Vampire Heart escrita por Nessan C


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eba! Mais um cap. de enrolação! Adoro essas coisas... Deixa todo mundo curioso... HAHAHAHA
Enjoy!



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         -Eu te amo. – Ele disse.

         Eu lhe dei um abraço sufocante ao ouvir isso, mas ele não pareceu reparar. Ele me amava! E a ninguém mais! Eu era egoísta quando se tratava dele. Ainda mais egoísta do que eu já era. Tentei responder, mas ainda me sentia paralisada.

         -Eu... Te amo... Também...

         Ele sorriu e me beijou. Fiquei feliz por saber que pelo menos essas adoráveis palavras eu fui capaz de pronunciar.

         -Amor, acho melhor você se deitar para descansar.

         -Não! Quero ficar com você... Não vou dormir hoje à noite!

         -E como é que você pretende trabalhar amanhã?

         Por alguma estranha razão eu não havia pensado no trabalho.

         -Eu não sei... –Respondi-lhe.

         -Eu sei. Se você não dormir, vai aparecer por lá igualzinho a um zumbi. Descanse, vai te fazer bem!

         -Mas eu não quero! Quero ficar aqui com você! Se eu dormir, só vou te ver de manhã... E nem está tão tarde assim... São só dez horas!

         -Dez horas já é tarde...

         -Não é não!

         Eu o abracei ainda mais forte que antes e fiquei deitada ao seu lado. Eu estava começando a ficar com sono, mas não queria nem pensar nisso. Dormir era terrível quando se estava com ele.

         -Dorme Jessy... Eu vou estar aqui com você. Não tem problema algum.

         -NUNCA!

         Ele suspirou e me abraçou também.

         -Eu te amo, - Ele disse-me. – mas você é teimosa em demasia, mocinha.

         Ele sorriu e me beijou.

         -Vamos ver um filme.

         -Você quer me fazer dormir...

         -Sim, quero. Vamos ver um filme.

         Ele passou de canal em canal até encontrar um documentário chato do Animal Planet para assistir.

         -A gente não vai ver isso!

         -É claro que vamos, Jessy! Eu adoro os bichos!

         Que horrível. Que injusto! E o pior era que eu não poderia fazer nada. Deitei no sofá ao seu lado e aninhei-me em seus braços. Em menos de vinte minutos de filme eu já estava dormindo.

****

 

         Quando abri os olhos, tudo era azul. Um azul bem escuro e acinzentado. Parecia um tipo de bolha... E eu estava ali dentro.

         Havia uma mesinha preta bem no meio da bolha azul, junto a um troninho igualmente preto. Sentado nele estava Ville, vestindo o mesmo casaco que deixara comigo na noite anterior. Ele também segurava uma taça cheia de algo vermelho; aparentemente vinho. Quando me viu, cumprimentou-me:

         -Boa noite, amor!

         -Boa noite. – Eu lhe disse ainda confusa. – Onde estamos, Ville?

         -Bem no meio dos seus sonhos.

         -Ah!

         Até que isso fazia sentido. Estar dentro de uma bolha azul parecia bastante irreal. Logo me senti bem deprimida: eu havia dormido.

         -Isso quer dizer que você me fez dormir!

         -Obviamente. Isso não é legal?

         -É terrível! Eu queria estar acordada com você agora!

         Ele bebeu um pouco do estranho conteúdo da taça e respondeu:

         -Eu acho legal, porque até mesmo dormindo você está comigo.

         Minha obsessão tinha atingido níveis sobrenaturais: eu pensava nele o dia todo, me comunicava mentalmente com ele, sonhava com ele... Isso não era nada comum!

         -E por que você tem uma cadeira legal e eu não tenho?

         Ele deu uma risadinha e bebeu mais um pouquinho do conteúdo da taça.

         -Você pode ter uma também. O sonho é seu!

         Verdade. Pensei em um troninho igual ao dele, que se materializou bem do meu lado.

         -Não tive a mínima criatividade...

         -Não importa não. É bonito.

         Tentei me sentar, mas não tive a menor vontade. O troninho sumiu com a mesma velocidade que apareceu.

         -O que houve? – Ele perguntou.

         -Quero sentar com você... Tem espaço pra nós dois aí.

         -Então venha.

         E eu fui. Abracei-me a ele e não soltei mais... Queria que ficássemos juntos dessa forma para todo sempre... Ou melhor, até que ele viesse me matar. Sim, eu estava pronta para morrer.

         -Ville... – Eu sussurrei. – Ainda tenho medo que você se vá... Não faça isso... por favor, não me deixe!

         Por que eu estava dizendo isso agora? Deve ser coisa de sonho...

         -Eu nunca faria isso... Só aprendi a viver depois que te conheci, amor. Sem você, o meu coração não bate mais.

         Inevitavelmente, estendi minha mão direita por seu peito e senti a batida acelerada daquele coração. Ele batia por mim.

         -Eu te amo. – Ele sussurrou em retorno a meu gesto.

         Segurou minha mão e me beijou como nunca antes. Fez-me sentir flutuando nas nuvens e logo parou.

         -É hora de acordar. – Disse ele.

         -Não! Agora não... Ainda não!

         -Eu lhe peço para dormir e você não quer, lhe peço para acordar e você não quer! Decida-se!

         -Desculpa, Ville... Mas é que eu gosto de ficar com você... Não quero acordar agora!

         -Eu vou estar ao seu lado quando acordar. Confie em mim.

         -Tem certeza?

         -Absoluta.

****

 

         Abri os olhos. Nada era azul. Meu quarto era repleto de cores variadas e não tinha nada a vez com uma bolha. Os raios de sol não batiam na cama, pois estava nublado. Senti duas mãos frias a me abraçar.

         -Bom dia, amor.

         -Bom dia, Ville...

         Ele me puxou para mais perto de si e beijou minha testa. Logo em seguida disse:

         -Teve uma boa noite de sono?

         -Tive. Sonhei com você.

         -É, eu sei.

         Seus lábios deslizaram até meu pescoço novamente e dessa vez o beijo foi ainda mais calmo e suave que o anterior. Desta vez ele não ficou nervoso, mas disse que tinha de ir antes que fosse tarde.

         -Não Ville... Não faz isso não...

         -Tudo que eu digo, você sucessivamente nega. Como posso sobreviver dessa forma?

         -Ah... Isso não tem nada a ver! Fica mais um pouquinho, vai...

         -Você vai se atrasar para o trabalho... É melhor que eu me vá!

         Choraminguei mais um pouco e nada valeu a pena. Ele se foi assim mesmo. Arrumei-me de qualquer forma e vesti seu casaco para ir trabalhar. Queria sentir sua presença outra vez e conversar com o Ville imaginário.

         Saí de casa com pressa e fui com o carro que um dia pertencera a meu pai para o trabalho. Era só um Volkswagen verde, bem velhinho... Dirigi até o centro, onde eu trabalhava numa lojinha de antigüidades que assim como o carro, já pertencera ao meu pai. E lá fui eu, concentrada em nada mais que Ville Valo, para o trabalho.

         Sinceramente, eu não fazia idéia de onde isso iria me levar.


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