Eu sabia que as coisas não deveriam ser tão fáceis assim, não é possível que só era preciso de mim e Daniel para que Lucifer fosse ressuscitado. Depois que havíamos contado aos outros pude perceber a animação dos outros, mas meu coração estava apertado, eu sentia que algo iria acontecer, mas ainda não tinha noção do que poderia ser. Deixei que eles discutissem a sós, não havia nada que eu fizesse ali para ajudar, eles estavam planejando algo. E eu não queria meter o bedelho, e também não queria falar com meu pai, na verdade queria sair um pouco para espairecer. Subi para o meu quarto, e me senti impotente, algo iria acontecer eu sentia, mas sabia que eu não poderia fazer nada, além disso, tudo tinha a minha história com Daniel e Miguel. Eu os amava isso era certo, Daniel era o príncipe encantado, aquele romântico que lhe dá flores e presentes em qualquer que seja o momento. Já Miguel era o guerreiro, ele era forte e intenso, alias intensidade é com ele mesmo. Eles eram o oposto, mas Miguel era minha perdição, por ele eu moveria céu e terra, já por Daniel eu faria qualquer coisa para que ele pudesse encontrar a paz que ele tanto merecia, mas algo me dizia que ele nunca iria encontrá-la ao meu lado. Quem eu estou enganando? Eu amo Miguel, é com ele que eu quero ficar. Mas porque eu ainda sofro por Dan? Senti uma lagrima escorrerem por meu rosto, e em meu peito uma dor que parecia que estava dilacerando meu coração, quando percebi estava chorando de soluçar. Ouvi a porta do meu quarto sendo aberta, mas eu nem me importei em saber quem era, eu não conseguia fazer além de chorar incessantemente. O que era uma situação muito estranha, eu nunca fui de chorar. Não chorei quando conheci meus pais, não chorei quando deixei Miguel no Paraiso, não chorei quando fiquei quase uma semana com Daniel na caverna, não chorei quando fui seqüestrada por Klaus e muito menos quando ele me contou que eu era sobrinha de Lucifer, nem mesmo quando Katherina disse que Dan era meu primo, e agora eu estava aqui chorando por todas essas coisas. A pessoa que entrou em meu quarto não falou nada, mas eu não precisava olhar para saber que era Miguel que estava parado ao meu lado. Eu apenas abri os braços e ele me abraçou e assim mais uma onda de choro veio. Miguel não falava nada, apenas me abraçava e acarinhava meus cabelos. Era uma sensação maravilhosa, Miguel tinha o dom de me acalmar só estando presente. Era assim a nossa relação, nós brigávamos e ficávamos de cara virada, mas quando era preciso estávamos um ao lado do outro. Quando ele percebeu que eu estava mais calma, ele olhou em meus olhos e disse:

- O que aconteceu, meu amor?

- Não sei Miguel... Acho que agora a ficha caiu sabe? Depois de tanto tempo tentando ser durona, acho que só agora eu percebi a gravidade das coisas!

- Louise, Deus nunca nos dá um fardo maior do que podemos levar. Se ele te deu essa missão, é porque ele sabe que você é capaz de concluir com êxito.

- Mas não é só disso que eu estou falando Miguel. Além dessas coisas sobre a profecia, e tudo mais. Tem as coisas sobre você e Daniel. Eu não sei o que fazer. – Eu disse sendo sincera.

- Amor, você sabe que não é preciso fazer uma escolha agora. Alias, acho que nem eu e nem Dan estamos te cobrando sobre isso. Espera uma hora você saberá o que fazer!

- Mas Miguel isso não é certo. Como eu posso amar os dois? Eu acabo fazendo nós três sofrer!

- Epa... Você disse que me ama? Eu sabia que eu era irresistível, eu sei que eu sou mais bonito do que aquele filhote de vampiro... hum... Acho que não posso chamá-lo de filhote de vampiro mais. Então aquele filhote de Demon... – ele disse rindo.

- Como você é engraçadinho né?

- Eu só queria descontrair... Louise eu também te amo, mas não quero que você tome uma decisão agora. Espera toda essa história de profecia e Lucifer passar, ai sim você decidi o que vai fazer. Enquanto isso, acho bom voce conversar com o seu pai... Acho que ele está um tanto chateado pelo o que você disse a ele... Você não deveria ter sido tão dura com ele.

- Eu nem disse nada...

- Ah não... e isso foi o que “ Acho que não é uma boa hora, pra você querer dar uma de pai ciumento. Até porque se for fazer isso, tem que fazer com Daniel também! E outra você ficou por muito tempo longe, não acha que eu sei bem o que eu quero? Nada de achar que pode fazer as escolhas por mim! Eu faço o que eu quiser com a minha vida!” ?

- Como você sabe disso?

- Louise eu sou um Arcanjo, eu sempre sei de tudo. Mas tem uma coisa que você não sabe... hum... estamos ligados de alguma forma, e eu sempre sei o que se passa na sua cabeça.

- Como assim? Você consegue ler todos os meus pensamentos?

- Praticamente isso. Mas só os que eu to envolvido.

- Quer dizer que você sabe o que eu estou pensando nesse momento? – Eu estava pensando no dia em que a gente quase se beijou e eu estava querendo muito que ele me beijasse agora.

Ele abriu um sorriso, que mesmo sentada em minha cama me fez perder o sentindo, ele se aproximou de mim e disse:

- Eu estava pensando na mesma coisa...

Primeiro ele olhou fundo em meus olhos, e hoje os olhos dele estavam totalmente na cor púrpura. Ele estava em paz, ele se aproximou mais, e encostou seus lábios nos meus, eu passei os braços envolta de seu pescoço e ele me puxou pela cintura, e sua língua pediu passagem e eu dei mais que depressa, eu ansiava por esse beijo. No começo foi calmo apenas mostrando o quanto nos amávamos, mas logo foi se aprofundando e logo passou a ter desejo e luxuria, mesmo assim o amor que sentia era quase que palpável. Nos separamos ofegantes por causa do beijo, ele encostou sua testa na minha, com os olhos fechados ele disse:

- Eu te Amo Louise, e mesmo que você decida ficar com Daniel, eu nunca irei te abandonar, eu ficarei ao seu lado. Porque é ao seu lado que é o meu lugar!

Ele me deu outro beijo mais calmo e me fez levantar e ir conversar com o meu pai... Eu ainda sentia o gosto do seu beijo, e suas palavras ficaram ecoando em minha cabeça.

...

Depois que eu conversei com Louise, eu resolvi ir para o meu quarto, estava deitado em minha balança, olhando para as estrelas. Quando ouvi alguém batendo na porta, mandei que a pessoa entrasse, só que me surpreendi quando Daniel surgiu. O que será que ele queria ali?