Vampire Heart escrita por Nessan C


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Esse cap. nem é grande, mas é legalzinho.
;D



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         Tive um sonho fora do comum naquela noite. Me fez tremer e sentir muito frio a noite toda. Eu não conseguia me lembrar de tudo, apenas de pequenos trechos... Ville estava lá e Ben também. Havia muitas sombras e gritos... Depois disso, minha cabeça começa a doer e eu não consigo me lembrar de mais nada.

         Ao acordar, entrei novamente em pânico quando vi que não havia Ville algum deitado comigo. Senti vontade de gritar e espernear como a criança mimada e suicida que eu era, mas fui procurá-lo pela casa. E o encontrei na sala de estar, deitado no chão.

         -Bom dia, amor! – Ele disse-me alegremente.

         -Bom dia...

         Eu simplesmente pulei para cima dele jogando-me no chão. Isso o assustou um pouco.

         -Ficou maluca, Jessy? Não pode sair se jogando nas pessoas desse jeito!

         -Desculpa Ville... Desculpa... Eu só queria que você estivesse lá comigo... E eu pensei que você não estava mais aqui... E eu... Eu não...

         Ele posicionou seu dedo indicador sobre meus lábios e me fez parar de falar imediatamente. Minhas bochechas coraram e ele sorriu. Eventualmente, fiquei paralisada graças a esse último detalhe.

         -Eu já disse que vou estar aqui quando você acordar.

         -Mas disse que estaria ao meu lado...

         -Quando não tivesse sol.

         -Eu posso comprar uma cortina!

         -Isso seria conveniente.

         Seus frios lábios tocaram minha testa e ele disse:

         -Mas não fique se jogando nas pessoas. Você pode se machucar.

         -Desculpa...

         -Ta tudo bem. Você pode se jogar em mim, desde que não cause um ferimento sério em si mesma.

         Abri um enorme sorriso e o beijei pela primeira vez. Foi emocionante demais e eu fiquei sem ar. Ele interrompeu o contato para dizer:

         -Pode respirar que não dói, amor.

         -A culpa é sua que me deixa sem ar!

         -Mentira! Você que quer morrer me beijando. Por favor, não faça isso!

         -Eu não quero nada!

         E tivemos nossa primeira pequena discussãozinha boba. Ele começou a fazer cócegas em mim e rolamos rindo pelo chão da sala. Foi maravilhosamente alegre, mas ele parou logo. Disse que estava com sede.

         -Eu pego água pra você...

         -Mas não tenho sede de água. Eu preciso ir.

         -De novo? Ah... Fica, vai! Só mais um pouquinho...

         -Não dá. Você sabe que eu quero ficar aqui com você... Outro dia a gente pensa nisso.

         -Awwwww, Ville...

         Fiz carinha de cachorro sem dono e ele deu uma risadinha. Se levantou e estendeu a mão para mim. Segurei-me e levantei.

         -A sua sala é escura, amor. Eu gosto disso.

         -Acho que isso é ruim. Um pouquinho de sol nunca é ruim.

         -É ruim para mim.

         Fez-se silêncio. Ele me beijou mais uma vez e me abraçou também.

         -Você sabe que eu quero ficar aqui com você.

         -Então fica...

         -Não posso. Coisas ruins podem acontecer.

         -Que coisas ruins?

         Ele selou meus lábios com o indicador novamente e disse:

         -Não faça essas perguntas. Eu não vou responder.

         Eu estava me preparando para choramingar quando ele beijou uma de minhas bochechas. Segurou minha cintura e seus lábios deslizaram até meu pescoço, beijando-o suave e delicadamente. Fiquei arrepiada até o final da espinha. Ao interromper o beijo, sua respiração deixou de ser calma por alguns segundos e ele ficou imóvel.

         -Que houve? – Perguntei-lhe.

         Nenhuma resposta.

         Ele se afastou vagarosamente. Parecia ter ficado nervoso com alguma coisa.

         -Seu cheiro é problema para mim. – Disse-me.

         -Por quê? É ruim?

         Ele sorriu e tentou se acamar, mas sua respiração inconstante não enganava ninguém. Ainda estava nervoso por algum motivo. Provavelmente o meu cheiro.

         -Não. Muito pelo contrário... Ele me atrai de um jeito estranho. Aliás... Eu fico muito esquisito perto de você, amor.

         Esquisito? Aquelas palavras começaram a pesar em minha consciência e fiquei a me perguntar se isso era algo ruim.

         -E não, isso não é ruim.

         -Ta. – Respondi ainda sem entender.

         -É melhor que vá, antes de fazer alguma besteira.

         Olhei para ele com olhar de cachorro sem dono e percebi a ironia.

         -Agora é você que não pode fazer nenhuma besteira, não eu.

         E ele sorriu. A força deste pequeno gesto quebrou minhas pequenas defesas e quase tropecei. Depois do momento de constrangimento, perguntei-lhe:

         -Quando você vai voltar?

         -Hoje à noite. Não se preocupe, ok?

         Acenei positivamente e senti a onda de depressão se formar dentro de mim mais uma vez.

         -Não demora não, ta...

         Minha voz estava sumindo e a proximidade à cozinha criava em mim um forte impulso de correr até lá e me matar com uma faca. Ville percebeu meu desespero e com certa dificuldade se aproximou de mim. Beijou minha testa mais uma vez e sussurrou:

         -Eu não vou demorar. E não esqueça que ainda tem meu casaco.

         Piscou para mim e seguiu em direção à porta. Antes de sair, disse-me:

         -Pense em mim.

         -Eu vou.

         Sorriu pela última vez e saiu.


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