Be Your Love escrita por Yusagi


Capítulo 3
Totó de Fases


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem resolveu sair das profundezas da mata do interiorrrrr! NASUIGBAUSIGBUAGBA OI GENTE! ♥
Podem me matar com seus facões, suas foices e serras elétricas, dessa vez eu realmente mereço... Eu fiquei o quê, uns dois meses ausentada (ui, falando chique! xD) do site? D:
Pois é minha gente, eu estava passando por um bloqueio F O D I D O, e na verdade por pouco BYL não acaba mofando! Bom, agora eu ACHO que o bloqueio foi embora, então vou voltar às minhas atualizações relâmpago, estejam preparadas! ♥
Antes que você ponha seus lindos olhinhos no conteúdo da fic, já peço desculpas porque faz MUITO tempo que não escrevo, perdi totalmente o rumo da fic e não sei nem dizer se esse cap está à altura dos anteriores, mas juro que vai voltar tudo ao normal! ♥
Pra não atrapalhar sua preciosa leitura, o resto eu falo depois~ Divirtam-se! ♥



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Raiva, rejeição e aceitação – eram essas as três principais fases de um problema, se devidamente resumido. Depois de destruir a casa de Shinra – a fase da raiva – Shizuo agora enfrentava a mais dramática: a rejeição.

Se Izaya tivesse que descrever Shizuo naquele momento, diria que ele parecia ter acabado de voltar de um velório. O loiro ficava pelos quatro cantos da casa murmurando coisas ininteligíveis, bagunçando seu cabelo e, no geral, agindo como uma pessoa muito deprimida.

Claro que o Orihara não deixaria as coisas assim; lhe doía ver o pequeno homem-cachorro em tamanha agonia... O problema era como ajudar. Certamente um pedaço de bolo e um abraço não teriam muito efeito. Às vezes parecia que Shizuo nem percebia que Izaya estava lá e, se percebia, não se importava muito com isso.

...Mas Izaya preferia não pensar assim.

Virou seus orbes de ônix até fitar a pequena figura do Heiwajima, que repousava num dos cantos da cozinha encarando a parede fixamente. Se o Orihara olhasse bem atentamente, poderia ver uma pequena nuvem que fazia chover apenas no loiro, um raio caindo de vez em quando... Se bem que isso provavelmente era coisa de sua cabeça.

Alguns momentos passaram-se enquanto Izaya pensava no que fazer para animar a pobre vítima de Shinra – um cigarro estava fora de questão; provavelmente um único palito de nicotina faria os pulmões de Shizuo virarem pó, quem sabe levando um dos rins junto; talvez os dois.

Mas ele sabia que precisava agir logo – suspeitava que, se demorasse tempo demais para ajudar o loiro, ele ficaria sequelado por uma vida toda, chorando até seu corpo secar e ficar parecendo uma vara de bater feijão.

Pensou em tudo que um ser humano poderia pensar para ajudar outra pessoa, tudo mesmo, e mais um pouco. Apertou as sobrancelhas – havia uma opção, séria e perigosa, mas que talvez fosse a única que realmente pudesse ajudar seu pobre Shizuo.

Determinado, andou até a pequena silhueta na cozinha e agachou-se, tocando de leve no ombro de Shizuo. – Shizu-chan... Precisamos conversar.

O que veio a seguir parecia uma cena de filme de terror. Shizuo virava sua cabeça lentamente; uma sombra escura sobre seu rosto fazendo sua feição normalmente séria tornar-se cadavérica.

Ele encarava Izaya com olhos sem brilho e boca reta, sem nenhum tipo de expressão. Se encararam por alguns segundos, as sobrancelhas de Izaya palpitando enquanto ele pensava em como prosseguir com a conversa, já que a visão grotesca à sua frente arrancava qualquer pensamento de sua cabeça.

- Bem... Eu entendo que você está mal e que precisa de ajuda, e eu sei exatamente o que fazer.

- ...

- ...

- ...

- ...Não vai perguntar o que é? – Naquele momento, as feições de Shizuo pareciam ter ficado ainda mais assustadoras – quase gritavam, “me deixe em paz ou eu esmago suas bolas”. Após alguns momentos, Izaya não havia recebido resposta, então continuou. – Shizu-chan, vamos fazer sexo.

Sim, ele poderia ter sido mais sutil. Poderia ter convidado o loiro para um jantar à luz de velas, uma volta descalços na praia, uma taça de vinho... Mas se Shizuo recusava sequer dizer-lhe uma palavra, o Orihara duvidava que ele aceitaria alguma das opções acima.

Não que ele pensasse que Shizuo aceitaria transar com ele.

E pelo visto, realmente não aceitaria... Sua expressão agora parecia dizer que ele esmagaria as bolas de Izaya com um quebra-nozes, bem, bem devagar.

- ...Ou a gente pode tomar um sorvete, se você quiser.

Houve um minuto de silêncio, até que Shizuo proferiu algo que Izaya não pôde entender. – Shizu-chan, pode repetir por favor?

- ...vete... Me traga sorvete. Agora. Sorvete... Sorvete...! – De repente Izaya estava sendo levantado pela gola de sua camisa – o que aliás era bastante cômico; o rosto de Shizuo perigosamente perto e seus olhos totalmente abertos com um brilho quase demoníaco.

- O- OK! OK, sorvete... Vou buscar sorvete. - , disse Izaya rapidamente. Shizuo soltou-lhe e voltou a encarar o canto da parede, murmurando o nome do doce gelado como se aquilo fosse um mantra.

Agora sim, Izaya temia pela saúde mental do loiro.

Enquanto andava pelas ruas em busca de uma loja de conveniência, Izaya se perguntava se era por isso que os homens tinham medo de mulheres na TPM – pelas descrições que ele havia recebido dessa aberração mensal, as fêmeas humanas ficavam tão – senão mais – assustadoras do que Shizuo estava naquela hora...

E queriam doces, muitos doces.

O Orihara se sentia uma babá cuidando de uma criança revoltada mentalmente instável e com tendências psicopatas.

Mas Shinra com certeza iria pagar por causar tanto estrago.

-

Então Shizuo havia caído no sono após comer um pote inteiro de um litro de sorvete e ter dores cerebrais por causa do gelo. Perfeito – agora Izaya podia respirar sem temer ser morto pela colher que o loiro usava para comer.

Não que ele considerasse uma colher um instrumento assassino mas, do jeito que Shizuo estava, qualquer coisa em sua mão era potencialmente mortal.

O Orihara suspirou – sua cozinha estava uma maldita bagunça. Ele nem acreditava que Shizuo havia jogado tudo para fora dos armários e da geladeira – Deus, até do forno – procurando pelo maldito sorvete enquanto ele estava fora.

Ele poderia arrumar tudo depois mas acabaria não arrumando nunca, então pôs-se a trabalhar – cada lata em seu devido lugar; as caixas em pé e demais produtos enfileirados. Quando finalmente terminou, estava exausto.

Quase arrastando-se, alcançou seu quarto, onde viu o pequeno loiro dormindo calmamente em sua cama. Sentou-se logo ao lado e observou Shizuo por um longo momento; suas pálpebras ficando pesadas.

Ele sabia que não deveria ficar bravo com Shizuo pelo que havia acontecido. Izaya conhecia muito bem o terror de ter que se adaptar a um corpo novo e todos os males que vinham com isso – dores de cabeça, enjôos... Definitivamente não era fácil.

Além disso, a carga emocional deixava tudo mais difícil – a forma como as pessoas passaram a enxergá-lo, e mesmo a forma como ele mesmo passara a se enxergar deixava as coisas mais complicadas; era algo realmente assustador e ele não fazia idéia de como amenizar essa situação.

A única coisa que ele podia fazer naquele momento era... O que era mesmo que ele estava fazendo? Estava tudo ficando tão escuro e pesado...

A última coisa de que se lembrava antes de cair no sono foi o cheiro cítrico do xampu de Shizuo.

-

Shizuo acordou com vontade de gritar. Sua cabeça doía tanto que parecia haver um camelo dançando sobre seu crânio e, sinceramente, sua vontade no momento era fatiar o dito cujo e fazer um churrasco.

Além da dor de cabeça, sua garganta ardia a ponto de queimar e ele não conseguia respirar muito bem. Seu corpo estava pesado e parecia estar pegando fogo, mas ao mesmo tempo ele tinha tanto frio que quase tremia.

Com os olhos fechados, esticou seu braço procurando algo para se esquentar quando sentiu algo que parecia ser pele. Assustado, abriu seus orbes castanhos e virou sua cabeça apenas o suficiente para enxergar, sob a luz do pôr-do-sol, uma figura bastante familiar.

Suas bochechas queimaram e ele enfiou seu rosto no travesseiro sobre sua cabeça, fechando seus olhos com força. Ignorando seus batimentos cardíacos que pareciam ter ficado mais rápidos, tentou erguer-se em seus cotovelos porém caiu novamente alguns segundos depois.

Perfeito – estava dolorido e fraco. Agora faltava um bônus só para completar, e ele preferia nem imaginar o que viria a seguir... Se bem que depois que uma leve brisa entrou pela janela entreaberta, ele já sabia o que havia de errado.

Tudo queimando, tudo doendo, tudo pelado, Izaya dormindo ao seu lado...

- EU FUI MOLESTADO!

O grito de Shizuo havia sido tão alto que Izaya assustou-se e caiu da cama, batendo sua cabeça no piso duro de madeira. – Aiaiaiaiaiai! - , murmurava enquanto tentava sentar-se; seu coração ainda acelerado graças ao susto.

Com uma mão em sua cabeça sobre a área que doía e sua outra mão apoiando seu peso, o moreno olhou para cima, para a fonte de toda aquela bagunça.

Se aquilo em sua cama olhando para ele furiosamente, bufando e estralando os dedos não era um búfalo possuído pelo demônio, ele não sabia o que era.

- IIIIIIIIIIIIZAAAAAAAAAAAAAAAAAYAAAAAAAAAAAAA-KUNNNNNN...

Ah, como Izaya sentia falta de ouvir o loiro chamando-o daquela maneira... Se ao menos ele não levasse uma surra toda vez após isso, o momento nostálgico teria sido simplesmente lindo.

Apesar do choque e de sua surra iminente, Izaya pôde perceber que havia algo diferente em Shizuo... Algo GRANDIOSAMENTE diferente.

- Shizu-chan, você... Não está sentindo nada de diferente?

- SIM! Estou sentindo vontade de te matar, serve?!

- Não foi isso que eu quis dizer... – Disse o moreno enquanto gesticulava com sua mão, apontando para Shizuo.

O loiro, ainda bufando, olhou para seu corpo e engasgou um pouco. – EU VOLTEI AO NORMAL! – Izaya podia apenas olhar insatisfeito enquanto Shizuo dançava pelado em sua cama – provavelmente o Heiwajima não havia percebido que não estava tudo “normal”.

- Shizu-chan... Shizu-chan. – Quando não recebeu resposta, Izaya fez bico e levantou-se, puxando Shizuo por sua cauda felpuda. Ao sentir o puxão no fim de sua espinha, o loiro virou-se raivoso para encarar o agressor mais novo.

- Mas o que diabos você pensa que tá fazendo?!

Izaya apontou novamente para as partes que não pareciam “naturais” no Heiwajima, sem saber o que dizer, apenas torcendo para que Shizuo percebesse que havia algo errado.

- Hã? Mas o que... – Levou sua mão até onde Izaya havia apontado – sua cabeça.

Se antes ele não estava com vontade de matar Shinra, agora ele estava.

Estava de volta ao seu tamanho normal, porém continuava com as orelhas e cauda de cachorro de quando estava pequeno. Mas, o pior de tudo... Ele estava GRIPADO.

Ah, sim... Pelado também.

Mas pelo menos sua honra estava intacta, já que por sinal suas roupas haviam rasgado enquanto ele voltava ao seu tamanho original e não por alguma ação pervertida de Izaya.

Pena que isso não tornou o espirro que ele deu em seguida menos irritante...

-

- Izaya...

- Hm?

- Por que é que eu tenho que tomar banho gelado, sendo que estou morrendo de frio, mesmo? Só pra ter certeza.

- Pela quarta vez, Shizu-chan... É porque você está com febre. Temos que diminuir a sua temperatura.

- Hmm, certo... E por que mesmo eu não posso tomar banho sozinho? Só pra ter certeza.

- Pela nona vez, Shizu-chan... É porque você não consegue nem levantar um braço.

- OK, entendi... E, só pra ter certeza... POR QUE RAIOS VOCÊ TÁ FUNGANDO NO MEU PESCOÇO?!

Izaya quase teve vontade de sorrir naquela hora, quase. Fingindo um rostinho triste enquanto ensaboava as costas de Shizuo, o moreno suspirou. – Desculpa, Shizu-chan... É que eu pensei que... Já que nos amamos e tudo mais você ia gostar, mas...

Para um final mais dramático, Izaya não terminou a frase. Quase que instantaneamente, Shizuo virou-se para ele totalmente vermelho e sem jeito. – N-Não, não é que eu não goste! É só que...

Coçou as costas de sua cabeça enquanto olhava para os lados, tentando evitar contato visual com o moreno; suas bochechas coradas duas vezes mais do que o normal. – Eu não estou acostumado com essas coisas...

Izaya finalmente abriu um pequeno sorriso. – Tudo bem, Shizu-chan... Temos bastante tempo pra você se acostumar.

Shizuo abriu sua boca para dizer algo, mas deu de cara com o rosto de Izaya, tão próximo ao seu que o moreno se molhava com a água do chuveiro. O Orihara deu-lhe um doce beijo nos lábios; seus dedos finos enroscando-se nos fios loiros do companheiro.

O Heiwajima sentiu o ar prender-se em seus pulmões quando Izaya separou-se dele; quase que no mesmo segundo o loiro inclinou-se para tomar os lábios rosados do outro novamente nos seus, ignorando totalmente a água gelada que ainda caía sobre eles.

Queria agarrar Izaya ali mesmo e não soltá-lo nunca mais, porém o moreno logo afastou-se novamente. – Shizu-chan, eu adoraria continuar, mais se nós dois ficarmos doentes quem é que vai cuidar de nós?

O loiro ficou ruborizado novamente e pigarreou, virando seu rosto para o lado. – Eu... Me esqueci desse detalhe.

Mas Shizuo tinha certeza de uma coisa... Se Izaya fosse cuidar dele dessa forma até ele melhorar, ele seria o doente mais feliz desse mundo.

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Notas finais do capítulo

Eu quase tenho vergonha de ter postado esse cap... QUASE XD Mas espero que tenha ficado bom o suficiente pelo menos pra servir de "recomeço", vou caprichar mais nos próximos capítulos e acabar o plot (pois é, nem isso eu fiz ainda!)...
E LHES TRAGO UMA NOVIDADE! A tia Yu tá namorando EEEEEEEEEEEEEEEE *O* E por sorte o senhor retardado-o-suficiente-pra-querer-me-namorar não liga de eu gostar de yaoi, então não se preocupem que nada aqui vai mudar! ♥ Só queria dividir minha felicidade mesmo AUIBUGBAUG
Por enquanto é só... Agradeço de coração pela paciência de vocês, eu realmente sou uma preguiçosa desgramenta, mas vou tentar mudar isso pra não sumir do site novamente. Só não sei se vou conseguir atualizar as outras fics por enquanto, acho melhor seguir só com BYL até eu recuperar meu antigo ritmo.
AH É, fiquei muito feliz com seus pedidos de beijos especiais *O* Só achei estranho ninguém pedir beijos de bacon -q Mas gente, quem ainda não escolheu seus beijos especiais, fiquem à vontade! Tem amor e comida boa pra todo mundo! ♥
BEIJOS DE ALIMENTOS VARIADOS PRA VOCÊS, SUAS LINDAS! ♥