Piloto De Fuga escrita por Blue Butterfly


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Estava saindo do banho, meu chinelo deixava marcas de água no chão enquanto caminhava para o quarto. Havia muito barulho em casa naquele dia, os líderes dos outros grupos remanescentes vieram para ver Edward e sua recuperação, surpresos com a história contada e precisando ver por seus próprios olhos se realmente invadimos a prisão para libertar o rapaz.

         Apesar de estar ao lado deles agora, eu ainda me sentia desconfortável, não podia deixar a sensação de desconfiança sumir completamente. Alice estava a vontade, rindo e fazendo amizade com todos que surgiam, Seth parecia meio irritado, mas não tanto como fora com Dino.

         Eu sempre acabava trancada no quarto, ou na enfermaria com Carlisle, Edward mudara para seu próprio quarto, era mais fácil receber seus amigos assim, sua recuperação era lenta, mas profunda, para meu espanto sua carne estava se recuperando, se refazendo, as partes desintegradas se igualavam a pele, deixando-o mais magro, mas com a aparência humana e saudável, o rosto também ia se refazendo e, aos poucos, o sorriso rasgado voltou.

         -Bella?

         Me virei ao ouvir a voz rouca de homem. Seth vinha na minha direção, o semblante transtornado. Senti medo, sua expressão me lembrou a expressão de Carlisle quando foi me avisar que Edward fora preso.

         -Seth? – perguntei com medo.

         -Vem comigo, preciso te mostrar uma coisa.

         E seguiu até a porta do quarto que dividia. Fui atrás dele e entrei, não havia ninguém lá além de nós, o computador dele estava aberto sobre a cama, ligado, transmitindo uma luz azulada na parede encardida.

         -Seth, o que foi? – perguntei começando a ficar angustiada.

         -Eu estava invadindo alguns sistemas – ele começou freneticamente, sentando na cama e me indicando um lugar ao lado dele – Quando achei isso – e apontou para a tela.

         Olhei e o que eu vi me chocou. Era como um site do governo, mas um site diferente de todos. Um site feito para mim!

         Uma foto minha estava como plano de fundo, um texto falava sobre mim e havia dois links, um intitulado “fotos” e o outro “vídeos”. Seth clicou no segundo link.

         Uma tela preta surgiu, cobrindo todo o visor do computador. Meu sangue parou de correr, meu coração ficou mudo quando o símbolo do Partido surgiu no fundo preto, ia perguntar o que era aquilo quando uma seqüência de fotos apareceu na tela. Fotos da minha família!

         Eu vi a sucessão de imagens acontecer, era horrendo, mostrava meus pais, Embry, todos no início felizes e sorridentes, saudáveis, limpos. Vivos!

         Depois a seqüência mudava, as fotos começavam a ficar macabras, mostrava minha família machucada, torturada, sendo espancada, esquartejada. E no fim, aparecia a foto de seus caixões.

         Eu não me mexia, eu não respirava. Estava congelada, sem se quer conseguir piscar.

         Uma nova sucessão de fotos começou, dessa vez de Erick e seu sorriso candido, brincando comigo no jardim, no parque com outras crianças, dormindo no colo de Edward, beijando meu rosto…

         -Erick… – eu balbuciei tocando a tela.

         Eu os amava, profundamente, minha mãe, meu pai, Embry e Erick ocupavam todo meu coração, mas com Erick era diferente. Eu não sabia se era por que ele era o mais novo, ou porque ele era mais apegado a mim do que Embry, mas quando meus pais e meus irmãos morreram, foi o rosto cândido cheio de cachos que me atormentou todas as noites. Era sua ausência que ainda me tirava o chão e me deixava sem ar.

         Aquilo tudo era desumano, cruel. Somente um monstro poderia criar um site com aquelas fotos. O choro convulsional subiu pela minha garganta e eu comecei a tremer.

         Senti as paredes girarem e pensei que ia desmaiar, a dor me asfixiando, mas aquilo não tinha nem se quer começado.

         -Querida Isabella– uma voz metálica surgiu do computador me cumprimentando – Espero sinceramente que esteja apreciando o álbum que fiz exclusivamente para você. Não tem idéia de como foi difícil juntar tantas fotos da sua família, embora eu tive muita facilidade com as fotos dos seus pais e de seu irmão sendo torturados e mortos – e ele riu de maneira perversa – Mas não estou aqui para falar dos mortos, e sim dos vivos. Vê a foto desse garotinho? Vê como Erick parece frágil e doce? Eu sei que o ama, Isabella, e que o quer de volta, então por que não fazemos um acordo, minha querida. Eu não mato o seu irmão e você não me causa mais problemas.

         -O quê? – eu sussurrei.

         -Surpresa pela minha proposta? – ele continuou – Creio que sim, acontece que eu não sou mau como você pensa, Isabella, eu não matei toda a sua família, só a mamãe, o papai e o Embry, o Erick ainda está vivo, embora essa situação possa mudar. Ou não, tudo depende de você. Te dou cinco dias a partir de agora. Acho que já teve tempo suficiente para se recuperar depois de Concluán e agora pode fazer o que eu quero. Sim , eu sei que você invadiu Concluán, eu já esperava por isso, nunca duvidei do seu potencial, querida Isabella– seu tom era como o de um pai apontando a qualidade de seu filho pequeno – Mas, voltando ao que interessa, eu te dou cinco dias para sair de onde você está, seja lá onde é isso, e voltar para a casa dos Black como uma boa garota. Case Isabella, forme sua família, obedeça a vontade da mamãe e do papai e eu deixarei seu irmão viver. Claro que não vou te entregar o garoto, não sou tão estúpido assim, mas, se fizer o que eu quero, vou te mandar provas mensais para que você acredite que seu irmão ainda está no mundo dos vivos. E para provar que eu realmente gosto de você querida, a primeira prova já está aqui. Um doce abraço, querida Isabella, e aproveite o vídeo.

         As fotos pararam de aparecer e a tela ficou escura novamente. Antes que eu piscasse os olhos e saísse do meu topor, um vídeo em escala de cinza começou, a data estava em cima, junto com a hora, mas eu não prestei atenção nisso, meus olhos só viam o garotinho encolhido no chão da sala, tremendo de medo e de frio. Seus rosto estava desfigurado pelo pavor, ele juntava as mãozinhas tentando se aquecer e proteger a cabeça cheia de machucados, um grande hematoma cobrindo seu olho direito. Ele não chorava, sua dor já tinha passado do limite das lágrimas, a única coisa que ele fazia era tremer mais e mais. Uma única vez ele mexeu os lábios, proferindo algo que podia ser o meu nome.

         -Meu Deus, Erick – eu sussurrei com dor.

         Minha mão avançou para a tela, mas antes que eu a tocasse o vídeo terminou e uma única mensagem apareceu em branco: “Só depende de você”.

         -Desgraçados – xinguei baixinho – Bando de cães desgraçados, como eles ousam… como eles podem…

         Antes que eu me desse conta, minha mão, repousada no meu colo, estava encharcada pela torrente de lágrimas que caíam dos meus olhos.

         -Erick – eu sussurrei.

         Seth me abraçou e eu desabei, chorando como uma criança.

         -Por que… Como eles podem… Já não basta eu ter perdido tudo, por que ainda zombam disso tudo, como podem…

         -Bella – Seth me apertou mais forte – Não é só zombaria, é verdade. Erick está vivo.

         -Não – e baba molhou o ombro dele enquanto eu chorava – Eu estava lá, eu vi o enterro. Eu enterrei o meu irmão…

         -Tem certeza Bella, você viu ele dentro do caixão?

         -Para! – gritei empurrando-o para longe – Eu não quero falar disso. Erick está morto, minha família está morta!

         -Bella, você tem certeza?

         Caí no colchão duro, exausta de tanto chorar, meus nervos a flor da pele. Antes que eu pudesse reprimir, as lembranças me invadiram como um meteoro caindo sobre mim.

“-Isabella – a voz de Jacob surgiu, doce e triste, dividindo comigo aquele momento de angústia.

         Respirei com dificuldade e ergui a cabeça, amigos da minha família e os Black estavam lá, ao meu redor, me oferecendo palavras vazias. Ele se aproximou e ajoelhou ao meu lado, o rosto sombrio escondendo as más notícias, embora eu, por instinto, já soubesse o que ele me diria.

         -Não acharam meu irmão, não é? – eu sussurrei olhando para ele sem vê-lo realmente.

         Meu pesadelo começou no dia anterior. Erick foi seqüestrado, meus pais e Embry foram assassinados e agora eu esperava em casa qualquer notícia sobre meu irmão raptado.

         -Não Isabella, acharam – e ele se calou, engolindo o choro.

         -Acharam! – minha voz se elevou e me coloquei de pé, a esperança e a alegria borbulhando.

         -Isabella – ele ficou de pé e segurou meus ombros – Precisa ser forte, principalmente agora. Mataram o Erick, a polícia só achou o corpo. Eu acabei de reconheceu no IML.

         Caí na cadeira aveludada e afundei minha cabeça nas mãos.

         Nunca mais vi meus irmãos ou meus pais, o caixão dos quatro foi lacrado depois que Jacob os reconheceu no IML”.

-Não cheguei a ver os corpos no caixão – eu murmurei para Seth – Mas Jacob foi até o IML e os reconheceu no meu lugar. Viu meu irmão.

         -Eu sei que é confuso. Mas Bella, e se Jacob tiver mentido, se ele não viu Erick morto? Bella, e se ainda existe uma chance de ter alguém da sua família de volta? – ele perguntou.

         -Cala boca Seth, eu não quero criar falsas esperanças e ser desiludida – pedi.

         -Bella, você me disse que faria qualquer coisa por eles. Eu não teria te chamado se eu achasse que isso é só uma brincadeira de péssimo gosto – e sua voz ficou fria e decidida – Eu pesquisei, eu fui atrás, vi quais eram minhas fontes. Eu tenho certeza que aquele vídeo é real, que seu irmão ainda está vivo. Bella, eu não teria deixado você ver isso se eu não acreditasse que é real, não faria você sofrer a toa.

         -Para tudo – pedi confusa – Está tentando me dizer que Erick está vivo? Que Jacob mentiu para mim? Por quê? Isso não tem lógica!

         -Tem – Seth discordou sombriamente – Se você notou, no vídeo ele faz uma barganha com você.

         -Mas como ele sabia que eu veria o vídeo? Seth, eu não invado sistemas!

         -Mas você tem um e-mail – ele sussurrou enrubescendo.

         -Ahn? – a dor deixou meu pensamento lerdo.

         -Me desculpe, mas depois que eu vi o vídeo eu cheguei a mesma conclusão que você, não teria como você entrar nesse site, então fiz uma busca nos meios mais comuns de acesso que você teria. Alguém enviou esse vídeo para você por e-mail.

         -Quando? – perguntei dopada pela surpresa.

         -Sete dias, mas é o tipo de e-mail que, ao ser lido, o remetente recebe um alerta. Então, tecnicamente, começa a ser contado a partir de hoje.

         -Quanto tempo eu tenho? – eu não me lembrava corretamente de todas as informações, a lembrança de Erick ferido apagou tudo.

         -Cinco dias. Quer rever…

         Ele sugeriu apontando o mouse para o play do vídeo.

         -Não!

         Ele afastou a mão e baixou a cabeça, esperando que eu tomasse alguma decisão, mas eu estava tão confusa, sentindo tanta dor. Meu irmão estava vivo! Meu lindo e doce anjinho ainda respirava. Mas estavam o machucando, ferindo sua cabeça, seu rosto delicado. Eles podiam matar meu irmão!

         Meu ser se fragmentou naquele momento angustiante e vários pedaços de mim surgiram, ou talvez fosse apenas meus pensamentos confusos e embaralhados, uma sessão de discussão começando enquanto cada pedacinho discutia o que era prioridade para mim e o que eu devia fazer. A votação foi unânime, eu não tinha escolha, enquanto meu irmão estivesse nas mãos deles, eu não poderia fazer coisa alguma. Teria que obedecer.

         -Eu tenho que ir embora – disse me pondo de pé num salto.

         -Vai obedecer?

         -Eles estão com meu irmão Seth, estou de mãos atadas, não posso perder ele, não posso…

         -Não quer pensar melhor?

         -Eu não tenho o que pensar. É uma corrida contra o tempo. Mais uma, como se Concluán não fosse o bastante para mim…

         -Nós podíamos bolar um plano de resgate, eu posso pensar em alguma coisa – ele se ofereceu.

         -Não – eu disse com decisão.

         -Bella? – ele estava confuso.

         -Eu não posso jogar com a vida do meu irmão, não posso apostar a vida dele num plano. Deu certo até aqui, mas foi por pouco, nós quase morremos em Concluán, eu não posso permitir que haja um quase, não quando é meu irmão. Não vou arriscar a segurança de Erick, eu não posso, por favor, me entenda, ele é tudo o que ainda me resta, se ele ainda estiver vivo.

         -Ele vai estar Bella, tenha esperança, eu sei que ele está, acredito nisso com todas as pequenas e grandes partes do meu corpo.

         Levantei e sorri para ele, com carinho. Seth estava certo, eu precisava daquela esperança, precisava acreditar.

         -Obrigado Seth, e, por favor, não diga nada a ninguém, não conte o que você viu, nem mesmo para Alice. Por favor – eu supliquei.

         -Claro Bella, a escolha é sua. Mas, e quanto a invasão? Nossos planos?

         -Vocês têm o plano e ele é perfeito, temos a ajuda que precisamos, vão conseguir fazer isso sem mim. Você é um gênio Seth, vai fazer dar certo.

         -E o que vai fazer? Como vai para casa? Vai pedir ajuda a Edward?

         -Não, ele vai desconfiar, quanto menos gente souber, melhor. Vou falar com Carlisle, ele guardará meu segredo. Por favor, guarde também.

         -Pode confiar em mim, vai comigo pro túmulo – ele prometeu – E o que vai fazer quando voltar para a casa dos Black?

         -Descobrir a verdade, se Jacob mentiu ele está perdido. Eu vou acabar com ele – e fiquei sombria.

         -Coitado dele – Seth sorriu brincando com meus cabelos.

         -Seth, muito obrigada, eu jamais poderei agradecer por tudo o que você fez por mim nesses últimos meses, pelo plano de invasão, por ter achado esse site, por ter me contado. Muito obrigada Seth – agradeci com toda a ternura e sinceridade que consegui reunir.

         -Quando se trata de quem nós amamos, nós somos capazes de tudo – e ele riu, aquela fala sempre era minha – Boa sorte e não deixa de mandar recados.

         -Vai invadir meu e-mail? – perguntei sorrindo e me pondo de pé.

         -Todos os dias aguardando notícias suas.

         Eu o abracei com força, beijando sua testa, depois o soltei. Tentando manter um sorriso no rosto, eu deixei o quarto e fui procurar Carlisle.

         O encontrei ao lado de Edward, no quarto, tomando sua pulsação e checando sua temperatura. Nossos convidados não estavam ali, Carlisle estabelecera horários para Edward descansar sem ninguém por perto e, agora devia ser um desses horários.

         -Ele está bem? – perguntei parada na porta.

         -Só com um pouco de febre – Carlisle se virou sorrindo.

         Mas seu sorriso sumiu quando viu meu rosto.

         -Pode nos deixar sozinhos um pouco? – pedi – Preciso conversar com ele – me despedir dele, me corrigi mentalmente.

         -Está bem – ele concordou, confuso com minha expressão e com meu rosto molhado – Ele teve companhia o dia todo, está exausto, então não sei se ele vai conseguir conversar com você até o fim.

         -Tudo bem – quanto mais cansado, melhor seria para mim.

         Carlisle saiu e eu fui até a cadeira, arrastando-a para que ficasse ao lado da maca. Minha mão direita acariciou seus cabelos e sua testa, fazendo um delicado exame, assim como Carlisle fizera antes. Precisava ter certeza que ele estava se recuperando antes de ir embora.

         -Oi Bella – ele disse com a voz meio pastosa.

         -Oi.

         -Está tudo bem? – ele perguntou levantando a mão com esforço para tocar meu rosto molhado.

         -Está sim, só estou preocupada com você – e segurei sua mão no meu rosto, fechando os olhos.

         Não era mentira, eu estava realmente preocupada com ele.

         -Eu vou ficar bem – ele me tranqüilizou rindo – Conheço uma menina maluca, capaz de invadir a prisão de segurança máxima do governo, cuidando de mim. Ela sabe o que faz – ele garantiu tentando me fazer relaxar.

         -Essa menina deve gostar muito de você para invadir uma prisão como essa – eu disse sorrindo com mais naturalidade.

         -Eu acho que ela me ama – ele sugeriu com presunção – Mas é muito teimosa para admitir isso. Mas tudo bem, um dia ela ainda admiti.

         -Um momento de insanidade? – brinquei.

         -Não – ele negou fazendo carinho no meu rosto – Eu pensei em outra coisa: pôr-do-sol, um jardim enorme cheio de flores… Gosta?

         -Parece perfeito – era perfeito, mas eu não teria nada daquilo.

         -Só falta ela dizer sim.

         -É – concordei.

         -O que acha dos meus amigos?

         -Eles me provocam arrepios, mas não posso negar que eles gostam de você.

         -Fidelidade – ele explicou – Somos o que resta de verdade, temos que nos manter juntos pra sobreviver. Não podemos ir embora, não podemos nos afastar, unidos somos fortes, podemos resistir. Separados somos engolidos, presos ou voltamos a vida que tínhamos antes, ignorando tudo o que acontece, tudo o que sabemos. Desprezo pessoas que fazem isso, que voltam e fingem que nada está acontecendo – e sua testa se franziu em irritação.

         -Alguém já fez isso? – perguntei olhando para a parede a minha frente, tentando desviar minha culpa de seu exame.

         -Sim.

         -Eles te entregaram? – perguntei friamente, como se fosse uma máquina. Como se fosse uma dama.

         -Não, mas isso não significa que não nos traíram. Ou pior, que ele se traíram. Existe gente que faz o mal e se orgulha disso, aceita isso, admite que faz o mal, não se esconde, não finge, assume. Odeio essas pessoas, mas respeito sua sinceridade, sua coragem de ser verdadeiro. Quem finge que nada está acontecendo, quem conhece o nosso lado, convive conosco e depois nos vira as costas não merece respeito de ninguém, nem meu, nem seu.

         -Mas talvez eles não tenham escolha… – eu sugeri com angústia.

         Edward tinha que entender o que eu faria, não queria que ele me visse como uma traidora, não de novo!

         -Sempre há uma escolha Bella – ele me contrariou.

         -Mas e se uma vida estiver em risco? – senti meus olhos arderem enquanto eu segurava minhas lágrimas.

         -Muitas pessoas morrem Bella, morrem por causas boas e por causas ruins. Isso não é motivo para traição.

         Ele estava rígido e frio, mostra de que ele estava decidido a não mudar de opinião.

         -Só vim ver se você estava bem – me levantei – Quero que descanse e se recupe direitinho. E obedeça tudo o que o Carlisle disser. Pode me prometer isso?

         -O que você quiser – ele garantiu piscando mais leve.

         -Adeus – eu disse o mais informal que pude.

         Ele fez uma careta com minha despedida, não gostava da palavra adeus.

         -Tchau. Não demora para voltar – mandou.

         Eu mordi meu lábio inferior, depois me aproximei, incerta. Ele fechou os olhos, esperando que eu beijasse sua testa, minha boca foi para lá, mas parou antes de fazer contato com sua pele, descendo e tocando seus lábios fechados. Ele abriu os olhos surpreso, mas antes que ele reagisse, eu ergui a cabeça e disse com emoção.

         -Sim.

         Os olhos dele brilharam, esplendorosos, o amor brotando das profundezas e emergindo com força. Eu baguncei seus cabelos e saí do quarto, meu coração se destroçando em mil fragmentos. Do lado de fora, Carlisle me esperava.

         -Pode me fazer um favor? – perguntei segurando o choro.

         -Claro. O que quer?

         -Quero que me leve a um lugar.


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Notas finais do capítulo

Por que eu simplesmente não os deixo ser felizes para sempre?
Porque essa Bella é diferente, ela aprende através da dor e se torna cada vez mais forte. Antes ela era uma princesa na torre, porém tem que se tornar uma guerreira para poder vencer. Não há uma mordida de vampiro para transformá-la, mas há uma dor, uma dor cruciante, que vive a atormentando, até que finalmente transforme a menina que a tudo obedecia a um ser humano pronto para lutar pela vida.
Para finalizar,gostaria de informar que:
-Sim, no final tudo vai se ajeitar e ela ficar~´a com o Edward,porque esse é um romance dos dois.
-O rosto que tanto amamos voltará ao normal, na verdade o Edward tem uma capacidade surpreendente de recuperação e logo seu rosto volta ao normal.
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