Sonhos Distorcidos escrita por Marie Lolita


Capítulo 11
Capítulo 10 - Atração Fatal


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, fico feliz por dessa vez não ter demorado tanto em postar o novo capítulo. E só para avisar. Não, eu naõ vou desistir dessa história, mesmo que eu quisesse eu não posso, ela não é mais minha, é de vocês, então não posso simplesmente parar de escrever e vocês são o motivo de porque eu escrevo, e essa semana muitos fizeram me lembrar disso. Obrigada.
Espero que gostem desse capítulo.



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    Os dois pararam perto de um rio que corria baixo. Sakura tentou achar a forma mais confortável possível para poder pegar a água entre as mãos e passar nas feridas de seu rosto. A água ardia conforme tocava os machucados, mas ela lavou todo o sangue seco do rosto e dos braços.

     – O que tem dentro dessa mochila? – Sakura perguntou terminando de lavar os braços.

      Sasori estava sentado ao lado dela, mexendo na mochila e parecia bem entretido.

     – Um saco de dormir, caixa de primeiros socorros; é bom usarmos isso no seu tornozelo – ele disse olhando para ela, que assentiu, e ele voltou a vasculhar a mochila. – Temos um cantil de água, só que sem água, um frasco que diz que é para purificar a água, uma barra de chocolate meio derretida... – ele foi interrompido.

    – Eu quero – ela pegou a barra de chocolate da mão dele, desembrulhou e já enfiou um pedaço na boca.

    – E temos um pacote de carne seca – terminou com uma carreta.

    A carne seca não era nada tentadora e isso significava que iriam ficar com sede mais rápido. É melhor deixar isso para último caso.

     – Toma – ofereceu o chocolate. – Esta meio derretido, mas da para comer.

     Eles comeram três pedaços do chocolate derretido e encheram o cantil, colocando o purificador que dizia que tinha que esperar pelo menos meia hora até beber.

     – Vou tratar do seu tornozelo agora – ele pegou a pequena caixa de primeiros socorros.

     Sem reclamar, ela virou-se para ficar de frente para ele e deu o pé para que ele pudesse examinar e enfaixar. Ele dobrou a barra da calça jeans dela, tirou o Converse e examinou o tornozelo com as mãos.

     – Está meio inchado. Vou enfaixá-lo e você não poderá colocar o pé no chão por algum tempo.

     – Você também é médico? – Sakura perguntou surpresa, vendo Sasori pegar um rolo de faixa de gaze.

     – Não, nada disso – disse rindo. – Minha mãe me ensinou antes de... – ele se interrompeu e ficou com uma cara triste, mas mudou rapidamente tanto de assunto, quanto de expressão. – Vai doer um pouco, porque vou ter que apertar.

     Ela fez uma careta de dor quando ele começou a enfaixar e apertar ao mesmo tempo.

     Sakura percebeu que ele começou a falar alguma coisa sobre a mãe dele, mas se interrompeu na mesma hora. Ela queria perguntar mais sobre aquele assunto, saber da vida dele, mas pela tristeza que ele deixou transpassar em apenas alguns segundos, era melhor não.

     Rapidamente ele já tinha enfaixado o tornozelo torcido.

     – Acho melhor a gente achar um abrigo. Vai começar a chover a qualquer momento – Sasori disse olhando o céu acinzentado.

     Ele fechou a mochila, se colocou de pé limpando a poeira da calça preta de moletom, colocou a mochila nas costas e deu a mão para Sakura, que ficou só a olhando sem entender.

    – Vem, eu vou te ajudar a andar, se você ficar dependendo desse graveto vamos acabar nos molhando.

     Ela olhou para o graveto ao seu lado, ele realmente não iria aguentá-la por muito tempo e andar apoiada nele a deixava mais lenta, talvez fosse bem melhor ir saltitando como um coelho. Mas a idéia de se apoiar em Sasori era muito tentadora.

      Sakura ergueu a mão e agarrou a dele, que deu um puxão para ela ficar em pé. Ele passou o braço dela em volta do pescoço e aproximou o corpo da garota com o seu.

     O cheiro amadeirado da pele e da roupa dele era inebriante. Sakura respirou fundo, absorvendo para si aquele cheiro maravilhoso. Seu coração disparou no segundo que ficou próxima da pele quente do garoto. Nunca tinha ficado tão próximo dele antes. Ela não sabia como agir, aquela situação não estava deixando sua mente pensar direito.

     – Vamos procurar alguma caverna ou algo que suporte a chuva e nos deixe secos – ele disso começando a andar, enquanto Sakura pulava em um pé só.

     Eles seguiram o fluxo do rio, com a esperança de achar uma caverna ou algo do tipo, mas não acharam nada e começou a chover.

     – Desculpe Chay, vou ter que acelerar os passos.

     – Tudo bem. Por mim a gente até correria – disse de forma divertida, mas queria que pudesse.

    Adentraram a floresta, sendo minimamente protegidos pela cobertura que a folhagem das altas árvores faziam, mas aquilo não impedia que os pingos grossos o molhassem.

     Quando acharam uma pequena caverna já estavam ensopados e tremendo de frio.

     – Diz que nessa bolsa tem uma caixa de fósforo, por favor.

     – Não sei. – Sasori tirou a mochila, igualmente molhada, das costas. Mexeu nos bolsos por alguns minutos e tirou de lá uma pequena caixinha preta. – Achei.

      – Ainda bem. Pensei que iria virar picolé.

     Acharam uma pilha de folhas secas e atearam fogo no mesmo instante. A temperatura continuava a cair drasticamente e a chuva a engrossar cada vez mais, e não parecia que iria acabar tão cedo.

     Os dois se sentaram na frente do fogo, absorvendo todo o calor. Comeram mais um pedaço de chocolate e dividiram um pedaço de carne seca.

     Sasori se levantou e terminou de rasgar sua camiseta branca que estava mais que grudada ao seu corpo.

     Mais uma vez Sakura pode ver com seus próprios olhos cansados o corpo definido do rapaz. Cada curva, cada músculo retesando com os movimentos que ele fazia, seu cabelo ruivo colado a testa e as gotículas de água descendo do rosto até o cós da calça, que estava mais baixa do que devia.

     Isso é a visão mais sexy que já vi em toda a minha vida, ela pensou quase babando, deixando o queixo cair e tendo um sangramento nasal. Aquilo era forçar a barra demais. Só os dois, num dia chovendo canivete, dentro de uma caverna e molhados. Não. Isso é tentação demais para uma única pessoa.

     Eu não vou aguentar, pensou ela.

    – Tire essas roupas molhadas, você acabara ficando doente se continuar assim.

    – Na-não. Eu estou muito confortável com elas. Já estão quase secas. Só preciso ficar mais um tempo na frente do fogo e estarei sequinha.

    – Você que sabe, mas eu ainda acho que era melhor tirar – ele disse se espreguiçando.

     Se eu fosse um homem de verdade eu tiraria essa blusa em dois segundos, mas não sou, pensou se abraçando. Eu estou congelando. Vou virar um picolé se continuar assim.

     – Você parece cansado. Durma um pouco, já que só tem um saco de dormir – ela disse tentando mudar de assunto. Se bem, que ela não se importaria de dividir o saco de dormir.

     – E você?

     – Não se preocupe comigo, eu não estou cansado e quero ficar mais um tempo perto da fogueira.

     Sasori insistiu por um tempo para que ela fosse dormir antes dele, mas ela não mudou de idéia. Ele soltou um suspiro de derrota, tirou o saco de dormir da mochila e desenrolou, colocando no chão.

      – Quando você quiser dormir pode me acordar, sem hesitar – ele disse antes de se enfiar dentro do saco, só deixando para fora o braço em que a algema estava.

     – Pode deixar.

     Depois que ele se deitou para dormir tudo pareceu ficar mais silencioso, até a chuva que parecia diminuir um pouco, só dando para escutar Sasori ressonando. O que ela tinha que admitir, até isso nele parecia sexy.

     Sakura já estava com as bochechas vermelhas só de estar ao lado dele e milhões de pensamentos passavam por sua mente, até alguns meio pervertidos – dos quais ela não se orgulhava em nada, mas eram inevitáveis.

     Ela pegou a caixa de primeiros socorros na mochila e tratou de alguns ferimentos superficiais do rosto e nos braços. Tinha que fazer qualquer coisa que a fizessem se distrair do homem que dormia ao seu lado. Isso deu certo, por um tempo.

     Não tinha mais nada para fazer e o fogo já estava acabando. Se pelo menos eu tivesse algo para desenhar, pensou vasculhando a caverna com os olhos. Viu um graveto perto dela e teve melhor idéia que poderia ter.

     Ela queria desenhar qualquer coisa, mas a única coisa que vinha a sua mente era o rosto de Sasori. Sem escapatória, ela se deixou tomar pela vontade e rapidamente começou a desenhar no chão de terra da caverna.

    A mão de Sasori tocou de relance a dela e só aquilo fez o coração dela disparar e quase saltar pela boca.

    Não, não poderia ficar mais ali, com ele.

    – Tenho que sair daqui, agora – ela se desesperou.

    Com uma das mãos ela buscou um grampo no cabelo, assim que consegui pegar, levou a algema ao seu pulso. Com dificuldade ela encaixou o grampo na fechadura e a muito custo escutou um clik e a algema se abriu.

     Levantou-se com dificuldade. Procurou o auxílio da parede e antes de sair, constatou que só estava chuviscando. Olhou uma última vez para o rapaz dormindo dentro daquele saco marrom impermeável. Ele é mais que lindo, até dormindo.

     Sakura andou se apoiando nos troncos das árvores, até pegar um graveto que ela achou que era resistente para apoiar seu peso.

     Andou por um curto tempo, até perceber que estava mais uma vez no rio onde estava com Sasori mais cedo. A garota se sentou na grama ainda molhada, encostando as costas no tronco de uma árvore. Colocou o graveto ao lado do corpo e abriu sua blusa xadrez, tirando a faixa ensopada que prende os seios, tirou a peruca, a touca e todos os grampos; deixando que seu cabelo rose caísse em cascata.

     A garota ficou quinze minutos sentada, sentindo os chuviscos contra a sua pele e cabelo, absorvendo o efeito relaxante daquilo. Ela se sentia um pouco melhor. Pelo menos agora conseguia pensar com calma, tanto que fechou seus olhos e decidiu descansar um pouco.

     Ela teve a leve impressão de ouvir sapatos triturando as folhas, mas nem ligou.

     – Você é uma garota? – alguém perguntou a alguns centímetros de distância dela.

     No mesmo segundo ela abriu os olhos, sobressaltando-se ao ouvir aquela voz que ela reconheceu na mesma hora. Ela sabia que aquilo era o fim.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo merece comentarios. Eu espero que sim.
Vejo vocês no proximo capítulo.
Até



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