Piloto De Fuga escrita por Blue Butterfly


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Vamos l pessoal,estamos na reta final.
Boa leitura ^^



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         -Corrente do Dino?

         -Confere.

         -Cartão de visitas?

         -Confere.

         -Roupa mais do que certa?

         -Confere, se bem que essa calça está um pouco apertada.

         -Foco Bella. Lugar certo para ficar?

         -Na frente dele, do lado oposto da mesa.

         -Armas dos meninos?

         -Confere, eles já estão com elas.

         -Calma e tranqüilidade?

         -Confere, serei uma verdadeira dama.

         -Bem, acho que está tudo certo – Alice disse revendo cada detalhe da imensa lista.

         -Já repassamos isso centenas de vezes – eu falei – Vai dar certo.

         Olhei para Alice e Seth. Passamos a manhã toda nos preparando para aquilo, revendo cada item, checando que todos tinham chegado e estavam nos lugares certos, prontos para agir quando fosse a hora. Com a ajuda de Jacob, nós conseguimos a autorização para passar pela barreira e entrar na cidade sede do Partido. Tínhamos uma reunião marcada com o presidente dentro de algumas horas, o plano ia bem, tudo estava certo e, fora pequenos imprevistos, nada saiu do nosso controle.

         Na noite passada Seth conseguira colocar Alice dentro do Partido, ela instalara as filmadoras na sala do presidente e trouxera três peças de quebra-cabeça consigo. Eu não sabia de onde tinha surgido aquelas três peças, mas Alice me deu e pediu que ficasse com elas.

         -Vai dar certo – eu repeti sorrindo para eles.

         -É melhor dar mesmo – Alice mandou, os olhos se enchendo de lágrimas – Quero todos vocês de volta antes das oito. Menos o Emmet, esse pode ficar por aqui mesmo.

         Rimos. Alice jamais deixaria de ser… a Alice!

         -Bella – Seth chamou colocando a mão no meu ombro – Quando estiver lá dentro vai ser a hora da verdade. Será nossa única chance, você não pode falhar, estamos contando com você…

         -Cala boca Seth – Alice brigou empurrando ele de leve – A menina já estava nervosa o suficiente, não precisar ajudar a deixar tudo mais difícil. Agora me escute mocinha – e me encarou com seriedade – Erick está a salvo, ninguém vai machucar seu irmão enquanto Dino respirar, isso eu te garanto. Você é capaz de tudo Bella, você tem a vontade e a teimosia que poucos têm, você é educada, inteligente, perspicaz, corajosa, você faz coisas incríveis movida por essa determinação inabalável. Não está sozinha, nós estamos com você, sempre estaremos com você. Somos uma família, e família sempre fica junta.

         -Eu sei – disse emocionada.

         -Então aqui está o triângulo da invencibilidade – Alice brincou estendendo a mão na nossa frente – A senhorita das armas.

         -O Hacker – Seth emendou colocando sua mão sobre a dela.

         -Piloto de fuga – completei sorrindo e colocando minha mão sobre a mão de Seth.

         -Três amigos – Alice descreveu.

         -Uma família – Seth resumiu.

         -Invencíveis quando estão juntos – terminei sorrindo – Pra sempre juntos.

         Contamos até três e erguemos as mãos. Depois nos abraçamos com força, certos de que, se estivéssemos juntos, nada seria impossível para nós.

         -Isabella?

         Jacob entrou no quarto, procurando por mim.

         Eu me soltei de Seth e Alice e me virei para ele, sorrindo. Jacob vestia um terno preto, combinando com uma calça social preta e a blusa cinza de casimira. A gravata estava mal feita, ele nunca aprendera a dar o nó correto.

         -Jacob.

         Caminhei até ele, peguei sua gravata e a desfiz, refazendo o nó.

         -Nervoso? – perguntei ao observar uma gota de suor escorrer por sua testa.

         -Tremendo – ele confessou – Mas é o certo a fazer.

         -Eu não sei se já te disse, mas você é uma pessoa boa Jacob.

         -Acho que aprendi alguma coisa com você – ele brincou.

         Terminei sua gravata, ele sorriu com gratidão e beijou minha testa com ternura.

         -Bella?

         Virei meu corpo num giro, dando com Edward parado na porta, nos encarando com seriedade.

         -Edward – minha voz estremeceu.

         -Está na hora, vocês devem ir – ele comandou friamente.

         -Vamos estar por perto – Seth avisou, o computador já aberto enquanto ele digitava alguns comandos – Se algo der errado, saia de lá e corra para fora, estaremos te esperando.

         -Vai dar certo Seth – Alice afirmou com convicção – A Bella pode tudo!

         -É, ela pode – Jacob concordou sorrindo para mim e eu não tive como não sorrir de volta.

         -Estou perdoada? – perguntei com delicadeza.

         -Estou pensando nisso, talvez depois que você me pedir perdão mais umas trocentas mil vezes por ter me deixado plantado – ele falou, mas percebi que ele estava brincando.

         O bom de Jacob era isso, ele não guardava rancor. Explodia na hora, criava um maremoto com uma gota de água, mas, depois que sua fúria passava, ele voltava a calma e bondade de sempre.

         -Então, vamos nessa – disse forçando um entusiasmo que eu não sentia.

         Alice me mandou um beijo pelo ar, Seth ergueu a cabeça e sorriu, voltando logo para o computador e digitando furiosamente no teclado. Eu e Jacob nos aproximamos de Edward.

         -Eu espero lá fora – Jacob disse passando com uma cara de nojo por Edward.

         Mas Edward não se importou, seus olhos estavam pregados em mim.

         -Vai dar certo – eu repeti pela enésima vez, sorrindo para ele.

         -Você está com medo – ele notou.

         -Estou, mas não é algo com que não possa lidar. Sei o que estou fazendo.

         -Sabe mesmo?

         -Edward, eu vou conseguir. Não vai se livrar tão fácil assim de mim. Até o inferno, lembra?

         -Nunca me esqueço disso, ainda mais quando você realmente foi capaz de ir até o inferno para me resgatar.

         -Você teria feito o mesmo.

         -Não tenha dúvida, mas eu não conseguiria. Não sou você.

         -Eu não sou invencível – garanti com um sorriso.

         -Não, você é frágil, pode ser ferida – e então ele tocou meu rosto, roçando de leve minha cicatriz – Mas você é a pessoa certa. Sei que vai dar certo, por que é você que vai estar lá, e não um de nós. Sei que você pode, você foi feita especialmente para isso.

         -Invadir lugares? – brinquei rindo de leve.

         -Não, salvar vidas!

         Olhei para ele, meus olhos arregalados. Edward baixou a cabeça e beijou a ponta do meu nariz, depois sorriu e se afastou. Eu caminhei até Jacob, me sentindo nas nuvens com o que Edward me dissera.

         -Vamos? – ele perguntou estendendo a mão para mim.

         -Vamos lá, hora de mudar a história.

         De mãos dadas, caminhamos até parar na beira da calçada, Jacob chamou o táxi que vinha lentamente na nossa direção. Dei uma última olhada para trás, Alice estava na porta, ao lado de Edward, os cabelos loiros de água oxigenada presos num rabo de cavalo enquanto ela sorria com preocupação. Sorri para os dois e entrei no banco de trás com todo o cuidado do mundo para não amassar minhas roupas.

         -Para onde senhor? – o taxista perguntou.

         -Para a sede do Partido – Jacob informou no banco da frente.

         Enquanto o motorista arrancava e nos levava para longe, eu fiquei olhando para trás, até que os perdi de vista. Voltei a cabeça para frente, fechei os olhos e orei baixinho ao Deus que Seth me ensinara que existia, pedindo que, se fosse de Sua vontade, aquele plano desse certo e tudo acabasse bem.

         -Bella, chegamos – Jacob anunciou.

         Ergui a cabeça, soltando um rápido “amém”. Na minha frente, um prédio grandioso, todo envidraçado e repleto de soldados se erigia, imponente, uma grande águia esculpida em vidro na frente do prédio.

         Estávamos na sede do Partido!

         Jacob saiu, abriu a porta para mim, me estendeu a mão e a segurou bem forte, tentando se acalmar. Sorri para ele, confiante, e marchamos para dentro do prédio.

         Havia muitos soldados, todos armados, e eu me lembrei do trecho da música que Edward sempre cantava para mim “Há soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos de armas nas mãos”; olhando suas faces humanas, o pequeno sorriso sempre que passavam por um amigo, o clima de tensão por causa dos últimos fatos que se dissipava em meio as conversas deles, eu não pude deixar de pensar que eles estavam perdidos no meio daquelas mentiras. Muitos ali não deviam fazer idéia do que estava realmente acontecendo, eram apenas soldados armados, talvez amados por uma garota, pela família, ou órfãos como Edward.

         Na porta imensa de vidro verde fomos barrados. Tivemos de apresentar nossos documentos, todos eles, e Jacob teve de mostrar sua carteira de Senador (no fim das contas ele acabou se tornando mesmo o Senador mais jovem do governo de Volturi), só depois de meia hora é que permitiram que nós entrássemos.

         E lá dentro foi pior, a cada dez passos que dávamos, mais uma série de documentos apresentados e perguntas feitas e detectores de metais. Minha sorte era que Seth fizera todo um arsenal de documentos falsos par a mim, Alice e ele. Eu tinha tudo, carteira de motorista, RG, CPF, comprovante de residência e o que se podia imaginar. E o melhor, todos autenticados e aceitos pelo sistema eletrônico.

         Já passava das três da tarde quando finalmente nos colocaram na sala de espera do lado de fora da mesa do presidente. Suspirei, aliviada, apertando a mão de Jacob com mais força. Seria impossível entrar lá sem ele.

         -Obrigada – agradeci apertando minha boca em sua orelha.

         -Espera tudo isso terminar, depois você me agradece – ele sugeriu.

         Concordei e tratei de regular minha respiração e as batidas erráticas do meu coração. Me sentia nervosa de mais, uma pilha de nervos. Tudo dependia de mim, anos e anos de esforços, de luta para conseguirem aliados dentro do Partido, dentro do exército, fora do país, e tudo dependia de mim. Estremeci, pensar naquilo não ajudava em nada, só aumentava minha crise de pânico. Fechei os olhos com força e tentei me lembrar dos melhores momentos da minha vida, esperando que as lembranças me acalmassem.

         Lembrei do dia em que eu e Alice resolvemos incrementar a receita do pão e acabamos fazendo uma sujeira danada. Lembrei de quando eu me sentava ao lado de Seth e o observava mexer no computador, rindo quando ele fazia uma carinha sorridente aparecer e me jogar um beijo, ficando toda vermelhinha e acanhada depois. Lembrei de passar pelo quarto de Charlote e vê-la acariciando a barriga e conversando com seu bebê. Lembrei do dia em que trouxe Esperança ao mundo, do seu choro estridente e das lágrimas que derramei por ela estar bem. Lembrei do alívio majestoso quando finalmente caiu a ficha que Erick estava comigo, protegido naquela casa em ruínas, dormindo como um anjo. Lembrei das longas conversas com Alice e Seth, enquanto ríamos das piadas ruins de Seth, das tiradas inteligentes de Alice.

         E quando percebi, estava bem mais calma. Não precisei lembrar de Edward, eu nunca o esquecia, e, na minha cabeça, ele sorria seu sorriso rasgado, feliz por eu estar controlada.

         -Por favor, podem entrar – a secretária nos avisou.

         Eu me levantei, puxando Jacob comigo. Ele estava muito nervoso, mas algo em minha expressão o deixou mais tranqüilo e nós seguimos para dentro, um soldado nos acompanhando.

         Entramos na sala e eu não pude deixar de sentir a imponência do presidente. Mesmo de costas, dois soldados ao seu redor, estava claro que ele não era qualquer um. Desde a roupa fina e cara, até o porte altivo e imperioso, estava claro que ele nascera para o poder.

         Na mesa que nos separava havia um imenso quebra-cabeça com o mapa do país, um brinquedo cheio de detalhes e peças minúsculas. Faltavam três peças para a imagem ser terminada e eu reconheci na hora as que faltavam. Um imenso alívio me inundou, Alice estivera naquela sala, conseguira chegar ao lugar certo e colocar todas as cameras necessárias. Até ali o plano fora perfeito.

         O soldado que nos acompanhava fechou a porta e se postou na frente dela. Esperamos pacientemente até que ele se voltasse para nós, em completo silêncio. Volturi demorou dois minutos, eu contei mentalmente o tempo, e quando se virou o fez com muita calma, como se cada movimento fosse precioso. De frente para nós, eu senti o espanto ao ver aquele homem. Ele era realmente incrível.

         Não era mais alto que Edward, mas era mais alto que eu ou Jacob, seus olhos eram azuis, mas de uma cor suave e bondosa, seus cabelos estavam cheios de fios prateados, sua pele era macia e rosada. Cativante! Um demônio cativante.

         -Senhor presidente – Jacob se adiantou estendendo a mão para ele.

         -Jacob Black, meu jovem Senador – o presidente cumprimentou sorrindo afetuosamente como um avô sorri para o neto querido – Como é bom vê-lo.

         Ele olhou para mim, esperando que eu me apresentasse.

         -Senhor – e estendi a mão para ele com um sorriso delicado.

         -Senhorita – e segurou minha mão fria entre suas mãos quentes – Sentem, por favor.

         Jacob sentou e eu o fiz também. Volturi caiu com delicadeza na sua grande poltrona e nos olhou com interesse.

         -A que devo a honra dessa visita? Mas, espere, antes de mais nada…


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Notas finais do capítulo

Comentem ^^



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