em dizer que você estava com dor de cabeça ou algo assim. – disse ela, colando um post it rosa no seu caderno. - Mas se você quer apostar nos mosquitos, por mim tudo bem.

No pequeno papel rosa, ela escreveu mosquitos do sono. Virei-me para frente, sorrindo. Luna era mesmo muito gente fina. Ela sempre se vestia de um jeito estiloso, mas ao mesmo tempo bagunçado, como se fosse naturalmente daquele jeito desde sempre. Do tipo que não se importava com toda essa coisa fútil de moda, mas que fazia a sua própria tendência. Devia ser por isso que trabalhava no departamento de teatro da escola.

Virei-me para olhá-la de novo e notei que ela estava usando uma boina de um vermelho desbotado, o que contrastava com seus cabelos loiros rebeldes. Ela notou que eu estava a olhando, e levantou a cabeça para me olhar também.

– O que foi? – ela perguntou, franzindo as sobrancelhas levemente.

Tirei a boina da sua cabeça e a coloquei sobre a minha, o que a fez rir baixinho.

– Você está parecendo um pintor francês. – ela confessou. – Só falta um bigode.

Enfiei minha mão no seu estojo e puxei uma caneta preta. Ela me olhou confusa.

– Então faça um. – eu inclinei o rosto para ela, que continuou rindo.

Luna tirou a tampa da caneta e deslizou-a na parte entre meus lábios e meu nariz. Seus olhos estavam concentrados; sua mão, firme.

E, mais uma vez, eu notei que ela era diferente do que a maioria das garotas. Na proximidade em que nos encontrávamos, com nossos rostos a uns dez centímetros um do outro, muita gente pensaria que rolaria alguma coisa. Só que Luna não era igual a muita gente. Não mesmo.

Ela terminou o bigode e tampou a caneta, parecendo orgulhosa do seu trabalho.

– Como estou? – eu arqueei uma sobrancelha e fiz um biquinho com a boca. Isso, junto com o bigode e a boina vermelha devia ter ficado estupidamente gay.

– Perfeito – disse ela, cruzando os braços e se recostando em sua cadeira.

– Sr. Nott? – eu ouvi a voz de Sprout me chamar.

Luna estava sorrindo para mim. Toda a turma iria me ver de boina e bigode.

– Pois não? – eu me virei para frente, me espreguiçando. Dobrei os braços atrás da cabeça e fiz uma posição relaxada.

Todo mundo estava rindo. E acordando.

– Bigode maneiro. – zombou Draco, na mesa ao lado.

– Fui eu que fiz! – disse Luna, animada.

Continuei olhando para a professora. Ela não parecia brava ou coisa assim, até aparentava estar se divertindo. Por fim, ela disse:

– Essa boina fica muito bem em você, não tenha dúvidas, mas vou ter que pedir que você tire. Não são permitidos quaisquer tipos de chapéu na sala de aula.

Sorrindo, eu tirei a boina e entreguei-a para Luna. Sprout continuou a aula, desta vez com a maioria da turma acordada. Enquanto ela estava escrevendo algo no quadro, Draco ficou rindo das caretas que eu fazia com meu novo bigode.

– Quer que eu faça um para você? – perguntou Luna, já com a caneta na mão.

Draco começou negando, mas eu o fiz trocar de lugar comigo à força enquanto a professora não estava olhando. Ele virou a cabeça para Luna, que a segurou pertinho do mesmo modo que havia feito comigo antes. Quando Draco voltou a virar para frente, não consegui me aguentar. Luna não havia feito um bigode como o meu nele, mas sim um de gatinho, com direito a focinho e tudo na ponta do nariz.

– O que? – ele perguntou, confuso.

Ri quase que descontroladamente. Isso estava muito mais gay do que o meu. Todos se viraram de novo, notando Draco. Ele ficou vermelho.

– Ótimo – disse Sprout em meio a risadas da turma. – Um bigodudo e um gato. Alguém mais gostaria de se expressar?

– Eu! – Blaise levantou do lugar em que estava sentado.

Pelo jeito, ele mesmo havia desenhado algo na própria cara. Quando ele virou a cabeça para todo mundo, vi que ele desenhou um óculos redondo ao redor dos olhos.

– Parece o Potter – eu falei, e todo mundo riu mais.

Quando Harry, que aparentemente estava nessa aula e eu nem tinha notado, ameaçou levantar do lugar, alguém apareceu na porta.

– Com licença, Pomona – Madame Hooch, uma das professoras de Educação Física, disse a Sprout. – Preciso dar um recado.

– Entre, eu já estava encerrando a aula mesmo – disse ela. Sua voz parecia meio derrotada, vendo que não conseguiria ensinar mais nada com tantas interrupções. Com a mão, ela convidava Hooch para sair da porta e ir até o meio da sala.

– Muito bem, prestem atenção. – comunicou Hooch. – Zabini, solte já essa caneta hidrocor! – ela pigarreou, tentando manter a voz firme e concentrada, e então continuou. – Bom... todo o ano ocorre um campeonato interestadual entre as escolas mais importantes da nossa rede de colégios. Entre elas, Durmstrang, a qual nos venceu no basquete há duas semanas.

Olhei para Draco, interessado no assunto. Ele também pareceu estar interessado, mas não conseguia levá-lo a sério com um bigode de gatinho. Voltei a prestar atenção em Hooch.

– No fim de semana que vem, teremos os jogos de futebol. Competiremos contra Durmstrang novamente, só que dessa vez na cidade deles.

Ótimo. Uma viagem com o colégio. Toda a sala entrou em expectativas.

– Todos do sétimo ano têm o direito de ir, mesmo que não joguem diretamente nos jogos. Podem ir para torcer por sua escola, como sempre damos a oportunidade. Só terão de pedir permissão dos pais, é claro.

– E onde ficaríamos para dormir? – perguntou Luna, esticando a mão para o alto.

– Dormiremos em um hotel, nas proximidades de Durmstrang. Iremos para lá logo depois do jogo final. – esclareceu Madame Hooch.

– E como faremos com os times? – questionou Draco, confuso. – Não poderemos jogar em casas separadas. Não teríamos pessoas o suficiente.

– É por isso que eu vim avisar sobre o teste que haverá hoje, depois das aulas, no ginásio. – disse Hooch, com clareza. - Todos que se acharem qualificados para formar o time de Hogwarts devem ir até lá às 16h30min.

– Então misturaremos as casas? – perguntou o Potter, lá da frente da sala. – Tipo, Sonserina e Grifinória jogando juntos em um mesmo time?

– Exatamente. Todas as casas são permitidas.

Potter me lançou um sorriso provocante, do tipo que dizia: vai ser muito bom te derrubar de cara no chão e fingir que não foi de propósito, se você aparecer por lá.

Apenas ignorei-o. Eu precisava passar nesse teste. Voltei a olhar para Draco, que me lançou um olhar confiante.

– Vamos passar nisso – disse ele, dando um soquinho na mesa.

– Tenho certeza que vamos.

– Então, basicamente, é isso – terminou Madame Hooch com o aviso. – Qualquer informação a mais para os interessados nesta viagem, é só pegar os folhetos disponíveis secretaria. E aos que pretendem fazer o teste, não esqueçam: 16h30min!

– - -

[My First Kiss - 3OH!3 feat. Ke$ha]

– Muito bem, se vocês vieram até aqui, creio que deve ser em questão do teste, e não para ficaram com essas conversinhas fora de hora.

Madame Hooch sabia ser mais rígida do que uma rocha só na questão da voz. Ela estava olhando para Weasley e Potter, que riam de alguma coisa da qual eu nem tinha o interesse de saber.

– Saiu tudo? – perguntou Draco, com o nariz vermelho.

– Saiu – respondi, colocando a camisa de treino da Sonserina.

Passamos o maior trabalho para tirar aqueles bigodes do rosto. Aparentemente, Luna comprava canetas com as tintas mais resistentes à água possíveis. Ficamos desde a hora do almoço passando água na cara, mas a tinta só foi entregar os pontos agora, na hora do treino.

– Vamos começar com os testes para goleiros – avisou Hooch, com uma prancheta na mão.

Ron estava se aquecendo, falando com Potter ao mesmo tempo. Os dois dirigiram seus olhares para mim e Draco e, como se fosse combinado, Potter colocou o dedo entre a boca e o nariz, imitando o bigode que Luna fez em mim. Já Ron arranhou o ar com garras imaginárias, tentando imitar um gato. Depois, eles começaram a rir, feito dois idiotas.

Draco estava fervendo de raiva. Eu estava quase nesse ponto. Pensei em gritar tudo o que me vinha em mente para eles, daqui mesmo da arquibancada, mas provavelmente eu seria expulso antes mesmo de entrar para o time.

– Ei, vocês dois estão aí!

Pansy e Astória lideravam um grupinho de líderes de torcida, que nesse momento subiam a arquibancada até Draco e eu.

Pronto. A resposta perfeita.

Draco sorriu para elas, que se agruparam a nossa volta.

– E aí, meninas – ele as cumprimentou. – O que estão fazendo aqui?

Uma garota sentou na perna de Draco enquanto Astória sentava ao meu lado. Pansy ficou ás minhas costas, massageando meus ombros.

– Viemos dar uma força para nossos garotos – disse ela, com a voz amigável. – Além do mais, eu vi o que aqueles grifos estavam fazendo, e não achei que seria má ideia dar uma ajudinha para vocês. – ela acrescentou baixinho, juntando minha cabeça e de Draco para sussurrar nos nossos ouvidos.

Harry e Ron estavam de queixo caído, nos olhando feito dois bobos da corte. Draco sorriu para os dois, satisfeito. Eu não fiquei muito atrás, aproveitando a massagem de Pansy enquanto olhava para eles do jeito mais provocante possível.

Astória ficou me olhando, mordendo os lábios. Eu conhecia essa carinha.

– Potter, saia da quadra! – Hooch gritou com ele, que levou um susto por estar prestando atenção nas garotas a nossa volta. – A não ser que você tenha decidido virar goleiro!

A contragosto, ele deixou Ron sozinho e sentou na mesma arquibancada em que estávamos, só que um pouquinho mais longe.

– Então... – Astória tentava puxar papo comigo, colocando a mão na minha coxa. – Eu não parei de pensar em você depois daquela festa, sabia...?

Draco revirou os olhos. Astória era mesmo uma piranha.

– Tenho certeza que sim. – eu sorri, desviando sua mão para longe.

No entanto, ela ficou segurando nos meus dedos, o que eu não entendi, até o momento em que ela os levou até sua perna. Soltei-me dela e olhei para Pansy.

– Você vai à viagem no próximo final de semana? – perguntei a ela, tentando fugir daquela loira maluca.

– Mas é claro – Pansy respondeu, com entusiasmo. – Quem você acha que vai armar uma sequência especial para torcer por vocês?

Senti a mão de Astória arranhar meu pescoço. Mas que droga que ela estava fazendo?

– Eu também vou – disse ela, com uma voz enjoativa.

– Ah, que ótimo. – falei, incomodado.

Astória continuava a mexer no meu pescoço, o que já estava me irritando. Ela não sabia quando parar, não? Já Draco estava conversando com uma garota, a mesma que sentou no seu colo, mas ela não estava mais em cima dele. Creio que ele pediu para que ela sentasse só ao seu lado, o que me deixou orgulhoso. Provavelmente estava pensando em Hermione.

Pensei em Gina, na noite em que passamos, quando ela pediu para me abraçar. Com isso, me peguei sorrindo feito um desses caras bobões de filmes de comédia romântica.

Astória subiu seus dedos para o meu cabelo, o que já estava me tirando do sério. Quando senti que ela iria falar alguma coisa, eu levantei e puxei Pansy junto comigo.

– Tem alguma sequência que você possa dançar comigo?

Pansy sorriu, surpresa.

– Sério? – ela perguntou, metade feliz, metade desconfiada. – Aqui? Agora?

– Mas é claro.

– Eu não sabia que você dançava, Theo. – ela me pegou pela mão e nos afastamos até o último degrau da arquibancada, que era mais largo que os outros.

Draco estava rindo, olhando para Pansy e eu dançando. Astória estava começando a ficar vermelha de raiva. Ela, com toda certeza, não estava acostumada em não ser o centro das atenções.

– Isso – disse Pansy, quando eu a girei no ar como ela havia pedido. – Agora me jogue para trás e me segure ao mesmo tempo.

Fiz isso, eu pelo menos tentei, achando divertido.

– O que você acha de virar líder de torcida ao invés de entrar para o time, Nott? – perguntou o Potter, se achando o tal. – Combina bem mais com você.

Pansy olhou de um jeito quase selvagem para o Potter. Ele não sabia a resposta que estava por vir. Se tinha uma coisa que eu havia aprendido da pior forma possível era que zombar umacheerleader como Pansy não era a melhor forma de sair como maioral da história. Ela levava aquilo muito a sério, e eu não tirava a razão dela, vendo o esforço que era preciso só para levantá-la com uma mão só, sem parecer cansado ou com medo de errar qualquer passo. Senti suas mãos se apertarem em minha nuca, onde ela estava se segurando.

– Bom, pelo menos ele está aqui, com uma garota no colo, enquanto você está aí sentadinho, meu bem, assistindo seu ruivo pegar em um monte de bolas.

Draco riu tão alto que pareceu estar gritando. As líderes de torcida também riram, enquanto Potter corava violentamente.

– Babaca - completou ela, revirando os olhos.

Eu amava aquela garota!

– Você é incrível – eu girei Pansy mais uma vez e a coloquei no chão. Ela sorriu.

– Como se eu não soubesse disso – disse ela, convencida, feito a Sonserina que sempre foi.

Depois disso, o treino seguiu-se normal. Hooch mandou as garotas irem treinar lá fora, pois estavam desconcentrando os garotos do teste. Uma a uma, elas se despediram de mim e de Draco. Deviam ser umas dez garotas, creio eu, que estavam por ali. Todas nos deram dois beijos na bochecha antes de sair. Pansy foi a única que nos abraçou, por ser nossa amiga, e é claro, Astória teve de tentar alguma coisa antes de ir embora.

Quando foi me dar um beijo na bochecha, ela quase acertou minha boca de propósito. Desviei na última hora, e ela acabou beijando o cantinho dos meus lábios.

Vou te contar, viu? Essa garota ia ficar me perseguindo, agora?

– Certo, certo – disse Hooch, depois de assoprar o apito. – Acabamos com os testes dos goleiros. Os resultados serão divulgados amanhã, no mural do corredor principal, no horário do almoço. Comecemos, então, os treinos para as outras modalidades.

Olhei para Draco com um sorriso de entusiasmo. Havia chegado a hora.

– Desta vez – continuou Hooch -, formarei times aleatórios e vocês jogarão direto por dez minutos. Observarei cada um e, de acordo com o desempenho na quadra, escolherei os melhores para jogarem contra Durmstrang no próximo fim de semana. Agora, rápido, dividam-se em sete para cada lado. Vamos acabar logo com isso.

– - -

[Sexy and I Know It – LMFAO]

– Nott! Passa a bola! – ouvi a voz de Draco aos berros. – Na sua direita, viado!

Eu e ele já havíamos treinado essa jogada antes, por isso lembrei na hora do que eu tinha que fazer. Ao invés de continuar jogando a bola para frente, mandei ela para trás e continuei correndo.

– Boa, Nott! – Hooch gritou e, quando me virei para olhá-la, ela estava anotando algo na sua prancheta.

– Olha o Diggory lá na frente! – berrou o Potter, apontando para a área onde Ron estava defendendo o gol. – Deixe se ser lerdo, Dino, corre lá!

Draco mandou a bola para Cedrico, que a recebeu no peito, ajeitou-a no joelho e mandou forte para o gol. Ron defendeu por muito pouco.

– Porra, Diggory! – ralhou Blaise, na lateral direita. – Você está chutando a bola feito uma nuvem de marshmallow! Chute isso como um homem, caramba!

– Foi mal! – gritou Diggory, levantando a mão para se desculpar.

– Foi mesmo – Blaise gritou de volta, irritado.

Hooch riu.

– PEGA O POTTER! PEGA ELE!

Não sei quem gritou isso, mas corri na direção dele, como haviam mandado. Nosso goleiro era Córmaco McLaggen, e ele era bom e tudo mais, mas se tem uma coisa que aprendi é nunca deixar para confiar plenamente no potencial dos outros em um jogo.

– Aqui! – Potter gritou para Ron, já do outro lado da quadra.

Ron arremessou a bola para ele, mas os dois não estavam contando com a minha chegada surpresa pela frente do Potter. Bati de cabeça na bola, que voou para Blaise, no meio do campo.

– Merda – xingou o Potter, me dando um encontrão no ombro. Eu só ri.

– Temos um ladrão de primeira no meio do campo – Hooch disse ao megafone, completando com uma risadinha.

Era eu, o ladrão de primeira. Ótimo.

Saí correndo de novo para o ataque. Ajeitei a bola algumas vezes e passei de novo para Draco, depois para Terêncio Higgs e Rogério Davies.

– Fecha a área! Fecha a área! – Ron gritou.

Estamos chegando, ruivão.

– Estou preso aqui! ALGUÉM! – gritou Blaise.

Olhei para o lado e vi três caras cercando-o. Corri até lá, com Draco as minhas costas.

– Golpe baixo, Zabini. Bem baixo! – berrei para Blaise.

Dino Thomas, Zacarias Smith e Bradley fecharam o espaço inferior, enquanto Blaise sorria satisfeito. Ele levantou a bola e cabeceou para Draco, que ria também.

– Mas isto está fácil demais – disse Draco, correndo até a área. Mantive-me do seu lado, dando-lhe cobertura.

– EU JÁ DISSE PARA FECHAR A ÁREA, PORRA! – vociferou Ron, irado.

Draco correu um pouco mais, desviando de todo mundo e, quando ia chutar a gol, Potter surgiu a sua frente e o trancou.

– Acho que não está assim tão fácil, gato– disse ele, levantando por um segundo uma das sobrancelhas.

– Atrás! – gritei, furando entre todos na minha volta. Draco, dando as costas para Potter, mandou a bola para mim. Ajeitei-me para recebê-la e, com força, me joguei no ar, para dar um chute de bicicleta.

Hooch apitou.

– GOOOOOOOOOOOOL! – uivou Blaise, vindo até mim aos pulos.

– Esse é meu viado! – Draco também apareceu, me estendendo a mão para levantar do chão.

– Boa, Nott – Diggory me deu dois tapas nas costas, comemorando.

– Potter – clamou Hooch, com um megafone. – Seu time está com um gol a menos!

Harry assentiu com a cabeça, ofegante. Seus cabelos estavam suados, assim como os de todo mundo na quadra. Ele me lançou um olhar intensamente raivoso, e então o apito soou mais uma vez.

O que se seguiu foi uma intensa batalha de faltas e quase gols. Ron defendeu todas a partir de então, enquanto Córmaco deixou passar uma. Uma do Potter, é claro.

Com raiva do McLaggen, usei isso como vantagem. Comecei a correr mais rápido, com mais força e agilidade. O outro time nem ousava se colocar na minha frente.

– Davies! – gritei, levantando a mão.

Ele entendeu. Jogou a bola para Blaise, que chutou para o Diggory que cabeceou para mim. Bati tão forte com a cabeça na bola que até fiquei zonzo.

Ron defendeu, mas não segurou a bola. Muito pelo contrário, ele jogou-a de volta para o campo, onde Diggory estava esperando, pronto.

– Não seja um marshmallow! – gritou Blaise, bloqueando Zacarias Smith com uma cortina de braços.

Diggory chutou. Ron estava se levantando quando a bola furou a rede no cantinho esquerdo superior da trave.

– E o marshmallow marca! – Diggory comemorou, enquanto eu, Blaise, Draco e Terêncio Higgs nos jogávamos em cima dele, fazendo um montinho.

– Então temos um bigode, um gato e um marshmallow... – constatou Blaise. – O que fazemos com isso?

– Não tenho a menor ideia – eu disse, meio esmagado. – Mas isso deve significar boa coisa.

– Saiam de cima! – arfou Cedrico, nos fazendo rir. – O marshmallow precisa de ar!

Jogamos mais um pouco. Blaise fez um gol de costas, o que eu nunca vi na vida. Potter marcou mais dois. Draco roubou muitas bolas, o que fez Hooch anotar algo na sua prancheta. Dino levou uma bolada no meio das pernas.

– Seus putos! – urrou ele, gemendo. – Eu nunca mais vou poder ter filhos!

O jogo acabou empatado, quando Hooch deu o apito final.

– Muito bem, vamos parar por aqui. – disse ela, aproximando-se do meio do campo. – Acho que eu já vi o que eu precisava. Todos jogaram muito bem. Acho que temos um time bastante forte para enfrentar Durmstrang no próximo fim de semana.

Respirando fundo, tirei a camisa. Odiava ficar com aquilo grudando no corpo. Ainda estava um pouco zonzo, mas nada fora do normal.

– Assim como os resultados para goleiros, os resultados sairão amanhã, no horário do almoço. A maioria já está dentro, possam ter certeza, mas como só onze podem ser titulares, alguns ficarão no banco. Isso é inevitável.

Potter olhou para mim, como que me desafiando. O quê? Ele estava achando que eu ia ficar no banco? Ahã, conte com essa, garotão!

– Muito bem, estão dispensados. – Hooch bateu duas palminhas. - Chuveiro, todos vocês!

– - -

[Glad You Came – The Wanted]

No dia seguinte, quando o sinal soou, terminando a aula de Física, levantei da cadeira ansioso. Guardei tudo na mochila do jeito mais rápido que consegui e atravessei quase correndo até a saída da sala.

Gina estava me esperando na porta, segurando seu chaveiro de bola de futebol.

– E então? Nervoso? – ela perguntou, estendendo o chaveiro para mim. – Pegue. Para dar sorte.

Sorrindo, eu peguei sua mão ao invés do chaveiro. Ela apertou a mão na minha, me dando forças.

– Isso dá mais sorte do que qualquer coisa. – eu olhei para nossos dedos entrelaçados.

Seguimos andando até encontrarmos Hermione, Luna e Draco conversando no corredor, em frente aos armários.

Draco viu que eu estava de mãos dadas com Gina, mas não disse nada. Apenas sorriu, discreto.

– Vocês já viram os resultados? – perguntou Gina, ansiosa.

– Não, estávamos esperando para vermos todos juntos. – esclareceu Luna, fechando a porta do seu armário. – Vamos, então?

– Você entra, Nott – disse Draco, respirando fundo enquanto rumávamos pelo corredor. – Isso é certo.

– Como se você não fosse entrar também. – ironizou Hermione, dando um tapinha no braço dele.

– Eu não sei – Draco estava estalando os dedos das mãos, mais nervoso do que nunca. – Eu não fiz muitos gols, ontem.

– Mas você roubou várias bolas e fez passes precisos – eu o lembrei.

– Eu não sei se estou dentro. – Blaise se juntou a nós, andando ao lado de Draco. – Eu não dei cem por cento de mim.

– Parem com isso, gente – Luna revoltou-se. – Todo mundo vai entrar. E além do mais, essa viagem vai ser incrível.

Olhei para Gina, que sorria timidamente para mim. Acho que isso era um sim, vai ser mesmo.

Viramos o corredor e vi Potter e Weasley sorrindo. Tudo bem, já era óbvio que isso iria acontecer. Weasley, mesmo que me doesse admitir, era um ótimo goleiro, enquanto Potter era rápido e ágil quando se tratava de fazer gols.

Eles vieram andando até nós, sorrindo feito maiorais. Lilá estava agarrada no pescoço de Ron, enquanto Cho Chang andava ao lado de Potter, com um sorriso metido no rosto.

Subitamente, a mão de Gina apertou a minha com mais força. Potter passou por nosso grupo, olhando para nossas mãos. Ele riu, mas notei que isso o incomodava.

Ron sorriu para Hermione, mesmo que Lilá estivesse pendurada nele. Hermione desviou o olhar, deixando o ruivo no vácuo. Draco pôs a mão no ombro dela, o que a faz sorrir minimamente.

– Estão prontos? – perguntou Luna, sorridente.

Blaise saiu correndo até a folha pregada no quadro de avisos. Draco, relutante, soltou o ombro de Hermione e correu também, feito um desesperado.

– Ande logo – Gina estava rindo para mim. – Corra até lá, também.

Sorrindo, eu soltei sua mão e andei até Blaise e Draco. Tudo parecia estar se passando em câmera lenta. O som das pessoas nos corredores ficou abafado, o que me fez focar na folha pendurada no quadro. Draco e Blaise estavam pulando, rindo. Quanto a mim, eu sentia que estava a apenas alguns passos do destino. Diggory passou na minha frente e olhou a folha antes de mim, e então saiu gritando, agarrado a umas lufanas.

Olhei para trás, onde Gina, Hermione e Luna estavam paradas, me olhando. Elas sorriram para mim e faziam gestos com as mãos, como se dissessem "vai, vai!", assentindo com as cabeças. Meu olhar focou em Gina, e ela me devolveu da mesma forma, mas bem mais caloroso do que qualquer outra coisa. Em sua mão, ela segurava forte a bola de futebol, como se fosse algo realmente precioso.

Olhei para a folha, que agora estava bem na frente dos meus olhos. Respirei fundo, e pensei comigo mesmo: aqui vamos nós:

Blaise Zabini ................................... Atacante

Bradley Beet ................................... Lateral Esquerdo

Cedrico Diggory ............................. Atacante

Córmaco McLaggen ...................... Goleiro Reserva

Dino Thomas ................................. Meio-de-Campo

Draco Malfoy ................................. Zagueiro

Harry Potter ................................... Capitão

Rogério Davies .............................. Zagueiro

Ron Weasley ................................. Goleiro

Terêncio Higgs .............................. Lateral Direito

Theodore Nott ................................ Atacante

Zacarias Smith ............................... Meio-de-Campo

– E então... – eu ouvi a voz de Hermione. – Vamos viajar?

Virei-me para os cinco. Gina, Luna e Hermione estavam nervosas. Draco e Blaise se encontravam atrás delas, em uma situação não muito melhor. Com certeza se esqueceram de ver se eu estava na lista, já que meu nome, pela ordem alfabética, ficava mais para o fim.

– Acho melhor eu ir para o meu quarto... – eu andei cabisbaixo até eles, que pareceram tristes de uma hora para outra.

Gina segurou minha mão, enquanto Luna e Hermione se fecharam a minha volta, deitando a cabeça em cada um dos meus ombros. Blaise e Draco estavam de queixo caído, incrédulos.

– Então... – eu ergui a cabeça, começando a sorrir. - Quem me ajuda a arrumar minha mala?

Os cinco pularam em cima de mim, me espremendo em um abraço coletivo. Todo mundo estava gritando e sorrindo, o que me fez sentir como se estivesse prestes a explodir de felicidade.

Então, eles pareceram ficar muito bravos. Blaise e Draco me deram cascudos na cabeça, enquanto as garotas me encheram de tapas.

– Nunca mais nos dê um susto desses! – disse Hermione, parecendo um pouco mais aliviada.

– Eu não prometo nada...

Outros tapas vieram, e eu me encolhi todo.

– Tudo bem, tudo bem! Eu não faço mais, não!


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Notas finais do capítulo

Ok, devo confessar que não gostei muito desse capítulo, mas não é sempre que as coisas ficam do jeito que a gente quer :/
E vocês? O que acharam?
Aconteceu bastante coisa neste aqui, temos muito sobre o que comentar. :D
O que vocês acham que vai rolar nessa viagem? Hmmmmm, me digam!
Estou respondendo aos reviews, agora. Tomei vergonha na cara de uma vez, hahaha. Já estava na hora!
Hmm, o que mais? AAAAAAH, SIM!
Queria dar as boas vindas à danyrock e à Misumy, nossas leitoras novas! YEEEEEEY :D
Quanto a parte do futebol, me desculpem se eu fiz algo errado. Eu não entendo nada sobre isso, então fiz o que pude para ficar bom, hahaha.
Bem, galera, eu vou ficando por aqui. Espero que vocês tenham gostado, mesmo que o capítulo não tenha ficado lá essas coisas :)
Muitos beijos e muitos abraços, Giu ♥