Capitol Hunger Games escrita por Azula, AnaCarol


Capítulo 7
A neve está queimando.




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Eu estou correndo na neve, não consigo me mover direito, meus sapatos estão afundando. Avisto Hasse, tento ir até ele. Enquanto ando percebo que não só ele está lá, mas minha família e os outros tributos, eles todos estão lutando entre si. Hasse está parado, não está lutando com ninguém, é como se nós dois fossemos invisíveis, percebo um lobo incrivelmente branco se aproximando, seus olhos são vermelhos e ele tem cheiro de sangue. Ele está andando calmamente, ignoro e continuo indo até Hasse, ele está com uma expressão assustada, estou chegando perto dele e ele grita:

– Fuja Lynn!

– Por que fugiria? – pergunto e vejo o lobo andando atrás de mim, ainda calmo.

Ando mais rápido, quero chegar até Hasse, olho para trás, o lobo continua calmo. Um cheiro de rosas invade minhas narinas, tenho vontade de vomitar, pois se misturou ao cheiro de sangue.

Alcanço Hasse e ele me abraça forte, sua expressão ainda é a mesma, sinto o cheiro de pinheiro em suas roupas, sinto-me bem instantaneamente. Ele me solta e ficamos lado a lado olhando para o lobo, seu andar continua calmo, sangue começa a sair de sua boca e vejo seus dentes enormes. Sinto um calafrio percorrer meu corpo inteiro. Muito sangue sai de sua boca, como se estivesse tossindo, e então ele cai morto no chão. Tenho vontade de ajudá-lo, mas Hasse segura minha mão e me impede de ir. Um grande símbolo começa a queimar na neve (Isso era possível?), vejo um tordo segurando uma flecha, e um circulo em volta do lobo. O símbolo da rebelião queimando na neve.


O despertador toca, meu cabelo está todo bagunçado e estou com olheiras profundas, tomo um banho e vou até Hasse.

– Dormiu bem? – ele pergunta.

– Não sei, tive um sonho estranho essa noite. – eu disse e contei todo o sonho para ele, só não mencionei a parte em que nos abraçávamos. Não era necessário.

– Um sonho cheio de sinais, o símbolo da rebelião queimando na neve... – ele faz uma cara pensativa, claramente já tinha identificado todos os sinais. – Esqueça isso, não é importante, hoje fique longe das facas e dos machados. Você vai aprender a sobreviver. Mas, pensando melhor, seria ótimo se você intimidasse alguns tributos, você pode atirar algumas facas e treinar nos bonecos, mas foque mais na área de sobrevivência.

– Tudo bem.

– E observe todos os tributos, sei que é boa observadora, veja no que eles são bons, alguém pode ser um aliado, isso pode te dar mais chance de vida.

Ouço todos os seus conselhos, como alguns pãezinhos e vou para o centro de treinamento. Não tinha ninguém lá, apenas alguns instrutores. Eles permitem que eu treine, pois cheguei no horário certo, então como não há nenhum tributo por perto, começo a atirar facas.

Fico atirando as facas por um longo tempo e acerto o centro de todos os alvos, tento com uma lança e acerto bem perto do centro, ainda não me acostumei totalmente com elas.

– Uau. – ouço uma voz masculina atrás de mim. – Não sabia que era tão talentosa.

Olho para trás e me deparo com um garoto alto, de cabelos negros, pele incrivelmente clara e olhos castanhos.

– Meu nome é Dan, e você é Lynn. Lynn Snow. – ele afirma e pega uma lança.

Fico o observando e ele atira a lança bem no centro do alvo. Ele pega outra e atira no peito de um boneco, assim voando espuma de dentro dele.

O garoto era bom. Penso em como seria ótimo ter um aliado.

Os outros tributos chegam atrasados também e começam a treinar. Vou para a área de camuflagem e aprendo algumas técnicas com lama, de longe vejo Dan me observar. Começo a prestar atenção em cada tributo enquanto aprendo coisas novas, vi uma menina que sabia fazer nós enquanto aprendia sobre frutas venenosas. Vi um garoto que tinha um pouco de habilidade no arco e flecha, o resto não sabia fazer muitas coisas, mas estavam treinando e iriam tentar de tudo para vencer. Dan ficou nas lanças boa parte do treinamento, quando fui para a área das armadilhas ele me seguiu, estávamos fazendo alguns nós e ele começou a falar.

– Muitos aqui são fracos, a maioria vai morrer no banho de sangue da cornucópia. – ele disse e eu concordei.

– É, mas eles estão tentando aprender de tudo para sobreviver, o que é perigoso.

– Ninguém aqui sabe atirar facas como você e nem lanças como eu, por mais que estejam tentando aprender, não tem como aprender tanta coisa em quatro dias.

Ele tinha razão, fizemos mais alguns nós e decidi que era a hora das facas. Peguei meia dúzia de facas e comecei a atirar, acertei três no centro dos alvos e três aonde era para ser o coração de um boneco. Muitos tributos olharam para mim boquiabertos, tento ignorar e sou salva pelo gongo, é o horário do almoço.

Pego sushi e sento-me em uma mesa sozinha. Três minutos depois Dan aparece e se senta a minha frente.

– Aliados? – ele pergunta. Dan é direto. Penso um pouco, ele é forte, tem raciocínio lógico, sabe atirar lanças e ainda não me julgou por ter o sobrenome Snow.

– Sim. – eu digo e sorrio, ele retribui. – Por que chegou atrasado hoje?

– Tenho a impressão de que os mentores não estão com vontade de nos ver ganhar. – ele fala e penso em Hasse, e então sorrio. - Por que o sorriso? – ele pergunta.

– Nada, só lembrei de uma coisa. O seu mentor é de qual distrito?

– Distrito 1, foi carreirista. E o seu?

– Distrito 7, o nome dele é Hasse. – Respondo e sorrio novamente. Tenho que parar com isso. Vejo que Dan percebeu.

– Uhm... – Ele fala sorrindo e eu desconverso.

– Então, tentou intimidar os outros tributos hoje?

– Claro que não, só estava mostrando meu talento. – ele ri.

Dan era um garoto engraçado e habilidoso. Foi uma boa ideia me tornar aliada dele. Hasse ia adorar saber, agora tenho mais chances de ficar viva. Conversei com Dan mais um pouco e então voltei para o apartamento, Hasse estava me esperando no sofá.

– Como foi? – ele perguntou.

– Foi ótimo, aprendi algumas coisas sobre camuflagem e armadilhas, e acho que consegui intimidar alguns tributos. – digo e Hasse exibe um sorriso.

– Isso é bom. Sente-se aqui, vamos ver TV. – ele fala e me sento ao seu lado.

– Ah, eu fiz um aliado.

– Você o que? – ele me olha.

– Eu fiz um aliado, o nome dele é Dan, ele é bom com lanças. – Hasse me lança um olhar que não sei se é de desaprovação ou aprovação.

– Ótimo, ainda bem que ele é bom. Mas não arranje ninguém melhor do que você, porque se sobrar só vocês dois e ele for melhor... – ele não completa a frase, mas sei o que quer dizer... Eu morro.

A conversa morre aí, nós estamos sentados bem perto um do outro. Posso sentir o calor que seu corpo transmite e os pelos lisos de seu braço. Tenho vontade de deitar a cabeça em seu ombro novamente, mas me contenho.



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Notas finais do capítulo

Dois capítulos hoje, inspiração borbulhando!



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