A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi meu queridos!
Última noite do ano e eu estou aqui, postando para vocês mais um capítulo em A Little Help.
Queria ter postado mais cedo, mas não deu. Me desculpem.
A questão é que eu não podia virar o ano sem atualizar pelo menos uma das minhas fics, então... aqui estou :DDDD
Este capítulo não tem tanto Nott e Gina, mas é importante também. E está um pouco engraçado, então espero que gostem.
Fiz este escutando This Love, do Maroon 5.
Já deu pra notar que eu amo Maroon 5, né? Eu sempre uso as músicas deles na maioria dos capítulos, hahaha.
Então por enquanto é isso.
Boa leitura e nos vemos lá em baixo, pela última vez no ano :)



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Entrei no prédio 6 respirando fundo.

Passar a tarde com Hermione foi ótimo. Comemos pizza, demos uma volta de carro pela cidade, passeamos pelo parque, tomamos sorvete e conversamos um pouco. Isso até ela ver uma livraria que havia acabado de inaugurar e sair me puxando lá para dentro.

Observar todas aquelas estantes abarrotadas e livros me lembrou da que havia no quarto de Gina. Todos aqueles romances contemporâneos não pareciam combinar com ela, que se mostrava toda durona, mas talvez isso fizesse um pouco de sentido. De repente, ela guardava-se para ser mais doce ao virar aquelas páginas.

Gina já foi doce comigo.

Quando? Bom, hoje mesmo, quando acordei na cama dela. O jeito que ela riu quando lhe fiz cócegas, o modo como passou os dedos pela minha bochecha para não me machucar ao tocar no roxão que Ron deixou, a maneira como dormia, com a perna enroscada na minha.

Tudo bem, vamos combinar que ela é bastante agressiva na maior parte do tempo, e é exatamente isso que eu mais gosto. O jeito como quase nos matamos no meio de uma conversa casual, o contato que mantemos quando ela resolve me dar uns tapas, o modo como eu tenho de segurá-la para que ela não alcance seus objetivos da surra, e enfim... eu gosto de estar perto dela, e isso tem de significar alguma coisa.

“Ei, eu não sabia que você gostava de romances” – disse Hermione, a me ver parado em frente à estante intitulada CONTEMPORÂNEOS.

Eu fui logo procurando uma capa que parecesse mais durona por ali, e achei um com o título bastante másculo.

“Romances? Pff!” – eu caçoei, mostrando um livro chamado Sangue Quente – “Romances são para garotinhas”.

“Ótimo. Pois fique sabendo que este livro” – ela pegou o Sangue Quente da minha mão – “conta a história de um zumbi que se apaixona por uma garota, logo depois de devorar o namorado dela”.

Fiquei meio calado, tentando pensar em algo para dizer e, alguns segundos depois, acabei respondendo:

“Zumbis são da hora”

“Romances também” – retrucou Hermione, juntando Sangue Quente na pilha de livros que estava separando para comprar. – “Até parece que você não é um cara romântico, Nott.”.

“Eu? Romântico? Está bem, você só pode estar louca”.

“Você não me engana” – disse Hermione, passando os olhos pelos livros de romance na prateleira a nossa frente. – “Não quando se trata dela”.

Ela me olhou e eu já sabia de quem estava falando. Gina.

Abri a boca para discutir, mas ela me fez segurar a pilha de livros e saiu me puxando, dizendo:

“Vamos, Sr. ‘zumbis são da hora’, me ajude a levar estes aqui para o caixa”.

Maneei a cabeça, para me concentrar no agora. A recepção do prédio 6 estava quase vazia, a não ser por alguns caras da Sonserina que voltavam de suas casas para o colégio em um domingo à tardinha, trazendo algumas mochilas e afins para retornar a rotina escolar no dia seguinte.

Subi as escadas, atravessei o saguão e entrei no meu quarto. Blaise e Draco já estavam lá, cada um fazendo uma coisa diferente.

Blaise estava tirando algumas camisetas de uma mochila e guardava-as no seu armário, enquanto Draco mexia no seu celular, deitado na cama.

– E aí viados – fechei a porta com um pontapé me atirei na minha cama. – Sentiram minha falta?

– Quase tive um troço de tanta saudade – brincou Blaise, afinando a voz.

Draco não respondeu nada, só continuou concentrado no seu celular. Olhei para Blaise com um ar de dúvida e ele apenas deu de ombros.

– Ele está desse jeito desde que eu cheguei, há uns quarenta minutos – Blaise dobrou outra camiseta e guardou-a no armário. – Acho que está mandando um torpedo para Astória ou algo assim. Ele me empurrou pra longe quando eu fui tentar descobrir o que tinha naquela porcaria de IPhone. – acrescentou, em um tom mais baixo.

Assenti com a cabeça enquanto tirava meu celular do bolso traseiro da calça.

-

A Granger beija muito bem.

-

O celular de Draco apitou enquanto eu guardava o meu de volta no bolso. Blaise me olhou como se perguntasse o que eu tinha escrito na mensagem, mas fiquei quieto. Draco baixou o celular e me olhou com os olhos semicerrados, uma ruga apareceu entre suas sobrancelhas. Ele pegou o IPhone de volta, digitou algo rapidamente e meu celular vibrou na minha bunda. Que coisa mais estranha.

-

Eu sei.

-

Ele sabe. Oh, como ele sabe. Como é que Draco beija a garota que gosta na noite anterior e estraga tudo logo depois? E como assim, essa estória de passar torpedos para Astória? Eles deviam ser para Hermione, com um Caps Lock ligado dizendo: EU SOU UM COMPLETO IDIOTA. ME DESCULPE! Com raiva, eu digitei de volta:

-

Então por que estragou tudo? De novo.

-

– Você sabe porquê! – Draco levantou gritando, ficando no meio do quarto. Blaise arregalou os olhos.

Levantei também, com o estômago revirando. Fui para frente de Draco lentamente, um passo mais demorado do que o outro.

– Sei? – perguntei calmo, totalmente diferente do tom desesperado que ele havia usado há segundos atrás. – Sei mesmo?

– Do que vocês estão falando? – Blaise fechou o guarda-roupa e nos olhou confuso.

– Não se meta, Blaise – disse o Draco, forçando e relaxando o maxilar.

– Me meto sim. Esse quarto também é meu, e eu não vou deixar vocês dois travarem uma batalha em códigos na frente da minha cama! Porra, caras. Qual é a de vocês?

Olhei para Blaise com vontade de rir. Eu não estava planejando sair na pancadaria com Draco no meio do quarto, mas se era isso que estava parecendo, era melhor eu tentar acalmar o clima tenso que se formou bem ali.

Sentei na ponta da minha cama e Draco, vendo o que eu fiz, voltou para a sua. Blaise bufou, pegando um casaco em um cabideiro.

– Vou dar uma volta. – disse ele - Tentem não se matar enquanto eu estiver fora, pelo amor de Deus. Quando eu chegar, vou estar tão cansado que ficarei com preguiça de chamar a faxineira para limpar os restos de vocês dois.

– Aonde você vai? – perguntei.

Tenho que parar de ser curioso. Isso ainda vai acabar comigo um dia.

– Dizer que vou chegar cansado não foi uma pista suficiente boa para você, Nottinho? – ele piscou com um dos olhos, se dirigindo até a porta.

– O quê? – eu abri minha boca em um drama exagerado. – Você vai me trair e ainda por cima me avisa antes? Mas você é minha puta! Pensei que tinha dito que sentiu minha falta.

– E senti – ele entrou no teatro. – Senti sua falta e de uma lufana que, neste momento – Blaise olhou as horas em um relógio no seu pulso. -, está me esperando debaixo das arquibancadas.

– Você é mesmo um vadio, Blaise – disse Draco, jogando uma almofada nele.

Eu? – Blaise parecia incrédulo – Mas que hipócrita! Não fui eu que peguei duas ontem!

Olhei para Draco, franzindo as sobrancelhas. Mas que estória era essa?

– Fui – Blaise saiu e bateu a porta.

Notei que Draco forçava seus olhos para não baterem contra os meus. Levantei-me de novo e parei na frente de sua cama.

– Pegou duas? Que merda é essa, Draco?

Ele, com relutância, largou o IPhone no criado mudo e me olhou. Seus olhos eram frios feito dois cubos de gelo.

– Isso. Duas. – disse ele, adotando uma postura indiferente. - Algum problema?

– Não finja que não se importa com ela! – retruquei, chateado. – Puxa, Draco. Por quê?

– Você sabe porquê! – ele levantou, e então começou a andar para cá e para lá no quarto. – Eu não posso, Nott!

– Você quer parar com essa merda de pensar no que os outros vão achar e começar a agir como um homem? Você magoou a Granger! E muito.

– E como você sabe? – ele perguntou raivoso, parando a minha frente.

– Por que saí com ela esta tarde. Fomos almoçar juntos e conversamos.

Draco arregalou os olhos, surpreso.

– Ela falou alguma coisa sobre mim?

– Bem, não. Não exatamente. – Draco murchou no momento em que disse isso. Voltou a andar feito um completo tapado pelo quarto, sem motivo aparente. – Só sei que chegamos ao assunto de ontem à noite e eu mencionei o beijo e vocês, e ela ficou triste de repente, por se lembrar do que aconteceu.

– Ela ficou... triste? – perguntou ele, parecendo uma criança de cinco anos.

– Sim. – concordei com a cabeça. – E a minha pergunta é: Por quê? O que você fez?

– São duas perguntas.

– Ah, vá para o inferno, Draco! Não mude de assunto!

Ele parou de andar e encostou-se à parede, depois foi deslizando até cair sentado no chão. Passou a mão pelos cabelos e enterrou a cabeça para baixo.

– Depois que nós dois ficamos – começou ele, olhando para o chão – Eu fiquei tão nervoso. Sei lá, eu beijei a Granger, cara! Que loucura!

– E o que mais? – eu me sentei a sua frente.

Ele ficou olhando para mim e para o chão, repetidamente.

– Isso é muito estranho, Nott. Eu e você aqui no chão, conversando sobre sentimentos e beijos. – Ele fez uma careta e ameaçou se levantar, mas eu o puxei para baixo de novo.

– E daí? Nós somos homens, e não pedras. Agora sente aí e me conte o que aconteceu, droga.

Ele respirou fundo e, depois de soltar o ar o máximo que podia, começou a contar.

– Depois que eu beijei a Granger, ela ficou me olhando. E ela não parava de fazer isso. Só ficava me olhando, e não era para minha boca, nem pra minha gravata ou qualquer coisa assim. Ela me olhava nos olhos. Ninguém nunca fez isso antes depois de me beijar. Não por tanto tempo quanto ela.

Tudo bem, ela olhou no fundo dos olhos dele. E o que mais? Fiz um sinal para que ele continuasse, e foi isso que ele fez.

– E então ela perguntou porquê eu havia feito aquilo. – Draco começou a mexer as mãos, estalando os dedos e esfregando as palmas uma na outra. – E eu disse que havia bebido demais, e que havia apostado com uns caras que conseguia ficar com ela.

– E você a apostou?! – perguntei, descrente.

– Claro que não! Eu inventei tudo na hora.

– Tudo bem. Ah, só uma perguntinha importante – levantei o dedo indicador por um momento. – POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?

– Porque eu precisava afastar ela de mim! Se não eu teria a beijado durante a noite toda, e não desgrudaria dela para nada!

– E qual é o mal nisso, criatura?!

– Eu não quero ser uma versão plagiada dos meus pais.

Certo, agora que eu não entendi nada! Como assim, versão plagiada dos pais? Que doideira é essa?

– Me explica isso. O que você quis dizer?

Draco suspirou de um jeito profundo, fechando até os olhos.

– Minha mãe é apaixonada pelo meu pai, mas ele não gosta dela. – ele confessou, e finalmente olhou para mim, nesse tempo todo de conversa. – Eles só se casaram porque as famílias eram amigas e tudo mais. No tempo deles era assim. Foi tudo arranjado.

– E o que isso tem a ver com você e Hermione? – eu tentei entender, mas não tive muito sucesso.

– Eu gosto dela, e ela não gosta de mim. Seríamos iguais aos meus pais. E eles não são felizes. – ele gesticulou com as mãos de um jeito engraçado. – Está dando para entender?

Comecei a rir tão alto que até me engasguei. Quanta bobagem, caramba!

– Você nunca demonstrou nada, gênio! Como que ela iria gostar de você se você só implica com ela desde a primeira série?

– Ela me odeia, e eu também pensava que odiava ela, até que notei que ficava irritado quando a via correndo atrás do Santo Potter e do Cenoura Ambulante.

– E você não parou para pensar, em nenhum momento, que você precisa conquista-la?

– Nott, você não vê a loucura que seria isso? Eu e a Granger? As pessoas...

– Fodam-se as pessoas, Draco! Ninguém tem nada a ver com isso. Só você e ela. Entenda isso, por favor.

– Mas vão começar a falar sobre nós e...

– E o quê? – minha voz saía quase suplicante. – Você sabe como esse povo adora uma fofoca, mas a cada dia surge uma nova. Não vão falar de vocês para sempre.

– Essa gente é maldosa, cara – disse ele, fechando a mão em punho. – Eu não quero pôr Hermione em nada desse tipo. Não quero deixa-la desconfortável.

– Tudo bem, entendi. – acabei dizendo, mesmo não concordando em nada do que ele disse. - Mas que estória é essa de você ter ficado com duas?

– Ah, teve isso – ele passou a mão pela nuca enquanto espremia os olhos até parecer um coreano. – Tipo, depois de ter dito que ela era uma aposta, eu saí andando e puxei a primeira garota que apareceu na minha frente. Nem vi quem era, só sei que agarrei a garota e, a Granger, que havia me seguido para me mandar para o inferno, viu tudo.

Soltei um muxoxo, cansado de ouvir todas essas babaquices.

– Draco, você é mesmo o maior imbecil que eu já conheci.

Ele ia falar alguma coisa, mas seu celular apitou. Ele levantou e foi até o criado mudo para buscar. Levantei também, porque ninguém em sã consciência ficaria virado de frente para a parede sem ter um motivo bom o suficiente.

– É a Astória – disse ele, já digitando alguma coisa de volta. – Estou pedindo desculpas por tê-la levado e depois sair beijando outras e...

– Eu fiquei com ela. – acabei dizendo sem pensar. Draco virou-se para mim com uma cara de surpresa misturada com “não acredito nisso”.

– Você o quê?...

– Tudo bem, eu sei que ela foi com você, mas me dê um desconto! Você saiu da roda da carta agarrando a Hermione e deixou Astória lá, que por sinal era sua acompanhante na festa. Ela olhou pra mim, apertou minha bunda e saiu me puxando pela gravata até a parte dos banheiros.

– Então quem deixou isso no seu pescoço foi...

– Sim, foi ela.

– Mas que vagabunda! – ele apagou o que estava digitando e jogou o celular sobre a cama.

– E então... você vai falar a verdade para a Hermione? – perguntei, encarando-o.

– Não. Nott, pare com isso. Só vai gerar problema.

– Ótimo, pois eu tenho uma coisa que vai te fazer pensar melhor.

– Do que você está falando? – disse ele, com a voz arrastada, não acreditando em mim.

Fui até o criado mudo ao lado da minha cama e tirei dali uma bolinha de papel.

– Conhece isso? – eu mostrei a ele.

Seus olhos se arregalaram e ele abriu a boca em um perfeito “o”.

– É, este é aquele desenho que você amassou. Lembra? “Queima de provas”?

– Mas eu deixei na arquibancada...

– Eu peguei enquanto você estava distraído, oras!

– Me devolva. Agora. – disse ele, se aproximando de mim.

Eu bocejei, esticando os braços e tudo.

– Acho que não.

Draco praticamente voou pra cima de mim, mas eu fui mais rápido. Abri a gaveta, guardei a bolinha de papel e tranquei-a com chave lá dentro.

– Me dê essa chave, Nott! – disse Draco, com a voz grossa de desespero.

– Se você quiser, vai ter de pegar.

Afastei as calças um pouquinho para frente e deixei a chave cair dentro da cueca. Sorri para Draco, como que dizendo: E aí, ainda vai querer pegar?

– Você não presta, Nott.

– Você também não, Draco. Então é o seguinte: ou você tenta ajeitar as coisas e se acerta com Hermione, ou...

– Ou o quê? – ele perguntou preocupado, temendo sua próxima opção.

E ele estava certo em temer.

– Ou eu mostro o desenho para ela e falo tudo o que você me contou.

Eu estava decidido sobre fazer com que esses dois dessem certo. Nada me faria mudar de ideia enquanto eu não os visse andando de mãos dadas pelo campus. Acho que foi por isso que entrei para a Sonserina naquele teste idiota de personalidade que sempre faziam antes de você entrar para a escola. Você sabe, isso de insistir até conseguir o que quer.

E eu conseguiria, nem que fosse a última coisa que eu fizesse.

A porta do quarto abriu e Blaise entrou, batendo o pé.

– A lufana me deu um bolo – disse ele, antes de se jogar na cama e enfiar um travesseiro na cara.

– Isso é para você aprender a não deixar seus viados por lufanas gostosas – disse Draco.

Eu ri, acompanhando Draco. Blaise bufou, irritado.

– Vocês dois são mesmo um pé no saco!



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Notas finais do capítulo

Coitado do Blaise, hahahaha.
Então, não teve nada de muito amor nesse capítulo, mas pelo menos vocês descobriram o que rolou com o Draco e com a Hermione na festa da Pansy.
Draco, seu pateta completo! Como é que faz uma coisa dessa com a Hermione? mimimi*
Enfim, me digam o que acharam. Vocês sabem, porque se não só vão deixar um review no ano que vem!
Nosssssssssss... Que piadinha mais sem graça :P
Tá pior do que aquela sua tia, perguntando se o pavê é pra ver ou para comer, hahaha.
Um ótimo 2013 para vocês, meus amores. Que tudo o que vocês almejam seja alcançado, que tudo de melhor aconteça nas suas vidas e que continuemos com A Lttle Help, firmes e fortes!
Eu fico por aqui, certo?
Espero seus comentários lindões!
Com muito amor, Giu ♥